Nhaaaai nhaaaaai "A melhor das reações" teve uma boa aceitação, fiquei tão feliz que resolvi digitar uma continuação.
Talvez não seja o que vocês esperam, ao menos não será nada parecido com o que alguns de vocês me pediram em seus reviews, mas espero que mesmo assim agrade.
Apesar de que... bem... deixarei para contar a surpresa para vocês no final da fic
Por hora tenham uma boa leitura.
Disclamer: Não tem muito que entender, olhem para os meus bolsos, eles parecem os de alguém que ganhou alguma coisa com Harry Potter e seus personagens? Tudo o que eu ganhei foi o prazer de escrever essa curta estória e talvez no futuro alguns reviews... Acho que uma pessoa pode se sentir satisfeita com isso.
Mais uma reação...
Eu sempre tive a política de nunca dar mais importância a algo do que a merecidamente devida.
Bom, nesse caso eu não conseguiria fazer isso nem se eu quisesse.
Como poderia?
Como eu poderia ver algo de tamanha magnitude, maior do que realmente é?
E pior.
Como posso esconder algo desse tamanho do homem que eu amo?
A resposta para essa pergunta?
Simplesmente não posso esconder.
Terei de contar de uma forma ou de outra.
- Não há gravidez alguma.
Sentado a minha frente, meu afilhado, Draco Malfoy, congela momentaneamente com um sanduíche a apenas alguns milímetros da altura da boca.
Devo dizer que seria essa uma cena bastante cômica se o contexto em si não fosse a de uma tragédia.
Suspirando profundamente e resmungando algo ligeiramente parecido a "será que eu nunca vou conseguir lanchar em meu intervalo", o ex-representante da família Malfoy, atual Weasley, devolveu o sanduíche ao prato e me deu a devida atenção.
Pelo jeito eu não vou conseguir me safar com apenas aquelas poucas palavras.
- Não há... gravidez alguma, Harry... ele não está grávido – repito com menos convicção, mas mesmo assim consolidando a questão tratada.
- E necessariamente por que você veio dizer isso para mim? – Draco parecia a ponto de choramingar – é sério padrinho, se você se deu ao trabalho de vir a nossa universidade para me contar isso poderia também ter se dado ao trabalho de fazer essa revelação a um outro estudante da mesma, tipo um certo alguém de cabelos negros e olhos cor de louva-deus.
Devo admitir que havia lógica em suas palavras.
Mas minha mente no momento não estava muito receptiva a lógica.
Sim, logo a minha mente!
A de Severus Snape, não esta aberta a conclusões lógicas, eu apenas... apenas... droga, nem sei bem o que eu quero.
Vendo minha falta de jeito, Draco suspira resignado e abandona de lado sua refeição.
- Ok – revira os olhos deixando claro sua pouca calma acumulada. – supondo que estamos dentro de um universo paralelo em que a solução mais lógica para o seu dilema é vir falar comigo ao invés de ir diretamente a outra pessoas ligada ao assunto... – ele detêm seu debochado discurso diante de meu olhar severo – estou apenas supondo... Dado tudo isso, apenas comece a me explicar tudo do começo.
Suspiro.
Creio que essa seria a parte fácil.
Abrir-me com meu afilado tem se tornado um hábito cada vez mais freqüente meu.
Desde que cortei relações com Lucius por eu ter ficado do lado do meu afilhado no "caso: Weasley", meus laços com Draco tem se tornado cada vez mais de camaradagem do que paternais, como eram antes.
Não digo que não sinto falta de Lucius, apesar de seus defeitos ele era um dos meus mais antigos e queridos amigos.
Mas não podia aceitar todo o sofrimento que meu ex-amigo causou em seu filho ao fazê-lo escolher entre seu sobrenome e sua futura família.
