D Gray – man e tudo o mais © Hoshino Katsura
30Cookies – Set Primavera – Tema 12. Paixão
Para todos os que lerem – apaixonadamente ou não. E em especial, para a minha doce tangerina e para a minha senhorita otimista.
Teatral.
Os movimentos dela eram absolutamente perfeitos. Desde o modo como a saia se balançava até o modo como sorria. O modo como pronunciava as palavras, de forma devagar, pausada, sedutora. Querendo ou não, conseguia seduzir de qualquer maneira. Devit sentia-se atraído. Não conseguia deixar de olhar quando ela passava. Não conseguia deixar de evitar apenas um motivo para falar com ela. Não cansava de pensar em como seria tê-la em seus braços.
Road Kamelot era absolutamente perfeita em todos os detalhes, principalmente quando resolvia sentar-se no chão e começar a descascar tangerinas. E começava a comê-las e fazia de forma tão impura e ao mesmo tempo tão infantil que Devit ficava hipnotizado enquanto olhava.
Era como se todas as falas fossem planejadas. Como se todos os movimentos fossem ensaiados. Como se tudo em Road fosse feito única e exclusivamente para provocá-lo. E o pior de tudo era que ela conseguia. E sabia que conseguia. Dava todos aqueles sorrisinhos, pendurava-se no seu pescoço. E o hálito de tangerina chegava às narinas de Devit e ele se arrepiava por completo. E a mandava sair de cima dele porque eles deveriam estar se preparando contra os Exorcistas e ela respondia que eles iriam vencer a qualquer custo. E Devit se sentia contagiado pelo otimismo de Road. E como sempre, e como tudo que o envolvia, ela sabia.
Naquela peça, ele era o personagem controlado, ela era a personagem manipuladora, o otimismo era uma desculpa, as tangerinas eram parte do cenário. E aqueles sentimentos que Devit sentia eram simplesmente confusos demais para terem sido escritos por uma mente sã. E as cenas eram enroladas demais umas nas outras, tão enroladas quanto às pernas de Road com as suas, misturando-se. E as cenas eram tão inebriantes quanto às mãos de Road passando por seus cabelos. E eram tão perfeitas quanto os lábios dela. E eram tão insanas quanto às risadas dela sempre que ele exclamava um palavrão ao ter seu lábio cortado.
Devit só conseguia chegar à conclusão de que nenhum autor de peças era são. Principalmente da sua peça. Da peça escrita por Road Kamelot.
N/A: Tirem o dia de hoje para dizer o quanto amam alguém. De preferência, o quanto amam no sentido homem-mulher, mas se não der... simplesmente digam que amam. Seus irmãos, seus amigos, seus pais. Só por hoje engula aquele medo de dizer um "eu te amo" verdadeiro. E só.
Walking on
( 14 de fevereiro de 2009 )