Vigésimo primeiro episódio.

As piores reviravoltas.

(MÚSICA: Kate Voegele – Hallelujah)

Data: 29.11.2007

Anteriormente no Seriado Potteriano:

- Rony... Fugir... É um passo muito grande! – disse Luna recuando – Eu te amo, mas... Fugir é complicado.

- Não, não é. Vamos? – ele a beijou outra vez, Luna queria corresponder mas também queria conversar sobre.

- Eu... Eu posso pensar? – pediu ela fazendo gesto "calma" com as mãos – Não... Não posso responder assim, e agora.

- Sim, sim. Ele foi muito gentil como sempre, ele foi meu primeiro namorado, Vítor Krum!

- Ah... Ele jogava vôlei, não?

- Ele mesmo – riu Hermione – Ele se casou com uma tal de Marissa, parecia simpática!

Edward sorriu, segurando os DVDs.

- Ei... Vamos assistir alguns desses filmes?

- Claro – ela sorriu – Vamos começar por um romântico – ela puxou das mãos dele – Antes que termine o dia, dizem que é ótimo!

- Que tipo de segredo, hein? Tem alguma coisa haver comigo? – perguntou Lupin.

- Não, seu bobo. É sobre sua vida particular, sobre o seu pai! – Lílian parecia determinada a deixar escapar alguma coisa para Lupin ficar em dúvida – Tiago tem um irmão gêmeo, mas ele nunca fez questão de conhecê-lo!

- Eu sempre tive medo de me envolver com você, Harry – Hermione comentou como se quisesse desabafar.

- Medo? Medo do que? Nunca fiz mal a ninguém, diferente de você!

- No começo você me fez muito mal, Harry, é que você não se lembra – ela segurava a foto de Gina nas mãos – Você estava obcecado por Gina quando colocou os primeiros pés na escola. Você só falava dela, queria conhecê-la, mesmo namorando Simas. Adeus, Harry.

- Você vai embora? Aonde você vai?

- Eu vou... Eu vou tirar umas férias, mas a gente se vê antes disso – ela colocou a mão no casaco vendo se as passagens para o Brasil compradas por Edward ainda estavam em seu bolso – Eu passarei aqui para me despedir oficialmente.

Ela virou as costas e foi embora. Harry desceu os olhos para a foto de Gina, tentando esconder que sentia a falta da ruiva em sua vida. E... Se fosse verdade o que Hermione falara?

- Lílian, chega de mistério. Eu sei que você está escondendo algumas coisas do passado de Harry!

- Não seja estúpido, Sirius.

- Afinal de contas – Sirius soltou um suspiro – Quem é o verdadeiro pai de Harry?

29.11.07

- Não seja ridículo, Sirius! – praguejou Lílian – Isso não é da sua conta!

Sirius a puxou pelo braço com força, os dois ficaram tão próximos que podiam ser vistos como se estivessem tendo um caso.

- Escuta só, Harry é o meu afilhado, é da minha conta sim!

- Não, não é. Ele nunca questionou isso!

- Porque ele não sabe o tipo de mãe que ele tem – grasnou Sirius – O Harry pode ser o meu filho!

Lílian riu, jogando a cabeça para trás.

- Quanta bobagem, Sirius. Foi só uma noite... E eu estava bêbada, não sabe o quanto eu me arrependo, agora me solta!

- Exato, bêbada! – Sirius a segurava com força – E você usou esse filho para separar o Tiago da sua namorada, não é mesmo?

- Tiago me amava, mesmo de casamento marcado, você sabe disso! E... Eu e o Tiago ficamos na noite da véspera do casamento, ele me amava, Sirius!

- A questão não é amor! A questão é genética, Potter! – Sirius estava saindo do sério.

Lílian o empurrou contra a parede, soltando o seu braço das mãos dele, ficou um vermelho dolorido e ela enviou a mão no meio da face de Sirius, sentindo os dedos percorrerem por meros segundos na barba rala do homem à sua frente.

