N.A. - Prontinho, pessoas! O capítulo final está postado e eu realmente espero que vocês gostem dele.

Perdoem todo e qualquer erro que tenha passado na minha costumeira revisão à jato, mas é tarde o suficiente para que as letras comecem a dançar na minha frente enquanto tento corrigir o texto! XD Prometo corrigir novamente assim que tiver um tempinho livre e substituir o arquivo, ok?

Eu sei que ainda estou devendo as resposta aos reviews dos últimos dois capítulos e vou tentar corrigir esse meu lapso até domingo.

Beijos a todas que acompanharam até aqui, e se gostaram (ou odiaram) esse fanfic, deixem um review para... Me xingar? XP


O Aniversário

Parte VII - Final

But mama said you can't hurry love
No, you'll just have to wait

She said love don't come easy. It's a game of give and take
I can't hurry love, no, you'll just have to wait
Just trust, give it time. No matter how long it takes

You can't hurry love – Dixie Chicks

#Secretária eletrônica de InuYasha#

#InuYasha... É a Sangô. Eu realmente espero que a razão por você não estar aqui para nos pegar é porque sofreu um terrível acidente que fez seu carro explodir, impossibilitando-o, desse modo, de estar aqui duas horas atrás. Se isso for parte de mais de uma de suas gracinhas... Eu juro que esgano você, nem vai precisar se preocupar com a reação de Kagome quando ela descobrir sobre sua grande surpresa, seu grandessíssimo imbecil!#

oOoOoOoOoOo

Essa está sendo literalmente a pior semana da minha vida! – Só perde para a semana anterior ao meu quase casamento com Houjo, mas eu juro que a diferença é muito pouca e se continuar desse modo logo vai tomar seu lugar. – Qual o problema afinal? Nada pode ser fácil e simples para mim por muito tempo?

Estou começando a sentir falta da semana passada, quando apesar de estar ligeiramente surtada, só tinha um problema em mente.: Arrumar uma maneira de fazer InuYasha se declarar.

Não é incrível como nossas prioridades podem mudar em tão pouco tempo?

Kagura apareceu logo cedo novamente, com a desculpa que tinha que pegar a pasta do serviço que tinha deixado aqui. Eu poderia ter me surpreendido por ela saber que eu tinha terminado tudo, não fosse o fato de ter descoberto o pequeno detalhe de que não ter sua desagradável companhia faz com que eu trabalhe muito mais rápido.

Apenas agradeci ao fato dela não ter me trazido mais serviço para fazer durante o final de semana. - Até consegui ignorar os DVDs de filmes românticos que ela trouxe, dizendo ser mais material de pesquisa. Mesmo porque desde ontem, depois da conversa com Mama, qualquer imagem de casais apaixonados estejam me provocando tremores de puro terror. – E não precisar chantagear Souta para levar a pasta ao escritório para mim. Se eu continuar usando todo o material para chantagem que consegui durante o último ano, provavelmente logo terei que começar a pagar em dinheiro para que ele me faça favores.

Estou oficialmente desistindo de tentar encontrar uma maneira de fazer o idiota, grosso, imbecil... Err... O InuYasha se declarar. Pelo menos por enquanto. Até que eu descubra por que diabos ele está me dizendo 'Feliz Aniversário.' toda noite.

Eu sei que não é meu aniversário. – Ainda faltam dois meses para isso. – Também não é o aniversário de namoro. – Isso foi o mês passado, lembro com perfeição de torturar InuYasha por duas boas semanas por ter esquecido da data.

Estou cansada, verdadeiramente esgotada. Não faço idéia do que possa ser. Desisto oficialmente de pensar no assunto. Sangô tem razão. Provavelmente InuYasha só está tentando me torturar e não existe nada para ser comemorado. Quase posso ver a expressão dele quando finalmente cansar de brincar e confessar que só estava, como sempre, tentando me fazer de idiota.

Por falar em Sangô, ela deveria ter chegado aqui no meio da manhã... Não é possível que InuYasha tenha esquecido de pegar ela e Miroku no aeroporto, certo? Acho melhor ligar pra ele à caminho do médico.

oOoOoOoOoOo

#Secretária eletrônica de InuYasha#

#Kagome#

#InuYasha... Você não esqueceu de ir buscar Sangô, esqueceu? Por favor, diga que não fez isso... Essa vai ser uma longa semana se eu tiver que agüentar sem protestar ela resmungando por isso!#

#Sangô#

#InuYasha, você está morto! Não me importa mais se você vai torturar Miroku por... Calma, querido, ele não vai mesmo fazer isso... Está me ouvindo, InuYasha? Vou esperar exatamente mais dez minutos antes de pegar um táxi... E advinha só qual vai ser a primeira coisa que vou falar com Kagome? ... Caramba, Miroku, já falei que ele não vai fazer nada com você! ... #

oOoOoOoOoOo

Certo, então as duas últimas horas foram péssimas. O consultório estava cheio e tive que implorar para que o médico concordasse em tirar minha 'bota'. Pela primeira vez minha expressão mais gentil não funcionou e foi por muito pouco que consegui conter a vontade de chutá-lo. – Consegui me lembrar que isso não ajudaria meu pé a melhorar. - Mama interrompeu meus planos nada bondosos, garantindo ao velho médico que eu repousaria, mas hoje era uma data especial e por isso eu queria tirar o gesso para me arrumar.

Confesso que olhei desconfiada para ela. - Do que diabo ela podia estar falando? InuYasha não pode tê-la convencido a me enlouquecer, certo? Puxa, eu sou filha dela, como ela concorda tão facilmente com os planos daquele imbecil? – Mas estava feliz demais em me livrar do peso extra no pé para me preocupar com esses pequenos detalhes.

InuYasha não atendeu minha ligação – Todas as tentativas que fiz, antes de perceber que era inútil e deixar uma mensagem na secretária eletrônica. –, quando voltei para casa Sangô ainda não estava aqui. Eu sinceramente espero que a razão para isso seja que eles tenham pegado um tremendo congestionamento no caminho... Ou que por algum milagre, InuYasha resolveu ser gentil e os levou para algum lugar apenas para distraí-los.

'...'

