Nota:
Os personagens de Saint Seiya não me pertencem, apenas Serena e Griffin Mackenzie são criações únicas e exclusivas minhas para essa história.
A musica "Gravity of Love" pertence ao grupo Enigma.
Importante!
Dama 9 e amigos incentivam a criatividade e liberdade de expressão, mas não gostamos de COPY CATS. Então, participe dessa causa. Ao ver alguma história ou qualquer outra coisa feita por fã, ser plagiada ou utilizada de forma indevida sem os devidos créditos, Denuncie!
Boa Leitura!
.::O LABIRINTO DE BYRON::.
BY DAMA 9
Capitulo 1 - Gravity of Love.
Sentou-se em frente à penteadeira, enquanto pelo reflexo via Serena passar lentamente uma escova por seus cabelos, soltando os fios que haviam se entrelaçado com o vento. Imersa em pensamentos, mal notou quando a amiga começou a tagarelar sobre o sucesso do baile e os convidados.
-Menina! Você arrasou essa noite; Serena falou com um sorriso matreiro.
-Uhn! –ela murmurou piscando.
-Acho que não teve um dos amigos de Griffin que não vieram me pedir para lhes apresentar a você; a ruiva falou animada. –Eles simplesmente se encantaram pela Ana Bolena; ela brincou.
-Ah! –Saori falou simplesmente.
-O que esta acontecendo Saori? –a amiga perguntou casualmente.
-Você alguma vez já se apaixonou por alguém inalcançável? Tão inalcançável que você sabe que tem de desistir, mas não consegue? –ela perguntou agoniada.
-Não; Serena falou sorrindo complacente. –Mas consigo imaginar o que você esta sentindo; ela falou sentando-se na beira da cama, enquanto ela virava-se para si. –Sinceramente, acho que você deveria conversar com ele antes de tomar alguma decisão radical;
-Como? –Saori falou surpresa.
-Percebi a forma como você olha pra ele; Serena falou sorrindo quando a viu corar furiosamente. –Mas para saber como ele se sente, você tem de perguntar. É um risco a correr, mas que pode compensar no fim; ela respondeu.
-Ou trazer mais dor; a jovem falou com pesar.
-Não deixa de ser um risco; Serena ressaltou.
-...; Saori assentiu, vendo-a se levantar.
-Agora descanse e tente dormir um pouco, amanhã com mais tranqüilidade você decide o que fazer;
-Boa noite!
-Pra você também; Serena respondeu antes de afastar-se deixando o quarto em seguida.
-o-o-o-o-o-o-
Fechou os olhos durante alguns instantes, sentindo uma brisa suave acariciar-lhe a face, esvoaçando os longos cabelos azulados. Pouco a pouco a noite tornava-se mais fria devido às montanhas e a proximidade com o mar.
Imerso em seus pensamentos, vagava silenciosamente pelos jardins da propriedade. Não sabia o que fazer, quanto mais buscava respostas, mais via-se em frente a uma encruzilhada, sem saber que caminho seguir.
Precisava de uma forma de se aproximar dela novamente, mas duvidava que Saori deixaria, não depois de tê-la evitado nos últimos dois anos e da forma como a tratara sozinha ou quando a vira com outra pessoa pelo santuário.
Céus! Como fora idiota. Ficou aquele tempo todo remoendo o fato dela gostar de Julian que nunca pensou que a preocupação que a atormentava era outra. Fora egoísta ao pensar apenas em si e em seus sentimentos, ignorando completamente o lado dela; ele concluiu.
Mas alguns passos e estancou ao ver entre as tantas janelas da casa, só uma com a luz acessa. As portas balcão da sacada estavam abertas e as cortinas brancas esvoaçavam translúcidas para dentro do cômodo.
Curioso, esperou que alguém saísse de lá pelo menos para fechá-las e sua espera não demorou, quando por ironia do destino, viu justamente a dona de seus pensamentos sair dali.
