Autor: Lady Bogard
Título: Die for me
Sinopse: "Se ele não pode ser meu, não será de mais ninguém." Por todos os demônios do inferno! Eu ia socar a cara do desgraçado até transformá-la em pó!
Banda: the GazettE, Miyavi, outros
Ship: MxK, AxU, menção de AxK
Orientação: yaoi
Classificação:18 anos (só porque é yaoi)
Gênero: angst, drama, suspense, policial, violência
Observação: Universo Alternativo, ainda não decidi se terá um final feliz ou não...
Die for me
Lady Bogard
Prólogo
O pandemônio estava formado. E eu não me importava nem um pouco! Uma força sobrenatural se apossou de meu corpo, num tranco livrei-me dos dois policiais que me seguravam e praticamente voei pra cima de Shiroyama outra vez. O puxei pela camisa e acertei um novo golpe em seu já machucado rosto. Ele não se defendeu. As algemas impediam.
Senti seu sangue escorrer por meus dedos. Puxei-o novamente, fazendo questão de olhá-lo diretamente nos olhos. Queria entender o que se passava na mente daquele rapaz.
– Porque? – perguntei inconformado – Porque?
Aoi, o apelido de Shiroyama Yuu, devolveu meu olhar, sorrindo com os dentes sujos de sangue. Um sorriso triste.
– Você tirou tudo o que eu tinha, Miyavi. – cuspiu meu codinome com desprezo – Agora eu tiro tudo de você...
Eu não acreditei na frase falsa. Não acreditei que fizesse o ato tão cruel pelo que acontecera à empresa e à sua vidinha de merda. Shiroyama estava acima disso, eu sabia. Seus atos eram guiados por um propósito muito maior. Tinham um objetivo que eu recusava enxergar. Por que, fechando meus olhos à verdade, eu poderia me culpar, culpar meu trabalho, minha teimosia. E me culpar afastava a dor. Culpa era o remédio que eu precisava.
Outra vez os dois policias me seguraram e me afastaram de Aoi. Sabiam o que estava em jogo, mas as regras não podiam ser quebradas. A justiça não se fazia com as próprias mãos, e eu estava colocando todo o caso em risco, todos aqueles meses de investigação, por um motivo pessoal. O motivo que era a razão da minha vida. Kai.
Enquanto era arrastado pra longe do prisioneiro, olhei-o mais uma vez, querendo descobrir algo de arrependimento, algo de remorso na expressão juvenil, marcada por meus golpes. Não encontrei nada além do frio conformismo. Derrota e aceitação obvia.
Aquilo destruiu minha sanidade! Eu não me daria por vencido!
– São quatro dias, Shiroyama! – berrei tentando me soltar – Quatro dias! Já pode ser tarde demais!
Aoi me fitou piscando. Por dois segundos iluminados acreditei que ele ia abrir a boca e revelar o que eu queria saber. O que eu precisava saber. Mas não. Yuu me exibiu aquele sorriso triste e cheio de dor, que eu intuía não ser física, e balançou a cabeça fazendo sangue pingar em sua camisa branca.
– Sabe, Miyavi... – o sofrimento transmitido em sua voz me deu arrepios. Entendi que Shiroyama sofria tanto quanto eu. A diferença entre nós dois era apenas uma: ele era realmente culpado. Ele era responsável pelo estigma que ameaçava dilacerar meu coração. E Yuu foi implacável – Se ele não pode ser meu, não será de mais ninguém...
Por todos os demônios do inferno! Forcejei para me libertar. Eu ia socar a cara daquele desgraçado até transformá-la em pó!
Mas os policiais conseguiram me tirar da sala de interrogatório. Me arremessaram pra fora, e com advertência no olhar, voltaram pra continuar o que eu tinha interrompido. Fiquei observando a porta ser fechada, segurando-me pra não descontar a raiva e a frustração na parede.
Passei a mão pelos cabelos ainda tingidos de azul graças à minha última missão. Mordendo os lábios dei a volta no corredor e entrei na sala oculta pelo espelho falso. Dois superiores estavam lá, observando seu interior. Juntei-me a eles silenciosamente.
O capitão desviou os olhos pra mim e meneou a cabeça.
– Estamos fazendo todo o possível, Ishihara. – cerrei as mãos com força. Não, eles não estavam fazendo todo o possível. Apenas o permitido pela lei, o que era bem diferente... – Shiroyama vai falar.
– E se for tarde demais? – falei esbanjando rancor – Já são quatro dias!
Então a voz de Aoi chegou até nós através dos microfones ocultos. Me aproximei do vidro, notando que ele olhava diretamente para o espelho, sabendo que estávamos ali.