'Droga, ele os esqueceu, não é?'

'Não, seu namorado é mesmo um anjo de bondade... Incapaz de esquecer as coisas que você pede.'

'Merda! Merda! Merda!'

O telefone toca, interrompendo meus pensamentos e eu corro – da melhor maneira que consigo já que meu tornozelo ainda dói, não só porque ainda não me recuperei por completo, mas por ter ficado dois dias com ele imobilizado – até o telefone.

- Alô? – Atendo, enquanto tento recuperar a respiração. Correr, pular, por metade da casa não foi exatamente uma boa idéia. Sorrio para Vovô que está me olhando de maneira estranha novamente, imagino que tenha a ver com o fato de eu tê-lo empurrado para pegar o telefone antes dele.

- Kagome?

-... - Não consigo responder, o sorriso ainda congelado em meu rosto quando reconheço a voz.

- Kagome? Ainda está aí?

- Sim... – Fecho os olhos e respiro fundo. Com certeza essa não era a pessoa que eu esperava que me ligasse. – Houjo? – Pergunto, desejando que eu tenha me enganado e seja só alguém com uma voz muito parecida tentando vender algo por telefone.

- Sim. – Ele responde, animado como sempre. É tão desconcertante que depois de tanto tempo ele ainda seja o mesmo. – Tudo bem com você? Parece meio... Sem ar.

- Ah, eu só tive que correr até o telefone. – 'E quase derrubar Vovô, imaginando que fosse alguém realmente importante.' – Em que posso ajudar?

- Na verdade... – Ele faz uma pequena pausa e quase posso vê-lo sorrindo como um idiota na minha frente. – Eu queria falar com o seu avô...

- Oh! – Isso explica o olhar reprovador que Vovô continua a lançar em minha direção. Puxa, como eu podia saber que ele ainda fala com Houjo? Não é como se tivéssemos terminado como bons amigos ou... Na verdade, acho que foi isso que aconteceu. – Só um minuto.

Estendo o aparelho para Vovô com um sorriso sem graça, e começo a me afastar, ignorando a maneira como ele continua me encarando. Não é novidade que as pessoas olhem para mim como se estivessem pensando que enlouqueci, enquanto se perguntam mentalmente se é necessário ligar para o hospício.

Caminho o mais rápido possível para longe de Vovô na direção da sala. Começando a pensar que talvez o estúpido médico tivesse razão e tirar o gesso, depois de apenas dois dias, não era uma boa idéia afinal. Porque eu não me lembro de sentir tanta dor assim nos dois últimos dias. Sem me preocupar se alguém está me vendo ou não, apenas me jogo no sofá e, apenas porque minha sorte não muda, esse é o exato momento que meu celular escolhe para tocar.

Sento, olhando para a bolsa fora do meu alcance, e estou seriamente pensando em apenas ignorar quando lembro que Sangô ainda não apareceu. Com toda a minha atual maré de sorte, é muito capaz que ela esteja ligando para fazer ameaças por tê-la esquecido no aeroporto. Coisa da qual não posso ser culpada: Era função de InuYasha pegá-la, não minha..

Começo a levantar quando Souta entra na sala, lança um olhar reprovador para minha patética figura se arrastando pelo sofá e atira a bolsa na minha direção. Enquanto faço malabarismo para não ser atingida e pegar a bolsa antes que ela caia no chão, novas formas de como matar meu adorável irmão caçula se formam na minha mente, mas resolvo ignorá-las porque apesar de tudo, ele me poupou o trabalho de levantar.

- Alô?

- Kagome, tenho duas coisas para falar. – A voz de InuYasha soa quase abafada pelo barulho do trafego. O que me faz imaginar, com uma falsa sensação de alivio, que ele não esqueceu de buscar Sangô e Miroku afinal.

- InuYasha, eu—

- Primeiro: Deixei um presente no seu quarto.

- Presente? – Pergunto tolamente, lembrando do que Sangô disse na noite anterior:

'- Kagome... Mas você realmente esqueceu! E se ele te comprar um presente? O que pretende fazer?'

- Sim, está perto da cama. – InuYasha pára de falar comigo por um momento e posso ouvi-lo praguejar e o som de buzinas ao fundo. Tenho uma visão mental dele fazendo um gesto pouco educado para o outro motorista antes de continuar. – Eu teria esperado você chegar, mas estava atrasado.

- Sangô e Miroku... – Começo, sendo interrompida novamente.

- Não esqueça de me ligar para dizer o que achou.

- Certo... – Falo lentamente, tentando não estender o som das vogais. Ele quase soa animado demais, o que me faz ficar desconfiada do tipo de presente que ele pode ter deixado para mim. – Não é nenhum animal morto, certo?

- Não. – InuYasha ri, parecendo se divertir com minha pergunta. Talvez tenha sido o tom que usei. Quem sabe? – Nada morto, ou pelo menos nada animal.

Suspiro aliviada.

- E a segunda coisa?

- Perdi Sangô e Miroku.

Pisco incrédula, dizendo a mim mesma que devo ter entendido errado. Como alguém perde duas pessoas? Duas pessoas adultas, diga-se de passagem.

- Você o quê?

- Perdi os dois, quando cheguei ao aeroporto eles não estavam lá.

-... – Respiro fundo. – A que horas você chegou no aeroporto?

- Uma hora atrás.

- Mas InuYasha! – Minha voz soa histérica, e eu não tenho forças para me controlar. – Eles chegaram às nove horas!

- E eu cheguei as onze lá. – InuYasha diz sem nenhum sinal aparente de preocupação. – Eles só precisavam sentar e esperar.

- Por mais de duas horas?

- Não iam sentir tanto se estivessem sentados.

Conto até dez mentalmente para não começar a xingar. Não funciona e começo a contar até vinte. Depois até trinta... Devo dizer que continua não funcionando.

- Eu—

- Bem, eu só queria avisar antes que ela chegasse aí.

- InuYasha, eu—

- Ligue para me dizer o que achou do presente.

Ainda estou pensando se existe uma forma de matar alguém por telefone quando percebo que ele desligou, e apenas porque eu estou em uma ENORME maré de sorte, ouço Souta abrir a porta para alguém que entra na casa marchando. Viro no sofá para encontrar a figura de Sangô parada na porta da sala, olhando em minha direção como se estivesse pensando em atirar a mala em minha cabeça.