Observou-a estarrecido, os longos cabelos lilases caiam pelas costas como uma cascata de fios lilases. A pele alva parecia translúcida sob a luz bruxuleante que vinha de dentro do quarto e refletia seus halos luminosos no cetim preto da camisola.
Serrou os punhos nervosamente vendo-a apoiar os braços no balaústre da sacada e fitar distraidamente o jardim, completamente alheia a sua presença.
Parecia um anjo de rara beleza, inalcançável e completamente diferente da ousada Amante Real, que interpretara mais cedo. Embora naquele momento evocasse sentimentos totalmente contraditórios em si.
Mal notou o momento que suas pernas se moveram e o levaram para baixo da sacada para observá-la mais de perto, quando viu os lábios rosados moverem-se num sussurro.
-Kanon!
O sussurro levado pelo vento causou-lhe um arrepio intenso. Viu-a se afastar e entrar no quarto novamente, fechando as portas em seguida.
O que ela estaria pensando para sussurrar seu nome de forma tão doce? Sendo que não merecia seus sentimentos, não depois de tudo; ele pensou, apoiando-se na treliça de madeira as suas costas.
Passou a mão nervosamente pelos cabelos, sentindo a essência das "damas da noite" embriagar-lhe os sentidos, ergueu os orbes para cima vendo-as entrelaçarem-se nas treliças, indo perder-se nos balaústres da sacada.
Sem raciocinar direito, usou as treliças para escalar a parede rumo ao balcão.
Só pedia aos céus que nada desse errado. Bem, pelo menos nada que a magoasse mais uma vez, duvidava que se cometesse mais um erro com relação à Saori, houvesse alguma espécie de perdão para si.
Abriu lentamente as portas envidraçadas, vendo as cortinas oscilarem com o movimento. Entrou a passos silenciosos, antes de fechar as portas atrás de si, procurando fazer o mínimo de ruído.
A pequena saleta antes do quarto estava vazia e poucas achas queimavam na lareira.
Atravessou o corredor rumo ao quarto, onde encontrou-a parada aos pés da cama, tentando enrolar as cortinas que envolviam o dossel para deitar-se. Um barulho qualquer chamou-lhe a atenção, fazendo-a virar-se rapidamente para trás, deparando-se com o olhar perturbadoramente intenso do cavaleiro sobre si;
-Kanon! – Saori falou assustada, agarrando o hobby que deixara na beira da cama e cobrindo-se o máximo que pode.
-Saori; ele falou aproximando-se com um olhar felino.
-Aconteceu alguma coisa? –ela perguntou, recuando instintivamente. Não estava preparada para falar com ele depois de sua destemperada no labirinto, enquanto não decidisse o que fazer havia optado por manter-se o mais afastada dele possível, porém as Deusas do Destino pareciam determinadas a tornar sua vida um completo inferno. Porque essa era a única explicação para ele ter entrando ali, por onde não fazia a mínima idéia, já que trancara a porta depois que Serena saíra.
-Não exatamente; Kanon respondeu.
-Como entrou aqui? –a jovem perguntou engolindo em seco.
-Ahn! –ele murmurou, desviando o olhar por alguns segundos. –Pela janela; o cavaleiro falou vendo-a arregalar os olhos e ficar ainda mais na defensiva. –Mas eu posso explicar;
-Então? –ela perguntou tremendo.
-Tenho sido um idiota durante muito tempo; Kanon falou deixando os orbes correrem pela jovem. –Mas pretendo mudar isso, ainda esta noite;
Vire-se
E cheire o que você não vê
Feche os olhos
Está tão claro...
-Não estou entendo o que quer dizer com isso; Saori balbuciou, engolindo em seco ao sentir a parede as suas costas e o cavaleiro ainda mais perto agora.
-Sei que sou egoísta demais para merecer tudo que me foi concedido nesses últimos anos; o cavaleiro falou pausadamente.
-Não fale assim; a jovem pediu ficando aflita com o olhar sofrido do geminiano.
-É a verdade, não tenho porque negá-la; Kanon prosseguiu, da mesma forma que seus passos o guiavam para perto dela. –Mas eu preciso saber Saori; ele implorou.
