Título: Reconstruindo o Passado
Sinopse: Era uma questão de escolha. Ou o passado, ou um novo futuro.
Ship: Tom Riddle/Ginny Weasley
Classificação: M
Género: Drama/General


Reconstruindo o Futuro
por misskrum


N/A: A minha primeira longfic de verdade :o
Eu mudei uma coisinha no DH, bem aqui a Ginny foi atingida por um feitiço que a... humm... feriu? HAHAHAHA
Se considera o epílogo ou não... Vocês vão descobrir depois HAHAHAHA Eu sou má mimimi ^^
Os nomes dos capítulos vêm das músicas do meu fanmix TG, então o que se segue vem de Scared de Three Days Grace.


It's All Because Of You

Abriu os olhos lentamente.

Sentiu a cabeça a arder. Era tudo muito confuso e novo. Os sons eram novos, os cheiros eram novos. Cabelos vermelhos, ardentes e dolorosos. Porque é que cabelos vermelhos a faziam querer chorar?

Sentiu que alguém a abraçava e viu aquele vermelho jogado contra a sua face. Era tudo demasiado confuso e... Branco Não conseguia perceber o que estava ao seu redor ou porque se encontrava ali.

- Ginny, querida? Estás bem?

Ginny? Esse nome era-lhe estranho. Quem seria ela? Porque choravam?

Inspirou profundamente antes de olhar para o espaço que a rodeava. Era um salão, mas… A céu aberto? E quem eram todas aquelas pessoas deitadas e todas as outras a chorar? Estariam mortas? Começou a ficar assustada com aquele pensamento. O que se teria passado? O que eram aqueles pedaços de madeira que todos pareciam segurar? Começava a sentir um nó na garganta com aquela situação. Era arrepiante. Os olhos de todos tinham lágrimas e cheirava a morte naquele lugar.

Reparou nas pessoas à sua frente. Todos tinham cabelos vermelhos chamativos que ela adorou imediatamente sem saber bem porquê. Pareciam boas pessoas, acolhedoras, apesar das lágrimas que estavam nos seus olhos, enquanto se revezavam entre ela e outra pessoa que não conseguia ver.

- Ginny? – perguntou-lhe a senhora mais velha, preocupada, enquanto olhava para ela.

Ginny?

- Onde estou? Quem é a Ginny? – Estava confusa e doía-lhe imenso a cabeça, mais do que ela pensava suportar.

- Quem é...? Quem é a Ginny? – Alguém a abraçou mas ela não conseguiu ver quem era. Apenas conseguiu ver os seus cabelos vermelhos e sentiu as lágrimas quentes na face. Quando essa pessoa lhe agarrou na cara, viu uns olhos muito azuis que pareciam transbordar água. Alguém o chamou e o abraçou enquanto ele continuava a olhar para ela.

Sentiu medo. Não medo deles, mas medo do que poderia ser. E se tivesse sido a responsável por todas aquelas mortes? E se tivesse feito com que todos aqueles adoráveis ruivos chorassem? E se fosse a responsável por todo o desespero que se conseguia sentir naquele salão?

Levou as mãos aos cabelos e viu que eram ruivos, tão ruivos como os das pessoas à sua frente.

- Quem sou eu? – Perguntou a medo, numa voz cautelosa.

A mulher que a tinha abraçado anteriormente estava agora agarrada a um rapaz que ela conseguia finalmente ver. Era alto e magro e também tinha os cabelos muito ruivos, muito próprios de todos os que a rodeavam. Ele não se mexia e estava tão pálido... Estava morto. De repente ela percebeu e levou as mãos à boca para tentar conter o grito que saiu. O salão rodopiava vezes e vezes sem conta, até sentir os joelhos baterem no chão. As lágrimas caíam pela sua face até que outra pessoa a abraçou. Sentia-se protegida ali, no conforto naqueles braços. Quando os soluços pararam, olhou para todos os membros daquela que ela suspeitava ser a sua família. Os seus olhos pararam naquele que era uma cópia exacta do rapaz que estava morto. Os seus olhos abriram-se em horror ao ver o buraco onde supostamente estaria a orelha dele. Paralisou quando viu ao seu lado um rapaz alto e magro que poderia ser lindo se o seu rosto não estivesse coberto por cicatrizes. O que era aquilo? Sentiu o chão desabar e de repente ela não era mais nada.