Sinceramente, não sei se conseguirei fugir a tempo, e estou perto demais da porta para ter a ilusão de que ela vai errar se realmente concretizar o desejo de tentar me acertar.

- Sangô, eu... – Começo, com o meu melhor sorriso de 'Eu sou adorável e frágil, por favor, não me mate.'. – Quer dizer... InuYasha...

- Espero sinceramente que não tenha esperança de casar com InuYasha, porque eu certamente vou matá-lo assim que o encontrar.

Para meu alivio ela apenas solta a mala no chão e sobe correndo as escadas. Ei, pelo menos não tentou jogá-la minha cabeça, o que é uma grande coisa. Talvez minha sorte tenha mudado.

- Olá, Kagome. – Ouço a voz de Miroku antes que sua figura apareça, carregando mais duas malas.

- Miroku. – Continuou com o mesmo sorriso de desculpas. – Desculpe por... Ei!

Por alguma razão, que só posso pensar ser a minha tremenda sorte nos últimos dias, ele tropeça na mala de Sangô e quase voa por cima do sofá. Consigo desviar a tempo para que ele não me acerte, mas quando vejo a posição que ele está, sobre o sofá, sem dizer do que seu rosto está próximo, percebo que talvez fosse melhor ser nocauteada.

- Desculpe, Kagome... – Ele começa a falar, enquanto suas mãos se apóiam em partes bem especificas do meu corpo e eu me apresso a estapeá-lo. – Desculpe. – Ele repete, e estou muito tentada a simplesmente empurrá-lo o mais longe possível, sem me importar com o fato que ele pode cair e realmente se machucar.

Sinceramente, será que ele não percebe o quê está usando de apoio para se levantar?

- Tudo bem, apenas... – Paro de falar, arregalando os olhos quando vejo um sapato voar e atingir sua cabeça. Viro para a escada e vejo Sangô parada no meio, baixo os olhos e vejo que ela está usando apenas um dos sapatos.

- Esse está sendo um péssimo dia. – Sangô diz calmamente enquanto termina de descer os degraus.

'Nem me fale.' Penso, ainda chocada demais para conseguir dizer algo ou sequer me mover. Isso é claro até ela voltar a falar.

- Kagome... – Sangô sorri, tão absurdamente gentilmente que fico mesmo assustada.

- Sim?

- Importa-se de tirar a cabeça do meu marido das suas pernas?

Olho para baixo e, com um grito, empurro Miroku Ouço o som inconfundível dele caindo no chão atrás do sofá, mas estou ocupada demais pensando se Sangô vai lembrar que a culpa dessa situação é dela e não minha. Afinal, quem sai atirando sapatos na cabeça das pessoas?

- Melhor. – Sangô senta-se na poltrona calmamente. – Então... Qual era o caso de vida ou morte que fez você me ligar a semana toda?

Continuo fitando minha melhor amiga, sem saber exatamente o que dizer. Na verdade, devido aos últimos acontecimentos, estou realmente surpresa por lembrar meu próprio nome. Sento no sofá, e olho para Miroku ainda no chão.

- Sangô...

- Não se preocupe com isso. – Sangô continua sorrindo, e devo repetir que isso está realmente me assustando. Principalmente pelo fato de que tenho quase absoluta certeza de que não vou conseguir fugir. – Qual era o grande problema?

- Eu... – Começo, encontrando certa dificuldade em desviar meu olhar da figura de Miroku que começa a levantar. – Não me lembro.

oOoOoOoOoOo

Certo. Certo. Certo.

Tentar explicar à Sangô que não me lembrava a razão por ligar tão insistentemente, e deixar recados adoráveis – leia-se pragas e ameaças - em sua secretária eletrônica, durante sua Lua de mel, não foi uma das coisas mais fáceis que fiz na vida.

A única explicação que consigo imaginar para que tenha dado certo, e ela não tenha tentado me assassinar, foi o choque. Sangô apenas continuou sorrindo, parecendo congelada, e eu estava a ponto de levantar do sofá apenas para checar se ela não tinha sofrido um ataque cardíaco com minha revelação, quando Miroku conseguiu ficar de joelhos e perguntou o que o tinha atingido.

Aproveitei essa pequena distração para pular do sofá – Não uma coisa muita inteligente a se fazer quando você ainda está com o tornozelo machucado. – e me arrastar escada acima. Ainda estava ouvindo a voz dos dois conversando na sala quando cheguei a porta do meu quarto e antes de abri-la, lembrei da voz de InuYasha ao telefone, dizendo que havia deixado um presente para mim.

Devo confessar que estou com um pouco de medo de abrir a porta e descobrir qual surpresa ele pode ter deixado no meu quarto para deixá-lo tão animado. Respiro fundo, tentando me acalmar. Afinal ele disse que não era nada morto e, tenho que admitir que por mais cruel que InuYasha seja a maior parte do tempo, ainda não se tornou um psicopata para deixar animais mortos como presente.

Endireito o corpo, respirando fundo mais uma vez antes de abrir a porta de uma vez. Por alguns momentos não encontro nada diferente no quarto, nenhuma caixa ou embrulho em cima da cama. Mais aliviada dou um passo para dentro do quarto e olho em volta, procurando algo pequeno, que não tenha chamado minha atenção à primeira vista.

É nesse momento que percebo as cortinas balançando com o vento, e um pedaço de tecido branco, volumoso demais para ser confundido com a cortina, chama minha atenção. Arregalo os olhos e um grito escapa de meus lábios enquanto caio de costas no chão e tento, pateticamente, me arrastar para o corredor.

- Kagome? – Ouço a voz de Sangô chamando meu nome, mas não consigo desviar meu olhar do vestido horroroso balançando com o vento. As mangas erguidas, se movendo de maneira fantasmagórica e conhecidas na minha direção. – Kagome? – Ela repete, aproximando-se - Está tudo bem?

- Ele voltou! – Digo, sem esconder o pânico que a visão daquilo me provoca.

- O quê voltou?

