Capítulo XXVI - Renascendo.

Fogo. Calor. Dor. Tudo estava misturado embaixo da minha pele, fazendo com que eu tivesse a pior sensação da minha vida toda. Eu sentia o meu coração batendo acelerado no meu peito, enquanto o meu sangue era bombeado pelo meu corpo, o envenenando, fazendo com que meus órgãos parassem um a um.

Eu já estava naquele estado fazia um tempo. Eu não entendia porque ainda resistia e sobrevivia. Não sabia o que estava acontecendo e era isso que me deixava mais nervosa.

Edward estava ao meu lado. O tempo todo, tocando a minha mão ou sussurrando palavras em meu ouvido. Eu nunca entendia o que elas significavam, mas sabia que ele estava tentando me confortar, e isso bastava.

- Só mais dois dias, meu amor. - Ele sussurrou dessa vez, beijando a minha têmpora e passando a mão pelo meu rosto.

Eu não fiz nenhuma expressão. Não conseguia. Não queria começar a gritar e mostrar o quanto eu estava sofrendo, seria ruim demais para ele. Ficava apenas deitada, definhando, ouvindo-o falar as coisas mais belas do mundo.

- Edward? - Uma outra voz invadiu meu ouvido. Era Alice.

- Sim?

- Por que não vai caçar? Você sabe que ela só acordará daqui a dois dias. - Ela falou.

Como assim? Eu acordaria? Eu não estava morrendo?

Eu não tinha a mínima idéia do que estava acontecendo.

Será que Edward havia feito um pacto com o Diabo? Assim, daqui a dois dias ele poderia me tirar do inferno.

Hmm.. é, pode ser.

- Eu quero ficar ao lado dela. Sei que ela está sofrendo muito e que precisa de mim.

Eu amoleci mais ainda e esqueci da dor por alguns instantes. Ele era tão lindo e perfeito. Sabia sempre o que era melhor pra mim.

- Não há nada que você possa fazer. Tudo já foi feito, Edward. - A voz dela parecia estar mais próxima e nítida.

Oh, não! Ele realmente havia feito o pacto com o Diabo!

- Eu sei.. eu sei. - Ele soltou um suspiro alto. - Mas, eu quero ficar.

Era impressão minha ou ele havia aumentado o volume?

Ah! Meu ouvido doía, era como se alguém tivesse gritando dentro dele, ou então tentando arrancá-lo.

O que será que estava acontecendo? Eu conseguia escutar os passos de Alice e sua respiração forçada, assim como a de Edward, que estava muito mais próxima.

- Certo. Depois voltamos, Ed. - Ela ainda estava parada, de acordo com o meu ouvido louco. - E você vai ficar linda, Bella!

Por que parecia que ela estava gritando? Por que eu estava com uma tremenda dor de cabeça? Por que meu corpo estava queimando?

Por quê?

Senti lábios tocando os meus, enquanto duas mãos acariciavam a minha barriga, deixando-me arrepiada. Conseguia sentir e ouvir a respiração fria e hipnotizante dele batendo em meu rosto, deixando-me tonta e sem ar.

Imagine só a minha situação: Eu estava no inferno, sendo queimada pelo capeta, enquanto um homem sedutor, lindo e perfeito, me beijava e me acariciava, sem que eu pudesse poder corresponder! Sem poder fazê-lo pagar na mesma moeda!

- Hmm.. - Ele falou entre meus lábios. - Sua barriga está gelando.

Como era possível eu estar tão quente por dentro e gelada por fora? As mãos dele me tocando, faziam com que o fogo aumentasse, deixando-me dolorida e excitada.

Tentei soltar um gemido de revolta, porém não saiu nada. Parecia que a minha garganta estava seca.

As mãos dele continuaram a passar pelo meu corpo. Era engraçado como elas não estavam tão geladas como habitualmente. Estava em uma temperatura agradável, que fazia o meu corpo ficar aliviado.

Ele mordeu o meu lábio inferior, enquanto continuava a sua tortura.

- Você é minha, Isabella Swan. - Ele sussurrou. - Seu sangue, seu corpo, sua alma. Tudo pertence a mim.

Eu sou mesmo! Tive vontade de gritar, mas nada saiu de meus lábios a não ser o silêncio.

Céus! Como os paraplégicos mudos deviam sofrer!

Então, ele me largou, afastando-se, voltando a acariciar apenas a minha mão. A queimação habitual voltou com tudo, fazendo com que eu me desligasse mais uma vez e entrasse no meu mar de fogo e dor.

Voltei a perder um pouco a noção do tempo, deixando de prestar atenção nas palavras confortadoras de Edward ou a tudo que se passava ao meu redor. A dor havia se intensificado a um ponto que parecia que meus órgãos estavam sendo arrancados.

Minhas pernas e braços formigavam, deixando-me com vontade de quebrar alguma coisa. Minha pele parecia estar queimando, mas agora não era mais a queimação de fogo e sim de gelo.

Sentia que estava congelando aos poucos, e não derretendo. O meu inferno era mil vezes pior agora.

Meu coração não batia tão freneticamente e parecia estar perdendo mais velocidade e intensidade aos poucos. Nada parecia funcionar no meu corpo, tudo parecia estar simplesmente desmoronando lá dentro.

- Um dia... - Edward sussurrava bem distante.

Eu estava ansiosa, porque sabia que aconteceria alguma coisa importante dali vinte e quatro horas. Se Edward estava feliz com aquilo, eu também deveria ficar.

