Olá. Desculpem a demora para atualizar! Quero agradecer aos comentários, e a todo que leem essa fic! Bem, ela se passa tanto antes quanto depois de Advent Children, e cada "momento" corresponde a um período diferente, por isso não procurem muita ligação entre eles. xD

Espero que gostem dos próximos 5:

11.

Costumava entrar pela janela do apartamento quando ele não estava. Esticava as pernas, sentada no sofá escuro que ficava no meio da sala, e se aconchegava entre as almofadas. Ficava alí por alguns minutos, imóvel, a cabeça descansando sobre o encosto. Era uma técnica para se sentir "em casa" e, logo que se sentia à vontade, Yuffie corria para a geladeira pegar um dos motivos de suas constantes visitas.

Uma caixa razoavelmente grande de damascos, doces e alaranjados. Eram suas frutas favoritas e, por uma feliz coincidência, as de Reno também. Desde que descobrira sobre os gostos do Turk, sempre entrava em seu apartamento quando ele não estava. Era bem fácil: a janela sempre estava aberta e os damascos sempre estavam na geladeira. Depois de devorar metade das frutas - coisa que ela fazia em pouco tempo - deitava-se no sofá e envolvia uma almofada com seus braços. E ali ficava. Chegava a cochilar algumas vezes mas acordava ao ouvir o som da porta sendo destrancada, indicando que era hora de ir embora.

A primeira coisa que fazia ao chegar era colocar a sacola de compras no chão da cozinha, indo para a sala em seguida, onde sempre encontrava o sofá vazio. Chegou a vê-la saindo pela janela algumas vezes, mas dessa vez não havia nem sinal da ninja.

Preciso ser mais silencioso - pensava enquanto guardava as frutas na geladeira - e mais rápido também... Talvez eu compre algum dispositivo que tranque a janela... e poderia colocar sonífero nos damascos!.

Essa última idéia o fez rir. Não teria coragem de fazer algo do tipo, mas certamente pensaria em algo que a fizesse ficar.

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12.

Você? E... Reno?

Tifa parecia não acreditar.

M-mas ele é um Turk!

E qual o problema?

Yuffie, não sei se é uma boa idéia...

Yuffie respirou fundo, ela sabia que ia começar tudo de novo. Cansou-se de explicar a Tifa que não ia se casar com Reno, dividir uma casa com ele ou fazer algo do gênero. Os dois estavam apenas.. juntos, e ela não queria nada além disso.

Mas ele é o tipo de cara que trapacearia... Ele bebe, não parece lavar o cabelo... E duvido que ele tenha um bom hálito! Além disso, ele é frio, já foi responsável pela morte de várias pessoas e parece não se importar com isso.. - Tifa falava rápido, sem dar tempo para interrupções.

Ele tem vários pontos negativos, não é? - ela sorri forçado, colocando as mãos atrás da cabeça - Mas ele não é um monstro, a presença dele me traz felicidade. E talvez Reno seja um excelente cozinheiro, sei lá... Isso faz valer a pena lutar, com certeza!

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13.

Oi, Re! - ela sorria, enquanto o abraçava - Como foi seu dia?

O de sempre... Fomos atrás de uns... uns amigos de Shinra e-

Tá, já entendi. Eu estava pensando... É só uma idéia, tá? Se não gostar pode falar que eu vou entender, eu não vou ficar magoada e...

Ele coloca a mão sobre os lábios dela. Quando Yuffie queria pedir algo que considerava importante, ela costumava falar sem parar até encontrar as palavras certas e isso podia demorar horas.

Relaxa, Yuff. Pode dizer o que você tem em mente.

Eu estou relaxada. E pare de me chamar de "Yuff" porque isso é estranho! Seria o mesmo que chamar Cloud de "Clo". - ela parecia irritada, e Reno a achava adorável.

Está bem, está bem, Yuffie! - ele a abraça com força, rindo de sua irritação repentina. - Agora, será que você pode me dizer-

Quero que conheça meu pai! - ela diz, quase gritando, enquanto esconde o rosto - Porque isso seria importante pra ele e, talvez ele me deixe ficar aqui por mais tempo, com você.

O que quer dizer com "por mais tempo"? Você vai embora?! - ele a encara, as sombrancelhas franzidas

N-não. Eu vou ficar, vou ficar com você. Era só uma hipótese porque ele é meu pai e talvez se um dia ele quisesse a minha volta, aí eu teria que dizer pra ele-

Ele toca os lábios da garota novamente, mas dessa vez com os seus. Ás vezes se esquecia de que não eram iguais: ela tinha uma vida, deixou pessoas para trás quando saiu de Wutai. Foi uma escolha dela, e talvez o pai não aprovasse. Seria bom encontrá-lo e, se ele sentisse que Yuffie estava bem e segura, talvez a deixasse ficar.

Se é importante pra você, então é só dizer quando partiremos. - sentiu um frio na barriga ao terminar a frase, mas não havia volta. - Talvez eu compre uma roupa nova, não sei.

Obrigada, Re! - ela sorria - Acho melhor comprarmos um presente... Acho que ele irá gostar de nunchakus novos, ele destruiu os últimos quando eu vim para cá.

Reno engole a seco: talvez não fosse uma boa idéia conhecer o sogro.

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14.

A primeira vez que ela o viu, sentiu o coração bater mais rápido. Observou aqueles olhos como se quisesse mergulhar dentro deles e nunca mais sair. Sentiu o cheiro da pele do Turk, como se tudo a sua volta não tivesse mais essência. Um arrepio desceu por sua espinha.

Sempre ouviu dizer que percebemos quando encontramos a pessoa certa, que o mundo parece girar mais devagar por alguns instantes enquanto você digere a informação de que aquele por quem sempre procurou está em sua frente, apenas a alguns metros de você.

Sentiu como se devesse estender os braços e segurá-lo, antes que fugisse. Antes que o mundo voltasse a girar em sua velocidade normal.

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Na primeira vez que a viu, ela estava gritando com Cloud. Que voz irritante, pensou, enquanto observava a pequena ninja. Uma sensação de vazio o invadiu naquele instante. Certamente teve muita emoção em sua vida, mas o que isso lhe trouxe em troca? Não tinha família, não tinha para quem voltar. Aquela garota, sua pele macia, seu perfume doce. Porque se sentia dessa forma?

Dizem que sabemos quando encontramos a pessoa certa, que podemos sentir que é com aquela pessoa que gostaríamos de passar nossos dias. Alguém para abraçar quando voltamos para casa, alguém a quem você daria o mundo se tivesse chance.

Sentiu o impulso de estender a mão para alcançá-la. Estava tão próxima, ao alcance de seus braços. Respirou fundo, colocando uma das mãos no rosto em uma tentativa de espantar aqueles pensamentos.

Não se pode pegar algo só porque está ao seu alcance.

Não se pode ter algo apenas por desejar isso de uma forma tão forte que mal cabe em você.

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15.

E sempre que ele voltava, Yuffie o deixava deitar em seu colo. Conversavam por alguns instantes, riam alto, até que ele adormecesse. Mas ela ainda continuaria acordada, acariciando-o até que o sol nascesse. Não queria que ele se sentisse sozinho, queria que ele soubesse que ela estava ali, que alguém cuidaria dele quando voltasse para casa. E que isso servisse de motivação para que ele sempre voltasse inteiro.

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