Lição 1
Tá, dizem que a aparência não é fundamental, mas isso é sempre um ponto a seu favor. Garotas gostam de caras bonitos, não importa o que elas digam em contrário. Use roupas elegantes, cuide dos cabelos, enfim, tente não parecer um neandertal. Assim, você não só chama a atenção delas como também faz com que elas queiram andar com você. Acho que elas nos vêem como um troféu e tentam exibi-lo para o máximo de pessoas que puderem, sei lá.
–É aqui? – sussurrou L para Raito, assim que o carro parou em frente a uma movimentada praça, cercada de lojinhas de todos os tipos.
–É, sim – ele sorriu – Agora observe o mestre.
–Sugiro que não seja tão arrogante assim – observou L, sábio, mas o outro não deu atenção, e saiu confiante do carro.
Era inegável: Raito era bonito. Usando uma calça jeans e uma camiseta preta, caminhou seguro em direção a um grupo de garotas sentadas na porta de uma loja de CDs, e assim que ele se aproximou, elas ficaram um pouco alvoroçadas. L engoliu em seco; será que o outro realmente estava podendo tanto assim? Resolveu não pensar nisso, e simplesmente assistir à cena.
–Olá, meninas! – Raito cumprimentou as garotas jovialmente – Posso me sentar com vocês?
–É claro! – umas três ou quatro disseram, em coro. Uma, mais atrevida, ainda acrescentou – Pode se sentar do meu lado, se quiser!
Ele deu de ombros, e sentou-se do lado dela, não sem antes lançar um olhar de vitória na direção do carro. L começou a ficar preocupado. "Ou ele é mesmo muito bom ou as garotas japonesas são bem atiradas", pensou, tentando entender o motivo de todos aqueles olhares gulosos que elas lançavam na direção do rapaz.
–Seu cabelo é tão bonito... como você cuida dele? – uma delas passava os dedos nos cabelos dele.
–Uso shampoo e condicionador, só isso – ele respondeu, rindo – Mas o seu também é muito bonito!
–Do que você gosta, Raito-kun? – todas já o tratavam como se o conhecessem há anos. A garota que o chamara para se sentar ao lado dele perguntou, marota.
–Vejamos, eu gosto de música... quadrinhos... bons livros... dias de chuva... – ele foi enumerando, enquanto mexia sutilmente com o cabelo – Aliás, vocês gostam de dias de chuva?
–Eu gosto! – novamente, três ou quatro responderam em coro. Uma ainda acrescentou – Dias de chuva são bons para ficar em casa com alguém que a gente goste, bem juntinho!
–Eu também penso assim! – respondeu outra – De preferência com uma xícara de chá quente...
A conversa continuou. Algumas garotas foram embora, e só restaram Raito e mais duas, sendo que agora ele se aproximava delas de um jeito bem mais direto. Realmente, o filho da mãe era bom com elas. Bom até demais. Tão bom que...
–RAAAAAAAAAAAITOOOOOOOOOOO!! – "peraí, eu conheço essa voz!", L pensou, dando um pulo no banco com o susto que aquele grito provocou. Ele percebeu que Raito também deu um pulo, e que a cor do rosto dele sumiu misteriosamente...
Foi então que ela apareceu. As chuquinhas no cabelo eram inconfundíveis. O rapaz engoliu em seco, ainda com as duas meninas praticamente abraçadas a ele. E, quase sem voz, ele gaguejou:
–M-m-misa!! V-você p-por a-aq-qui! – ele estava branco como papel, ao ver a namorada. Não que ela em si colocasse medo nele, mas duvido que alguém que a visse daquele jeito, com olhos que pareciam derramar lava, punhos fechados e uma veia latejando na testa, não ficaria daquele jeito. Ela fez menção de se aproximar das duas garotas, mas elas se mandaram o quanto antes. E ela disse, com a voz rouca:
–Sugiro que aproveite os seus últimos minutos na terra, Yagami – e arrancou uma corrente que trazia no pescoço – porque pretendo estrangulá-lo aqui mesmo!
L nunca pensou que um ser humano normal poderia atingir aquela velocidade, mas Raito alcançou o carro com um tempo que faria inveja a um velocista olímpico. E, com olhos arregalados e a voz trêmula, ele disse ao motorista.
–Por favor... corra!
O carro disparou, e L ainda teve a chance de ver uma Misa irada arremessar a corrente contra o vidro traseiro e gritar coisas do tipo "vou arrancar os seus olhos quando puser minhas mãos em você!". Depois de um período de silêncio, o detetive disse:
–Bem, agora eu entendo o motivo de você não querer ficar a sós com a Amane-san... oO"... mas isso significa que você não conseguiu!
–Como assim? – reagiu Raito, ainda cansado demais para ficar furioso – Você viu como elas ficaram, é claro que eu consegui!
–Você deveria ter incluído a Amane-san nos seus cálculos antes de fazer isso – explicou L – Sendo assim, continua zero a zero. Você quer continuar?
–Se eu quero? É claro que sim, Ryuuzaki! Apenas começamos! – Raito recuperou um pouco da pose – Então, o próximo será você. E, acredite, é melhor começar a fazer uma reserva de glicose no seu corpo desde já, porque serão duas semanas sem os seus doces!
–Isto é, se eu não o fizer usar aquele vestido preto da Amane-san antes... – retrucou L, enquanto o carro seguia em direção à sede.
Efeitos colaterais: não é aconselhável lançar mão desse recurso (ou de qualquer outro que se refira á conquista feminina) se você tiver uma namorada ciumenta, principalmente se ela usar correntes no pescoço ou tiver qualquer outro tipo de se vingar de você fisicamente. É ainda menos aconselhável se a tal namorada é portadora de um Death Note, tem irmãos mais velhos ciumentos ou disponha de qualquer método tão eficaz quanto estes para eliminá-lo.
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Nota da autora: Bem, eis a primeira lição. Sei que está ficando ruim, mas estou tentando, juro. Deixem muitas reviews sugerindo, criticando, enfim, falem o que quiserem. Prometo ler e responder cada uma delas com todo o carinho do mundo. E lembrem-se da pesquisa de opinião: quem vocês acham que tem mais chances de vencer? Opinem, falem comigo, por favor, dêem um sentido à minha pobre existência... até mais!