Dor nas juntas. Dor nos dentes. Dor na cabeça. Dor no peito. Dor em tudo!

A cada instante eu sentia cheiros mais esquisitos, nunca percebidos por mim. Conseguia sentir o cheiro magnífico que era exalado por Edward, e diferenciá-lo de todo o resto. Meu ouvido estava muito mais apurado também, conseguia captar coisas distantes, escutar sussurros e passos, porém a dor era tão grande que eu não me concentrava nisso.

O que mais me incomodava era a dor na garganta. Essa agora era o ponto onde queimava mais, ardia tanto que eu tinha vontade de beber um litro de água. Ela coçava e doía, como se estivesse lotada de sal.

Tudo parecia diferente para mim. A cada instante coisas novas eram recebias pelo meu corpo, enquanto eu escutava os meus órgãos parando. Meu coração estava bem baixinho e quase sem vida. Não sabia o que isso significava já que eu me sentia mais forte que um cavalo.

De repente, várias pessoas se aproximaram ao mesmo tempo de mim. Pelo cheiro, eu sabia que eram os Cullen. Ouvi Edward soltar um longo suspiro ao meu lado, fazendo-me querer sorrir.

- Calma, pessoal. - Alice falou.

- Pai? - Edward perguntou meio confuso.

- Nós não somos bem vindos? - Ele perguntou sarcástico.

Os outros riram.

- Eu achei que seria melhor explicar as coisas a ela.. sozinho.

- Ele quer aproveitar! Isso sim! - Emmett gritou, fazendo com que minha cabeça explodisse de dor. Quase levei a mão aos ouvidos por puro instinto.

- Emmett. - Edward rosnou.

Não sei por que, mas me deu uma vontade de rosnar junto. Deus! Estou virando um cachorro! Só falta abrir os olhos e enxergar em preto e branco.

- Edward, estaremos aqui fora. - Carlisle falou com um sorriso.

- Ok. - Edward respondeu. Parecia estar ansioso.

- Dê espaço a ela. Ela vai precisar. - E então todos eles foram se afastando um pouco, deixando-me sozinha com o cheiroso do meu noivo.

A dor ficou bem forte por uns instantes, como se eu estivesse chegando no ápice. Tudo doía ao mesmo tempo, fazendo com que eu tivesse que me segurar mais do que nunca para não gritar. Porém de repente ela parou.

E com um crack meu coração parou junto.

Morri! Morri! Morri! Morri!

Eu não estava respirando. Não estava com o coração batendo. E parecia estar finalmente em paz. Era óbvio que eu estava morta.

- Bella? - A voz de Edward invadiu os meus ouvidos. Estava diferente, ainda era melodiosa, porém agora não parecia ser como antes. Era como se eu tivesse a escutando pela primeira vez.

Peraí.

Como eu estava escutando-o se estava morta?

Tentei mexer os meus dedos e consegui. Fui fazendo isso com cada parte do meu corpo, mexendo-a lentamente, provando a mim mesma que estava viva.

Puxei o ar para os meus pulmões e eles vieram com facilidade.

Abri os olhos e me deparei com um mundo completamente diferente.

Os detalhes que conseguia enxergar eram mínimos. Tudo parecia estar ocorrendo em câmera lenta ao meu redor. Senti que era capaz de tudo, que era a dona do universo. Sentei-me na cama rapidamente, sorrindo com a minha habilidade e agilidade.

Escutei uma pessoa respirando próxima de mim. Rosnei para ela, achando que ela pudesse me machucar ou algo do tipo. Porém, ao virar a cabeça para encará-la, eu encontrei dois olhos familiares.

Eu arfei e arregalei os olhos. Toda a minha posição de ataque foi desfeita, enquanto eu me afastava e ficava o encarando encantada.

Ele era tão belo e perfeito. E eu achava que nunca mais o veria.

- Uau. - Ele falou baixinho.

- Que foi? - Perguntei, porém a minha voz saiu irreconhecível.

Coloquei a mão na minha garganta.

- Você está maravilhosa. - Ele falou extasiado.

Eu dei uma risada e revirei os olhos.

- Tudo isso é saudades do meu corpo, Edward? - Perguntei brincalhona, enquanto levantava e ia em direção a ele.

Meu corpo todo parecia leve como uma pluma. Tudo estava tão diferente.

Ele parecia meio hesitante. Eu o enlacei pelo pescoço e o puxei para um abraço apertado, onde eu o esmagava com força, tamanha era a saudade que eu sentia.

Ele gemeu fraquinho, fechando os olhos.

- Ai, Bella. - Falou.

Eu o encarei sem entender.

- O que eu fiz?

Ele soltou um longo suspiro e beijou o meu rosto carinhosamente.

- Você não tem idéia do que está acontecendo, não é mesmo?

- Não. Estou absurdamente confusa. - Concordei, louca para beijá-lo.

- Bella.. - Ele ficou sem palavras, apenas me pegou pela mão e me levou até a cama, sentando-me lá, e depois me entregou um espelho. - Olhe.

Eu encarei a minha própria face no espelho e não me reconheci. O que mais chamou a minha atenção foram os olhos vermelhos que me encaravam misteriosamente. Eu estava tão bela, branca e irresistível.

Derrubei o espelho no chão e fiquei boquiaberta.

- Quem sou eu? - Perguntei assustada.

- Não se torture. - Edward falou, enquanto se abaixava na minha frente, me encarando com os olhos brilhando em expectativa. - Você é a Bella de sempre.

- Eu.. eu.. - Eu não sabia o que dizer.

