Chocolate

Capítulo 13: Sem chocolate

- Que engraçado, eu acho que conheço essa história. Não importa a geração, ela sempre vai se repetir. – Naraku disse com um sorriso maligno.

- Naraku, - Kagura falou num tom sério e sombrio. – não fale o desnecessário.

- Ah, Kagura, desde quando você me desobedece? – Naraku falou com rispidez. A mulher abaixou a cabeça e olhou para o chão. Kagome achou aquela atitude tão suspeita, mas mesmo se fosse alguém que Kagura tivesse consideração, mesmo se fosse alguém que Kagura fosse leal, ela com certeza não ia contar quem era realmente esse homem.

- Naraku, chega de besteiras. – Sesshoumaru disse impacientemente balançando a mão. – Não acho que veio aqui somente para nos ofender, se quer realmente conversar, suba comigo para a cozinha e lá vamos papear.

- O que é isso? A cozinha é seu novo escritório, sobrinho? – Naraku perguntou com desdém.

- Sinceramente, se um chef de cozinha não faz de sua cozinha o seu escritório, eu não sei o que podem pensar dele. – Sesshoumaru disse com calma.

- Já eu acho que não importa o que ele veio falar, esse homem tem que sair daqui. – Inuyasha disse com raiva.

- Venha você também para a cozinha, irmão.

Inuyasha cerrou os dentes. Mas, não disse nada. Sesshoumaru e Naraku foram em direção da escada e Inuyasha os seguiu.

Rin colocou a mão sobre Kagura. – Você está bem? – perguntou docemente. Mas, a mulher só se desvencilhou e continuou olhando o chão.

Kagome observou os homens irem e ficou olhando para Rin, quem olhava com compaixão para uma Kagura derrotada. Mas, por que o olhar de derrota? Havia tido uma luta ali? Uma luta que ela nem mesmo se deu conta?

Kagura suspirou. – Vou trabalhar, façam você o mesmo. – e dizendo isso voltou para atender os clientes.

Kagome subiu e foi ouvir pela porta o que estavam dizendo. Encostou a orelha na porta e escutou.

- Fale logo, Naraku, o que te traz aqui? – Sesshoumaru perguntou. – Você já não ficou com tudo o que era nosso? Ainda quer mais o quê?

- Nada demais. Eu conversei com a minha amada, enteada, Kikyou e ela me disse sobre as questões que estavam acerca de vocês dois.

Kagome colocou a mão na boca para tampar o guincho. Esse homem mau era provavelmente padrasto de Kikyou. A cada minuto essa história ficava mais maluca e sem sentido.

- Ela quer o dinheiro de volta, não é mesmo?

- Sim, Seshoumaru, meu sobrinho.

"Que dinheiro?" Kagome queria entender.

- Aff, ela não tem fim? – Inuyasha estava irritado. – O dinheiro está aqui nessa loja.

- Eu sei. – Naraku afirmou.

- Acho uma besteira isso, ficamos sem nossa herança, com a miséria desse dinheiro e ainda tivemos que repartir entre todos nós. O que Kikyou quer? Ela já saiu ganhando nessa história. Tem sua própria linha de roupas, eu abandonei aquela merda e agora ela quer a minha chocolataria? Eu sou o sócio majoritário! – a voz de Sesshoumaru era como um trovão, alta, clara e muito energética.

Kagome juntou tudo o que já havia conversado. Eles tinha a loja de roupa, que foi comprado com um dinheiro de uma herança. Talvez do pai deles? Depois do que houve entre Kikyou, Sesshoumaru e Inuyasha tudo foi repartido. E ele abriu a chocolataria com a parte dele, mas não conseguiu se livrar completamente do irmão e da ex-amante ou o que for. Era um rolo todo!

- Naraku, seu maldito! Você enganou meu pai, ainda por cima é um assassino! – Inuyasha estava enfurecido.

- Não tem provas contra mim! – ele rebateu.

- Nós sabemos, Naraku.

- Sesshoumaru, vocês precisam aceitar que o pai de vocês se matou.

Kagome engoliu o seco. Será que era verdade? Será que o pai deles havia mesmo se matado? Ou não?

- Seu maldito eu vou te pegar! – Inuyasha berrou. Houve um imenso barulho de coisas quebrando. Kagome colocou a mão na maçaneta, eles iam se matar.

Kagura apareceu e segurou a mão dela.

- Não faça isso. – pediu.

Kagome a encarou sem entender.

- Kagura, o que está acontecendo?

- Eu acho melhor você descer, eles não vão gostar de ver que estava espionando.

Kagome não conseguia saber o que dizer, assentiu e seguiu Kagura escada abaixo. Foi direto para o caixa.

Rin estava atendendo alguns clientes. Kagura falou que um funcionário havia caído na cozinha e por isso aquele barulho e pediu desculpas. Disse que havia sido um acidente, entretanto que tudo estava bem.

Kagome não conseguia respirar. Eram tantas informações que ela ficava confusa.