Devo dizer que nunca me senti tão orgulhoso de Draco quando ele disse nas fuças do próprio pai as seguintes palavras:
"Eu amo você e minha mãe como nunca amarei ninguém em minha vida, e por isso vou seguir minha vida como considero mais correto, pois acima de um Malfoy, vocês me educaram para ser uma pessoa ambiciosa o suficiente para agarrar aquilo que me traga felicidade acima de qualquer coisa, e nesse momento a minha felicidade se encontra aqui – segurou firme o pulso de Bill que se encontrava em seu lado – e aqui – levou a outra mão ao ventre – espero que um dia vocês possam dividir essa felicidade comigo".
Depois disso pai e filho nunca mais se falaram, apesar de eu ter ajudado em algumas visitas clandestinas de Narcisa ao seu filho gestante.
Aquela mulher, apesar de uma aparência frágil, sempre me surpreende quando o assunto se tratava de Draco.
Mas não foi apenas Draco que foi vitima do silencio de Lucius, dês desse dia eu nunca mais me encontrei com meu amigo.
Harry disse que se isso, a distancia de Malfoy, me feria tanto eu deveria tentar reatar os laços com ele.
Meu tolo Gryffindor, nem tudo e tão simples.
Mas no momento, a questão discutida era outra.
- Hoje de manha, após minha ultima aula antes do almoço, me chegou uma coruja. Ela era endereçada para Harry.
- E por que ela foi parar em seu despacho? – me olha estranhado
- Com tudo isso da faculdade e o estágio em Sant. Mungos, Harry quase não para mais em casa. – coloco uma mecha de meu cabelo negro que caia incomodamente em meus olhos atrás da orelha – então eu autorizei ele a realizar um feitiço em que quando uma coruja for atrás dele em sua casa e ele não estiver lá ela fosse imediatamente re-encaminhada a minha câmara em Hogwarts.
- Entendo. – aquele loiro idiota sorri malicioso
- Bom. – eu me remexo incomodo diante do olhar "que fofo... vocês já confiam um no outro até esse ponto" que meu afilhado lançou – De qualquer forma, quando eu recebi a carta e vi que era justamente do médico que Harry disse que lhe informou da gravidez eu meio que gelei, quero dizer, podia ser uma notícia ruim, meu filho poderia ter algum problema, Harry poderia...
- Então como um curioso Gryffindor abriu a correspondência alheia. – seu sorriso se tornava cada vez maior, se isso era possível – o que a convivência com o leão faz a uma pessoa...
- Disso por certo você deve entender muito bem – digo quase em um sibilo – seus hábitos alimentares decaíram visivelmente desde a última vez que nos encontramos – lanço um olhar de desprezo ao sanduíche pouco receptivo que meu sobrinho havia tido como alvo minutos atrás.
- Não fale como se nunca tivesse visto ninguém comendo um sanduíche antes, outra noite eu vi a come-livros comendo isso e meio que fiquei com vontade de provar.
- Sim, já vi muitas pessoas comendo sanduíches – lanço um olhar de nojo a aquela monstruosidade – mas duvido que a senhorita Granger ou qualquer ser humano com seu juízo perfeito – recebo um grunhido irritado da pessoa a minha gente – comeria um que tivesse pasta de amendoim e anchovas.
- Quanta frescura – ele ergue a fatia de cima do pão e mostra seu conteúdo – tudo tem um sabor devidamente equilibrado com cada componente, a doçura da manteiga de amendoim, a carne o queijo a anchova o toma... Tomate? Eu não pedi tomate – seu olhar enfocou aquela diminuta rodela vermelha e por segundos pareceu tonto – pa padrinho... eu... acho que vou vomitar.
Por causa de um tomate?
Não, por causa de uma rodelinha de tomate?
Depois eu sou o fresco!!!
Draco leva a mão à boca e realmente parece disposto a vomitar.
Argh.
Antes que saísse correndo eu o segurei pelo pulso e impedi que levantasse.
- Você sabe que não tem nenhum banheiro próximo o suficiente, e não vou deixar que você faça um pequeno espetáculo, não que eu me importe muito, mas você se odiaria alguns minutos depois.
- Mas...