Ele colocou o dedo indicador em meu lábio, me calando.

- Bell, tudo mudou.. quando James a mordeu, ele estava a envenenando.. - Então ele começou a tagarelar, e a cada momento eu ficava mais chocada.

Será que era o que eu estava pensando?

xxx

Narrado por Edward Cullen

Vê-la acordar foi a melhor coisa que aconteceu em toda a minha vida. Apesar de eu sentir falta do barulho de seu coração galopando em seu peito, estava tudo perfeito. Ela me encarava confusa, parecia distraída e perdida nos detalhes.

Seus olhos vermelhos faziam um contraste magnífico com a sua pele branca, deixando-a misteriosamente irresistível.

Se eu fosse um humano frágil, estaria sem ar.

Contei a ela, encarando-a nos olhos, toda a história, desde quando James havia a mordido. Ela me escutou com atenção, sem piscar, reagindo de formas imprevisíveis, fazendo caretas, ou simplesmente mordendo o lábio.

Ela não parecia estar com raiva de mim. Encarava-me com amor e carinho, como se também estivesse se controlando para não me agarrar. Minhas mãos formigavam de vontade de tocar na pele nova dela.

Minha boca salivava de vontade de sentir o seu gosto que agora ficara ainda mais saboroso.

Queria matar toda a minha saudade e me libertar finalmente do meu medo e de toda a loucura que havia vivido naqueles últimos três dias.

- Você não sabe o que eu senti quando achei que você ia morrer, Bell. Foi a pior coisa do mundo. - Eu abaixei a cabeça, cortando nosso olhar. - Eu sabia o que tinha de fazer e fiz. Fiz porque não agüentaria perder você. Me perdoe!

- Edward.. - Ela levantou o meu queixo com a sua mão, me olhando com um sorriso. - Eu sou uma vampira?

- É. - Respondi, sorrindo junto.

- Peraí.. isso quer dizer que eu vou viver pra sempre? - Ela perguntou, com a mesma expressão de antes.

- Sim, Bella.. você vai viver pra sempre. - Eu revirei os olhos.

- Oh, meu deus. - Ela gritou - Eu sou uma vampira!

O grito dela havia me pegado de surpresa. Eu dei um pulo e me afastei um pouco. Então, ela começou a correr pelo quarto comemorando, pulando. Eu fiquei parado no mesmo lugar, a encarando boquiaberto.

- Você não entende? - Ela perguntou para mim, parando na minha frente. Sabia que se ela ainda fosse humana, estaria corada. Isso me fez sorrir. - Nós podemos ficar juntos para sempre.

- Você ainda me quer? - Eu perguntei confuso. - Achei que você não me amasse mais. Olha o que eu fiz a você, Bella.. a transformei em um monstro.

Ela me deu um tapa no braço, fazendo eu soltar uma exclamação de dor.

- Nunca mais repita algo parecido. - Sua carranca, então transformou-se em um sorriso. - Eu sou uma monstra gostosa, então eu não ligo.

- Você não liga? - Perguntei chocado.

- Nenhum pouco. - Ela ficou me analisando por uns instantes. - Edward, eu tenho o que sempre quis: Você. E agora tenho a certeza de que vai ser para sempre. Por que isso me deixaria brava, irritada ou chateada? Eu sou a pessoa mais feliz do mundo.

- Você fala isso agora, quero ver daqui cinqüenta anos. - Eu estava explodindo por dentro. Ela me amava e queria ficar comigo para sempre!

- Cala a boca. - Ela disse com voracidade, me puxando para um beijo desesperado e apaixonado.

Com a sua força incrível ela me apertava em seus braços frágeis, fazendo com que eu me colasse totalmente em seu corpo. Nosso corpo era da mesma temperatura, o que era um pouco estranho, mas totalmente agradável.

Parecia que finalmente nós estávamos encaixando. Agora sim estava tudo perfeito.

Nossas línguas se tocavam com ardor e lentidão, demonstrando a saudade e o amor de um pelo outro. Ela me apertou mais em seus braços, fazendo com que eu reclamasse no meio do beijo.

- Meu amor.. só um detalhe. - Eu falei em um fio de voz, cortando nosso contato.

- O quê? - Ela perguntou ainda de olhos fechados.

- Você está forte agora.

Ela me olhou, depois encarou a sua mão me apertando e depois arregalou os olhos.

- Oops! - Ela falou risonha. - Eu me empolguei.

- Eu percebi. - Respondi sorrindo, enquanto a puxava para um abraço carinhoso.

Foi nesse momento que a minha família invadiu o quarto. Eles estavam hesitantes, ficaram parados na porta, esperando pela reação de Bella.

A principio ela ficara meio agitada com o barulho repentino, mas depois ao ver que era eles relaxou em meus braços.

- Bem vinda de volta! - Todos gritaram.

Bella não se mexeu, e nem eles, porém os olhares que eles trocaram eram intensos e carinhosos. Ela ainda estava em meus braços, um pouco tensa. Tudo era novo para ela. A visão, os cheiros, a audição, a força... ela tinha que aprender a lidar com tudo isso aos poucos.

- É bom estar de volta. - Ela falou de repente com a sua voz perfeita, fazendo com que minhas pernas bambeassem um pouco.

- Uau! Bella você está de arrasar! - Alice gritou.

Todos riram.

- Realmente. O vampirismo caiu bem pra você. - Emmett concordou. Rosalie deu um tapa nele, enquanto eu rosnava e revirava os olhos.

