Hans, isso É um presente. Não de aniversário, natal, ano novo ou pedido de perdão. Não precisamos disso. Mas é um presente.
Naruto pertence ao tempo e o tempo o transformará.
-
Miopia
-
Primeiro vinha o pesadelo, depois o egoísmo e só então o amor.
-
A escuridão ia além do alcance de seus olhos claros. No fim do prédio, curvando o mundo, dobrando a esquina da vida, estava a imagem pálida que lhe aguardava de braços abertos. Não sabia o nome dela. Batizou-a Morte. Não sabia como descrevê-la, mas achou-a linda. Parecia ela. Abriu os braços para recebê-la, e flutuou por breves segundos. Depois caiu no chão, de encontro com o asfalto frio, seu rosto virando lama, como a lama na qual se jogara. Era o fim de tudo, do prédio e da vida.
Seu espírito viu a sombra vívida de seus erros humanos.
A imagem pálida nada mais era que a cortina aberta da vizinha que morrera de histeria. Ele veria se usasse óculos. Caminhou para a cortina pensando ver o amor platônico de sua vida esperando por ele. Caminhou para a morte, como quem caminha na direção dos sonhos.
Seu nome era Uzumaki Naruto.
Causas mortis: estupidez e miopia. A soma dos dois: Paixão assassina.
Lembrava do nome por trás da cortina. Através de seus olhos mortos, a alma manteve-se olhando. E imaginou ter visto o sorriso de Yamanaka Ino, e ela, à espreita, observando-lhe em meio ao vazio.
Mas foi só uma sensação passageira. Então seu espírito se dissipou, espalhou-se em fumaça, e partiu, novamente míope, e não soube mais dizer pra onde ia. Mas tinha a triste certeza de que permaneceria sozinho.
Acordou num susto.
Na janela do prédio a frente as cortinas dançavam solitárias.
De forma egoísta e discreta agradeceu por não ser míope. Depois de algum tempo - não soube dizer quanto - lamentou que ela realmente fosse histérica. Deu-lhe as costas e não olhou mais pela janela.
De alguma forma a lembrança doía.
--x--
N/A: Não é uma fic legal nem romântica e nem tampouco provida de grande sentimentalismo. Mas é que atualmente estou sem acesso ao meu HD lá em casa, sendo assim não posso nem postar as que tenho lá e nem enviar por e-mail as que preciso enviar. Não sei o dia que poderei fazer isso, mas assim que puder, farei. Ele sabe que farei. :)
Estou morrendo de saudade, mas fui exilada sem querer. Pretendo voltar em breve, mas vai depender do ser desprovido de vida que jaz no canto da sala lá de casa. Rezarei cinco missas pela alma metálica dele. O.o'
Beijos. o/
E quem não mandar review... ah, tomara que morra. "/