- Levante o queixo e feche os olhos – ele me obedece prontamente – se concentrando na ânsia que esta sentindo respire fundo e com calma.
Ele repete varias vezes o exercício e quando se acalmou olha para mim ainda um pouco arfante.
- Pode ficar – empurra com certo desgosto o sanduíche na minha direção.
Ele só pode estar brincando, não é?
- Eu... Estou sem fome.
O que?
Acredite, eu posso não estar muito animado a dar aquela noticia para o Harry, mas ainda não estou tão desesperado para apelar para o envenenamento, e mesmo que chegasse a esse ponto eu faria questão de que fosse em meu laboratório com uma de minhas poções, seria uma opção bem mais higiênica.
E indolor
- Desde quando você sente enjôos com fatias de tomates? – não pude evitar perguntar
- Creio que esse não era o ponto abordado – desconversa sem um pingo de sutileza. – e então, o que aconteceu depois de abrir a carta?
- Não é obvio? – volto a me perder em meus próprios problemas – a carta dizia que o exame que Harry fez naquele dia havia sido trocado, que ele não estava grávido... Que... – sinto a voz sumir aos poucos – Que não esperava um filho meu.
Draco morde o lábio inferior e com a voz dubitativa tenta me consolar.
- Eu sei que deve ter sido um choque para o senhor, mas...
- O problema não sou eu – o corto com um pouco de raiva – Harry parecia um pouco assustado no começo, mas depois que viu que eu aceitei tão bem essa historia de gravidez começou a fazer muitos planos. – sorrio de forma tremula ao lembra do rosto luminoso de felicidade que meu moreno me brindava nas ultimas manhãs – Merlin, ele até mesmo me pediu em casamento.
- Ele te pediu em casamento?
- E foi lindo, ele emanava uma força tão acolhedora... Eu queria abraçá-lo tão forte que... mas... agora... como dizer que nada disso com que ele se iludiu tanto é real? Ele até mesmo disse que faltaria o estagio de tarde para organizar suas coisas para se mudar para minha câmara. Ele parecia tão feliz... Eu estava tão feliz.
Eu não chorei.
Não sou um homem de lagrimas, mas senti meu rosto esquentar e uma dor irritante embaixo dos olhos.
O que eu faço?
Como eu dou uma noticia dessas a pessoa que mais me amou em toda minha vida?
Como eu firo a única pessoa que me aceitou de maneira tão integral?
Harry... Como eu posso quebrar o seu coração, quando você há muito tempo atrás fez de tudo para remendar o meu?
Não conseguia mais falar e a dor embaixo de meus olhos era quase insuportável, como se minhas glândulas lacrimais me punissem por não saber mais como usa-las.
Diante de minha dor, Draco tomou as rédeas da situação como um verdadeiro herdeiro Malfoy deveria tomar.
- Olha padrinho, eu entendo o seu ponto, Potter é uma criatura 95% emocional, e descobrir algo assim... Bem, vai ser um tremendo choque. Mas quanto mais rápido você fizer isso melhor. Se algo eu sei é que ele odeia quem esconde as cosias dele, ainda mais se a "coisa" o envolve diretamente.
Ele tinha razão e eu sabia disso, não tinha escolha.
- E o que você sugere que eu faça afinal? – me sentia uma criança desesperada por um auxilio.
- Sinceramente? Jogue a bomba e depois tente salvar o que der, pode não ser muito sutil, mas de longe é a melhor forma de tratar de tudo isso.
- Entendo – murmuro deprimido.
- Não tenha medo padrinho – Draco leva sua mão a minha e diz da forma mais convincente que pode – Potter quando veio falar comigo pela primeira vez sobre essa criança só tinha em sua mente como você iria reagir, nem por um segundo o senhor saiu de sua mente. Mesmo que a perda desse filho seja algo que o entristeça se o senhor continuar a segurar sua mão não vejo motivos para que ele não ache motivos para se levantar.
- Draco... – sorrio diante de suas tentativas de me animar – definitivamente você tem passado muito tempo entre leões.