- Eu nunca esconderia isso de Tiago há tantos anos, Sirius. Quanta babaquice!

- Você sabia que Kirsten, a noiva de Tiago, era Narcisa, não sabia? – perguntou Sirius com um vergão na face, encarando Lílian como se nada tivesse acontecido – Sabia ou não sabia?

- Não tanto quanto você sabia, seu falso traidor! – Lílian sentiu vontade de enfiar as duas mãos na cara de Sirius ao mesmo tempo – Você sabia que ela era Narcisa e só agora vem me falar? Seu filho-da-p...

- VOCÊ DEVIA TER CONTADO AO HARRY QUE ELE É O MEU FILHO! – berrou Sirius enraivecido.

- Como? – perguntou a voz de Lupin, ele estava parado o tempo todo na porta da entrada do quarto do hotel, escutando toda a conversa – Como assim? – ele olhou para Lílian, ela estava com os cabelos bagunçados.

- Não acredite nele, Lupin, é sério... Eu sou a mãe de Harry, eu o gerei, eu sei quem é o pai, não há sombra de dúvidas!

Sirius sorriu maquiavelicamente para Lupin.

- Há três possibilidades de pais para Harry. Eu, Tiago ou Julian, o tio de Harry.

- CALA A SUA BOCA! – berrou Lílian para Sirius – SEU VERME ALUCINADO, É MENTIRA!

- Esse é o tipo de mulher que você quer se casar? – riu Sirius – Que dormiu com três caras na mesma época durante a adolescência?

Lílian estava ofegante, cogitou a possibilidade de jogar um objeto na cabeça de Sirius para machucá-lo seriamente.

- Não é verdade, Lupin. Não é verdade. Sirius está inventando tudo isso!

Ele olhou com uma espécie de nojo para a própria noiva. Eles se encararam por algum tempo demorado, então, ele tornou a perguntar.

- Quem é o verdadeiro pai de Harry, Lílian? – Lupin perguntou sério, desviando o olhar nos cantos para ver Sirius rir da situação como se fosse uma piada hilária.

- Vamos, responde, Potter. Quem é o pai de Harry?

- Não precisamos disso... – choramingou Lílian como se estivesse revivendo as cenas do passado – Não precisamos dessa conversa, dessa situação constrangedora. Você tem que acreditar em mim, Lupin.

- Quem é o verdadeiro pai... – ia repetindo a pergunta, o próprio Lupin, com um olhar desconfiado.

- Tiago – respondeu Lílian chorando – Sempre foi Tiago Potter. Está feliz?

Lupin deu um suspiro como se tirasse um grande alívio de suas costas, então Sirius caiu na gargalhada, gritando.

- É mentira, é mentira!

Lupin soltou um olhar mortífero para o colega, Lílian limpou as lágrimas rapidamente.

- Obrigado por desconfiar de mim – disse Lílian passando por Lupin como um foguete, mordida de raiva.

- Lílian... Lílian, volte aqui! – Lupin correu atrás dela.

A mulher olhou por cima do ombro, com os cabelos agitados e a face toda bagunçada, os dois discutindo no meio do corredor do hotel.

- Acabou, Lupin. Acabou casamento, acabou tudo.

- Lílian...

- Acabou... – dizendo isso, ela apertou o botão no elevador e sumiu. Lupin ficou esmurrando a porta, gritando pelo seu nome.

- LÍLIAN!

29.11.07

Hermione estava usando um vestido florido, preto e branco, com um cinto amarrado na cintura, carregava a bolsa pela alça. Ela estava parada em frente à vitrine do restaurante de Harry, prestando atenção no que estava acontecendo dentro.

Ela passou pela porta, fazendo o barulho da sineta, o rapaz de cabelos negros debruçado no balcão, olhou por cima do ombro. O restaurante estava completamente vazio, até mesmo pelos funcionários.

- Você... Vai mesmo vender o restaurante da sua mãe? – perguntou Hermione vendo o lugar abandonado – Quero dizer, ela confiou em você!