– Não se preocupe, Miyavi. – sua voz tranqüila reacendeu meu ódio – Eu não poderia fazer mal a ele. – minha esperança cresceu, pra ser ceifada com a frase seguinte – Ele não sofreu em momento algum. Deve estar tudo acabado agora...
Espalmei minha mão no vidro, como se com isso pudesse alcançar o pescoço de Shiroyama e enforcá-lo. Torcê-lo até quebrá-lo! Mesmo àquela distância podia ver as lagrimas descendo-lhe pela face manchada, misturando-se ao sangue fresco.
Ele estava decidido. Resolvera condenar Kai, por motivos que eu não podia aceitar, acreditar. Compreendi que ele estava falando muito serio. Calaria-se para não revelar o que eu mais queria saber no momento. Calaria-se para punir a todos que achava ter lhe feito mal.
Maldito!
Olhei para meus superiores, implorando para que me dessem uma outra chance de entrar ali e arrancar o endereço do cativeiro, nem que tivesse que torturar Aoi pra descobrir a verdade. Foi nesse momento que um outro policial entrou na sala, com uma expressão aborrecida. Olhou pra mim e gesticulou pedindo que o seguisse pra fora.
No corredor, me olhou como se pedisse desculpas e informou:
– Tem um garoto insistindo em falar com você, gomen nasai. Eu avisei que você estava ocupado, mas ele falou que era importante e pediu pra apresentá-lo como Uruha.
Arregalei meus olhos. Uruha? O amante de Aoi?
Sem dizer nada corri até a recepção da delegacia. Uruha caminhava de um lado para o outro com ansiedade em sua face. Chamava a atenção, um rapaz tão bonito, delicado, no meio da escória da sociedade.
Aproxime-me dele, contendo-me pra não explodir. Uruha não tinha culpa do que Aoi fizera. Aliás, descobri que o loiro desconhecia todas as atividades de seu namorado. Eu guardaria minha fúria para os merecedores dela.
– O que houve? Não posso deixar que veja Shiroyama. – imaginei que Uruha teria um surto se visse o amante todo estourado.
– Não é isso. – me contrariou com aquele tom de voz tranqüilo. Apesar disso os olhos eram um turbilhão – Eu... eu... quero fazer algo por ele.
– Não pode. – tentei ser delicado – Aoi é culpado até o pescoço. E o que ele está fazendo agora...
– Sei disso! Mas já o perdoei por seus crimes, exceto... o que está fazendo com Kai. – os olhos brilharam. Uruha sofria por estar envolvido na história sórdida – Não tenho rancor por ele... e... morrer assim... abandonado... é muito cruel!
Engoli em seco. O loiro parecia sofrer verdadeiramente, tal era o pesar expresso na face quase feminina. Uruha era uma boa pessoa, e estava acima de toda a podridão em que Aoi se envolvera.
Com os olhos um tanto úmidos, me estendeu um papelzinho amassado.
– Isso... isso é algo que escutei Yuu falando no telefone. – me olhou angustiado – Na época eu não compreendi bem, mas agora acho que sei do que se trata. E você precisa saber também.
Com a mão trêmula recolhi o bilhetinho e o abri, lentamente. Arregalei os olhos novamente. Aquilo era...
– Acha que Kai...?
– Hn. – ele balançou a cabeça, decidido – Acho que é o endereço de um cativeiro. Creio que Kai pode estar ai.
Nem mesmo agradeci. Dei meia volta e sai da delegacia correndo, peguei o celular e liguei para um dos superiores que ficara na sala de interrogatórios. Avisei que tinha uma pista e gritei o endereço pra ele. Sabia que enviaria os reforços e o resgate.
Assim que entrei no carro pisei fundo no acelerador. Quatro dias... quatro dias era muito tempo! A única coisa que pedi com todas as forças da minha alma foi pra não ser tarde demais...
Continua...
N/A: Estávamos Lady Anúbis e eu conversando sobre a fic que ela vai fazer pra mim, e ela me passou umas dicas do plot que... tadá! Me deram a inspiração pra fazer essa fic. Então, agradeço a moça pela forcinha! E aguardem a fic dela! AyaxYohji de Weiss! Céus, não vejo a hora de ler! #babando que nem loba louca#
Essa fic é um presente pra Samantha T. Blackthorn (que eu nem sei se vai ler, já que ela não gosta de deathfics). Eu estava enrolando pra escrever algo pra ela, mas a Sam merece, então aqui vai, moça. De coração, apesar de não ser seu gênero preferido!
Título inspirado em "Burial Applicant" da banda the GazettE.
Link para a capa dessa fic on no meu profile.