-O que? –ela perguntou num sussurro trêmulo, deparando-se com os intensos orbes verdes sobre si, enquanto a respiração quente acariciava-lhe a pele.
Apertou ainda mais o cetim fino entre as mãos, impondo aquela parca peça como única proteção à inesperada aproximação do cavaleiro.
Aqui esta o espelho
Por trás há uma tela
Em ambos os caminhos você pode seguir...
-Se agora que sua missão como reencarnação de Athena acabou, existe uma chance pra mim, com a mulher... Não com a deusa? –Kanon indagou, tocando-lhe a face de maneira hesitante com a ponta dos dedos. –Apenas uma chance; ele sussurrou com os lábios próximos aos dela.
-Porque só agora? Porque hoje? –Saori indagou com os orbes marejados, tentando afastá-lo, mas conseguiu apenas aproximá-lo mais, quando os braços do cavaleiro deslizaram por suas costas, puxando-a de encontro ao tórax largo, acolhendo-a num abraço quente.
Não pense duas vezes antes de ouvir seu coração
Siga o rastro de um novo começo...
-Porque só agora compreendi o quanto fiquei cego pelo ciúme, quando lhe vi deprimida no casamento de Julian, fui egoísta ao pensar que era por ele que você estava daquele jeito, não por causa das preocupações conosco; o cavaleiro falou aflito, estreitando os braços quando ela lutou para se soltar. –Me perdoa Saori, me perdoa... ; ele pediu num sussurro, roçando-lhe os lábios com os seus em desesperada agonia. –Me perdoa; completou fracamente.
Ouviu o soluço escapar da garganta da jovem e as mãos que antes tentavam empurrá-lo, serraram-se fortemente sob sua camisa, enquanto ela encostava a cabeça em seu ombro.
-Xiiiiiiii, calma...; ele sussurrou pousando suavemente os lábios sobre as pálpebras serradas, fechando-as completamente, antes de descer pelas maçãs rosadas da face, até encontrar os lábios ainda rublos.
Embora a aflição pulsasse em seu coração, o beijo era suave, reconfortante e acolhedor. Era como voltar para casa depois de muito tempo longe e ver a chuva cair sobre a grama verde, da janela da sala.
A tensão pouco a pouco foi abandonando-lhe o corpo, dando lugar a um torpor nostálgico e bem vindo.
O que você precisa
E tudo o que você sente
É apenas questão de lidar...
Fechou os olhos, entregando-se a sensação de ter os lábios quentes do cavaleiro deslizando por sua face, até o colo.
-Sua missão como guardiã desta terra acabou; ele sussurrou veemente, rente a sua orelha.
-...; Saori assentiu, estremecendo quando sentiu os dedos dele roçarem as alças da fina camisola.
-Então permita-me amá-la, como se só tivéssemos esse instante; Kanon pediu acariciando-lhe os lábios com os seus. –Sem termos o santuário, deuses ou cavaleiros entre nós. Aqui somos apenas, eu e você;
Assentiu silenciosamente temendo que qualquer palavra errada pudesse acabar com a magia daquele momento. Não queria pensar em responsabilidades, deveres ou no santuário.
Queria apenas com fosse como ele dissera, duas pessoas vivendo aquele instante, mesmo que no fim, só lhes restasse isso.
Com delicadeza tocou-lhe os lábios, impedindo qualquer indagação ou duvida que pudesse se manifestar naqueles segundos de silêncio. Observou a forma como os longos cabelos azulados entrelaçavam-se em seus dedos.
No centro da tempestade
Você pode ver um solitário pombo
A experiência de sobrevivência é a chave
Para a atração do amor...
Com a respiração presa, lentamente empurrou as alças de cetim, observando o caminho que a camisola percorreu até atingir o chão. Ergueu os orbes, encontrando o olhar hesitante dela.
-Agape mou... Minha vida... Meu coração; ele sussurrou.
Mãos frágeis e hesitantes abriram os botões da camisa de maneira impaciente e momentos depois ela e outras peças mais iam ao chão.