- Azar o dela! – ele estava enchendo o copo de uísque novamente. Hermione sacudindo a cabeça, aproximou-se com a mão em seu ombro.

- Larga disso, Harry. Você não precisa dessas coisas para viver, você é muito melhor sem a bebida!

Ele com os olhos miúdos, voltou a sua atenção para Hermione.

- Eu não sou nada sem você!

- Harry... Escuta, chega disso, ok? – ela o segurou pelo braço – Vamos agir como adultos, não somos crianças mais!

- Por que você não some daqui? – perguntou ele grosseiro – Eu estou bem tomando minhas bebidas!

- Você está se matando aos poucos, Harry! – ela tirou a garrafa de uísque das mãos dele, foi até a pia, jogar tudo fora – Não foi fácil me recuperar, mas... Eu fiz de tudo para isso acontecer. Foi difícil para mim, entende? Digo... Foi difícil abrir mão de você, eu te amava!

Harry concordou com a cabeça.

- Tá, pode ir embora agora!

Ela o segurou pelo braço, obrigando-o a encarar os seus olhos.

- Eu ainda te amo, ok? – resmungou ele.

- Eu também, para falar a verdade – ela disse – Mas agora eu estou com o Edward, meu amigo de trabalho, eu... Eu estou seguindo em frente.

- Edward... Edward... – resmungou ele enojado – Eu sabia que você ainda ia sair com esse malandro, eu sabia! Aliás... Você tem uma queda por assassinos, estupradores, não é mesmo? Não se lembra do seu penúltimo namorado, Rodolfo Lestrange? Quase te espancou até a morte!

- Edward não é assim, Harry. Ele é carinhoso comigo, e... Eu só estou tentando esquecer você – ela piscou firme – Não é por vingança, mas só acho que devia fazer o mesmo, sair com outras garotas. Não sou obrigada a ficar presa em um relacionamento que eu não quero. Você sabe disso, e sempre foi o primeiro a concordar com isso, até mesmo quando a sua mãe quis ficar com o Lupin!

- Não compare a minha mãe a você! – resmungou fechando a cara – Você é uma piranha, vagabunda!

Hermione apertou os punhos para não tirar a cabeça de Harry do lugar. Ela deu um suspiro fundo, tentando ser compreensível o máximo.

- Por favor... Vamos salvar esse casamento – pediu ele, choroso.

- Harry, já está tudo assinado, tudo decidido, não podemos voltar atrás do passado, por favor – ela passou a mão em seus cabelo – Vá atrás da Gina, ela tem um filho seu.

Ele fez que não com a cabeça.

- Eu quero você – resmungou como se fosse uma criança mimada – Mas... Você é muito vaca!

- Sério, não dá para conversar com você nesse estado – disse ela perdendo a cabeça – Chega, eu vou embora. Faça da sua vida o que quiser, aliás tem um ponte bem grande ali na frente, se... Se você quiser se jogar lá de cima seria um favor para mim!

Hermione virou as costas e saiu batendo a porta do restaurante, Harry ficou em pé, um pouco sóbrio e foi andando na direção dela, aos berros.

- Volta aqui, Hermione! – ele a viu entrar em seu carro enorme, prata, ela deu partida e saiu pela rua. Harry correu e entrou no dele, mesmo sem condições para dirigir, ele precisava ir atrás dela e se desculpar. Saiu cantando pneu, desesperado para não perdê-la de vista.

29.11.07

Gina andava distraída pelas ruas frias de Londres, levava o filho no colo, com alguns de seus brinquedos para brincar no parquinho, quando, de repente, uma senhora colocou a mão em seu ombro.

- Eu vejo duas mortes de carro... – era uma mulher toda estranha, parecida com uma vidente, usava óculos fundo de garrafa, os cabelos cacheados volumosos, seus olhos miravam Gina com muita atenção.

- Mortes? Carro? – Gina ficou assustada – Quem?

- Amigos seus. De Nova York!

- Credo. Não... – como ela podia saber que Gina era de Nova York?