- Aceitei o dinheiro dele, eu precisava. E no fim, até Kikyou acabou entrando nisso aqui. – voltou ao assunto do nada. – Assim, ficamos os três como sócios. A sorte é que dessa vez eu sou majoritário. Tenho 60%, Inuyasha tem 25% e Kikyou 15%. Dei duro para isso.

Ela lembrou das palavras de Sesshoumaru. Kikyou estava enraivecida, provavelmente. Naraku saiu dos fundos e foi direto em sua direção. Não havia sinal de Inuyasha e Sesshoumaru. Só quando ele se aproximou que ela viu um filete de sangue escorrendo do nariz dele.

Ele limpou com a costa da mão e depois pegou um guardanapo sobre uma das mesas. – Hmmm... você me recorda tanto minha enteada. Tão bela, tão magra e com esse mesmo olhar de firmeza.

Kagome não falou nada.

- Ah menina, tenho pena de ti, por se envolver nessa família. Boa sorte. – ele deu um riso macabro e foi embora.

O coração de Kagome disparou. Suas pernas ficaram moles. Não sabia muito bem para onde olhar. O seu olhar se encontrou com o de Kagura. E foi terrível, foi como se os olhos dela dissessem CUIDADO. Estavam tão arregalados.

Kagome colocou as mãos sobre o balcão do caixa para não cair. O que esse homem queria dizer com isso?

Logo Inuyasha desceu. Ele estava transtornado.

- Inu... – ela o chamou.

Inuyasha a encarou. – Você está bem? Aquele idiota falou algo?

Ela só negou com a cabeça.

- Eu volto mais tarde. – e saiu.

Ela escutou a moto rangendo com força. O que estava acontecendo ali? Era como se um tornado tivesse se formando.

Kagome resolveu subir para ver como Sesshoumaru estava. Avisou Rin, que compreendeu e ficou no lugar dela no caixa.

Ela subia a escada com pressa e abriu a porta sem cerimônia. Sesshoumaru estava sentado olhando para a janela.

Kagome se aproximou.

- Você está bem? – ela perguntou com doçura. Mas, era como se ele estivesse em outro mundo.

- Pai! Pai! – Sesshoumaru o chamava, mas ele não respondia. Abriu a porta do quarto e se deparou com as portas da varanda abertas. A cortina balançava muito, estava ventando m. Era um presságio da chuva que vinha. Escutou um trovão. Logo a água ia cair. Ele caminhou lentamente para fechar as portas, porém algo o fez entrar na varanda e olhar para baixo.

A piscina estava vermelha. Ele não tinha visto, porque havia entrado pela garagem. Era o lado inverso da casa. Suas mãos tremiam. Ele precisava descer, ele precisava ver...

- Sesshoumaru! – Kagome o chamou mais uma vez.

Ele olhou para a garota na sua frente. Uma lágrima desceu rolando pelo seu rosto. Os olhos azuis de Kagome se arregalaram de surpresa. Foi só uma lágrima, mas foi o suficiente. Ela o abraçou pelo pescoço.

- Eu não sei o que há, Sesshoumaru. Eu não sei, mas conte comigo. Por favor. – ela falou com sinceridade

O vermelho da piscina era do sangue de seu pai. Assim que desceu para observar, Inuyasha chegou em sua moto. Depois disso, tudo foi desesperador.

Sesshoumaru abraçou Kagome de volta.

- QUE MERDA FOI ESSA? – Inuyasha berrou ao entrar na loja de Kikyou.

As clientes que estavam ali se encolheram num canto.

Kikyou o olhou com coragem.

- Chamando aquele maldito do Naraku! O que você estava pensando?

Ela não se alterou. – Venha aqui.

Os dois foram para o escritório.

- Eu não pedi para ele ir, Inu. Mas, eu comentei que estava irritada, ok?

- Só que seu papaizinho só foi nos irritar.

- Ele é mais parente seu do que meu.

Inuyasha estava com raiva. Ele queria esbravejar e até mesmo bater nessa mulher. Mas, não fez absolutamente nada.

- Por quê? Por que tudo isso agora?

Os olhos de Kikyou se encheram de lágrima. – Tudo mudou, vocês mudaram... Os seus olhos não olham só para mim, não é mesmo?

Inuyasha engoliu o seco.

- Pare com isso Kikyou.

- Eu estou com raiva! Eu estou ferida. Nada aconteceu como devia acontecer... E no fim, vocês não me olham como olhavam antes.

- Isso não vai nos levar a lugar algum.

- Por que Inuyasha? Por que tudo mudou?

Inuyasha se aproximou. – Kikyou, eu não sei... É nossa culpa, talvez. Toda culpa disso ter mudado. Nessa família nada é simples, não é mesmo?

Kikyou se aproximou e o abraçou. – Prometa, por favor, prometa que nada vai mudar.

- Eu... não. Deixa pra lá, tudo vai ficar bem.

- Inuyasha. – era Naraku. – Vou te apresentar Kikyou. Ela é filha da minha nova esposa. É uma garota muito bonita.

- Não tenho interesse, tio.

- Você não vai se arrepender. Venha comigo.

Mesmo sem ter vontade, ele o seguiu. Marcaram um almoço num restaurante japonês extremamente tradicional.

