Oii! Estive inspirada nos últimos dias então ai vamos nós! Mais um capítulo e desta vez muito antes do esperado! Espero que gostem ;)

Créditos:

- Os personagens do anime "Naruto" pertencem a Masashi Kishimoto e os ooc pertencem a seus respectivos criadores. (Então o que sobra?)

- Créditos à Pisces Luna pela idéia da fic de fichas e a Mari Sushi por trazê-las para a área de Naruto.

- Por fim, mas não menos importante, créditos e agradecimentos à Mayuu-chan por betar esse capítulo com tanta eficiência.

Espero que gostem e boa leitura!


O coração da Anatólia

Depois de se separarem de Al; Kakashi, Teodora, Kakuzu e Salem partiram para cidade em busca de um meio de transporte. Os irmãos Hatake então compraram dois cavalos árabes, um castanho e o outro cinza, animais já acostumados a atravessar encostas rochosas e a andar sobre pedras escaldantes, treinados para carregarem peso sob as mais adversas condições. Depois de comprarem mantimentos para a viagem os quatro partiram em direção ao palácio do governante da Anatólia, Al-je-bah. Entre comprar mantimentos e chegar ao deserto, eles demoraram uma semana, restando apenas mais duas eles precisavam agora atravessar o deserto.

A viagem duraria no mínimo 10 dias e depois de 6, o cansaço beirava o insuportável. Kakashi estava montado no cavalo castanho juntamente com Teodora, enquanto Kakuzu e Salem dividiam o cinza. Os irmãos Hatake não poderiam se dar ao luxo de gastar dinheiro com mais cavalos e também não poderiam deixar as duas montarem o mesmo animal, pois isso seria dar a elas a perfeita oportunidade de fuga. Se elas conseguissem fugir agora seria impossível encontrá-las, pois elas certamente conheciam aquelas dunas muito melhor do que eles e desapareceriam em poucos kilômetros.

Todo o trajeto foi feito em silêncio, pois ninguém parecia ter ânimo para conversas. A paisagem foi a mesma todos os dias: areia, rochas, cactos, pedras e mais areia. Teodora estava tão compenetrada na própria desilusão que não foi capaz de perceber o estranho comportamento de Kakashi, mas isso não passou despercebido por Kakuzu.

Ao anoitecer do sexto dia eles encontraram um oásis habitado por uma grande família de nômades que se dispôs a dar abrigo a eles em troca de algumas moedas de ouro. E foi depois do jantar que Kakuzu decidiu confrontar seu irmão.

O grupo jantou com a família ao redor de uma fogueira sob o céu estrelado. Todos se mantinham próximos ao fogo para ouvir e dançar no ritmo da música tocada pelo chefe da família e para afugentar o penetrante frio do deserto. Salem estava distraída com o filho mais novo do casal, que parecia disposto a tudo para que ela o acompanhasse em uma dança e por isso ela não percebeu a movimentação de seus colegas de viagem.

Kakashi se mantivera em silêncio durante a maior parte do jantar e sempre que uma pergunta era direcionada a ele, era preciso ser feita pelo menos mais duas vezes antes de receber uma resposta. Kakashi estava em outro mundo, mas nem por isso seu olhar conseguia deixar Teodora e Kakuzu flagrou seu irmão pelo menos três vezes naquela noite.

Mesmo sem palavras os dois conseguiam se comunicar e Kakuzu podia ver claramente que seu irmão estava prestes a cometer um erro. Quando Kakashi pediu permissão para se retirar para sua tenda, Kakuzu o seguiu, mas esperou que estivessem sozinhos para pará-lo.

Kakuzu: - Kakashi. - Kakuzu bufou ao ser ignorado pelo irmão e o segurou pelo ombro direito. - Idiota, fale comigo.

Kakashi se virou enquanto repelia a mão de Kakuzu com firmeza.

Kakashi: - O que quer Kakuzu?

Kakuzu: - Eu quero garantir que você não vá fazer alguma idiotice heróica, Kakashi. Eu sei exatamente o que está passando pela sua cabeça e não vou permitir que faça isso nem que seja obrigado a arrastar Teodora sozinho por esse deserto.