O caminho de exceções
Guia para a torre da sabedoria...
Deixou seus lábios correrem pelo colo alvo, ouvindo-a ofegar e sentindo-a estremecer entre seus braços, com cuidado suspendeu-a do chão e aproximou-se da cama, afastando as cortinas do dossel, antes de deitá-la sobre os lençóis tão macios quanto à pele da jovem em contato com a sua, bronzeada pelo sóis gregos.
-Kanon; ela sussurrou, enlaçando-o pelo pescoço.
-Agape mou; ele falou acariciando-lhe a face ternamente, afastando alguns fios lilases de sua testa, deparando-se com os orbes verdes enegrecidos da jovem, como os seus provavelmente também estariam.
Palavras eram desnecessárias para expressar a magnitude daquilo que sentiam. O tempo parecia correr de maneira lenta, mas isso era o menos importante.
A luz cálida da lua invadia o quarto por finos filetes através da cortina. Os longos cabelos lilases espalharam-se pelos travesseiros, as respirações tornaram-se pesadas e as caricias mais ousadas.
Deixou os lábios descerem pelo colo alvo, enquanto as mãos ansiosas percorriam as curvas esguias.
Tocando...
Sentindo...
Marcando!
Sentia a pele em brasas, tomada por um calor tão intenso que nem mesmo as águas glaciais da Sibéria pareciam capazes de apaziguar. Os braços delicados enlaçaram-no pelo pescoço, as unhas finas e vermelhas arranharam-lhe a pele sensível, tirando-lhe um gemido dos lábios.
Era como se estivessem dentro do olho de um furacão, sentia a mente girar, entorpecida e alheia ao que acontecia fora daqueles aposentos. As emoções intensas conectavam-nos a outro mundo. Desconhecido e intenso.
Deixou uma das mãos prenderem-se entre os fios lilases, de maneira sedutora contornou-lhe os lábios com a ponta da língua fazendo-a gemer em expectativa, antes de tomá-los com sofreguidão.
Tente pensar sobre isso
Essa é a chance de viver sua vida
E descobrir o que é isso
Essa atração do amor...
Estremeceu ao sentir o corpo dele mover-se com suavidade, moldando-se ao seu, enquanto a ansiedade parecia drenar-lhe a capacidade de pensar.
Abandonou-lhe os lábios sob um murmúrio de protesto, pousou um beijo suave sobre a testa da jovem em meio aos fios lilases, vendo-a ainda com os orbes serrados e a respiração descompassada. Desceu-os pela maçã rosada do rosto indo até o colo.
Um fraco gemido escapou dos lábios dele, ao sentir as pernas bem torneadas dela roçarem suas coxas, antes de num movimento lento e sedutor, provocando-lhe todos os sentidos e então enlaçar-lhe a cintura.
Tocou-lhe os seios suavemente, fazendo-a gemer, a caricia tornou-se mais quente e sensual à medida que seus corpos buscavam cada vez mais um pelo outro.
-Kanon; ela ofegou.
Com a ponta dos dedos traçou um caminho suave pelo braço da jovem, sentindo-a estremecer a cada toque, a mão que lhe envolvia a cintura, desceu pelas curvas esguias, acariciando-lhe lentamente a coxa, arrepiando-lhe a pele.
Abandonou-lhe os lábios, descendo-os de maneira lenta e sensual pelo vale entre os seios.
-Agape mou; ele sussurrou deliciado com a forma com que a pele alva, tornava-se levemente rosada em contato com seus lábios.
Olhe em volta
Apenas pessoas podem ouvir essa voz?
Ache aquele que te guiará
Para os limites de sua escolha...
Lentamente estreitou-a entre seus braços, sentindo o corpo delicado de Saori moldar-se ao seu, à medida que uniam-se em um único ritmo.
Viu gotas frias de água caírem sobre a pele da jovem arrepiando-a, enquanto os fios azulados colavam-se em suas costas. Deixou uma das mãos correr firme pela lateral do corpo dela, fazendo-a arquear-se, acompanhando-lhe os movimentos.