- Eu sei – ele me devolve o sorriso – mais dois anos o senhor vai me ver cantarolando pelos cantos, pregando palavras de paz e amizade enquanto jogo pétalas de rosas pelos meus passos.
Nos levantamos para sair do refeitório e algo me chama a atenção, ao invés de fazer os restos de seu lanche – ou no caso todo o seu lanche intocado – desaparecerem, ele pegou a bandeja que tinha em sua frente e levou a lixeira mais próxima.
Uma atitude tão muggle da parte dele, que me surpreendeu.
- Draco, você não vai fazer os restos de sua comida desaparecer?
- Não seria bom fazer magia em minha condi... – percebendo o erro que cometeu arregalou os olhos e tentou emendar – digo... na minha... bem... – mas ao ver meus olhos esbugalhados, viu que era tarde – droga...
- VOCÊ ESTÁ GRAVIDO NOVAMENTE???
O quê? Não pude evitar gritar, aquilo havia me pegado de surpresa.
Draco havia deixado bem claro depois da ultima gravidez que não teria mais filhos. Ele amava o pequeno William, seu primogênito, mas a idéia de passar por mais um período de gestação simplesmente lhe dava arrepios.
Aparentemente ele reconsiderou a idéia.
- Quando? Como?
- Quer mesmo que eu lhe explique como?
- Não se faça de espertinho comigo mocinho – mandando a camaradagem para as cucuias eu retomo meu ar paternal – você havia me dito que não teria mais filhos, por que mudou de idéia? – uma idéia que quase me fez sacar minha varinha me veio a mente – Não me diga que aquele ruivo com complexo de coelho te...
- Não padrinho!!! O Bill não me obrigou, ele lá tem cara de alguém que obriga alguém a fazer qualquer coisa? Mas meio que foi culpa dele mesmo. – suspira – o idiota do meu marido meio que confessou para os seus irmãos, aqueles gêmeos demoníacos, que gostaria de poder ter mais filhos comigo, e sem eu ou o Bill sabermos aquelas duas bestas ruivas trocaram a minha poção anti-conceptiva por um forte afrodisíaco. E... bem... você sabe o resto.
- Hu hu... parece que a "maldição Weasley" te pegou de jeito. E me diga, como ele reagiu?
- Como reagiu? Quase matou os irmãos, não gostou da idéia deles brincarem com os meus hormônios, mas depois que se acalmou ele deixou claro que queria esse filho mais que tudo, mas entenderia qualquer decisão que eu tomasse.
- E você? – isso estava fiado melhor que novela mexicana.
- Quase o nocauteei por sequer sugerir tal coisa – bufa irritado, mas logo sorri meio embobado – admito que não queria engravidar, mas agora que já é um fato consumado, essas crianças, assim com o pequeno Will, representam tudo o que eu mais quero proteger nesse mundo.
Definitivamente meu afilado estava virando uma mamãe leoa.
- E quanto tempo ele já tem? – eu pergunto
- Eles – Draco me corrige mais vermelho que um pimentão.
- Eles? – me dei conta que realmente, quando Draco falava de sua futura prole, falava no plural – São gêmeos?
- Trigêmeos
-TRIGEMEOS???
- Dá para parar de gritar?
- Mas... Trigêmeos? Wou, realmente os Weasleys sabem trabalhar rápido.
- Cala a boca – resmunga sem jeito – de qualquer forma, eles ainda têm dois meses, mas graças a alguns feitiços avançados já sabemos que são dois meninos e uma menina, estão saudáveis, e parece que... – ele parece acordar de sua alegre fantasia de felicidade e realização diante do meu ar ligeiramente melancólico – eu... desculpe. Creio que esse não é o melhor tema a se abordar com tudo o que está acontecendo.
- Não, tudo bem Draco, eu estou feliz por você, e sei que Harry também vai ficar feliz quando souber, mas antes, acho que tenho que me preparar para contar outra coisa para ele.
- Boa sorte padrinho. – diz com sincero apoio
- Obrigado, vou precisar.