Bella riu alto.

- Cuidado com o que fala, Emmett. Agora eu sou forte. - Ela deu um sorriso metido e fez uma cara de malvada.

- Oh! Que medo da Bellinha! - Ele gritou.

Enquanto todos nós conversávamos, Esme se aproximava lentamente de Bella. Ela estava com os olhos brilhando de felicidade. Parou quando estava a três metros de distancia.

Bella olhou em sua direção, sorrindo. E então, sem hesitar, saiu de meus braços e abraçou minha mãe.

Era emocionante ver aquilo: Minha mãe e minha garota se abraçando e demonstrando o quanto eram importantes uma para outra.

- Obrigada por resistir e voltar, Bella. - Esme agradeceu.

- Eu sou a única que tenho que agradecer, Esme. Vocês foram perfeitos comigo, não tinha como eu achar uma família melhor. - Bella sussurrou em resposta.

Um a um eles vieram abraçá-la, enquanto eu ficava apenas os observando, exalando felicidade e estonteamento. Cada um murmurava uma palavra doce no ouvido de minha Bella e depois a soltava.

Pela primeira vez eu senti que estava completo. Não faltava ninguém em nosso clã, estavam todos ali. Não havia nenhum espaço vazio ou alguém triste e sozinho. Todos tinham uma razão para viver.

Fechei os olhos e soltei um longo suspiro.

Toda tormenta havia acabado, finalmente.

- Estou com fome. - Bella falou.

Eu abri os olhos e vi que ela estava a poucos centímetros de mim, me encarando com os olhos vermelhos brilhando.

- Nós já precisamos ir, Edward. - Carlisle falou. - Vá caçar com Bella e depois vá para casa.

Todos eles acenaram e então saíram correndo.

- Eu tinha me esquecido desse detalhe. Onde estamos? - Bella começou a olhar para os lados.

- Saímos já de Skidmore. Não queria que você se transformasse lá. - Eu falei com um sorriso. - É uma cidadezinha próxima.

- Hmmm. - Ela disse, enquanto se aproximava de mim, se enroscando como uma gata em meus braços. - Você tem um cheiro magnífico.

Eu ri baixinho, beijando a sua testa.

- Bella, você tem que se alimentar. - Ralhei, enquanto ela passava a mão no meu corpo e suspirava em meu ouvido.

- Só uns instantes. - Ela pediu baixinho, começando a beijar o meu pescoço.

Eu gemi baixinho, fechando os olhos.

- Isso é tortura. - Sussurrei.

- Não, meu bem. Tortura foi você ficar me tocando enquanto eu estava dopada. Isso aqui se chama vingança. - Ela respondeu com a voz lotada em malicia.

Eu ri indignado.

Deus! Ela havia me sentido passar a mão por ela, tremendo de desejo e de medo.

- Sabe qual é a melhor coisa de tudo isso? - Ela falou, mordiscando a minha orelha. - Eu tenho a eternidade toda para me vingar e me aproveitar de você.

Senti que ia cair no chão. Ela estava me deixando louco e absurdamente distraído com aquele joguinho. Havia adquirido confiança junto com a sua forma vampirica. Agora seria impossível brecar a minha garota, ela simplesmente me tinha na palma de sua mão.

Eu gemi alto, quanto ela mordeu o meu lábio inferior.

- Bella. - A chamei perdido.

- Quê? - Ela perguntou com um tom malvado.

- Você vai me matar. - Falei absolutamente deslumbrado.

Ela riu alto.

- Você já está morto, Ed. Bem vindo ao inferno. - Ela sussurrou, puxando-me para um beijo.

No começo eu estava incapacitado de corresponder, deixava-a colar nossos lábios, passando a língua na minha boca, para me provocar e me deixar tremendo de desejo. E então eu decidi que estava na hora de assumir as rédeas da situação.

Peguei-a com força e paixão pelos cabelos, aprofundando o beijo. Minha língua invadiu a sua boca desesperadamente, explorando e tentando saciar o meu desejo pelo seu gosto. Eu salivava e estava louco.

Agora não havia mais o medo de machucá-la, toda a hesitação, eu podia ser eu mesmo, usando a minha força total.

Corri em direção a parede, fazendo um baque absurdo quando batemos nessa, fazendo com que Bella sorrisse em meus lábios. Minhas mãos já estavam explorando o seu corpo perfeito, fazendo com que ela tivesse as reações habituais.

Meu corpo estava completamente colado no dela, deixando-a sentir a minha ereção. Bella hora ou outra gemia entre o nosso beijo e ondulava o seu corpo no meu, deixando nós dois sedentos um pelo corpo do outro.

Coloquei a minha mão por baixo do vestido que ela usava, tocando a sua barriga com delicadeza. Era tão estranho não sentir a sua pele quente fazendo um contraste com a minha. Ela levou as mãos para o meu peito, me explorando e deixando-me ávido por ela.

Bella levantou uma de suas pernas para me acomodar melhor em seu corpo, enquanto eu a pressionava na parede com força, beijando-a sedentamente, agindo como um selvagem desesperado.

Em uma velocidade incrível e sem se atrapalhar, Bella retirou a minha camiseta, rasgando-a e jogando-a em algum canto daquele quartinho. Suas mãos não desgrudavam de meu corpo e pareciam estar em todos os lugares.

Nossas línguas ainda se tocavam em uma dança gostosa e sensual, em um ritmo acelerado e intenso que deixava-nos ofegantes.

- Eu senti a sua falta. - Sussurrei, cortando o nosso beijo, mordiscando a sua orelha.

