Disclaimer: Saint Seiya não me pertence.

Sinopse: O vinho era apenas um caminho e era sempre o mesmo caminho e os mesmos passos. No fim, tudo isso se resumiria em uma só coisa.

Vinho

- by Sini

Era encorpado, um sabor forte, um cheiro característico. Marcante...

Todos dias, durante anos, aquele ritual acontecia.

Pouco antes do entardecer, os mesmos passos eram traçados na 11ª casa.

Camus descia até sua adega particular ou ia apenas até a geladeira, pegava uma garrafa de vinho – preferencialmente tinto – ou alguma outra bebida alcoólica que eventualmente estivesse aberta e uma taça.

Em passos suaves chegava à sala de estar, sentava na poltrona que lhe daria uma bela visão do horizonte. Enchia a taça até a metade com o vinho, girava um pouco o líquido, sentia a fragrância e bebia devagar, saboreando cada gole.

Era um enólogo. Alguns diziam que era frescura, outros compartilhavam da idéia de apreciar o sabor da bebida. Alguns o presenteavam com garrafas sempre que podiam.

Vinho tinto. Aquele era seu favorito, sem ser segredo a ninguém. Quanto mais forte, encorpado e marcante fosse, melhor.

Não raras as vezes que algum colega vinha compartilhar aquele momento, completando-o com uma boa discussão, uma conversa ou então, se estavam em grupo, acabava (invariavelmente) num jogo de cartas, com muita cerveja e risos.

Ainda mais comum era a presença de Milo, talvez fossem realmente raros os dias em que poderia ficar assim, sozinho, desfrutando da ocasião sem mais nenhuma presença.

O escorpiano costumava subir, com uma garrafa de ouzo, jogar-se num sofá e beber, algumas vezes desfrutando o silêncio com ele, outras comentando sobre fatos do dia. Mas a mesma cena repetia-se ao menos por uma ocasião por mês...

- Camus, por que fica aí, todo dia bebendo uma taça de tinto?

- Costume? – um suspiro – Não sei.

- ...Ceerto! – o loiro levantava preguiçoso do sofá, caminhava devagar até a poltrona. Então, quase se jogando no colo do ruivo, os rostos consideravelmente próximos, a voz manhosa, os olhos brilhantes, dizia – Você vai sair comigo esse final de semana, né?

- Claro. – Aquário respondia aparentemente inabalado, então, ao mesmo tempo que fechava seus olhos e respirava fundo e suavemente, parecia querer guardar alguma coisa na mente.

O escorpião voltava sorrindo para o sofá, jogando-se novamente e ria, gargalhava alto de uma piada que apenas ele conhecia, sem ver realmente o que o amigo fazia.

A mesma cena, os mesmo gestos se repetiam por meses a fio.

No entanto, sempre parecia estar faltando algo, parecia uma incessante busca. Não se sabe de que.

Um fim de tarde qualquer no santuário. Estavam todos terminando seu dia de treinamento e retornando para seus alojamentos, ou quase.

Uma jovem figura loira corria vindo da direção oposta das arenas, marcando claramente que fugira da rotina, ao mesmo tempo parecia esconder algo em seus braços.

Milo, futuro cavaleiro de escorpião, atacara novamente.

Seu habitual companheiro de treinos físicos suspirou profundamente. Acabaria levando a culpa junto (mais uma vez sem ter feito nada), então que ao menos desta vez soubesse o motivo.

Passou a mão pela cabeleira ruiva, jogando a franja para trás; o loiro quase passou reto por ele tão preocupado estava se era seguido.

Aquário optou por simplesmente puxá-lo e arrastá-lo para trás de algumas ruínas (particularmente grandes) não muito longe dali. Ato este que durou alguns décimos de segundos.

- AHHH!... AH!... CAMUS! É você!

Optou apenas por um leve arquear de sobrancelhas, um gesto típico do francês, quase ignorando a questão óbvia.