Sentiu as unhas finas cortarem suavemente suas costas, deixando marcas vermelhas por onde passavam. Um fraco gemido saiu de seus lábios, ao senti-la arranhar-lhe o abdômen, fazendo os músculos contraírem-se sob o toque delicado.
-Saori; ele falou num sussurro, sentindo os lábios da jovem descerem pela curva de seu pescoço, fazendo o pouco que lhe restava de consciência, perder-se.
Os corpos aos poucos eram tomados por uma ansiedade avassaladora e incontrolável, gemeu, abraçando-o mais forte ao senti-lo deslizar por entre suas pernas intensificando os movimentos.
Apoiou a cabeça sobre o ombro dele, um grito escapou de seus lábios ao sentir um rastro de fogo descer da garganta pelo colo ao vale entre os seios, que imediatamente enrijeceram quando com vagar, os lábios dele correram pelos contornos alvos, deliciando-se com o sabor da pele da jovem, antes de tomá-los completamente.
Os primeiros espasmos do clímax chegaram em meio a um frenesi de sensações, sentiu o corpo tremer e a respiração tornou-se escassa abraçou-o fortemente, unindo seus corpos de maneira tão possessiva quanto seus instintos lhe permitiam.
Ouviu-o murmurar algo de maneira rouca e descompassada para no momento seguinte abandonar-se languidamente entre os lençóis.
Respirou fundo, antes de pousar um beijo suave sob os lábios da jovem e deitar-se de lado, puxando-a para seus braços.
Sentindo-o enlaçar-lhe pela cintura, pousou a cabeça sobre seu peito, estremecendo ao ouvir a forma agitada com que ambos os corações batiam, descontrolados.
Mas se você estiver no centro da tempestade
Apenas pense no pombo solitário
A experiência de sobrevivência é a chave
Para a atração do amor...
Deixou a ponta dos dedos correrem de maneira lenta e suave pelas costas de Saori, ouvia a respiração quente dela acariciar-lhe à pele e o corpo reagir agradavelmente ao contato.
Cobriu-os com uma colcha, quando sentiu a temperatura do quarto cair. As achas na lareira queimavam sua última fagulha, deixando que pouco a pouco o cômodo caísse na escuridão completa.
Nuvens acinzentadas cobriam o céu lentamente, como se ocultassem à luz da lua, deixando-os mergulhando naquele mundo particular.
Ouviu-a suspirar e a respiração tornou-se mais calma, afagou-lhe os cabelos, sentindo-a aconchegar-se entre seus braços, enquanto com a mão livre, entrelaçava os dedos nos dela.
Sob a escuridão do quarto, podia ver a face serena da jovem quando a mesma vencida pelo torpor, deixou-se levar por Hypnos para o reino dos sonhos.
.II.
Suspirou relaxada, não sabia quanto tempo havia dormido, apenas que sentia-se mais tranqüila do que podia se lembrar de ter se sentido um dia. Espreguiçou-se languidamente, quando pouco a pouco as lembranças da noite anterior voltaram em sua mente, fazendo-a se sobressaltar.
Estremeceu ao sentir um braço forte estreitar-se em sua cintura, puxando-a lentamente de encontro a um corpo quente e masculo. Abriu os olhos deparando-se com o olhar intenso do cavaleiro sobre si, sentiu-se corar furiosamente.
-Bom dia; Kanon sussurrou acariciando-lhe a face ternamente.
-Bom dia; Saori murmurou sem conseguir desviar os olhos dos dele.
-Pensei em pedir o café da manhã aqui, você se importa? –o cavaleiro indagou.
-...; negou com um aceno, vendo-o afastar-se um pouco e virar-se para o criado mudo, onde pode ver por sobre o ombro dele, um telefone.
Engoliu em seco quando seus olhos abaixaram e notou uma infinidade de filetes avermelhados marcando as costas do cavaleiro. Corou furiosamente ao lembrar-se que foram suas unhas que fizeram tudo aquilo.