- Oh, eu também. - Ela gemeu baixinho, abrindo o meu cinto lentamente.

Eu alcancei o seu seio por baixo do vestido, fazendo com que ela me apertasse com força utilizando a sua perna. Esqueceu de terminar de retirar o cinto e me puxou vorazmente para mais um beijo.

Eu acariciava o seu bico com o meu dedão, utilizando toda delicadeza do mundo. Eles estavam durinhos, provando o quanto ela estava excitada e necessitada. Ela estremecia a cada toque meu, gemendo ou então me apertando mais e mais.

Os beijos dela começaram a descer para o meu pescoço,enquanto as mãos dela voltavam a trabalhar em minha calça, libertando-me do cinto e logo em seguida deixando-me apenas com a minha boxer preta.

Suas mãos tocaram-me por cima de minha cueca, deixando-me sem ar e gemendo como um louco, pressionando-a mais na parede com o meu peito, mordendo-a no ombro.

- Vara-mágica! Olá! - Ela sussurrou.

Eu ri baixinho, arqueando o meu corpo, enquanto ela me estimulava.

Sem pedir permissão eu rasguei o seu vestido, deixando-a semi nua na minha frente, enquanto me tocava e me levava aos céus.

Voltamos a nos beijar, enquanto as minhas mãos começavam a refazer os caminhos conhecidos.

Uma a tocava no seio, enquanto a outra brincava em sua barriga, indo até o ventre, fazendo-a estremecer e gemer em meus lábios. Sentia o cheiro de sua excitação, o que me deixava cada vez mais louco.

A mão dela invadiu a minha cueca, fazendo com que eu fechasse os olhos e soltasse um longo suspiro. Fiquei imóvel por alguns instantes, enquanto a pequena mão dela se fechava em cima do meu precioso, o tocando de uma forma experiente.

- Você vai me matar. - Sussurrei entre os seus lábios.

- Nós já estamos mortos, meu amor. - Ela respondeu, aumentando a velocidade.

Enquanto ela me estimulava, eu fui arrancando a sua calcinha lentamente. Ela estava com um sorriso nos lábios e ficava me encarando o tempo todo. Seus olhos vermelhos brilhavam em desejo e amor, e expressavam tudo aquilo que ela estava sentindo.

Ela abaixou a minha cueca lentamente, sem cortar o contato visual. Ficamos nos encarando por alguns instantes, enquanto eu me ajeitava em sua entrada, deixando-a na posição perfeita para mim.

Eu levantara a perna dela em minha cintura, pegando-a delicadamente pela coxa, enquanto a minha outra mão estava em sua barriga. Ela estava com as duas mãos em meu ombro, me encarando com expectativa.

De repente um sorriso malicioso surgiu nos nossos lábios e eu sabia que era o momento perfeito. Entrei nela com força e precisão fazendo nossos corpos se chocassem e uma onda de prazer nos atingisse.

- Uau. - Ela falou, enquanto começava a fazer o movimento de vai e vem comigo. Com as mãos em meu ombro, facilitava a minha entrada, pulando em cima de mim.

Eu apenas a puxava para mais perto, mexendo o meu quadril, retirando e colocando o meu pênis com velocidade e intensidade, deixando-nos perdidos em um mar de prazer e delírios.

A nossa coreografia era perfeita e sincronizada. Agora eu podia usar a minha força e velocidade anormal, porque ela já conseguia me acompanhar.

Eu não tinha mais que ter medo e tentar controlar as minhas mãos, eu podia fazer o que vinha na minha mente.

Penetrava profundamente nela, indo até o final. Tinha vezes que ficava lá dentro, apenas me movimentando, fazendo-a gemer em meu ouvido e mexer o quadril com uma velocidade incrível ao meu encontro.

Nós arfávamos juntos. Estava tudo perfeito, nenhum detalhe fora do comum, nada diferente do que deveria ser.

- Eu amo você. - Ela sussurrou. Estávamos chegando no ápice do prazer.

Os movimentos ficaram mais rápidos e mais intensos, fazendo com que nós dois gritássemos, sem cortar o contato visual, observando o prazer passando nos olhos um do outro.

- Eu amo você. - Gritei em resposta, quando ela apertou o meu pênis dentro de si, atingindo um orgasmo maravilhoso.

Ficamos quietos uns instantes. Eu ainda estava dentro dela, enquanto ambos nos encarávamos sem reação. Encostamos as nossas testas, relaxando e sorrindo aliviados.

- Uau. - Ela se pronunciou. - Eu estou rápida.

Eu ri baixinho.

- Eu gosto da sua nova velocidade. - Confessei, passando a mão em seu rosto.

Era estranho não ver os pinguinhos de suor em sua testa. Como também era estranho não ver o seu corpo quente e tremulo sob o meu. Estávamos apenas abraçados encostados na parede.

Poderíamos ficar assim pra sempre.

- Eu também. - Ela confessou risonha. - Deus! Eu estou faminta! Acho que comeria um elefante!

Eu ri alto.

- Não deveríamos ter feito isso. É tão desconfortável ficar com sede, principalmente quando se é um recém criado.

Ela revirou os olhos, enquanto eu saia de dentro dela e me separava um pouco.

- Hmm.. eu não tinha reparado. Quando fico com você fico distraída, coisas inúteis como sede e instintos não me atrapalham tanto. - Ela confessou.

Eu dei um beijo singelo nela, sorrindo. E depois me afastei.