- Deixa pra lá! Olha o que eu consegui! – ergueu animado o objeto do provável futuro castigo. Era claro que o grego conseguira furtar de algum bar de quinta próximo uma garrafa de um vinho barato, já aberto e provavelmente de uma qualidade pior que o lugar de origem, se é que era possível.

- Vinho barato? – novamente arqueou as sobrancelhas – é por isso que sumiu do treino hoje, para roubar uma garrafa de vinho?

O escorpiano parecia nem estar dando atenção ao colega, mais centrado no líquido que parecia estar gelado. O rapaz estava pingando suor pela correria e tinha evidentes traços de terra e poeira, deveria ter se arrastado no chão ou Atena-sabe-o-quê para ter conseguido isso.

- Beba! – estendeu a garrafa – eu nunca tinha experimentado! – jogou o corpo, relaxando-o numa das ruínas.

- Tem gosto de?

- Sei lá! É doce e forte!

- Hum... Certo. – tomou um gole devagar, era um vinho tinto de uma marca qualquer – é... Hum... Diferente! – sorriu de leve ao mesmo tempo em que entregava o recipiente.

O menino resolveu por se sentar ao lado do amigo. Uma sensação tomava conta do momento. Um sorriso de leve brotou nos lábios do loiro.

- Camus... – encostou a cabeça no ombro do outro, bebeu mais um pouco, o sorriso contagiando o outro.

- O quê? – passou o braço pelos ombros do grego, formando um quase abraço e deixando-os mais próximos.

- Será que algum dia... – bebeu mais um pouco e ofereceu para o francês que aceitou – vamos poder fazer isso de novo? – encarou o colega, os rostos tão próximos que a respiração poderia ser sentida, o cheiro forte da bebida, o cheiro do outro, tudo se misturava, embriagando as sensações.

- Eu não sei, Milo... Eu não sei... – e bebeu novamente, virando de leve a cabeça, mais alguns milímetros na direção anterior... Como seria?

Camus bebia todos os dias, na mesma hora, no mesmo lugar. Um ritual quase sagrado que escondia uma busca.

Era encorpado, um sabor que parecia ser único, uma fragrância marcante que exalava apesar de tudo. Era marcante, era único. Como seria?

A procura daquele sabor novamente, aquela sensação...

E o vinho era apenas um caminho.

No fim tudo se resumia a uma única coisa.

Milo...

Simplesmente Milo.

.:Fim:.

N/A: No fim ficou mais curta do que eu gostaria, mas eu gostei e espero que minha amiga também goste.

Ela foi feita para a Arisu, antes que eu me esqueça.

Eu realmente gostei da fic, e se alguém estiver lendo isso. Alguém prestou atenção no Milo? Se no, Atention!!!

Alguém sentiu vontade de matar um aquariano lesado??? Ou dar um chute pra ver se agora a coisa vai??

Entorna, digo, bebe todo sacrossanto dia por causa de um escorpião problemático e nada de atitudeee.. Arfff...

E depoois?? Milo também não ficou para trás né??

Desligados a parte... –sentindo vibrações malignas pelos dois quase beijos - Adorei o resultado e a cena do Milo chamando o Camus para sair. – sentindo vibrações ainda mais malignas - .

esquecida como eu só estava não só esquecendo de publicar a fic como também de dar um recado hiper-importante! essa fic nasceu -começou a se embrionar- de fato depois que li No Candies, da Nanase Kei (moça fofésima!! Sini adorou ela), uma fic LxMello (do fandom: Death Note) quem se interessar: o endereço chato do site + /s/4699552/1/No_Candies

espero que ela me desculpe mas na primeira postagem na pressa esqueci de ajeitar a nota! (só lembrei de postar porque a theka veio falar comigo!!!)

Beeeeem.. é isso, vou parando se não falo até não acabar mais.

Uma pergunta, alguém se arrisca a tentar dar o Happy End pra isso???

A Theka já me falou no msn que sim...alguem mais quer tentar?

Beijos

Sini