- E você... Está prestes a reencontrar o amor de sua vida!

- Que? – Gina achou engraçado, ia até mesmo rir. Miguel era o amor de sua vida, não havia dúvidas – Mas eu já o conheço.

A mulher abanou a cabeça e saiu andando.

- Os próximos meses virão com turbulência na sua vida... Na sua e de seus melhores amigos – Gina começou a fiar assustada, apertou Tiago com força contra o corpo e decidiu acelerar o passo. Ela sentou, apressada, no banco da praça.

Não soube quanto tempo se passou, mas Miguel parou seu lado, preocupado, sentou-se em um banco, a garota estava arrumando o chapéu de Tiaguinho, estavam em frente a um lago, vendo outras crianças brincarem.

- Desculpa estar tão distante ultimamente – murmurou Miguel fitando o horizonte.

- Tudo bem – disse Gina meio calada – Eu sei que você ficou aborrecido com a minha opção de faculdade, com a possibilidade de eu voltar a Nova York, mas quero que você saiba... Que eu te amo, que eu quero muito continuar ao seu lado.

Miguel compreendeu.

- Eu tenho estado distante – continuou como se a conversa não fosse interrompida – E... Eu estou tentando voltar, mas não consigo!

Gina colocou a mão em seu braço, apertando-o vagarosamente. Os olhos dos dois se encontraram, coisa que não acontecia há dias. Ela sorriu mas ele não correspondeu.

- Alguém ajudou a minha mãe a cuidar de mim, eu estou retribuindo esse favor – continuou Miguel baixinho – Mas... No final das contas, eu sei que você vai voltar para ele. Assim... – ele foi perdendo o tom da voz – ...como a minha mãe fez!

- Miguel, quanta bobagem, pelo amor de Deus! – ela segurou o queixo dele – Eu estou aqui do seu lado, com o "nosso" filho. Não pretendo voltar a Nova York tão cedo.

- Mas você cogitou essa possibilidade, não havia por que prestar para aquelas universidades, Gina, você sabe disso!

Gina sentiu a pele do namorado fria.

- Foi muito difícil abrir mão de você pela primeira vez, Gina – ele disse sinceramente – E não vai ser fácil fazê-lo de novo!

- Não precisa. Eu não vou a lugar algum – ela parou por um momento – Nunca!

- Eu... Eu não estou pronto para desistir, Gina!

- Não... – ela estava com lágrimas nos olhos quando viu Miguel se levantar, ainda mais distante.

- Eu li o seu diário, Gina. Eu vi as cartas que você escreve ao Harry todos os dias, eu... Eu vi a foto que você guarda no fundo do seu guarda-roupa – Miguel parou olhando para ela, no fundo dos olhos, um modo quase que penetrável – Por que você não envia as cartas a ele? Por que você esconde isso de você mesma?

Gina estava chorando.

- Eu estive fraca ultimamente, Miguel, por favor, tente me entender... – ela estava envergonhada.

- Você pode mentir para mim, Gina, mas... Nunca para o seu diário, ou o seu coração. Aliás, é um hábito que você vem fazendo desde que você o conheceu, não é? Na página 43, diz que você... Quase o perdeu porque Harry achava que o diário fosse de Hermione no seu segundo ano escolar!

- Os diários são maldosos, sabe? – resmungou Gina descontrolada, chorando – Eles não dão conselhos, não conversam com a gente, e... Eu precisava desabafar com alguém sobre. Só isso!

- Eu sempre estive aqui, Gina. Eu vi você correr para o casamento dele, e... Ainda assim eu insisti no nosso relacionamento – ele a segurou pelos ombros – Não engane a você mesma!

Gina abaixou a cabeça.

- Mas... Nas cartas, eu nunca disse que eu o amava, eu o tratava como um amigo. E no diário, eu nunca escrevi que gostava dele, Miguel. Como você pode saber?

- O jeito que você o olha, o jeito que você o trata, não precisava dizer que o ama, mas você ainda o tem todos os dias de sua vida – ele olhou para Tiaguinho que brincava com a areia, sujando os pés – Harry sempre será uma parte de sua vida e não terá como apagar isso de você.