- Precisamos ir caçar. - Falei, recolocando os trapos que haviam sobrado de minha roupa.

Ela estava com um sorriso malicioso nos lábios.

- Você parece um selvagem. - Confessou, mordendo o lábio.

- Pelo menos eu terei roupas, Bell. - Eu falei a provocando, enquanto lançava um olhar para o vestidinho estraçalhado que estava jogado aos pés dela.

- Droga. - Ela resmungou o pegando. - Pelo menos eu sou gostosa agora.

Eu ri alto.

- Realmente. Isso eu não posso negar. - Falei, lançando um olhar de cobiça para o corpo nu dela.

Ela mordeu o lábio e eu soube que se fosse humana estaria absurdamente corada.

Com uma velocidade incrível ela vestiu a calcinha e o vestido todo rasgado. Eu fiquei a encarando boquiaberto, encantado demais para falar.

- Vamos logo, antes que eu te mate e te coma. - Ela falou brincalhona.

- Uh! - Zombei, andando em direção a porta.

Eu vestia apenas a minha calça, enquanto ela usava aquele vestido estraçalhado, que deixava suas curvas mais a mostra.

- Cuidado, Ed.. eu sou canibal. - Ela chegou por trás de mim e mordeu o meu pescoço.

Eu fechei os olhos e soltei um longo suspiro.

- Foco, meu amor. Nós realmente precisamos caçar. - Eu ralhei, pegando na mão dela, tentando fazê-la se comportar.

- Ah. - Ela fez um biquinho. - Nós temos a eternidade toda para caçar.

- E para transar também.

Ela ficou calada uns instantes, enquanto nós andávamos em direção a uma floresta.

- Você tem razão. - Ela respondeu, quando começava a sentir cheiro dos animais, atiçando a sua sede.

De repente seus olhos mudaram um pouco e ela ficou distraída, sendo atraída pelos milhares de odores. Ela assumiu uma postura diferente, como se estivesse prestes a atacar, dominada por seus instintos.

- Bell.. - Eu a chamei meio hesitante. - Deixe o instinto a comandar, porém tome cuidado.

Ela não respondeu, simplesmente saiu correndo.

Eu a deixei correr. Ela tinha que aproveitar esse momento de descontrole, pois ele era ótimo. Era quando nós parávamos de representar e finalmente agíamos como realmente deveríamos. Sem se conter, sem medo e sem mascaras.

Fui a seguindo lentamente. Seguindo o seu cheiro maravilhoso, me deliciando com a sua velocidade e graciosidade.

Era tão belo vê-la correr como uma leoa em busca de sua caça, com rapidez e determinação. Seus olhos fixos em um objetivo e as garras prontas para a briga. Eu ficava fascinado por cada movimento dela.

Quando chegamos ao coração da floresta, Bella ainda não tinha matado nenhum animal, mas estava perdida na coletânea de cheiros exóticos e apelativos. Ela parecia distraída e sem saber qual escolher, ficava olhando de um lado pro outro, como um animal.

Tinha momento que eu me aproximava demais e a fazia rosnar, o que eu sabia que era completamente compreensível e racional da parte dela. Era o instinto de proteção falando mais alto.

Meus ouvidos captaram o som de um coração forte e potente próximo, e não muito longe eu escutei as pisadas duras e determinadas de uma onça. Ela estava faminta e seguiu o primeiro cheiro que encontrou: O cheiro de Bella.

Bella também percebeu a aproximação da onça, pois logo se postou em posição de ataque e ficou a esperando, com um sorriso ansioso nos lábios. A onça parou ali perto, se camuflando entre a vegetação, esperando o momento certo para atacar.

Bella olhava em sua direção e parecia quase não se conter de expectativa. Isso não era uma coisa boa. Quando estamos prestes a atacar alguma coisa, devemos ter calma e agir racionalmente, por mais que pareça difícil. Não é como se uma onça fosse matá-la, mas devemos ter cuidado.

Decidi que não ia interferir, apesar de ter vontade, e então subi em uma árvore e fiquei as observando.

A onça deu o primeiro passo e Bella rosnou alto. Era um rosnado ameaçador e belo aos meus ouvidos. De repente, ambas correram um ao encontro da outra, fazendo com que os corpos se chocassem no ar.

Bella cravou as unhas nas costas da onça e tentou mordê-la sofregamente, porém o animal não era burro, e soube se defender bem, desviando o pescoço varias vezes, tentando arranhar e abocanhar a minha amada.

Era difícil ver a minha frágil Bella lutando com uma onça, porém eu tinha que permanecer onde estava. Bella tinha que aprender sozinha como caçar.

Alguns segundos depois, Bella finalmente venceu e conseguiu sugar o sangue da brava onça. Ela o bebia furiosamente, com um olhar de puro desejo e satisfação. Era uma cena absurdamente excitante de se ver.

Instantes depois ela largava a carcaça sem vida no animal no chão, com um olhar vitorioso, porém não satisfeito.

Eu comecei a bater palmas, ainda em cima da árvore, olhando-a de forma desejosa.

O que eu podia fazer se ela estava absurdamente sexy?

Ela olhou para mim rapidamente, com um olha raivoso, porém depois ao perceber que era eu, simplesmente sorriu e lambeu os beiços.

- Você foi fantástica. - Eu falei extasiado.

Ela me lançou um olhar metido e riu.

- Eu sei. - Ela ficou quieta uns instantes. Devia estar sentindo outro cheiro atraente. - Hmm.. que tal um jogo?