MUR
Não pode ser tão difícil.
Vamos Severus, você dá aula para ineptas mentes adolescentes a quase vinte anos e a essa altura do campeonato dar uma simples noticia não pode ser tão difícil...
- Sevy!!! – exclamou um radiante e sorridente Harry sentado na beira de sua cama – não esperava que você chegasse tão cedo, mas já que chegou me ajude a terminar de empacotar as coisas para a mudança.
Merlin, Morgana e tudo que há de mais mágico nesse mundo... Isso não pode ser tão difícil...
- Hum... Harry... eu... – espere um pouco, Severus Prince Snape está murmurando... Eu não murmuro!!! – bem... Eu tenho algo para lhe... hum... contar – tudo bem eu estou murmurando, mas esse era um murmúrio digno.
Suas esmeraldas me fitaram com toda a sua atenção. Que droga Harry, eu te conheço há dez anos e você escolhe justo hoje para ...
- Diga – ele me ínsita a continuar. Seus olhos pareciam refletir um pouco de preocupação, quanto tempo eu devo ter ficado calado?
- Harry – repito – eu...
Vamos Potter, deboche de mim, faça algum comentário atrevido que me faça perder a cabeça e bote logo tudo para fora.
Por favor, me ajude a expelir de uma puta vez esse "veneno".
Mas contrariando minhas expectativas, como sempre, o moreno apenas se põe de pé e caminha até mim.
Suas malas e algumas roupas estavam jogadas no chão e a maior parte de suas gavetas estavam vazias.
Ele realmente tinha colocado boa parte de suas coisas na mala.
Pena que daqui a alguns minutos ele terá que recolocar tudo em seu antigo lugar.
- Severus – ele aparentemente reaprendeu o resto de meu nome – o que foi que houve? – sua voz era um mar de compreensão e preocupação.
POR DEUS POTTER!!! ISSO NÃO ESTÁ AJUDANDO EM NADA!!!
Respirando fundo varias vezes e tentando manter meus olhos longe daquelas esmeraldas que amo tanto, eu resolvo usar a sugestão de Draco.
Solto a bomba e depois tento resgatar o que der.
- Harry você não está grávido.
Tendo dito aquilo e levando em conta o silêncio mortal que ficou no quarto eu volto a olhar diretamente a face de meu pequeno.
Harry tinha os olhos arregalados e sua boca ora estava sorrindo, ora se abria e ora se comprimia... Era como se ele estivesse entrando em choque.
- Co... como – foi tudo o que conseguiu balbuciar em meio a sua estupefação.
Bem, agora que comecei, tinha que terminar.
- Você não está grávido – repito levando as mãos aos seus ombros – hoje de manha uma coruja deixou uma carta urgente para você em meus aposentos, e nela dizia que houve um engano nos seus exames, você não está grávido.
Depois de tudo esclarecido eu esperei um pequeno avanço em sua reação, mas tudo o que se seguiu foi um piscar acelerado de olhos para em seguida os ombros embaixo de minhas mãos se desvencilhassem de mim e meu pequeno tentar chegar calmamente até a porta do quarto.
Não consegui ver seu rosto, por isso ainda não pude ter uma idéia de sua reação.
Tudo o que pude fazer foi me virar e prender seu pulso.
Ainda de costas para mim, meu moreno diz com uma voz impregnada de uma falsa alegria.
- Já bebeu café hoje?
- Harry, você me ouviu? – começo a me preocupar.
- Eu sei que você adora tomar café, por isso tento manter a cafeteira de minha casa cheia – sua voz soava estranha – mas...
- Sobre os bebês... – tento ata-lo ao assunto principal – você me ouviu?
- Mas... – sua voz começava a fraquejar – com tudo isso das malas eu mal tive tempo para pensar em passar café... Então... Então eu acho que agora eu posso passar café... Eu tenho tempo para passar o café e...
- Harry. – a dor embaixo de meus olhos voltava com força.
- Eu... – Harry ergue sua mão livre ao rosto e ouço varias vezes o som de sua respiração pesada – Eu... como você reagiu?