-x-

A primeira coisa que viu foi um poster que se movimentava, mas curiosamente não se assustou com isso. Parecia-lhe uma coisa normal e perfeitamente aceitável, até porque tinha outro na parede oposta. Afastou o lençol do corpo e respirou fundo antes de começar a pensar em tudo o que sabia. Havia uma Ginny, cabelos vermelhos, todas aquelas caras, as lágrimas, os sussurros, o salão a céu aberto, os mortos. Respirou fundo outra vez. Parecia que se tinham passado séculos desde essa altura e no entanto não tinha uma noção exacta do tempo.

Levantou-se calmamente e sentiu-se tonta assim que o fez. Pôs uma mão na cama para se apoiar, enquanto esperava que aquela sensação passasse. Sentia-se confortável naquele quarto, como se tivesse realmente chegado a casa depois de um longo dia extenuante.

Quando finalmente se sentiu melhor, reparou na secretária perto de si e dirigiu-se até lá. A primeira coisa que viu foi um pequeno espelho. Perto desse espelho havia um cartão com apenas um nome: Harry Potter. Esse nome não lhe dizia nada.

Olhava o seu rosto no pequeno espelho enquanto esperava que o rosto reflectido lhe dissesse quem era. Infantilmente, esperava que o espelho lhe devolvesse as memórias dos tempos que não se lembrava. Mas ao pensar em todos aqueles mortos no salão, não sabia se realmente deveria saber.

O rapaz de olhos azuis entrou no quarto e pareceu surpreso por a encontrar acordada.

- Ginny! – Exclamou ele surpreso ao vê-la. – Mãe! A Ginny acordou! – Gritou ele a sorrir.

De repente, o seu pequeno quarto estava povoado por todos aqueles ruivos de quem ela tinha gostado e por uma rapariga lindíssima com cabelos platinados. Gostava de poder saber os nomes deles, mas por mais esforço que fizesse nem uma letra lhe vinha.

Então, a mulher mais velha perguntou-lhe:

- Ó Ginny, que preocupações nos deste! Como te sentes?

Ela tentou sorrir antes de responder:

- Eu... ah... Eu gostaria de saber os vossos nomes. Para agradecer.

Todos eles trocaram olhares preocupados antes de voltarem a olhar para ela. Quem lhe respondeu foi o senhor mais velho.

- Nós somos a tua família Ginny. Eu sou o teu pai, Arthur Weasley. Aquela é a tua mãe, Molly. – E ia apontado para cada um dos membros da família - Ali está o teu irmão, Ronald, mas é preferível que lhe chames Ron. – E nesse momento Ron deu um sorriso tímido – E ali está o Percy, seguido do Charlie, depois está o George e finalmente tens ali o Bill com a sua mulher, Fleur.

- Família. – Repetiu Ginny, saboreando o sabor doce da palavra.

-x-

Os próximos dias passaram rapidamente entre consultas em S. Mungus e a sua acolhedora casa. O curandeiro responsável por ela foi bastante simpático e esclareceu que o estado de Ginny não deveria ser permanente, mas que também não deveria ser forçado com magia, mas sim acontecer naturalmente. Então, ele ia-lhe mostrando fotografias, dizendo-lhe nomes, mostrando-lhe lugares, para ver se ela reagia. E cada vez que ela saía da sala branca e encolhia os ombros, em sinal do progresso nulo, a sua mãe abraçava-a e dizia-lhe que tudo ia ficar bem.

Já estava acostumada com os nomes e as pessoas da sua família. Sentia um verdadeiro carinho por eles e sentia-se grata por estarem do seu lado. Mas depois de várias semanas sem sinal de melhoras, Ron achou que talvez um pouco de magia lhe fizesse recordar alguma coisa. Então, Ron achou que era altura de Ginny ver Harry pela primeira vez desde o fim da Guerra.

Tudo aconteceu de forma natural. Harry entrou em casa com Ron e este levou-o ao jardim onde Ginny estava sentada, a ver Charlie e George mandarem maças um ao outro em cima de vassouras. Ron chamou Ginny e ela apenas cumprimentou Harry, perguntando-lhe depois de onde o conhecia. O simples olhar de Ron fez com que ela percebesse que talvez o rapaz com os olhos brilhantes tivesse tido alguma importância, importância essa que ela não conseguiu sentir. Ficou ao lado deles durante horas, enquanto o rapaz, que se chamava Harry, lhe ia fazendo algumas perguntas às quais ela não soube responder. Ele falou-lhe de uma Guerra, contra a clara vontade de Ron, e por muito que algo dentro dela que dissesse que era melhor não saber, ela não conseguiu conter a sua curiosidade.