Gina abaixou os olhos.

- Obrigado por escrever que me ama em seu diário, que eu sou carinhoso, e que a nossa primeira vez foi ótima, e eu acredito que o nosso namoro tenha sido muito intenso, contudo... Não é isso o que o seu coração quer, Gina! Abra os seus olhos!

- Miguel, por favor, não seja bobo. Outro ataque de ciúme não... – ela parou – Aposto que você deve ter lido as últimas páginas. Eu estou com saudades de você, eu quero dormir ao seu lado para sempre, como uma... Esposa de verdade!

- Eu li as últimas páginas, Gina. Você escreveu coisas absolutamente românticas sobre mim, que eu jamais ouvirei de outra pessoa em toda a minha vida, mas... Eu sei que o Harry tem um valor simbólico muito maior do que eu e a força do amor entre vocês é tão grande que nem mesmo o Oceano Atlântico é capaz de separar.

- Harry só foi um amigo, ex-namorado, por isso eu ainda escrevo as cartas! – Gina segurou em seu braço – Escuta o que eu estou dizendo.

- São cartas de amigo, eu sei, e isso só mostra que você se lembra dele todos os dias – Miguel colocou duas passagens na mão de Gina – Escuta, aqui tem duas passagens para Nova York, e eu não vou deixar você desperdiçar a sua vida aqui em Paris. Volte... Volte para Nova York e vá ser feliz com o Harry!

- Miguel, se for para você ficar em dúvida sobre o nosso relacionamento... – ela precisava fazer alguma coisa extremamente desesperadora para que Miguel não fosse embora, para mostrar que o amava – Casa comigo?

Ele olhou por cima do ombro surpreso.

29.11.07

Cedrico estava beijando Cho ardentemente dentro do carro, a sua mão deslizava pela coxa dela, em direção ao zíper. A garota estava entregue aos beijos do rapaz, desesperada por uma noite de prazer. Ela, ofegante, ligou o rádio com o dedo, a fim de uma música romântica.

- Essa música... Eu dedico para alguém muito especial, alguém que eu amei muito nessa minha vida.

Cedrico parou de beijar Cho, totalmente desconcentrado e sem tesão, ainda mais por causa da voz reconhecível de Draco Malfoy nas rádios.

- O que foi? É a música? – perguntou Cho com os olhos espantados – Algum problema?

- Não, não. Eu só perdi a vontade, eu sinto muito – Cedrico se afastou, desconcertado, enquanto Draco terminava de falar.

- Qual é o nome dela? – perguntou o locutor da rádio.

- Vamos por apelidos, não é Drica?

Cho olhou atentamente para Cedrico, e o rapaz não sabia onde enfiar a cara, desligou o rádio com o dedo quando a música estava no começo.

- Drica, seu nome termina com Drico. Coincidência? – perguntou ela de braços cruzados.

- Por favor, não... Não vamos discutir sobre isso – ele deu um suspiro cansado, farto daquela conversa, e até mesmo daquele passado.

- Por que você não me contou antes? – Cho estava brava – É sério, eu adoraria saber sobre o seu passado, mas você não faz muita questão disso – Cho abriu a porta e saiu – Eu também não faço questão desse namoro!

- Cho, não vá...

- Cedrico, você está me afastando de você e não é isso o que um relacionamento precisa. Eu estou tentando segurar esse namoro com todas as garras e forças da minha vida, mas eu preciso que você me precise de volta! – ela tinha os olhos úmidos – Bom, é isso! – ela virou as costas e foi embora.

29.11.07

Hermione estava acelerando o carro e percebeu que Harry estava bem atrás, buzinando e tentando alcançá-la.

- Oh, meu Deus, ele está completamente bêbado! – ela murmurou ao se lembrar que ele tomava uma garrafa de uísque há poucos minutos.

Ela pegou o celular e discou no número dele, atendeu na mesma hora.