Kakashi sorriu por baixo da máscara e desviou o olhar de Kakuzu.

Kakashi: - Eu não quero conversar com você sobre isso.

Kakuzu: - Não quer? Como assim não quer? Vou te dizer uma coisa Kakashi, eu nunca questionei suas ordens e sempre fiquei do seu lado independente dos perigos e das loucuras em que você nos metia. Eu nunca o impedi de seguir suas vontades, mas desta vez você vai me ouvir.

Kakashi teria protestado, mas a raiva de Kakuzu era quase palpável e isso o surpreendeu. Era até raro ouvir a voz de Kakuzu e vê-lo se exaltar daquela forma foi quase assustador. Kakuzu não mentiu quando disse tudo aquilo, ele sempre fora fiel ao irmão e o seguiu sem questionar durante todos estes anos, mas sempre para garantir sua segurança. Agora ele sabia que Kakashi cruzaria limites perigosos e em breve ele não seria mais capaz de protegê-lo.

Kakuzu: - O que está passando pela sua cabeça? Você enlouqueceu, Kakashi?

Kakashi: - É, talvez isso seja algum tipo de loucura, não é?

Kakuzu não se conteve desta vez e desferiu um soco no lado direito do rosto do irmão.

Kakuzu: - Idiota! Não brinque com coisa séria. - Kakuzu bufou mais uma vez enquanto Kakashi tentava se recompor. - Eu não acredito que é isso mesmo que você quer. Você vai morrer, desgraçado.

Frustrado, Kakuzu chutou uma das paredes da tenda, mas o tecido apenas ondulou por alguns segundos antes de voltar ao normal. Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos.

Kakashi: - Kakuzu... Você falou bem, sempre esteve do meu lado e sempre me apoiou... Mas então você sabe que tudo o que eu tenho feito durante toda minha vida foi por outras pessoas. Quando, em todos estes anos, eu tomei uma decisão por mim mesmo? Sem pensar nas consequências, sem pensar no bem de outras pessoas, sem que fosse alguma ordem? Eu nunca fiz isso. Eu já fiz muitas loucuras, mas sempre para atingir objetivos de outras pessoas.

Kakuzu: - Ah claro. Então agora isso justifica um suicídio. Por que você não pode ser como uma pessoa normal e, não sei, desejar uma família?

Kakashi: - Essa é a questão! Agora eu quero uma família, eu quero estabilidade, mas não posso ter isso.

Kakuzu: - Não pode porque é um idiota. Com tantas mulheres neste mundo, por que justo ela? Por que justo ela que está totalmente fora do seu alcance?

Foi a vez de Kakashi perder a paciência e chutar a parede da tenda.

Kakashi: - E você acha que foi intencional? Acha mesmo que eu quero fazer isso? Há muito tempo estou tentando descobrir uma alternativa, mas agora faltam 4 dias para chegarmos e eu não consigo enxergar mais opções.

Kakuzu: - Se você deixá-la ir, sua cabeça irá enfeitar o saguão principal do palácio de Suleyman.

Kakashi: - Ele terá que me achar primeiro.

Kakuzu: - Achar? Ele será o sultão da Anatólia, o próximo Al-je-bah! Pelo amor de Deus, você esqueceu o que isso significa? O povo da Anatólia acredita que ele é um deus e seus guardas são os homens mais perigosos deste mundo, eles praticamente não são humanos. Ele não precisa pôr um prêmio pela sua cabeça para te caçar, então imagine quando ele colocar um preço? A Anatólia é mais rica que a Inglaterra e a Espanha juntas! Suleyman poderá oferecer ouro que seus antecessores têm juntado há milênios!

Kakashi: - Ele não vai fazer isso, por que tanto esforço para me matar?

Kakuzu: - Não me venha com essa. Nós dois conhecemos Suleyman bem o bastante para sabermos que a vida dele se baseia em caprichos. Ele não vai te perdoar ou esquecer o que você fez. Ele não vai deixar você viver depois desta ofensa.

Kakashi: - E se eu não quiser viver tanto assim?

