Piromania
A Death Note Fanfiction by Raayy

x - Death Note não me pertence, ainda. O louco piromaníaco também não, mas eu 'roubei'. -corre-

x - YAOI FTW. Mello/Near, Near/Mello, you choose. (Embora eu escolho o Near/Mello por preferência -morre-) PoV de um dos dois.

x - Fic pro concurso "Spirits of Nature". Não vou ganhar de jeito nenhum, mas como a Chibi me obrigou... FAZER O QUE.

x - Spirit of Thunder, Tema A, "Sensações". Palavras usadas: Suavidade, Agonia, Leveza.

x - Betada por Chibi Anne.


xXx


Piromania.

"Playing with fire
You'll get burned
Flames grow higher
You'll never learn"
(Yngwie Malmsteen - Playing with fire)

Estranho. Diferente. Amedrontador.

Era sempre isso que eu ouvia dos outros.

Mas eles não sabiam, nem nunca souberam, o que se passava pela minha mente.

Eram simplesmente pessoas, pessoas comuns que julgam pela única referência que tem:

A aparência. Mas eu sabia o que eu era.

Eu era louco.

Eu era um louco são.

Porque eu sabia da minha loucura.

Piromania excessiva.

Ele também. Ele era o único.

ele que não me chamava de estranho, diferente.

Amedrontador, às vezes.

Ele não era uma pessoa comum.

Ele sabia que eu era tão louco, que não podia ser de verdade.

Restos de sanidade.


Ele era carinhoso comigo.

Aqueles olhos podiam demonstrar carinho quando queriam.

Antipáticos, na maior parte do tempo, mas ele era atencioso comigo.

Éramos crianças, e não havia nenhuma rivalidade.

Nem por sua parte, nem pela minha.

Eu ia para os seus braços e te chamava.

Você nunca fora bom em lidar com pessoas, mas você me acolhia.

Sempre afastava as pessoas de você, mas nunca me afastava.

O carinho aliviava minha loucura, prestes a explodir.

Suavidade.


As vezes eu tinha que fazer isso.

Pegar papéis e tacar fogo.

O calor fazendo o papel amolecer, e mais rápido, pegar fogo, em várias partes. Deixando-o preto, se transformando em cinzas pouco-a-pouco. Os pedaços caíam por não poder mais se prenderem.

A mais completa forma de destruição.

Não tinha uma razão.

Era só esse meu pedaço de loucura.

Ele me assistia, quieto.

Ele também gostava de combustões, mas era uma diferente da minha.

Enquanto eu gostava de ver aquele calor destruindo os leves papéis...

Cada vestígio se consumindo...

Ele preferiria ver meus olhos se queimando.

A luz do fogo dançando neles.

E o brilho ensandecido.

Enquanto olhava os papéis se transformando em cinzas, sabia que meu olhar mudava por que eu por inteiro mudava. Era só excitação, prazer, e satisfação. E tudo isso se mostrava pelo brilho nos meus olhos.

Era ele quem me dizia isso. Não que eu não percebesse pelo olhar.

Éramos realmente viciados. Piromaníacos.

Agonia.


Eu era louco e ele era são e atencioso comigo.

Como um pai ou irmão?

Não, não era assim.

Isso não foi só fraternal.

Começamos a nos envolver mais do que fraternalmente.

Isso também foi culpa da minha loucura.

O desejo, a adolescência, um corpo bonito e atenção.

Eu o beijei e o levei pra cama.

Continuamos amigos, normalmente.

Mas por que não amantes?

Afinal, era praticamente isso o que nós éramos.

Continuamos com o mesmo tratamento, só com trocas de beijos que ninguém via.

Só apenas não dissemos nada.

Naquela noite, no escuro, no meu quarto.

Com as velas, queimando.

Leveza.


Quando os lugares foram anunciados, foi o começo.

Da minha verdadeira loucura.

Ele se importava, e eu sabia. Era por isso que eu odiava.

Não queria ser rival do único que me mantinha são.

Do único de quem era íntimo.

Deixei de ser apenas um piromaníaco, fui piorando.

Gradativamente.

Descontava minha loucura nelas, nas provas.

E as vezes, ele encontrava restos de cinzas nas minhas roupas.

Abismo de loucura.


I can't stop laughing!¹

Eu não conseguia, era irresistível.

Eu gargalhava, e ria feito louco.

Gargalhadas de um vilão numa peça trágica.