- O vestido! – Agarro Sangô, puxando-a para minha frente. – Ele voltou e vai me matar!

oOoOoOoOoOo

#Secretária eletrônica de InuYasha#

#InuYasha, seu grande imbecil! Que idéia foi essa de deixar o vestido no quarto dela? E ainda dizer que era um presente? Kagome está surtando, eu quase tive que esbofeteá-la apenas para que parasse de me usar de escudo para o vestido assombrado assassino! Agradeça ao fato de Souta e Miroku terem chegado a tempo e forçado sua namorada maluca a me soltar... Eu juro, InuYasha... Às vezes imagino o que você faz com as pessoas que NÃO gosta!#

oOoOoOoOoOo

Deuses, o que fiz para merecer isso? – Além de todas as mentiras e peças que preguei em todas as pessoas que conheço por... Não sei... Toda minha vida? – Que tipo de imbecil dá a namorada justamente algo que ela tem pavor? E não só isso! Ainda pendura a porcaria do vestido na frente da janela aberta, quando sabe que está ventando, e vai parecer que ele está vivo e tentando pegá-la?

Sério... Quase sinto falta de Mama compartilhando cenas quentes daqueles livros horrorosos. Juro que aquilo não é nada em comparação ao que senti ao ver o vestido – O mesmo maldito vestido que tenho certeza que é possuído por algum espírito maligno e assassino e que ninguém me deixou queimar. – Aparecendo do nada na minha janela.

- Acho que vou matar InuYasha. – As palavras deixam minha boca sem que eu perceba. As pessoas ao meu redor na cozinha me olham em silencio, parecendo um pouco chocadas. Mama sorri e toca meu braço.

- Calma, querida.

- Você! – Digo, apontando o dedo em sua direção, o que a faz dar um passo para trás. – Que idéia foi essa de dar aquilo à InuYasha?

- Ele me pediu e—

- Eu peço para que você me dê aquilo há meses! Sua filha! E você entrega aquela porcaria amaldiçoada para o InuYasha porque ele... Pediu?

- Mas você quer queimá-lo.

Olho para ela em silencio, fechando as mãos com força apenas para não ceder à tentação de esganá-la. Eu não posso queimar o vestido malvado, mas InuYasha pode usá-lo para quase me causar um enfarto?

Às vezes odeio mesmo minha mãe.

Respiro fundo e levanto da cadeira lentamente, sem olhar para nenhum deles. Caminho lentamente, saindo da cozinha, tentando não ter pensamentos ruins. Os deuses sabem que já tive minha quota de castigo por tudo de errado que já fiz. Não quero correr o risco de aumentar meu Karma pensando em como assassinar minha família, amigos e namorado.

- Kagome, querida...

- Longe de mim! – Falo entre dentes, tentando não rosnar. Aprendi a fazer isso com InuYasha, é muito eficaz para demonstrar toda a sua ira quando não está conseguindo nem fitar as pessoas. – Quero ficar sozinha.

- Souta vai tirar o vestido de lá e—

- Não ouse! – Giro nos calcanhares e olho para o pequeno grupo de maneira assassina. Ou assim imagino já que eles tentam se manter afastados de mim. – Vou cortar aquela porcaria em pedaços e queimar!

- Kagome...

- Eu juro, Mama, tente me impedir e eu... – Paro de falar, lembrando que não devo aumentar meu Karma negativo com ameaças. Respiro fundo e dou meia volta, saindo da cozinha o mais rápido que consigo, antes que alguém tente me impedir e eu tenha mesmo que matar alguém.

oOoOoOoOoOo

O vestido sobreviveu.

Voltei mancando para o quarto e apenas fiquei olhando para ele o resto da tarde, e por mais que destruí-lo tenha sido um grande sonho para mim nos últimos dois anos, simplesmente não consegui ir em frente.

Estranho, não é? Você já quis alguma coisa, por muito tempo, e quando finalmente a conseguiu simplesmente... Não conseguiu fazer nada? Ficar feliz ou triste. Apenas ir em frente e fazer o que tanto desejava. É totalmente estranho.

Foi por essa razão que quando InuYasha finalmente apareceu, eu estava sentada na cama, calmamente olhando para o maldito vestido amaldiçoado, tentando entender o que me fazia ter tanto medo dele desde a primeira vez que o provei. Ou pensando se o tempo no 'exílio' tinham acabado com todos os seus poderes malignos.

- Você não me ligou.

Durante toda a tarde, ouvi e ignorei as pessoas batendo à minha porta e pedindo para entrar. – Ou simplesmente perguntando se estava tudo bem comigo. – Mas a voz de InuYasha foi a razão para que eu finalmente quebrasse o contato visual com aquele enorme amontoado de tecido e rendas horrível, que tinham sido a fonte dos meus pesadelos por um grande período de tempo.

- Está tudo bem?

Pisco, um pequeno sorriso curvando meus lábios antes de baixar a cabeça para o vestido sobre minhas pernas novamente. Meus dedos afrouxam e a tesoura escapa de minha mão, caindo sobre o tecido branco.

- Kagome? – InuYasha chama meu nome, ajoelhando ao meu lado. – Está tudo bem?

- Por quê? – Pergunto simplesmente, sem saber o que dizer realmente. Não consigo saber o quê, ou como, estou me sentindo para responder a única pergunta que ele me fez.

- Achei que seria um presente apropriado.

- O que... – Respiro fundo antes de recomeçar. – O que eu posso ter feito para que você desejasse me devolver essa porcaria e, quase, me causar um enfarto?

- Se servir de consolo... – InuYasha senta à minha frente, o enorme vestido entre nós. – Não achei que você fosse reagir dessa forma.

- Você sabe o que penso disso. – Aperto o tecido com força.

- Não acha que deixar a janela aberta foi um detalhe especial?

Estreito os olhos, apertando o tecido com mais força e posso ouvir o som de renda rasgando.

- Certo. - InuYasha levanta as mãos, em um gesto de rendição. - Cedo demais para fazer brincadeiras sobre o assunto.

Suspiro, tentando me acalmar e encontrando certa dificuldade para soltar o tecido.

- Você faz idéia do que pensei quando vi essa porcaria?