Desta vez ele nem viu o soco chegar e o impacto fez com que recuasse pelo menos dois passos largos enquanto chacoalhava a cabeça. Deus, aquele foi um soco forte.

Kakuzu: - Ah seu idiota miserável. Não se atreva a dizer uma coisa dessas na minha frente ou eu vou socar essa sua cabeça dura até enfiar bom senso dentro dela.

Kakuzu segurou a gola da camisa de seu irmão, mas desta vez Kakashi reagiu e com o cotovelo o atingiu no nariz com força. Kakuzu o soltou, mas logo em seguida conseguiu acertar mais um soco em Kakashi que desorientado caiu no chão. Ainda no chão Kakashi passou uma rasteira no irmão e logo em seguida os dois estavam brigando enquanto rolavam pela areia. Depois de alguns segundos Kakashi conseguiu parar em cima de Kakuzu, mas parou com o braço ainda armado para um soco.

Kakashi: - O que quer que eu faça? Quer que eu entregue a mulher que eu amo a um homem que irá apenas violentá-la e depois esquecê-la? Suleyman irá matá-la aos poucos dentro daquele palácio e ninguém poderá salvá-la uma vez lá dentro. Eu não vou conseguir viver sabendo que a condenei a isso.

Kakuzu: - Então é isso? Você vai desistir?

Kakashi: - Eu vou poupar o trabalho de Suleyman e com sorte a minha morte será o suficiente para fazê-lo esquecer de Teodora.

Os dois teriam continuado a discussão, mas foram interrompidos por um barulho. O som de ar alcançando um pulmão em alta velocidade. Uma expressão de surpresa e horror. Kakashi seguiu o som e se deparou com os olhos cinzas de Teodora.

Kakashi: - Teodora... - Desde quando ela estava ali? E mais importante, o quanto ela havia ouvido?

Mas antes que ele pudesse dizer ou fazer qualquer coisa para impedi-la, Teodora começou a correr. Ela tinha ouvido o bastante.

Kakashi: - Teo!

Kakuzu ainda tentou segura-lo, mas Kakashi conseguiu se desvencilhar e correu atrás de Teodora. Infelizmente ela era muito mais rápida e quando Kakashi saiu da tenda ela já estava sobre um dos cavalos e rapidamente desapareceu na escuridão do deserto.

Kakashi: - Teodora!

Kakuzu saiu poucos segundos depois e os dois se encararam. Juntos eles olharam para o cavalo que restara e imediatamente correram na direção dele.

Kakuzu: - Não, não, não!

Kakashi chegou primeiro e tentou subir no animal, mas Kakuzu o puxou pelos ombros e o jogou no chão.

Kakuzu: - Pelo menos um de vocês têm bom senso! Deixe-a ir!

Kakashi: - Kakuzu, saia do meu caminho!

Kakuzu: - Eu já disse que apenas por cima do meu cadáver.

Kakashi partiu para cima do irmão e os dois caíram na areia mais uma vez enquanto lutavam. Desta vez eles brigaram durante alguns minutos, mas em um certo ponto Kakashi conseguiu alcançar uma pequena adaga em sua calça e a enterrou no abdome do irmão. Kakuzu urrou de dor quando Kakashi torceu a lâmina e não conseguiu forças para trocar de posição. Kakashi agora o mantinha imobilizado com o peso do corpo e os dois se encararam por alguns segundos.

Kakuzu: - Eu não acredito que fez isso. Você deve amá-la de verdade.

Kakashi: - Quase tanto quanto eu te amo meu irmão e é por isso que não posso deixá-la ir.

Kakuzu: - Então você também sabe que eu estarei logo atrás. - O olhar de Kakashi instantaneamente tornou-se mais sombrio.

Kakashi: - Não dê ao Suleyman o prazer de te obrigar a assistir minha morte. - Mas a resposta de Kakuzu foi uma breve risada de escárnio.

Kakuzu: - Eu não pretendo estar vivo para ver meu irmão sendo executado.

Kakashi suspirou enquanto apertava a adaga para aumentar o ferimento. Kakuzu emitiu apenas um grunhido baixo por entre os dentes.