- Jogo? - Perguntei confuso, saltando ao encontro dela.

- É. - Ela não olhava para mim enquanto falava, seus olhos vasculhavam a mata em busca da próxima vitima. - Vamos ver quem consegue mais animais.

- Certo. - Falei meio confuso, porém gostando da idéia. Era legal poder compartilhar aquela parte da minha vida com ela. Era como se só agora eu pertencesse completamente a ela.

- Regras! - Ela gritou animada. - Somente animais ferozes. E nada de filhotes!

- Bella, meu anjo.. - Eu falei, enquanto me aproximava dela. - Isso é meio óbvio. Lembre-se que a inexperiente aqui é você.

- Você vai ver do que a inexperiente é capaz, meu amor. - Ela sussurrou maliciosa, grudando seu corpo no meu. Passou a mão pelo meu peitoral, abrindo um sorriso de lado.

- Hmm.. - Eu grunhi em estado de êxtase.

- Coma minha poeira, Ed. - Ela sussurrou, enquanto se desvencilhava de meus braços e corria para longe.

- Safada! - Eu murmurei perdido.

Consegui escutar a sua risada longe.

Esperei alguns instantes para me recuperar, e então saí correndo em busca das minhas próprias vitimas. Sabia que ela podia se cuidar bem e que nada aconteceria de ruim com ela, por isso não era necessário que eu a vigiasse o tempo todo.

Fui em busca dos leões da montanha, porém não acabei topando com nenhum. Tive que me contentar com algumas onças e ursos. Já havia matado uns sete animais, eu era rápida e experiente, sabia fazer as coisas sem muita sujeira e demora.

Eu era mais objetivo e determinado, já não gostava de brincar com a comida como eu fazia no começo. Preferia uma morte rápida para o pobre do animal.

De repente um grito invadiu o meu ouvido, fazendo com que o desespero tomasse conta do meu ser. Não era um grito dela. Era pior: Era um grito humano.

Eu bati a mão na testa e engoli um seco. Saí correndo a toda velocidade em direção ao coração pulsante, sentindo um odor atraente e apetitoso próximo ao odor da minha amada.

Oh, meu deus! O que está acontecendo? A garota humana pensava.

Cheguei bem próximo. Já consegui ver a menina no chão, sendo encurralada por Bella.

Quando fui dar outro passo, um rosnado atingiu os meus ouvidos fazendo com que eu soltasse um longo suspiro.

- Bella.. - Eu chamei. - Você não quer fazer isso.

Ela nem me deu ouvidos, continuava a rodas em torno da menina, a encarando com desejo e descontrole.

- Tente me escutar! - Eu falei todo cuidadoso, me aproximando lentamente. - Você vai se arrepender! Confie em mim!

Um rosnado alto e ensurdecedor. Eu já não podia mais me aproximar, sabia que ela acabaria me atacando.

- Quem são vocês? - A menina gritava desesperada, chorando.

- Você não quer ser uma assassina, Bell. - Eu sussurrei.

Sabia que não havia outra saída. Eu não podia deixar a minha amada fazer aquilo, não podia simplesmente vê-la se afundar como eu havia me afundado no passado. Como eu gostaria que tivesse uma pessoa ao meu lado, me impedindo de cometer o maior erro da minha vida. Como eu gostaria de não ter tirado tantas vidas inocentes.

Ela não seria imunda como eu. Seria pura.

Dei mais um passo em direção a elas. Bella rosnou bem alto, separando-se um pouco de sua vitima, para vir me intimidar.

Puxei o ar com força, me preparando para tomar a atitude correta. E então fiz menção de que ia tentar pegar a humana de Bella.

Ela não pensou duas vezes, simplesmente pulou em cima de mim. Eu me defendi usando os meus braços, impedindo que ela me machucasse com a sua força absurda, porém não tentei atacá-la.

Eu seria incapaz de levantar a mão para ela.

Bella veio me dar o abraço de urso, pegando-me com seu corpo frágil e forte, fazendo com que eu segurasse um grito de dor. Seus braços estavam em volta de mim, me apertando, tentando me quebrar.

Eu soltei um gemido baixinho.

Foi nesse momento que ela congelou. Seus braços pararam de me apertar e ela parou de respirar. Seus olhos se arregalaram quando encontraram os meus e ela ficou sem reação, pasma demais para falar ou se mexer.

- Corra. - Eu falei lentamente.

E ela me obedeceu. Saiu correndo para longe dali em uma velocidade incrível, deixando-me sozinho com a menina chorona.

- Hmm.. você está bem? - Perguntei sem jeito.

Quando fui me aproximar a garota gritou e se afastou. Eu revirei os olhos.

Não estava com paciência para lidar com aquela menina boba e ridícula. Ela já havia visto demais e eu não podia fazer mais nada se não silenciá-la.

Em um golpe rápido, bati a cabeça dela no chão, fazendo com que ela perdesse a consciência. Peguei-a em meus braços e corri com ela para longe da floresta, abandonando-a na beira de uma estrada.

Eu não podia matá-la. Eu não tinha mais essa índole.

Só depois de Bella que eu havia reconhecido que os humanos não eram simplesmente uma fonte de alimento e sim de amor, vida e conhecimento.

Cada um tinha a sua história. E eu não tinha o direito de acabar com ela.

Saí correndo pela mata, buscando o cheiro de Bella, ansiando por vê-la.

Não demorou muito para encontrá-la, avistei-a perto de um rio, abaixada, abraçando o seu próprio corpo, com a cabeça metida no meio dos joelhos.