- Que ele tinha voltado para te matar. – InuYasha tenta se manter sério, mas vejo os olhos dele brilhando. – Devo dizer que usar Sangô de escudo foi... Especial.

- Não foi engraçado. – Desvio os olhos, tentando não me deixar contagiar pelo riso que vejo nos olhos dourados à minha frente. – Ela quase me bateu.

- Assim me disseram.

- Não foi engraçado, InuYasha! – Agarro parte do vestido e o acerto com ele, tentando engolir a vontade de rir. A tesoura escorrega e atinge o piso com um barulho seco, e eu finalmente me forço a soltar o tecido e levantar.

- Está mais calma agora?

- Talvez. – Respondo, sem me virar para ele. Sei que o encontrarei sentado no mesmo local caso me vire e por alguma razão não quero fazê-lo. – Ainda não me respondeu por quê fez isso.

- Achei que estava na hora de você enfrentar esse estúpido medo.

- Não é estúpido.

- Ter medo de um vestido de noiva? Sério?

- É um vestido de noiva amaldiçoado!

- Então vamos queimá-lo e acabar logo com isso.

Giro para encará-lo e o encontro de pé, segurando o vestido.

- Você disse a Mama que não—

- Eu disse que EU não o destruiria. – InuYasha dobra o vestido para evitar que se arraste no chão. – Não disse o que você faria com ele.

Permaneço parada, apenas o observando caminhar até a porta e abri-la, obviamente esperando que o eu o siga. Fito o tecido branco, volumoso e horroroso, pedaços de seda escapando das dobras malcuidadas nos braços de InuYasha, parecendo tão inofensivo que me pergunto qual a razão para que eu pudesse ter esse medo irracional de que ele pudesse me fazer algum mal. Finalmente percebo uma verdade: O vestido não passou de uma desculpa, uma válvula de escape para todo o stress que passei naquela época. Da certeza que casar com Houjo seria o maior erro que eu poderia cometer.

- Não posso fazer isso.

- Por quê?

- É só um vestido estúpido e feio.

InuYasha sorri, parecendo saber, antes que eu pronunciasse essas palavras, o que eu pensava.

- O que devo fazer com isso?

- Devolver a Mama? Atirar pela janela? – Suspiro, dando de ombros. – Pode usar como cortina ou tapete que eu não me importo.

InuYasha se aproxima de mim, deixando o vestido cair no chão, no meio do quarto.

- Descobriu que não era do vestido que tinha medo?

- Sim. – Giro os olhos quando ele toca meu rosto. – Seu grande idiota, não precisava fazer isso só para provar um ponto!

- Devemos queimar Houjo?

Rio em resposta, colocando minha mão sobre a dele e balançando a cabeça em negativa.

- Não quero ser presa.

- Ótimo, um pouco de lucidez da Rainha Louca afinal.

- Ei! Eu não sou louca! – Afasto a mão dele de meu rosto. – Você é o louco que tentou me matar de susto!

- Exagerada como sempre. – InuYasha dá de ombros, sentando em minha cama. – Foi só um presente especial para uma ocasião especial.

A última frase faz com que eu sinta uma luz se acendendo em minha mente.

- Que ocasião especial?

- Então você não se lembra. – Vejo os lábios dele se curvando em um grande sorriso. – A Srta. Como-você-pode-esquecer? não se lembra!

- Não tem graça, InuYasha.

- Eu acho engraçado. – Ele diz, sem esconder o riso.

- Não é! – Bato o pé no chão de maneira infantil que só faz com ele ria mais. – Pare de rir! – Avanço em sua direção, e ele se aproveita para me abraçar e puxar para seu colo. - Não é engraçado!

- Kagome... – InuYasha ainda está rindo. – Minha Doce, doce Kagome.

- Pare de me chamar assim, seu grande idiota. – Tento acertar um tapa em seu peito e ele me abraça mais forte, impedindo que eu mova os braços. – É claro que sei! É nosso aniversário de... – Faço uma pausa, tentando me lembrar de algo que faça sentido, mas ele me interrompe.

- Acho que sou mesmo um idiota por me apaixonar por uma garota mentirosa, tola, que só se mete em confusão como você.

InuYasha continua rindo enquanto me segura, mas parei de lutar ao ouvir suas ultimas palavras. Estou tentada a me beliscar para saber se não estou sonhando... Talvez o vestido seja mesmo amaldiçoado e isso não passe de uma ilusão criada por ele apenas para continuar me torturando.

- O que você disse?

- Admita que não faz idéia de qual aniversário estou falando.

- Eu... – Respiro fundo, dando-me por vencida. – Se eu admitir vai me dizer o que é? – Mordo o lábio para me impedir de falar em voz alta o resto do que estou pensando: 'E repetir o que disse agora a pouco?'

- Sim.

- Jura? Não está mentindo?

- Não sou como você, Kagome. – InuYasha diz, rindo quando franzo o cenho. – Não preciso jurar para não mentir.

- Idiota. – Mordo a língua quase que instantaneamente ao perceber que a palavra soou mais alto do que eu desejava. – Eu não me lembro o que diabo você está comemorando, InuYasha. – Lanço um olhar irritado em sua direção antes de completar. – E sinceramente a cada vez que você diz 'Feliz aniversário' uma parte da minha pouca sanidade se perde.

- Kagome, querida, você está tentando me deixar lisonjeado... – InuYasha diz, em um falso tom sério. – Sua sanidade, quase inexistente devo acrescentar, não se perde apenas pelo fato de eu lhe dizer 'Feliz aniversário' todas as noites nos últimos... Seis dias.

- Fale logo o que é ou juro que vou chutar o seu... Você sabe o quê!

- Sempre adorável. – InuYasha fala, não parecendo realmente preocupado com minha ameaça. Visto que eu mal consigo me mover em seus braços... Posso entendê-lo perfeitamente. – Certo. Se eu disser que essa semana faz 15 anos, ajuda a refrescar sua memória?

Pisco, totalmente confusa. Isso deveria me ajudar a lembrar do que diabo ele vem falando nos últimos dias? Sério? - 'Quinze anos?' - Puxa, eu nem lembro o que comi no jantar ontem à noite, ou no café hoje pela manhã... E ele quer que eu lembre de algo que aconteceu há quinze anos atrás?