- Como?
- Quando soube que eu não estava grávido, como você reagiu? Ficou feliz?
- Harry, eu nunca.
- Ficou triste? – suas palavras pareciam não pedir respostas, apenas seguiam e seguiam carregadas de um tom melancólico – ficou... ficou surpreso? Revoltado? Enojado? Extasiado? Marcado... Diga-me Severus – sua voz começava a soar como um apelo e sem poder mais me conter eu abraço suas costas – por favor, me diga como você reagiu. Por que eu realmente não sei como reagir – seu rosto vira levemente de lado e apesar dos olhos melancólicos não um único vestígio de lagrimas – como devo reagir quando perco pela segunda vez a minha família?
Aperto meus braços mais fortes ao seu redor como se pedisse tempo para absorver suas palavras, e enquanto penso, ele se aconchega em meus braços.
Soltando seu corpo eu apenas pego seu pulso e o guio com calma para de volta a cama.
O sento em meu lado e o olho diretamente nos olhos.
- Não vou negar Harry – digo com cuidado – na hora que abri o envelope e li o que tinha dentro a primeira coisa que senti foi um pouco de alivio.
Potter abre a boca, mas pareceu pensar melhor e com um assentimento me ínsita a continuara falar.
- Sabe por que eu sempre o fiz usar poção anti-comceptiva após toda relação que tivemos? Por que sempre te achei muito jovem para engravidar, ainda mais de um homem como eu. Harry você tem muitas experiências para vivera ainda, não deveria se acorrentar dessa maneira, e querendo ou não um filho seria uma responsabilidade que requer a atenção especial dos pais. Por isso uma pequena parte de mim se sentiu e ainda se sente aliviada, por saber que eu não te prendia a mim de uma maneira tão egoísta.
- Eu...
- Sei que agora você me ama – digo ao saber o que aquele coraçãozinho gryffindor faria meu amor dizer – que não se importaria de passar o resto de seus dias comigo apesar de todos os meus defeitos, mas isso não muda o fato de que somos de gerações diferentes. E na sua idade você deve se abrir ao máximo para todas as experiências possíveis – eu encolho os ombros e afasto meus olhos – para ter certeza de que não fará as escolhas erradas.
Pronto, acabo de botar para fora todos os meus fantasmas.
Sei que posso parecer melodramático, mas é algo que tem que ser considerado, afinal, eu não sou cego.
Muitas vezes, quando andávamos nas ruas, eu via como vários jovens de seja qual for o sexo olhavam para o Harry, e apesar de meu moreno parecer nem notar isso, sempre grudando seus olhos em mim, eu vejo, e sempre acabava pensando:
"E se ele fosse mais feliz com aquele cara?"
"E se meu moreno conseguisse ter uma vida mais fácil com aquela bela garota?"
"E se aquela pessoa que o devora com os olhos conseguisse compreender melhor o seu coração?"
Deus... Como isso dói.
Eu amo, e sou amado, mas ainda sim isso dói.
Como se tentasse consolar meus pensamentos, eu sinto a mão de Harry acariciar meu rosto.
Olho em sua direção e ele me sorri de uma maneira...
Harry, você é cruel, que ser na terra não se sentiria obrigado a sorrir diante de um sorriso tão belo?
- Mas Severus, você não sabia? – ele leva sua outra mão a minha face e ainda a acariciando a aproxima da sua – eu sempre fui um cara muito cabeça dura, não preciso me preocupar com as "escolhas erradas", pois querendo ou não, eu sempre sigo em frente, abraçando essas "escolhas erradas" e as transformando nas certas.
E com muita doçura seus lábios tocaram os meus, como se não fosse apenas para me beijar, mas para roubar aquelas duras palavras que eu havia dito minutos atrás, e substituí-las por aquele doce mantra de esperança e aceitação.
Harry... Por que apenas em seus braços eu consigo achar a paz e o perdão?
Por que apenas em seus lábios eu acho o antídoto de todo o veneno de minha insegurança?
