Oi Pessoas! Sei que esse capítulo demorou, mas acho que vai valer um pouquinho a pena, tá? estou tentando adiantar essa fic, pq quero que ela tome um rumo definido o mais rápido possível, evitando que eu cometa besteiras...

Beijinhos, boa leitura!


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Capítulo Sete

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Rin abriu os olhos, sentindo o braço direito dormente, e então se deu conta do ocorrido: pegara no sono, sem querer, e havia deitado de mal-jeito.

Ela sentou-se na cama macia, devagar, e esfregou os olhos, tentando se situar no tempo e espaço. A luz solar intensa invadia o quarto através da porta da sacada, e Rin deduziu que já deveria passar do meio-dia. Caminhou até o pequeno banheiro ao lado do closet, e lavou o rosto com bastante água fria. Ao erguer as mãos em concha para levar a água ao rosto, ela deu uma breve olhada para aquela cicatriz em seu braço direito, e, depois de enxugar-se, dedicou alguns instantes para analisar a marca.

Já nem se lembrava mais de como era seu braço sem aquela marca rosada, que agora, depois de adulta, ia de três centímetros abaixo do pulso até uns cinco antes do cotovelo, tendo cerca de meio centímetro de largura. Com o indicador da mão esquerda, ela percorreu toda a cicatriz, percebendo-lhe a textura lisa e destacada do restante da sua pele. Lembrava-se da dor, lembrava-se do fato... E lembrava-se dos olhos dourados, envoltos em uma preocupação singular, que a observavam naquele dia, quando despertou do breve desmaio.

Sesshoumaru estivera o tempo todo ao seu lado, disseram-lhe. Mesmo sob as exortações de Inu Taishou, o rapazinho não saiu de perto dela até que acordasse.

Porque Tsubaki-san tinha que ter dito aquelas coisas? Agora Rin não conseguia deixar de pensar nele. De pensar em todas as vezes que o destratara, de pensar em quando, exatamente, tudo aquilo havia começado. A última coisa que queria, naquele momento,era pensar nele. Ela imaginava que Sesshoumaru estaria no quarto dele, que, por sinal, era em frente ao seu... De alguma forma, tinha medo de que ele pudesse escutar seus pensamentos. Queria não ter mais que pensar nele, aliás, nunca mais.

Andou a passos rápidos até o closet, e abriu algumas portas e gavetas, confirmando aquilo que já sabia: suas roupas estavam extremamente perfumadas e limpas, nenhuma das peças tinha sequer vestígio de cheiro de roupa guardada, e apresentavam-se na rígida organização que Rin adorava, separadas por cor, tipo de peça e freqüência de uso. "Izayoi Taishou ataca novamente", pensou, com um sorriso.

Ela se deu conta, nesse instante, de que estivera muito tempo fora de casa... As roupas que ela amava quando adolescente agora lhe pareciam um pouco antiquadas, seria necessário "limpar" o armário, e comprar coisas novas, já que não trouxera quase nada de Londres.

- Que bom que algumas coisas nunca saem de moda... – Murmurou para si mesma, enquanto pegava uma bermuda jeans justa, que ficava a altura dos joelhos, e uma baby-look branca de algodão. – Perfeito! – disse em voz alta, depois de ver-se vestida no grande espelho fixado na parte interna da porta do closet.

Rin riu de si mesma por um instante. Estava na sua casa, com a sua família. Que importância teria se as roupas que usava estavam ou não fora de moda? "Sesshoumaru..." Sentiu seu rosto queimando, o coração acelerado. Não! Não deveria se importar com a opinião dele, muito menos sobre sua aparência.... Embora devesse admitir que era bastante agradável perceber o olhar atento de um homem como Sesshoumaru sobre si.

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Ao descer as escadas, Rin pôde reconhecer as vozes vindas do lado de fora. Ela atravessou a sala de estar e saiu pela porta envidraçada que dava acesso ao quintal dos fundos, encontrando os outros quatro sentados ao redor de uma mesa quadrada de madeira, à beira da piscina. Eles conversavam e tomavam alguns refrescos, a exceção de Inu Taishou, que bebia um drink qualquer que ela não reconhecia.

- Oh, querida... descansou bastante?

Rin não conseguia decifrar a expressão de Izayoi, mas tinha certeza de que podia ver alguma armação escondida naquele sorriso. Ela conhecia bem aquele jeito trigueiro, como de uma criança que tentava esconder suas traquinagens. Apenas franziu o cenho, limitando-se a responder.