- Escuta, você está bêbado, não pode dirigir nesse estado!

- Eu não vou parar – ele disse sério – Não vou parar até você me ouvir!

- Você é um tapado, Harry, é isso sim o que você é! – ela acelerou o carro para testar a paciência do garoto, e ele fez o mesmo, bem atrás dela.

Hermione estava correndo muito rápido, sentiu o volante tremer conforme aumentava a velocidade, perguntou se não deveria parar pela própria segurança de Harry, mas ele estava sóbrio o bastante para ver o que aconteceria em seguida.

Então, em segundos, muita coisa mudou na vida dos dois.

O carro de Hermione rodopiou na pista, sem motivo algum e bateu de lado em uma mureta de cimento, atingindo outro carro também, a velocidade era tão alta que o carro dela bateu de frente e tombou de lado, dando duas piruetas na pista. Harry parou o carro com o seu freio ABS e assistiu a cena boquiaberto.

- HERMIONE, NÃO! – ele sentiu a vida vazando entre os seus dedos. O amor de sua vida estava ali, naquele carro, e o acidente tinha sido o suficiente para matar todos os que estavam naquele carro.

Ele parou no acostamento e deixou o seu automóvel sem pensar duas vezes, ele se aproximou do carro de Hermione a tempo de vê-lo explodir em chamas. Recuou alguns passos para não ser atingido pelo fogo ou até mesmo o calor incandescente em volta. Ele desejou que Hermione não estivesse naquele carro, mas era tarde demais para arrependimentos. Os olhos dele se encheram de lágrimas, ela não teria sobrevivido, nunca, jamais!

- Hermione... – ele caiu de joelhos, rasgando a calça jeans naquela região, sentindo o mundo desabar em sua frente e sem poder fazer nada, não havia como salvá-la, o fogo dominava todas as partes do carro.

Seus ouvidos estavam praticamente surdos pelo barulho da explosão, mas ouviu os murmurinhos das pessoas se aproximando e da ambulância no fundo, juntamente com a polícia. Ele fechou os olhos, vendo as lágrimas caírem no asfalto.

- Hermione... Não...

29.11.07

Lílian terminou de fazer as malas no quarto, Lupin parou na porta, batendo o dedo.

- Podemos conversar?

- O que quiser, mas não vai mudar a minha opinião. Estou voltando para minha casa, para o meu restaurante e para o meu filho.

- Estamos terminando por besteira, sabia? – disse às suas costas.

- Não julgo besteira a sua falta de confiança em mim! – respondeu seca.

- O acordo era que nós fossemos atrás dos nossos sonhos, não era? – perguntou ele atrás dela com a voz mansa.

- É... O meu sonho agora é estar solteira – ela sorriu devolvendo a aliança na mão dele – Eu... Eu vou embora, Lupin e não vamos nos ver nunca mais!

- Vai jogar fora todo o nosso amor, como nos conhecemos, da forma que tudo se transformou?

Ela olhou para o carpete do chão.

- O meu casamento com Tiago estava por fio tudo por causa da maldita falsa de confiança da parte dele, Lupin. E eu não estou disposta a viver isso novamente!

Lupin não sabia o que dizer mais, aceitou a verdade e quase como um assobio.

- Desculpa, eu sinto muito, eu errei! – ele abaixou a cabeça também.

O barulho de passos abafados no corredor pelo carpete foi se tornando cada vez mais nítido com a aproximação de um grupo de pessoas. Lílian achou que seriam os vizinhos de quarto e o máximo que fez foi dar atenção para abaixar o tom da briga, não queria que ninguém escutasse. Mas não eram vizinhos, eram policiais com algemas e armas.

- Senhora Lílian Potter?

- Eu – ela virou inocentemente.

- A senhora está detida pela polícia de Paris! - o policial negro mostrou o instintivo.

- Eu? Mas o que eu fiz?

- Acusada do assassinato de Lúcio! – eles colocaram a mão de Lílian para trás, prenderam as duas mãos com algemas – Você vem com a gente!