Tacava álcool ao meu redor, nos papéis.

Nas provas, naquele lixo.

Lixo construído com tanta dedicação.

Com um sorriso ensandecido.

Talvez de um Joker².

Quando achei que já era o suficiente, eu parei.

Abri a tampa com o furinho que deixava escapar o álcool, e deixei cair em mim.

Aquele líquido, falsamente frio, me molhando por inteiro.

Era delicioso, e gelado.

E o odor, forte, impregnando.

Não mais forte do que viria a seguir.

Peguei a caixa de fósforos. Olhei pra ela com um sorriso divertido.

Como tantas outras vezes.

Peguei um fósforo, o acendi.

Apreciei a chama parada, quieta por um momento.

Linda. Calma, quieta e suave.

Até que soltei.

Fiquei observando cair, até se chocar com os papéis, molhados.

Numa suavidade engraçada.

Talvez eu só tenha visto tudo mais lentamente.

E a chama aumentou repentinamente.

Se transformando num incêndio.

Até me atingir.

E tudo ficou tão quente, e agoniante, que só me deu vontade de rir.

Rir de dor.

Gargalhar de agonia.

Até a morte.

Suicídio.


A chama, ardendo, consumindo, sem parar.

Cegando os olhos de quem a admira, queimando quem a tenta tocar.

Queimando quem estava dentro dela.

O cegando, me queimando.

E destruindo.

Sempre, sempre.

Até a sanidade.

Destruindo meu corpo, e a sua sanidade.

Dava até pena.

Uma vida, uma dor.


Ele veio até mim.

Mas ele parou quando chegou até as chamas.

Estava muito forte.

Já tinha queimado toda a sala, o calor era insuportável.

Ele me olhou desesperado.

Ou seria desolado?

Eu sorria, só sorria.

Éramos os causadores de tudo aquilo, não?

Eu e você.

Os causadores de minha loucura.

Porque um dia eu já fui são.

Eu te chamava de amigo.

E você também.

O cheiro de fumaça é mais forte do que do álcool, e eu sorrio, apenas.

E você me olha, temeroso.

Medo por minha vida?

Você nunca foi de demonstrar sensações assim.

Medo, dor, desespero.

Laços queimados.


Você não podia se aproximar, então gritou.

Gritou para que eu parasse.

Eu já estava ficando fraco para rir, ou gargalhar.

Mas eu sorri.

"Já não há mais o que se possa fazer."

Então fui sentindo uma leveza, até que caí no chão.

Ora, não sabia que era tão bom assim morrer.

A agonia passou. Estava me sentindo suave e leve.

Caído no chão, morto.

E eu sabia que ele não.

Ou talvez, eu não estivesse morto ainda, por que eu escutei um grito.

Um grito chamando meu nome.

Era tão irônico.

O louco que o chamavam, era na verdade eu.

O perfeito, que me chamavam, era ele.

E só quando eu me livrasse da loucura, ele realmente viraria o louco.

Por que nos confundiam?

Será por que éramos tão semelhantes assim?

Tão, piromaníacos, Querido Mello?

Louco Near que amou o sóbrio Mello.


xXx


N/A:

¹: Tirando de um avatar do Mello. XD' Eu coloquei por que me inspirou pra começar a escrever a fic. (eu comecei a escrever a partir daquele trecho)
²: Joker, Coringa, eu me baseei no Coringa do Batman. Mas usar "Coringa" não fica legal, aí eu usei Joker. (?)

Primeiramente, quero agradecer a Abra por ter me deixando usar o Near louco da fic dela "Nuances". SIM EU PEDI, ENTÃO NÃO É TOTALMENTE ROUBADO.
É que eu me apaixonei pelo Near da fic dela, Sorry.

Un, o principal propósito da fic foi parecer que quem tava narrando era o Mello, mas no final se revelase o Near XD... -fdp-
Eu consigo enchergar o Near e o Mello assim muito bem, a Chibi demorou um pouco mas eu fiz ela ver -q

BTW, deixando minha mente insana e louca de lado. Cada final em negrito não era PoV, era como se assinasse o trecho.
E o Near não é bebado. Mas se eu colocasse "o são Mello" ia parecer santo Mello... wtf.
E... acho que é só.

Se eu não quisesse Reviews eu não postava FanFics!

Para os leitores fantasmas de plantão, que seus dedos caiam enquanto digitem!