Ameaçou levantar-se da cama, mas não foi rápida o suficiente para esquivar-se dos braços de Kanon, quando o mesmo desligou rapidamente o telefone e virou-se para si.
-Aonde você pretendia ir? –ele perguntou com um brilho maroto nos olhos, como se soubesse exatamente que ela pretendia fugir o mais rápido possível dali.
-Ahn! Bem... Eu...; Saori balbuciou.
-Você? –Kanon indagou casualmente, enquanto pousava um beijo suave em seus lábios, deixando-a completamente desnorteada.
-Kanon; ela começou, tentando se concentrar, mas um fraco gemido escapou de seus lábios quando sentiu uma das mãos dele deslizar pelo meio de suas costas, indo deter-se sobre a coxa, de forma que a fizesse enlaçar-lhe a cintura com uma das pernas.
-Mudando a frase terna... Minha alma, podes dizer... ;o cavaleiro sussurrou, recostando-a sobre os travesseiros, moldando-lhe o corpo com o seu. –Pois a alma não morre, é eterna... Tal qual meu amor há de ser; ele completou fitando-a intensamente.
-O que-...;
-Já cometi muitos erros em minha vida, Saori; Kanon começou, decidido por esclarecer tudo entre eles. –Mas nada me doeu mais do que ter de negar aquilo que sentia e me afastar, pensando que assim seria melhor;
-Não entendo; ela murmurou confusa.
-Eu pensava que, com o fim das guerras tudo seria como antes, como aqueles dias antes do santuário ser atacado; o cavaleiro desviando o olhar por alguns segundos. –Então veio o casamento de Julian e eu... Bem, pensei que você houvesse se arrependido de não ter se casado com ele;
-Eu nunca tive essa intenção, Kanon; Saori respondeu, lembrando-se do que ele lhe perguntara no labirinto na noite anterior.
-Esse foi um dos meus erros, supor em vez de simplesmente ter coragem e perguntar; o cavaleiro falou encostando a testa sob a dela. –Eu a amo tanto; ele murmurou entre seus lábios. –Mas não mereço as chances que a vida esta me dando;
-Somos nós que escolhemos nossos caminhos; a jovem falou abraçando-o fortemente ao compreender o que ele acabara de dizer.
Sentiu os orbes marejarem e um soluço ficou preso na garganta. Jamais pensou que um dia estaria ali, entre os braços dele, tão pouco, ouvindo-o dizer que lhe amava, não como um cavaleiro ama a deusa que jurou proteger, mas como um homem ama uma mulher.
-Sentira, a frase tão doce... Exultar-me o coração... Se nossa existência... Fosse de perpetua duração; Kanon sussurrou, roçando-lhe os lábios ternamente. –Levei muito tempo para compreender porque você não ficou feliz quando Anteros se foi;
-Kanon; Saori falou ficando imediatamente tensa.
-Mas fiquei apavorado com a possibilidade de você se esquecer de tudo e...; ele falou fazendo uma pausa. –Eu não agüentaria se você se esquecesse de mim, mesmo depois da forma como a tratei; ele completou agoniado.
-Mesmo que minhas lembranças se fossem, meu coração ainda estaria contigo; a jovem falou tocando-lhe a face carinhosamente. –Eu jamais lhe esqueceria; ela sussurrou.
-Agape mou; ele murmurou, beijando-a intensamente, sentindo os braços da jovem apertarem-se em torno de si.
-Eu amo você; ela sussurrou ternamente.
O dia lá fora ia alto quando ouviram uma leve batida na porta que foi gentilmente ignorada. Seus lábios se encontraram sôfregos e ansiosos, enquanto seus corpos uniam-se intensamente.
Palavras eram completamente desnecessárias e no fim, é só isso que importa...
.III.
Observou o dia nascer e o sol pouco a pouco iluminar com seus raios dourados o extenso labirinto. Um fino sorriso formou-se nos lábios do jovem de longas melenas negras quando sentiu uma aproximação a suas costas.
-Para quem não gosta de brincar com o destino, você pareceu bastante inspirado noite passada; a jovem de longas melenas douradas falou para o rapaz ao seu lado.