Quando Kikyou entrou, ela estava vestindo um quimono e estava com um coque alto na cabeça. Não havia muitas palavras para descrever o que ele sentiu assim que colocou os olhos nela. A pele dela era tão alva e seus cabelos tão negros. Quando os seus olhos se encontraram, ele sentiu um arrepio na pele.

- Essa é minha filha-postiça. – Naraku anunciou.

- Prazer. – ela disse num tom melódico e doce.

Naquele momento, ele pensou que a voz dela era como a de um anjo. Nunca imaginaria que ela seria capaz de carregar tanto sofrimento.

- Inuyasha, fique comigo, hoje, de novo. Eu preciso de você.

Inuyasha queria negar, dizer que precisava voltar... Mesmo que fosse um namoro falso, ele queria voltar para perto de Kagome. Porém, não conseguiu. Ele assentiu.

- Vou te esperar no seu apartamento.

Ele pegou as chaves e partiu. Inuyasha estava indo para o apartamento dela, quando na verdade ele não queria. Não sabia mais o que estava fazendo. Ele não sabia mais o que fazer.

Kagome se afastou de Sesshoumaru. – Vamos fugir!

Ele não entendeu. Mas, ela o pegou pela mão e o arrastou para fora da cozinha.

- Eu não posso, temos coisas para f...

- Relaxa, será por pouco tempo. Nem precisa avisar as meninas.

Sesshoumaru resolveu segui-la sem interromper. Mas, em vinte minutos, quando ele se viu numa praça segurando um picolé ele não conseguia compreender.

- Kagome

- Hmmm... – ela disse mordendo o seu picolé de melão.

- Sabe, quando alguém chama a outra para fugir... A pessoa espera pegar o carro e fugir, sabe? Sair por aí. Acho que sua ideia de fuga é bastante distorcida.

Ela riu.

- Pareço uma criança primária. – ele disse com voz de chateado.

- Quando estamos tristes, precisamos sair da rotina. Isso faz a gente se sentir melhor, não é mesmo?

- É, você está certa. Obrigado.

Eles continuaram a comer o picolé em silêncio. Estavam sentados num banco e sozinhos. Não era uma praça longe da Chocolataria, mas como Sesshoumaru trabalhava demais, ele nem sabia que existia esse lugar. Era simples, mas lhe trouxe um imenso conforto. Só havia andado por pouco minutos e estava melhor do que dentro da sua cozinha – que sempre havia sido o seu refúgio.

- Kagome, acho que encontrei o meu novo refúgio. – ele disse a encarando.

- Refúgio? Do que fala?

- Nada, eu vou voltar.

- Vou ficar mais um pouco.

- Não demore, ok?

- Aham.

Sesshoumaru jogou o palito no lixo, acenou para Kagome e voltou para a chocolataria.

Kagome ficou o vendo ir embora. Fechou os olhos e quando os abriu novamente, levou um susto. Alguém veio por trás e colocou um lenço com um cheiro estranho e molhado em seu nariz e sua boca. Aos poucos sentiu seu corpo amolecer.

Naraku a segurou com força para ela não cair.

- Eu só quero facilitar as coisas. – disse rindo e olhando para o rosto adormecido de Kagome.

Continua...

Hey pessoal! Feliz Ano novo atrasado! Como vão? Demorei mas voltei com mais um capítulo. Estamos chegando ao ápice final! Uhuuuuu! O que acharam desse capítulo? Espero que tenham gostado!

Dessa vez foram muitas emoções e acabou não tenho receita nenhuma.

Quero agradecer pelos comentários, eles sempre me animam! Obrigada!

Narumi Jung – Siiiim, Naraku apareceu e já começou com o terror. Ele não tem tempo ruim. Ele já chega chegando e mostrando para o que ele veio: causar! Ai, nem me fala, ter bloqueios é muito ruim. E tenho a impressão que quanto menos coisa você faz, menos você produz. O que achou desse cap? Espero que tenha gostado! Beijos

Cosette – Eu adoro os seus dramas, são inspiradores, sempre! Relaxa, eu sei o quanto você estava ocupada no ano passado. Sim, menina é uma bagunça. E eu amo seu nome, pare de ficar desgostando dele. É lindo! Gostou do cap? Eu ando lerda para postar, mas vamos que vamos. Super bjs!

Aryel-chan – ahhaah eu amei seu desfecho. Sensacional! Com certeza, vai me ajudar a montar tudo. O que achou desse cap? O Naraku já chegou tocando o terror. Espero que tenha curtido. Beijos

Emmi T Black – Relax, eu sei que fim de ano é mega corrido mesmo. Não tem jeito! Obrigada por continuar lendo. Oh eu não sabia que era Taisho, mt legal! Adorei! Esse cap foi uma loucura. Eu to animada para o próximo! O que achou? Beijos

Luisa – Demorei, mas cheguei! Que legal ver leitoras novas, isso é sempre animador, muito lindo! Obrigada! Espero que tenha dado gritos nesse capítulo também! Deu? Me conta! Super beijos e continue lendo!

Galera, eu demoro, mas volto!

Estou ansiosa para o próximo. Mil desculpas pela demora!

Super Beijos

Dani