- Creio que tenha sido o suficiente... Me admiro por você não ter me chamado antes...

A garota esboçava uma certa decepção, por perceber que sua falta, aparentemente, não fora muito sentida, enquanto estivera dormindo. Dirigiu-se até a mesa, procurando o local mais distante de Sesshoumaru para poder se sentar. Mas não teve chance, já que ele se levantou em seguida, sacando alguma coisa do bolso da bermuda.

O rapaz olhou para o pequeno aparelho prateado em suas mãos, pronunciando algo que Rin demorou a decodificar, de tão baixa e grave que sua voz saiu. Ele pediu licença, se dirigindo para perto da piscina, de costas para os outros, e atendeu o celular. Foi então que ela entendeu o que ele havia dito... A palavra foi "Sara".

- Oi, linda... Não, eu não estou ocupado...

Rin permaneceu parada no mesmo lugar, seguindo Sesshoumaru com os olhos, enquanto ele dava passos lentos, sem direção, falando ao celular com a namorada. Então ela viu.

Sesshoumaru segurava o telefone com a mão direita, e algo fez a raiva faiscar nos olhos de Rin, algo que ela não havia visto no carro, e tinha certeza de que não estava ali, no dia anterior. Uma discreta aliança dourada cintilava na mão direita dele sob a luz do sol. Uma aliança de noivado.

Por um instante, ela desligou completamente da realidade. Já não prestava mais atenção à conversa dele com Sara, já nem se lembrava que toda a sua família estava ali. Apenas a imagem da aliança girava em sua mente... Como ele pôde!?

- Algum problema, querida?

A voz de Izayoi a trouxe de volta. Ao olhar para a mãe, ela pôde perceber um leve tom de zombaria, talvez sarcasmo, escondido sob a preocupação daquela pergunta.

- Nada... Acho que dormi por tempo demais, e minha pressão deve ter baixado...

- Sente-se... – ela indicou a cadeira aonde Sesshoumaru estivera sentado, e Rin sentou prontamente, sem nem perceber esse detalhe – Estávamos comentando sobre a noiva do Sesshoumaru... Você já a conhece?

Rin encheu um copo com o suco da jarra a sua frente. Precisava de qualquer coisa na qual centrar sua atenção, e assim parecer desinteressada por aquele assunto.

- Hum... – Sorveu um gole, de olhos fechados, sentindo o líquido gelado em sua garganta – O Inu me falou a respeito... – Apontou o irmão com o queixo, ao pronunciar o nome – Parece que é uma espécie de "Madre Tereza"...

Rin se amaldiçoou pela frase no exato instante em que a deixou escapar. Para alguém que queria mostrar total falta de interesse, ela estava sendo muito hostil.

- Oh, absolutamente, querida. – Izayoi apressou-se em rebater. A reação de Rin estava em perfeita sincronia com seus planos. – Sara é uma moça excelente, mas não creio que possa ser definida dessa forma... Bem, ela é bonita demais para ser comparada à Madre Tereza. – Os olhos de Rin reviraram. Até mesmo sua mãe estava encantada pela tal Sara! – Mas, em todo o caso... Falávamos sobre a novidade... Sesshoumaru nos contou que eles ficaram noivos, ontem à noite!

Rin por um instante viu um jato de suco saindo pela sua boca. Se viu engasgando e tossindo, vermelha, roxa, verde de raiva! Mas então percebeu que apenas estava paralisada, com o copo na mão, sem ter cuspido, sem ter engasgado. Depois dos comentários lisonjeiros que sua mãe havia feito a Sara, ela havia esquecido completamente da visão da aliança na mão de Sesshoumaru.

Então era isso? Ela passara a noite se revirando na cama – a primeira noite em casa, após uma longa temporada no exterior – enquanto ele propunha casamento àquela mulher? "E depois de todo aquele discurso de 'estou feliz que tenha voltado'... Cachorro...".Ela enrubesceu com seus próprios pensamentos. Desde quando se preocupava com o que Sesshoumaru fazia de sua vida? E desde quando esperava que ele manifestasse algum tipo de consideração para com ela?

Claro que vê-lo vestindo apenas uma toalha no dia anterior - e ainda mais com a forma como ele lhe olhou, e como falou com ela naquele momento – fez com que algumas teorias involuntárias surgissem em sua mente. E depois do maldito comentário de Tsubaki, pela manhã, Sesshoumaru estava ocupando sua mente por tempo demais.