Então, Harry começou a contar a história dele. Desde a tentativa de assassinato de Voldemort, à sua vida em Privet Drive, até finalmente chegar a Hogwarts. Ginny já tinha ouvido falar de magia, de Hogwarts, dos campos sem fim, da Floresta Proibida, da mulher-gorda, mas nunca tinha ouvido falar de Tom Riddle, de basiliscos e de um diário. E Ginny começou a sentir as suas mãos gelarem quando soube que tinha sido possuída pelo feiticeiro negro que tinha tentado matar Harry. Mas a história prosseguiu, depois de Ron lhe ter garantido que isso não tinha comprometido o seu futuro. Quando Harry referiu os tempos de namoro entre os dois, Ginny corou e notou o quão vermelhas ficaram as orelhas de Ron. E quis sorrir, mas não conseguiu, pois Harry relatava brevemente os acontecimentos da batalha.

- Ele foi um monstro, mas já morreu. Apesar disso, achei que deverias saber como chegaste aqui, como perdeste a tua memória depois de teres caído com força no chão devido ao feitiço de Bellatrix contra ti. – Concluiu Harry.

Ginny não estava confusa. Custava-lhe apenas acreditar que tinha sido íntima de alguém que tinha sido responsável por todas as mortes que Harry lhe tinha falado, pela orelha que faltava a George, pela morte de Fred, pelas horríveis cicatrizes de Bill.

- Agradeço-te o me teres contado isto. Eu já deveria ter desconfiado, vocês já me deviam ter dito! – Exclamou ela a olhar para o irmão.

- Tu ainda não estás bem, eu não deveria ter deixado...

- Se tu tivesses impedido, Ron, e depois eu viesse a saber disto ainda mais tarde, iria ser pior!

Os três calaram-se e Ginny olhou para o céu, onde pequenos pontos vermelhos passavam de um lado para outro em grande velocidade. Ela pensou um pouco antes de dizer, decidida:

- Eu quero aprender magia outra vez.

-x-

Mais tarde, ninguém se opôs ao desejo de Ginny, quando Ron comunicou à família o que Harry tinha contado. Molly começou por protestar, já que Ginny ainda era uma criança, apesar de já ser maior, mas Ginny abraçou-a e disse que estava preparada para tudo, e que Harry tinha tido uma importância crucial para o retorno da sua memória. Talvez tudo o que ela precisasse fosse de estar perto do seu povo novamente. E foi nessa noite que ficou decidido que Hermione Granger e Harry Potter seriam os professores de Ginny.

Hermione era provavelmente a pessoa mais indicada para o papel, Ginny ainda se lembrava da forma como ela abraçava Ron no dia em que ela "acordou", lembrava-se também de ver cartas dela a chegarem de manhã e de Ron lhe dizer que gostava muito dela e que Hermione estava na Austrália, onde foi buscar os pais.

Logo que entrou pela porta do seu quarto, Ginny sentiu que ela era uma amiga, uma pessoa em quem confiar. E talvez fosse pela cumplicidade entre as duas que as coisas pareciam correr perfeitamente.

Ginny tinha uma aptidão muito forte para a magia, porque a magia estava dentro dela, guardada, à espera do momento ideal para despertar.

Harry era um excelente professor, também, e ela adorava as histórias que ele contava sobre o Exército de Dumbledore, e ela quase chorou a rir quando eles lhe contaram que a cara de Marietta nunca mais ficou normal.

Aos poucos, Ginny ia reaprendendo a utilizar magia correctamente, e nem mesmo assim as suas memórias voltaram.

Isto continuou assim até Hermione se esquecer de alguns livros de magia no quarto de Ginny.


N/A: Ora bem, algumas considerações. Esta fic era para sair em Setembro... Estamos em Janeiro HAHAHAHAHA Isso mostra um pouco a minha dificuldade em escrever algo longo (Vancouver está aí para provar isso e até Pecados Capitais e são ambas pequenas mas em capítulos). O plot essencialmente não mudou, mas mudou a minha visão sobre ele. A fic era para ser muito mais leve do que vai acabar por ser. Avisando que os dois primeiros capítulos são mais uma introdução/prólogo grande e que eu estou mortinha, mas mortinha para postar o três *.* Estou a acabar de rever/mudar/apagar o capítulo dois sendo que o três está pronto. Não devo demorar (L)

Fanfic dedicada ao Les, que passou a ser o meu beta HAHAHAHAHA Também para a Ireth (L) porque ela é um amor e para a Jeeh que vai ler HAHAHAHAH Vocês são uns queridos (L)

Espero que gostem o/