- InuYasha... – Começo, fechando os olhos e respirando fundo, pedindo aos Deuses que me dêem paciência para não fazer nada que provavelmente vou me arrepender depois. – Do que diabo você está falando?

- Pense.

Reabro os olhos calmamente e, só porque ele parece realmente sério sobre o assunto e suspiro.

- Certo... Quinze anos atrás... Algo que nós deveríamos estar comemorando... – Fecho os olhos, na esperança que isso me ajude a lembra. – Quinze anos... Quinze anos... Espera aí! – Abro os olhos de repente. – Você não quer me dizer que você tem—

- Kagome... Eu tinha doze anos na época. Não, eu não tenho um filho. – Ele gira os olhos. – E mesmo que fosse isso, por que eu iria falar Feliz Aniversário para você por isso?

Mostro a língua para ele.

- Não era isso o que eu ia dizer.

- Claro que não...

Mordo os lábios apenas para não mostrar a língua para ele novamente. Fecho os olhos mais uma vez, tentando pensar em algo, não idiota dessa vez, para responder.

- Quinze anos atrás eu tinha... - Faço uma pausa enquanto faço as contas. – Eu tinha nove anos.

- Exato. – Ele diz e quase posso vê-lo sorrindo. – O que mais?

- Você sabe... Se eu quisesse adivinhar não teria admitido nada.

- Kagome... – Ouço-o suspirar. – Apenas pense. O que aconteceu naquela época?

- Eu... – Começo e paro assim que a lembrança finalmente me atinge. – Sua mãe morreu. – Reabro os olhos e pela expressão no rosto dele, me forço a consertar a frase. – Digo... Foi quando houve o incêndio e você veio morar conosco até que seu pai voltasse.

InuYasha finalmente sorri, posso ver os olhos dourados brilhando e, como sempre acontece quando o vejo com essa expressão... Sorrio de volta, sentindo meu próprio peito se aquecer.

- Você me odiava naquela época! – Falo lentamente, tentando não sorrir como uma idiota e falhando miseravelmente. – Você me disse isso no dia que foi embora!

- Kagome, eu dizia odiar todo mundo naquela época.

- Mas... Eu... – Paro de falar, desviando o olhar. – Você disse que não precisava de alguém como eu. Fraca e—

- Minha mãe tinha acabado de morrer, Kagome, e eu não pude fazer nada para impedir isso. – InuYasha me interrompe calmamente. – Eu não precisava de outra pessoa, tão frágil quanto ela, dependendo de mim. Eu não queria gostar de mais ninguém.

Faço uma careta e cruzo os braços na frente do peito, percebendo com o gesto que ele finalmente me soltou. Suas mãos estão em minha cintura, apenas para se certificar de que não vou acabar caindo.

'Como se eu fosse TÃO idiota.'

'Você é.' A conhecida e odiosa voz da minha consciência diz.

'Ok, mas não vem ao caso e... Cale a boca! Onde você esteve o dia todo?'

Quando não há resposta eu me permito respirar fundo e voltar minha atenção a InuYasha.

- Não podia ter escolhido algo mais recente para celebrar? – Finalmente digo. – Admita que só quis me fazer pagar pelo que disse quando você esqueceu nosso aniversário de namoro.

- Em parte sim.

'Maldito idiota... Eu sabia!'

- Mas por outro lado, e essa é a maior parte, eu queria me desculpar pelo que fiz com você naquela época.

- Você não fez nada... – 'Além de me desprezar.'

- Eu me lembro com perfeição daquele dia, ao contrário de você, Kagome. – InuYasha começa, e eu sinto suas mãos apertarem um pouco mais minha cintura. – A lembrança do seu rosto coberto de lágrimas, da voz infantil dizendo que não queria que eu fosse embora... Sim, eu me lembro, Kagome. Magoei você porque não queria me magoar, porque você tinha a mesma expressão de minha mãe quando me forçou a escapar de casa e deixá-la para trás.

- InuYasha, eu...

- Magoei você naquele dia, eu sei. – Ele continua, sem me dar chance de dizer nada. – E quando nos reencontramos e a vi tão decidida a casar com alguém que não... Suportava apenas para não ter a chance de ser rejeitada novamente eu entendi que a culpa era minha.

- Por isso você...

- Por essa razão eu não podia deixar que você cometesse esse erro. – InuYasha ri. – Cheguei a pensar que teria que raptá-la a caminho do casamento, sua cabeça dura.

- Ei! – Tento engolir as lágrimas que estão se formando em meus olhos. Sorrio quando meu protesto parece diverti-lo. - Ia mesmo me raptar?

- Se fosse mesmo preciso... – Ele continua sorrindo. – Mas você acabar presa deu conta do recado.

- Isso foi culpa sua! – Minha voz soa um pouquinho histérica enquanto sinto minhas bochechas aquecerem com a lembrança. – E eu já tinha dito a Houjo que não poderia casar com ele.

- Depois de tentar matá-lo.

- Pela última vez, InuYasha, eu – Respiro fundo antes de completar, enfatizando cada palavra. - NÃO. TENTEI. MATAR. HOUJO!

InuYasha ri mais e me abraça, e para falar a verdade, eu nem consigo ficar zangada com toda essa conversa idiota, ou pelo fato dele fazer questão de me lembrar de acontecimentos tão... Igualmente idiotas. Apenas sorrio e o abraço de volta.

- Agora diga o que quero ouvir.

- A ajuda de Kagura não foi eficaz?

Arregalo os olhos e o empurro, apenas o suficiente para poder fitar seu rosto.

- Você sabia sobre isso?

- Claro que sim. – InuYasha admite ainda rindo. – Quem você acha que arrumou todos aqueles mangás e livros?

- InuYasha... – Respiro fundo. – Por favor, me diga que você comprou essas coisas especialmente para me torturar. Porque o simples pensamento de você colecionando tais coisas é perturbador demais.

- São de Kagura. Eu agradeceria se você não os tivesse destruído porque ela vai me fazer pagar por eles.

- Estão no meu guarda-roupa. – Respondo distraidamente. – E os livros?

- Da coleção da sua mãe.