- Mas... Eu não fiz nada, isso foi há séculos!

Os policiais a seguravam e ela se debatia para se soltar, mas era inútil, ela estava com as mãos praticamente grudadas, ela correu até o ouvido de Lupin e sussurrou.

- Por favor... Por favor, me ajuda a sair dessa!

Lupin desceu com a boca em direção a dela, dando um beijo doce de despedida.

- Eu vou te tirar dessa! – ele murmurou.

- Chega, você precisa acompanhar a gente – os policiais a seguraram pelos braços, arrastando-a para fora do quarto. Ela se debatia com violência mas não adiantava.

- EI, PAREM! – gritou Lupin com a voz ecoando pelo corredor – Ela não merece ir para a cadeia, ela não matou o Lúcio Malfoy!

- Quê? – perguntaram os guardas – Como assim?

- Eu o matei – ele estendeu os braços – Me levem no lugar dela.

O queixo de Lílian caiu aos pés, os guardas tiraram as algemas de suas costas e foram na direção de Lupin. Os policiais foram brutos com Lupin pelo fato dele ser homem, empurram-no contra a parede, e apertaram as algemas.

- Lupin... Não faça isso, você não pode... Não foi você, foi? – perguntou Lílian com os olhos cheios de lágrimas.

- Foi – ele disse com os olhos caídos – Eu sinto muito pelo nosso casamento, Lílian!

Ela caiu em prantos, com os pensamentos bloqueados, a sua vida se passando em flash na sua cabeça. Ela amara um assassino durante esse tempo todo?

30.11.07

- As passagens estão aqui – disse Rony conferindo as duas – Para o Brasil, assim como você queria – ele abriu um sorriso.

Rony estava sentado na sala de embarque quando a garota se aproximou, ela sentou ao seu lado, branca, gelada, usando roupas de frio mesmo que fosse para um país onde fazia muito calor. Ela apertou a mão de Rony ao seu lado, também sentada na poltrona.

- Tem certeza de que quer fugir de tudo isso aqui? – perguntou ele e a garota assentiu duas vezes com a cabeça, foi o suficiente para ele entender que era um "sim" – Prometo que vai ser uma vida diferente – ele apertou a mão dela de volta – Vamos curtir bastante o Brasil.

A voz de uma mulher soou nas caixas de som pela sala, ele assustou ao perceber que era a chamada para o seu vôo. Rony segurava três passagens para o Brasil nas mãos.

- Então vamos?

Ela assentiu, amedrontada, segurou a sua mala com firmeza e os dois foram caminhando em direção ao vôo. Ao passar pela lixeira, Rony atirou uma das passagens, ainda sobrando duas nas mãos: a dele e de sua acompanhante.

Rony beijou-a na testa.

- A Luna não vem? – a garota cheia de cicatrizes no rosto, com os braços queimados, olhou para a lixeira, vendo uma passagem ser desperdiçada.

- Não – Rony piscou os olhos demoradamente – Agora, somos somente eu e você, Hermione... – ele passou o braço em volta do ombro dela, como nos velhos tempos – Essa fuga para o Brasil vai ser bem divertida!

- FIM –

Nota do Autor: Entenderam o final? Risos... Que bom QUE NÃO! Bem vindos à nova temporada (ela vai ser assim ou pior), vai ser tipo uma avaliação psicológica... E vocês vão boiar em alguns capítulos... Vão entender em outros. E desculpem ficar tanto tempo fora... Mas muitas coisas aconteceram nos últimos dias... Enfim... Aqui está o último capítulo. Espero que tenham gostado. Não vou comentar agora os coments... Porque eu vou me atrasar para a faculdade (daqui a pouco). Mas eu prometooo que os coments do capítulo 20 (passado) eu vou responder na QUINTA TEMPORADA – 1° capítulo – assim que eu chegar da faculdade – AINDA HOJE -, ok? Desculpa... Estou atrasado. Beijos, amo vocês! E espero que tenham gostado... Comentem... E mil desculpas!