Por que? Porque? Porque tudo em você me regenera e acalma?
Que tolice, por que eu ainda pergunto algo tão obvio?
Isso tudo acontece, por que eu o amo.
- Isso... – ele murmura incerto, ao final do beijo – Isso... Quer dizer que não vamos mais casar?
Como ele estava abraçado contra mim quando fez essa pergunta, eu tive que afasta-lo um pouco para ver seu rosto e poder responder.
- Não pense que deixarei você fugir de suas responsabilidades tão facilmente mocinho. Afinal, foi você quem me fez o pedido, não vejo como voltar atrás agora.
Eu sei que antes disse que não queria prendê-lo a mim, mas já que ele quer ser preso a mim, que seja da maneira correta.
Ele volta a sorrir confiante e me abraça mais forte que antes, mas de uma forma tão desengonçada que ambos caímos em meio aos lençóis de sua cama.
- Longe de mim fugir de minhas responsabilidades.
- Ótimo – começo a distribuir pequenos beijos por seu pescoço – por que eu não gostaria que nosso filho fosse o produto de um lar desfeito.
- Filho? Nhhhh – ele geme como minhas caricias – que filho?
- O que eu pretendo providenciar agora mesmo.
Passamos o resto da noite no amando, e devo dizer, nunca tivemos uma noite tão apaixonada.
Esquecemos nossas tristezas e duvidas e apenas nos focamos no que realmente era importante:
O corpo e a alma da pessoa que amávamos que estava em nossos braços.
Devo dizer que foi lindo, mas talvez um pouquinho barulhento de mais, pois do contrario, teríamos ouvido a mensagem da secretaria eletrônica que ficou gravada na lareira de Harry.
- Caro senhor Potter, aqui é a secretaria do Dr. Thompson, o motivo de meu contato é que por um lamentável engano que aconteceu em nosso sistema, uma carta foi redigida ao senhor quando o destinatário deveria ter sido outro paciente nosso, eu sou feliz em lhe informar que o senhor está em meio a uma gravidez 100% sadia. Congratulações por seus futuros gêmeos e o esperamos na segunda feira para realizar seus primeiros exames do pré-natal.
Fim
He he... podem dizer, quantas de vocês tiveram vontade de arrancar minha cabeça quando o Sevy-pooh disse que o Harry na realidade não estava grávido?
Eu sei que dessa vez a fic tomou um rumo meio (ou talvez muuuuito) angust, mas no final teve um final feliz.
Se por acaso ainda restarem duvidas, sim, o Harry esta maaaaais do que grávido de seus adoráveis gêmeos, mas para ser sincera, nesses últimos dias não era sobre os bebês do Harry em quem eu pensava, apesar de eu conseguir imaginar algumas cenas com eles, quem realmente roubou meu coração foi a filha de Draco, a menina que vai nascer nos trigêmeos.
Eu pretendo escrever algumas historias ainda nesse universo, e até o momento quase todas são protagonizadas por ela (não digo o nome, pois prefiro deixar para quando publique a minha primeira idéia, mas devo dizer que caiu feito uma luva), em uma família composta praticamente por homens, ela será um adorável e luminoso raio de sol.
MUUUUUITO FOFA!!! Eu até mesmo fiz um desenho dela.
Pretendo escrever uma fic de Hogwarts protagonizadas pelos filhos dos personagens da titia Rolling, terá tanto casais heteros com homos, e vez ou outra algum "papai" vai pintar na área.
Gostaria muito que vocês dessem suas opiniões. Eu não sou habituada a escrever fanfics com taaaaaaantos personagens originais, por isso se tiverem alguma sugestão eu estou aberta para ouvi-las e com certeza aderi-las, tipo, se tiverem idéia para um filho de algum casal que vocês gostem ou a personalidade que teria o filho de outro personagem bacana... Sei lá, eu estou aberta a sugestões.
Obrigado por me acompanharem por mais essa fic, e nos vemos na próxima.
Bjs!!!