'AAAAAAAAAAAAAHH!!' Arregalo os olhos, lembrando das conversas constrangedoras durante os últimos dias.

- Eu te odeio.

- Mentirosa.

- Você... Mama... Conversas sobre cenas... Aaaaah!! – Balbucio, sabendo que não estou fazendo qualquer sentido e InuYasha continua rindo. – Eu te odeio! Eu te odeio! – Digo, socando o peito dele.

- Eu amo você, Kagome.

Paro, as mãos ainda no ar, meus pulsos seguros por InuYasha. Finalmente as três palavras que eu esperei a semana inteira para ouvir. As três palavrinhas que me fizeram surtar – mais que o normal -, ligar para Sangô durante a Lua de Mel e ameaçá-la com pragas...

- Sangô não retornar minhas ligações?

- Eu sabia que ela acabaria ficando com pena do seu último surto e a convenci a não atender suas ligações.

- Você... – Um sorriso se forma em meus lábios sem que eu consiga evitar. Ou deseje fazê-lo. – Seu grande idiota... Realmente teve muito trabalho apenas para me torturar, não é mesmo?

- Só um pouquinho.

- Um pouquinho?

- Sim, Doce Kagome. – InuYasha aproxima o rosto do meu. – Conviver com você dá muito mais trabalho.

E antes que eu possa protestar, os lábios dele cobrem os meus, abafando qualquer palavra que eu tenha pensado dizer. Eu o abraço com força enquanto ele me deita na cama sem desgrudar os lábios dos meus e o único pensamento idiota que não pára de se repetir na minha mente realmente afetada é: Ele me ama!

oOoOoOoOoOo

Não sei quanto tempo se passou quando volto a abrir meus olhos, mas é o bastante para que o dia tenha se tornado noite, e a única luz iluminando o interior do meu quarto seja da lua. Sinto o peso do braço de InuYasha sobre minha cintura, e o calor do corpo dele contra minhas costas. Sorrio enquanto aperto sua mão, pousada em meu estomago, segurando-me firmemente contra ele.

Ergo a cabeça e encontro meu velho vestido de noivas, amaldiçoado, balançando com a brisa que entra pela janela. – Imagino que InuYasha o pendurou novamente depois que adormeci. - Pela primeira vez não o acho assustador, é quase tranqüilizador vê-lo ali. Tento levantar e InuYasha resmunga algumas palavras sem que eu consiga entender exatamente quais são. Sinto o aperto de seu braço ficar mais forte para me impedir de deixá-lo.

- Temos que levantar.

- Por quê?

- Quanto tempo acha que vai levar até que Vovô venha aqui xeretar o que estamos fazendo?

- Ah... O velho. – InuYasha resmunga, mas continua me segurando. – Não estou a fim de brincar de origami hoje.

Rio, apertando a mão dele novamente.

- Vamos levantar. Você pode sair pela janela e voltar pela porta.

- Por que eu faria isso?

- Para que eles não desconfiem o que estivemos fazendo, talvez?

- Não acho que eles tenham dúvida sobre o que estivemos fazendo, Kagome.

- Como é?

- Faz um bom tempo e você não foi realmente silenciosa, sabe...

Minha mente parece um branco total enquanto percebo o que ele disse.

- Você não entrou pela janela?

- Por que eu faria isso?

- Seu imbecil! – Luto para me libertar de seus braços e giro na cama para socá-lo quando consigo sentar. – Tem idéia do que vovô vai fazer com você?

- Kagome... Pare com isso... – InuYasha tenta me segurar, mas eu consigo sentar sobre seu estomago e desviar de suas mãos enquanto continuo a estapeá-lo. – Vai chamar a atenção...

- Idiota! Idiota! Idiota! – Repito enquanto continuo a acertá-lo e apesar das tentivas de InuYasha me segurar é a porta se abrindo que chama minha atenção, assim como a luz sendo acesa e me ofuscando.

Os quarto pares de olhos que encontro na porta me fazem pular para trás de InuYasha, enquanto puxo as cobertas da melhor maneira possível para cobrir a nós dois.

- Ah! Meus olhos! Meus olhos! Estou cego! Meus olhos! – Souta grita do corredor antes de desaparecer e eu mentalmente juro que vou cumprir minha ameaça de enforcá-lo na Goshinboku dessa vez.

- Você está mesmo em forma, Kagome. – Miroku diz pouco antes que eu ouça o barulho de algo acertando sua cabeça e a voz de Sangô esbravejando ameaças de como ele vai passar a próxima semana dormindo sozinho.

Mas é a última pessoa, de quem tive um pequeno relance antes de me esconder atrás de InuYasha, e da qual ainda não ouvi a voz, que me preocupa. Então, lentamente levanto a cabeça, espiando por cima do ombro de InuYasha.

- Vocês...

- Vovô... Eu posso explicar...

- Escute, Velho, você não é totalmente ignorante quanto ao que fazemos... Já nos pegou uma vez, lembra?

Fecho os olhos, imaginando se matar InuYasha vai acalmar Vovô. Que tipo de desculpa foi essa? 'Você já nos pegou no flagra uma vez.'? Deuses, acho que vou mesmo matá-lo!

- Cale a boca, InuYasha! – Belisco seu braço e volto a olhar para Vovô. – Vovô, eu posso explicar...

- Acho que estou ficando velho demais para isso. – Ele finalmente diz, parecendo mais cansado que raivoso pela primeira vez em muito tempo.

Estou ligeiramente chocada com a situação. Ele nem ao menos tentou usar um de seus amuletos em InuYasha... Ou acertá-lo com a vassoura. Talvez não tenha nenhum por perto?

- Vovô?

Deuses! Será que... Quebrei meu avô?

Mama escolhe esse momento para aparecer na porta, a costumeira expressão sorridente no rosto enquanto coloca a mão no ombro de Vovô e o puxa para longe da porta.

- Acho que vocês precisam de um tempinho para se vestirem. – Ela empurra Vovô para longe da porta e se vira para fechá-la, e pela primeira vez lança um olhar em nossa direção que faz com que eu sinta todo o meu sangue congelar. – Acho que é uma boa hora para conversarmos sobre casamento.