A pele levemente bronzeada destacava-se sob a túnica branca, realçando ainda mais os intensos orbes dourados.
-Ás vezes até o destino precisa de uma mãozinha; Anteros falou casualmente.
-Sei; Harmonia falou descrente.
Conhecia o irmão a tempo suficiente para saber que ele jamais fazia algo sem um propósito realmente valido por trás e bancar o cupido, não era sua especialidade; ela pensou evidentemente desconfiada.
-Ela fez uma escolha a qual, nem mesmo os deuses podem se rebelar; Anteros falou pensativo. –Por um momento, eu realmente fiquei tentado a flechá-la; ele falou voltando-se para a irmã.
-Mas de qualquer forma-...; ela parou vendo-o se afastar rumo ao labirinto.
Balançou a cabeça levemente para os lados, mesmo que mais uma centena de séculos se passasse, jamais iria compreender tudo o que motivava as ações de seu jovem irmão.
Entretanto, de uma coisa tinha certeza, mesmo que as lembranças da jovem guardiã ainda estivessem intactas, agora um novo caminho abria-se a sua frente, cheio de possibilidades e chances.
Houve um tempo que as flechas abriam caminhos e mudavam destinos, mas até mesmo elas podiam ter seu percurso alterado diante da força de vontade das pessoas, mortais ou imortais, que desejavam mudar o destino, vivendo intensamente cada segundo de suas vidas.
Se os sentimentos mudavam de maneira inesperada. Porque o destino não poderia também seguir um novo curso? - ela pensou lembrando-se com um sorriso de um poema escrito pelo último Lorde Byron...
Em momentos de delícia,
Extática, embevecida,
Numa voz, toda carícia,
Tu me chamas: "Minha vida!"
-
Sentira, à frase tão doce,
Exultar-me o coração,
Se a nossa existência fosse
De perpétua duração.
-
Levam-nos esses momentos
Ao fim comum dos mortais.
Ou não saiam tais acentos
Dos lábios teus nunca mais.
-
Ou, mudando a frase terna,
"Minha alma", Podes dizer...
Pois a alma não morre é eterna
Tal qual meu amor há de ser.
Fim
Saudações caros amigos...
Antes de mais nada, gostaria de agradecer a todos que leram esta história e comentar sobre algumas coisas referentes a trama.
Já tem algum tempo que eu "sem querer" soube sobre uma lenda de Vaxaul que envolvia o mais sedutor e atraente dos escritores, Lorde Byron. A história dele é regada por tórridos romances, desilusões, entre outras coisas mais.
Quando eu soube da lenda, senti que precisava escrever uma história sobre ela. E porque não fazer de Aberdeen, a segunda morada do poeta como palco para uma história de amor, sem contar é claro, que a Escócia por si só já é "altamente inspiradora". XD
Outra fonte de inspiração para criar "O Labirinto de Byron" foi o poema do próprio Lorde "Tu me chamas", que aparece na quinta parte, sendo sussurrado por Kanon em pequenos trechos e na sexta parte, completo.
Desenvolver esse pequeno projeto de presente de amigo secreto para a Flér do Pan Box Fórum foi o maior de todos os desafios que já recebi, há muito tempo eu não escrevo one-shorts ou hentais. Ainda me sinto um pouco enferrujada ^^.
Espero sinceramente que minha amiga secreta tenha gostado do presente, eu me senti um pouco de mãos atadas quando me vi com apenas três opções de casais hetero para desenvolver uma one-short tipo hentai e confesso que ficou um pouco com medo de "ousar" demais.
Enfim, adorei participar do amigo secreto e estou muito, mas muitoooooooo curiosa para saber quem me tirou^^.
Ademais, aqui me despeço deixando um forte abraço a todos e meus mais sinceros votos de um 2009 MARAVILHOSO.
Nos vemos na próxima...
Dama 9
INICIO 02/12/08
TERMINO 25/12/08
Agradecimentos especiais a Hana-Lis que betou essa história para mim.