- Nossa, eu pensei que nenhuma mulher nesse mundo fosse capaz de agüentar o seu enteado além da senhora, mãe...

- Rin!

O tom duro da voz grave e masculina fez com que Rin se lembrasse de que não estavam apenas ela e a mãe naquela mesa. Ela ergueu os olhos e sentiu muito remorso, ao encarar a face irritada do padrasto.

- Eu não gosto que você fale assim do Sesshoumaru, Rin... Ele é meu filho, lembra? Seu irmão.

Ela abaixou os olhos, para em seguida erguê-los, com expressão arrependida.

- Desculpe, eu falei sem pensar...

Inu Yasha a olhava pasmo, e isso não lhe passou despercebido. A menina o encarou, como que esperando uma resposta para a forma como ele a observava. O irmão tinha as sobrancelhas juntas, e os olhos dourados estavam levemente mais abertos que o normal, uma mosca poderia, com facilidade, passar pela fenda deixada entre seus lábios. Parecia o rosto de alguém que acabara de perceber algo surpreendente. Rin sentiu medo. Mas ele suavizou-se rapidamente, esboçando um sorriso para sua irmã mais velha.

- Lembra que dia é hoje, Rin? – Como a expressão dela era ainda mais confusa que antes, ele não esperou pela resposta – A Ayame... É aniversário dela.

Rin reconsiderou os fatos, tentando centrar-se no que Inu Yasha estava dizendo. Que dia era mesmo? Dez? Doze? Claro! O aniversário da Ayame!

- Kouga preparou uma baita festa, num bar aqui perto... Eles já sabem que você voltou, tenho certeza que não vão te perdoar se você não for...

- Bom, primeiro eu tenho que ligar pro Kohaku... E acho que vou ter que comprar algumas roupas, já que as minhas...

Ela parou de falar, pois duas mãos pálidas e fortes se apoiaram no outro lado da mesa, exatamente à sua frente, e o dono delas roubou-lhe totalmente o fôlego e a paciência, com seu quase-sorriso deslumbrante. Ela pôs no rosto a sua expressão mais emburrada, ao ouvir a voz melodiosa e baixa, soando com evidente divertimento. Rin se perguntava o que será que ele estivera conversando com a "noiva" para ficar de tão bom-humor

- Sara lhe pede desculpas, Izayoi, mas não poderá vir até aqui. Os alunos dela têm três recitais essa semana, e ela mesma vai se apresentar com a orquestra na quinta. É uma pena.

Rin se levantou, rapidamente, pedindo licença. Quando Izayoi perguntou aonde ia com tanta pressa, ela apenas disse que iria sair, e dirigiu-se à escada que dava acesso aos quartos. Inu Yasha a seguiu, alcançando-a pouco depois de ficarem fora da vista dos outros.

- O que deu em você, Rin? Eu sei das suas reservas com o Sesshoumaru, mas porque toda essa raiva, essa agressividade com a Sara, que você nem conhece ainda?

Ela desvencilhou o braço que ele segurava, o encarando de maneira brava.

- Qual é, Inu Yasha? Eu não estou sendo agressiva com essa garota, pelo simples motivo que eu nunca a vi na vida! Como posso ser agressiva se não tivemos nenhum contato? – Ela respirou fundo, tentando não parecer histérica – Acontece que eu estou de péssimo humor, e não me agrada muito ficar exaltando a vida amorosa daquele idiota... Pouco me importa o quanto a noiva dele seja perfeita! Agora deixa eu ir trocar de roupa... Temos uma festa pra ir, e eu tenho que comprar alguma coisa pra vestir urgentemente!

- Rin, seu closet tá lotado – ele constatou, desanimado.

- Lotado de roupinhas de uma Rin com quinze anos de idade... Acho que eu não caberia na metade daquelas peças... Quer ir comigo até o Shopping?

- Tá, pode ser... te espero lá embaixo...

Ele ficou ali, observando a porta se fechar... Com algumas hipóteses martelando a sua cabeça.

- Será...? – murmurou para si mesmo.

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Fim do capítulo Sete

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Nossa! A festa promete, hein? ainda estou planejando alguns acontecimentos interessantes pra essa noite, Aceito sugestões!

Bom, não dá pra responder às reviews, dessa vez, mas agradeço a TODAS as minhas queridas leitoras que deixam reviews e fazem valer a sua opinião! AMO vocês...

Bjo, DEIXEM REVIEW!