Estou chocada demais com o tom de voz que ela usou para falar qualquer coisa enquanto observo a porta fechando. Imagino que InuYasha se sinta da mesma forma já que nenhuma palavra deixou seus lábios, nem ao menos uma piada sarcástica.

Quando finalmente ficamos sozinhos, enrolo o lençol envolta do corpo e deslizo para o lado dele na cama. InuYasha finalmente olha para mim e eu penso que vá fazer algum comentário bem humorado sobre a situação:

- Acho que eu devia mesmo ter seguido seu conselho sobre sair pela janela.

Suspiro, levantando da cama.

- Você acha? – Pego a calça dele e jogo em sua direção.

- Kagome?

- Sim? – Encontro meu vestido e visto rapidamente antes de me virar em sua direção.

- Eu não me importo de casar, se isso for o que você realmente deseja.

- Proposta super romântica. Estou toda arrepiada e quente. – Digo sarcástica. - Obrigada, InuYasha.

- Mas você tem que me prometer que vai queimar esse vestido.

- Quê?

- Seja lá o que tem nele parece ter contagiado sua mãe... – InuYasha veste a calça e se aproxima de mim. – Você viu o olhar dela?

- Há! Há! Muito engraçado, InuYasha.

- Estou falando sério.

Um pequeno sorriso curva meus lábios quando observo o rosto dele com atenção sem encontrar nenhum sinal de piada. Dou um passo em sua direção e o abraço, ainda sorrindo:

- Pode ficar tranqüilo, InuYasha. – Lanço um olhar para o odioso vestido de noiva, ainda pendurado em frente a janela, as mangas balançando na nossa direção. – Aposto que não é culpa do vestido... O sakê deve ter terminado e Mama finalmente está sóbria.

- Kagome... – InuYasha parece meio chocado. - Sua mãe só é agradável quando bebe?

Continuo rindo e o beijo antes que ele proteste ou fuja. – O que tenho quase certeza de que ele vai começar a fazer sempre que encontrar Mama. – E devo admitir que isso quase compensa todo o nervoso que ele me fez passar nos últimos dias.

- Termine de se vestir e vamos descer. – Digo quando finalmente me afasto.

- Não mesmo. – InuYasha pega a camiseta dos pés da cama e a veste antes de me pegar nos braços e caminhar na direção da janela.

- InuYasha, o que está fazendo?

- Saindo daqui e levando você – Ele sai pela janela, ainda me segurando. – Sua família é assustadora e eu prefiro que eles se acalmem antes de enfrentá-los.

- Mas InuYasha! – Fecho os olhos quando ele me segura mais forte e pula do telhado, pousando no chão. – Pare com isso, InuYasha. InuYasha! – Vejo a porta da frente se abrir e a conhecidas silhuetas aparecerem. – Corra, InuYasha!

oOoOoOoOoOo

#Secretária eletrônica de Kagome Higurashi#

#Sangô#

#Kagome, onde diabos você se meteu? Muito engraçado da sua parte fugir desse modo sem me avisar! E pensar que eu realmente fiquei preocupada com o que InuYasha estava fazendo... Eu juro, Kagome... Depois de tudo... De todas as pragas no Miroku... Faça o favor de mover seu traseiro de volta para casa agora!... Sério, Kagome... Volte imediatamente. Sua mãe está me dando medo...#

#Secretária eletrônica de InuYasha#

#Miroku#

#E ai, Inu? Eu sei que vocês devem estar na sua casa. Pode ficar tranqüilo, cara, eu já dei um jeito na mãe da Kagome. Tinha algumas garrafas de sakê no carro. Eu pensei em usar para comemorar, mas já que você resolveu fugir com a Kagome... Resolvi que podia usá-las para acalmar a fera. Se é que você me entende. Considere isso meu presente.#

oOoO No dia seguinte OoOo

#Secretária eletrônica de Sangô e Miroku#

#Sangô, desculpe! De verdade! Mas eu estou ocupada com o InuYasha. –riso- Fazendo todas aquelas coisas que você e o Miroku deveriam ter feito durante a Lua-de-Mel. –Voz do InuYasha- Bom, tenho que me apressar e voltar a... Ficar ocupada. Pode ficar calma que eu volto até a noite... – InuYasha protestando- De amanhã ou depois. Estou indo, calma! –respira- Pode ficar com meu vestido de noiva de presente. Beijos.#

#Secretária eletrônica de Kagome Higurashi#

#Kagome... E InuYasha. Eu nem sei o que dizer pelo fato de vocês arruinarem minha Lua de Mel e simplesmente desaparecerem assim que chegamos. Não, não vou comentar... Não vou fazer ameaças... Juro, não estou tendo pensamentos assassinos! – Respira fundo – Quanto ao seu vestido amaldiçoado... Vou guardá-lo para enforcá-la com ele, sua ingrata!#

oOoO Horas Depois OoOo

#Secretária eletrônica de Sangô e Miroku#

#Kagome#

#Ameaças... Ameaças... Ironicamente, querida Sangô, eu não me importo com elas... – Ri – E pára de ficar ligando porque você está nos atrapalhando, se é que você me entende. Se o telefone tocar mais uma vez... Eu juro que destruo o celular e arranco o fio do telefone do InuYasha da parede. Aproveite a vida de casada, Sangô... E se a minha mãe tentar te impedir de fazer tal coisa... Chame a policia e diga que ela está te fazendo de refém. Não me importo, apenas pare de me imcomodar! Não tem nada que me faça parar o que estou fazendo agora. Estamos tentando comemorar algo aqui!#

oOoO Meia hora Depois OoOo

#InuYasha#

#Sangô e Miroku, é o InuYasha. Miroku, faça o favor de entreter sua mulher porque ela está começando a me incomodar. Imagino que você saiba que é realmente incomodo fazer algo com o telefone tocando o tempo todo... Será que eu preciso ir até aí e fazer você engolir uma caixa de Viagra apenas para ter um pouco de paz? Vão fazer algo de útil e parem de ficar ligando, porque eu juro que volto aí só para cumprir minha ameaça... Digo! Só para ajudar vocês dois com o problema do Miroku e deixarem a gente em paz de uma vez por todas.#