N/A:

Primeiramente, quero dizer umas coisinhas:

Esta fic era, inicialmente, um presente para Hiei-and-Shino. (E continua sendo!)

Mas quero, também, presentear duas ficwritters fodásticas e agradecê-las pelas minha fics, Cores da Morte e Harmátia.

Essa fic é para vocês também, Nana-chan e tia Coala, que me proporcionaram momentos de muita alegria com as fics que me presentearam!

Muito obrigada.

E obrigada a você, tia Murder, que me fez ter confiança pra postar!

Esta fic é um desafio proposto por mim à Janao Q, Raayy, Vitor e Ms. Cookie, no qual consistirá em usar o tema Medo para fazer o ponto de vista de uma personagem a respeito deste sentimento, não importando os métodos usados para a escrita. Inicialmente, seria um PoV do Near, mas a Ms. Cookie me fez mudar de idéia com sua fic. (Ela sempre faz)

Espero que gostem.

E que leiam "Cores da Morte", porque é uma fic que a Nanase fez pra mim e é muito foda.

Sem mais, até a N/A final.


Roll at the Dices.

Eu sempre gostei de jogos.

Todo e qualquer tipo de jogo.

E eu gostava de jogos que me faziam pensar e que eram lógicos o suficiente para me trazer alguma emoção.

Eu gosto de quebra-cabeças porque eles são complexos. Porque cada peça tem o seu lugar.

Mas às vezes os jogos podem ser perigosos.

E esses são os melhores de todos.

Porque eles trazem uma sensação que é agradável, mas ao mesmo tempo não é.

Eles trazem medo.


As pessoas acham que eu só me visto e ajo como L porque gosto dele.

Eu gosto de L, mas esse, nem de longe, é o único motivo para isso.

É porque tem um jogo que eu gosto ainda mais.

Um jogo perigoso, que pode machucar.

Um jogo chamado provocação, no qual eu e Mello somos os protagonistas.

E também tem o Matt, que é o coadjuvante. Mas Matt não se irrita com nada. Apenas ri e diz "Esquece isso, Mello."

Mello nunca escuta.


Mello é o tipo de pessoa que se irrita facilmente com qualquer coisa.

Ele não gosta de perder e não gosta de ser o segundo lugar.

Eu descobri isso logo depois que entrei na Wammy's House.

Quando eu tirei o primeiro lugar na competição anual de perguntas de múltipla escolha da escola, meu prêmio foi um olho roxo.

Desde então, eu me atenho a irritar Mello, por mais que ele me cause medo por suas atitudes explosivas.

Mello é imprevisível.

E eu gosto de conhecer alguém que seja assim. Gosto muito.

Porque, no geral, as pessoas são muito previsíveis.

Mello não escolhe hora para ficar irritado e me bater, ele simplesmente o faz.

E não, eu não gosto de apanhar.

Mas gosto de ver o brilho azul nos olhos de Mello quando vem para me bater.

Gosto de ver o ódio neles.

Porque é um brilho que eu nunca vou alcançar.

Nunca.


Toda sexta-feira à noite, é sagrado nos reunirmos na sala da lareira na Wammy's.

As crianças se reúnem em um círculo para contar e ouvir histórias de terror.

Eu nunca tive medo de histórias de terror, porque elas são fictícias na maior parte do tempo.

Calculo que a probabilidade de alguma delas ser real, não ultrapassa os 4 por cento.

As crianças reagem de um modo estranho.

Algumas roem as unhas, outras apertam algo que estejam segurando (na maior parte das vezes, uma almofada) e outras até chegam a gritar, quando alguém resolve assustá-las.

Eu não me importo com isso, na verdade.

Mas quando Matt e Mello contam histórias, eu sinto medo.

Não é da história em si, mas do sentimento que eles passam através delas.

Quando eu olho no fundo dos olhos deles, é quase como se eu pudesse enxergar a própria história acontecendo. Como se pudesse enxergar o pavor das vítimas, o ódio e o prazer do assassino.

E isso me dá medo.

Mello nunca soube, desconfio que Matt sim, pois sempre dava um de seus sorrisos divertidos e me olhava, ao fim de cada história.

Matt.

Eu diria que é uma pessoa, no mínimo, intrigante.

Ele tem uma percepção que vai além de tudo o que eu já vi.

Ele é capaz de perceber quando uma pessoa chega na Wammy's, mesmo estando do outro lado do orfanato.

E ele percebe coisas simples, como o fato de eu erguer levemente a sobrancelha direita, quando eles descrevem alguma cena um pouco mais forte.

Ele percebe e faz isso acontecer.

Quase como se tivesse o controle sobre a minha reação.

E, às vezes, eu acho que ele tem.

Isso me dá medo.


Existe uma pessoa que, para mim, é indecifrável.

Uma pessoa, cujo nome eu desconheço.

Eu posso contar nos dedos quantas vezes o vi, mas não posso medir o tamanho da minha admiração.

L.

Foram três vezes no total, todas com algum propósito que não cabe citar aqui.

E, em todas elas, eu olhei aqueles olhos negros e me deparei com uma imensidão de nada.

E eu me perguntava:

Será que L também sentia medo?

Logicamente, eu não sabia da resposta, mas eu sentia que ela era sim.

Sim, L sentia medo.