Ela me ouviu chegar, porem não se virou para me olhar. Somente soltou um grande suspiro.

Sentei ao seu lado, passando a mão em suas costas.

- Você está bem? - Eu perguntei meio hesitante e preocupado.

Ela não me respondeu. Ficou mais tensa ainda e parou de respirar.

- Não precisa reagir dessa forma. É comum nós nos descontrolarmos perto de humanos no começo, meu amor.. você vai se acostumando aos poucos. - Sussurrei no ouvido dela, beijando-a suavemente.

Ela levantou-se e se afastou de mim.

- Não é isso. - Falou nervosamente. - Não estou assim por causa da menina.

- Não? - Perguntei confuso.

- Eu te ataquei! - Ela virou-se para mim pela primeira vez e eu vi os seus olhos lotados de culpa e arrependimento. - Eu tentei machucar você!

Eu dei um risinho e revirei os olhos.

- Bell.. você não quis fazer isso, ok? Foi apenas os seus instintos de auto-preservação agindo. - Eu falei com um sorriso confortador.

- Não, Ed. Eu realmente quis te matar, eu visualizava isso em minha cabeça! Eu achava que era o certo! - Ela gritou.

- Relaxe, meu anjo. - Eu fui me aproximando lentamente. - Eu sei que você não fez por mal.

Ela abaixou a cabeça e fechou os olhos. Eu a abracei com amor e carinho, aninhando-a em meus braços.

- Eu quero morrer. - Ela gemeu.

Eu beijei o topo da cabeça dela, afagando as suas costas e tentando deixá-la calma e confortada.

- Eu sabia que você ia me atacar, meu amor. Eu sabia que se desse aquele passo eu provocaria aquela reação, portanto a culpa é absolutamente minha. - Esperei uns instantes. - Eu não podia deixá-la cometer o mesmo erro que eu havia cometido. Eu não podia deixá-la virar uma assassina.

Ela me abraçava com força e permanecia quieta me escutando. Já havia voltado a respirar.

- Eu faria de novo se fosse preciso. Eu estou aqui para te guiar e para te fazer feliz. Nada vai poder estragar você, meu amor. Eu não vou deixar nada te afligir, mesmo se eu precisar me machucar por isso.

- Eu te machuquei? - Ela perguntou manhosa.

- É preciso de muito mais para machucar Edward Cullen. - Eu falei prepotente.

Ela me deu um soco de brincadeira e riu em meu pescoço. Eu sorri vitorioso.

- Seu metido. - Ela falou.

Ficamos em silêncio, apenas nos tocando, relaxando nos braços um do outro.

- Eu amo você. - Ela falou.

- Eu amo você mais que tudo nesse mundo, Bell. - Eu sussurrei em resposta, puxando-a para um beijo apaixonado.

Nós nos tocávamos com amor e carinho, deixando claro o quanto nos amávamos e precisávamos um do outro. Nossas línguas e bocas se encaixando e se tocando com precisão, fazendo-nos sentir completos e felizes.

Grudei a minha testa na dela quando acabou o beijo e inspirei o seu cheiro maravilhoso.

- Eu estarei aqui para te proteger, meu amor.. pelo resto da eternidade. - Sussurrei.

Ela não falou nada, permaneceu apenas me encarando com intensidade, deixando o amor transbordar de seus olhos vermelhos.

- Vamos pra casa? - Perguntei.

- Sim. - Ela falou bem baixinho, sorrindo. - Vamos para casa.

Era tão bom ouvido aquilo saindo da boca dela, porque agora era a certeza de que nada mais nos atrapalharia. Nós poderíamos simplesmente ir para casa. Sem medos, sem aflições, sem diferenças.

Estava tudo da forma como devia estar. E seria assim pelo resto da eternidade.

FIM.

N/A: ACABOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOU =(

Eu não sei dizer se estou aliviada, feliz, triste.. todas essas emoções me preenchem. Eu fiquei realmente satisfeita com a fic.. é muito bom ver que uma idéia, um pensamento pode fazer.. é muito bom ver isso finalizado e uma resposta positiva de várias pessoas.

Ao mesmo tempo em que estou triste por estar a terminando, eu estou feliz por saber que consegui finalizá-la. Por finalmente conseguir terminar uma LONG.

Eu espero de coração que todos tenham gostado. Leio cada de review de vocês e dou risada junto. Sei o que passa em vocês porque também sou uma leitora frenética. Estou louca para saberem o que acharam desse capitulo e da fic em geral.

Por isso eu peço: Comentem. Eu peço que todo mundo que leu essa fic deixe a sua review fazendo um pequeno comentário.. É importante para mim saber o que vocês acharam.. porque vocês são importantes para mim.

Obrigada por cada palavra de apoio ou elogio. Eles com certeza me motivaram muito. Nunca sonhei que conseguiria mais de 100 reviews em uma fic. E olha onde eu cheguei? Já tenho 700!!!

Sobre o Epilogo: Eu não comecei nem ao menos a prepará-lo. Queria saber de propostas. O que cada um quer ver nesse Epilogo?

Eu deixo isso na mão de vocês!!

Apesar de estar acabando aqui.. estarei postando hoje a minha outra fic! Espero ver vocês lá.

Enfim.. já falei demais! Obrigada por tudo, amados leitores! Vocês são DEMAIS!

Beijos, beijos e mais beiijos!

Ari

PS: Voces não sabem como é emocionante colocar COMPLETE na fic. UHAHAUAHUHAU. (LLLL)