E então eu voltava à estaca zero, tentando encontrar uma resposta lógica para tal pergunta.

Quando, alguns anos mais tarde, eu vim a saber a notícia sobre a morte de L, a minha reação foi de pura e simples indiferença.

Isso foi apenas estético.

O quebra-cabeças que eu montava continha um L.

O L que eu tentava desvendar.

L está morto.

Essas palavras nunca saíram da minha mente.

Mello explodiu.

Mello deixou o orfanato.

Mello quis fazer as coisas do modo dele.

E só então eu compreendi.

Mello tinha medo de acabar como L.

Mello tinha medo de ser apagado da história.

De ser sempre o segundo lugar.

Por isso ele deixou o orfanato, sem nem sequer comparecer ao enterro de L.


O jogo mais perigoso que eu já joguei, sem dúvidas, foi um jogo chamado Caso Kira.

Como sucessor direto de L, o meu dever era vinga-lo, fazendo a Justiça que Ele¹ queria.

E eu tinha uma competição a vencer.

Com Mello.

Essas eram as regras básicas do jogo:

Vingar L e vencer Mello.

O nosso objetivo era o mesmo dentro do jogo:

Capturar Kira primeiro, não importando quais métodos fossem utilizados.

Eu criei a SPK, Mello foi para a Máfia.

Eu escolhi me esconder por medo, Mello se mostrou para o mundo.

Sim, eu tive medo.

Eu não queria – e nem quero – morrer.

Por isso, eu escolhi me esconder.

Escolhi deixar as coisas acontecerem.

Mello fazia as coisas acontecerem.

Eu preferia manipular as pessoas para que elas acontecessem.

Mello fazia do seu jeito.


Às vezes eu me pergunto se as coisas teriam sido diferentes, se eu chamasse Matt para trabalhar comigo.

Se eu teria cometido o mesmo erro de Mello, causando a morte de Matt.

Entendam, eu não o estou culpando, mas sinto necessidade de expor os fatos como eles realmente são.

Matt não é o tipo de pessoa que demonstra ter medo da morte, mas sei que ele tinha medo de coisas banais como altura e insetos.

Sim, Matt tinha pavor de insetos.

E, de certa forma, era engraçado ver um ruivo daquele tamanho, me pedindo para matar uma barata.

E Mello...

Ele teve o seu maior medo concretizado.

Mello não era previsível, nunca foi.

Mas seus medos eram expostos para mim. Eu conseguia enxergar, no brilho daqueles olhos azuis, o medo da frustração.

O pavor do fracasso.

E Mello fracassou com Matt.

Mello o matou.

É, talvez não sejamos tão diferentes assim do que eu pensei.

Eu teria feito a mesma coisa, mas não a veria como erro.

Não teria esse medo de fracassar.

Eu a veria como a melhor opção.

Para ganhar o jogo.

Esse atalho teve um gosto amargo para Mello.

O sabor da derrota, seguido do sabor da Morte.

Eu tenho medo, por isso me escondo.

Porque tenho medo de terminar como Mello.

Um herói frustrado.

Só que...

A morte dele me fez enxergar muitas coisas.

Me fez enxergar uma verdade cruel.

Eu tenho medo do escuro.

M

e

D

o

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SoZ

i

nHo

Medo de não ter com quem competir.

E foi esse medo que me fez enxergar que eu jamais venceria de onde estou.

Jamais venceria entre quatro paredes.

Era preciso sair.

Encarar o meu medo.

Então...

Que rolem os dados.

Eu deixarei que a sorte decida o meu destino.

Ao menos desta vez...

Obrigado, Mello.


Kira está morto.

Eu vinguei L.

O objetivo foi alcançado.

Eu venci...

O Medo.


N/A:

Depois de ler a "Cores da Morte" (Uma fic escrita pela Nanase Kei para mim), eu passei por quatro fases:

1º - Um ódio mortal da escritora e de mim mesma por nunca conseguir escrever algo assim;

2º Muita, mas muita raiva;

3º Vontade de largar o mundo dos ficwritters por frustração;

4º Um desejo MELLO de seguir em frente.

E é isso que eu estou fazendo. Nesta fic, eu expus tudo o que eu realmente quis. O meu desejo Mello de superar a Nanase Kei. De me superar. Eu sei que a fic não está tão boa assim, mas eu estou aprendendo a entrar na cabeça das personagens aos poucos. Acho que estou apredendo a trabalhar um pouco melhor isso, graças à ajuda de pessoas como Nanase Kei, Ms. Cookie, Srta Abracadabra, Lady Murder e afins.

Essa fic foi um desafio proposto à mim, a ficwritters que eu acho que estão melhorando MUITO. E não é da boca pra fora que eu digo isso.

Eu espero, sinceramente, que vocês compreendam que qualquer um pode melhorar com treinos.

A pessoa que eu estou retratando, vai saber que é ela quando ler.

Bem, acho que poderia falar mais, mas fico por aqui.

A propaganda que eu faço é de uma fic que eu ganhei de presente chamada "Cores da Morte", vale a pena conferir, eu juro.

Mas se você não tiver auto-estima para se reerguer, nem leia.

A fic é foda demais.

Sem mais,

Anne que não vai pedir reviews hoje, mas os aceitará de bom grado e responderá a todos com carinho se eles existirem.