Kakashi: - Isso não irá te matar, mas você vai precisar descansar por alguns dias. - Kakashi esperou Kakuzu voltar a respirar normalmente para completar. - Não nos siga, Kakuzu.

Kakuzu tinha uma resposta pronta, mas ela escapou de seus lábios quando ele viu uma discreta lágrima escapar do único olho à mostra de Kakashi.

Kakashi: - Adeus, meu irmão.

Com isso Kakashi tirou a adaga do ferimento e bateu na cabeça de Kakuzu com o punho da arma, deixando-o desacordado. Antes de se levantar ele cortou uma tira da camisa de Kakuzu e a amarrou na cintura do irmão para diminuir um pouco o sangramento. Kakashi ainda teve o cuidado de gritar por socorro o mais alto que pôde para apenas então subir no cavalo e partir deserto à dentro. Mesmo arrasado por ter feito o que fez com Kakuzu, Kakashi ainda sabia que era o melhor. Independente dos meios, ele estava disposto a tudo para proteger as duas pessoas mais importantes em sua vida. Kakuzu estaria seguro se ficasse alguns dias para trás e agora ele precisava salvar Teodora. O que infelizmente não seria mais tão simples quanto ele esperava.


O Akatsuki chegou à Anatólia alguns dias depois ao anoitecer, mas a tripulação não conseguia esconder a suspeita quanto ao motivo de estarem naquele lugar. Será que Sasori havia enlouquecido? Por mais que Al fosse confiável todos duvidavam que aquela jornada traria qualquer tipo de lucro. E essa era uma questão muito delicada, pois já havia algum tempo desde a última vez que eles viram a sombra de alguma moeda de ouro.

Certo que Desiré trouxera parte de seu tesouro depois que seu navio foi destruído, mas todos duvidavam que ela iria entregá-lo e àquela altura já haviam perdido as esperanças de que Sasori fosse reinvindicar este prêmio. Então por que estavam na Anatólia? O murmurar da insatisfação parecia um fantasma a rondar o convés, mas ninguém tinha coragem de perguntar. Ninguém a não ser Fuyu.

Fuyu: - Sasori.

Fuyu o encontrou sozinho junto ao leme e aproveitou a oportunidade para falar com ele.

Fuyu: - Sasori, eu odeio ter que trazer más notícias, mas a tripulação está... Como eu diria... Algumas pessoas não estão exatamente satisfeitas por estar aqui.

Sasori: - Vá direto ao assunto, Fuyu.

Fuyu: - Todos querem saber por que estamos na Anatólia e se você pretende fazer algum ataque em breve... Os homens estão perigosamente entediados, Sasori.

Sasori pela primeira vez a olhou nos olhos e discretamente o canto de seu lábio se levantou em um sorriso de escárnio.

Sasori: - Está com medo de um motim? Ou você já sabe de alguma coisa?

Fuyu bufou.

Fuyu: - Você precisa levar mais à sério o que seus homens pensam. Duvido que eles tenham coragem de se amotinar, mas melhor do que ninguém você deveria saber que muitos aqui têm mais do que capacidade para serem capitães de seus próprios navios.

Sasori: - Fuyu, eu tenho a lealdade de todos os que têm essa capacidade. Quem quer fazer um motim? O pirralho da cozinha? Eu duvido muito.

Fuyu: - Esse seu excesso de confiança ainda vai te matar. - Ela suspirou, vencida. - Mas então, não vai me dizer o que viemos fazer aqui?

Sasori: - Estamos aqui para ajudar o Al.

Fuyu então girou seus olhos e deu as costas para seu capitão para deixá-lo sozinho mais uma vez.

Fuyu: - É, ajudar o Al... - A voz carregada de ironia. - Como se ele precisasse de ajuda para fazer qualquer coisa. E por acaso como pretende encontrá-lo?

Sasori apenas indicou com a cabeça para que ela olhasse para frente, e ao seguir o olhar do ruivo Fuyu viu uma estranha figura encapuzada parada no pequeno deque de madeira envelhecida. A figura mantinha uma pequena luminária na mão direita, o bastante para indicar o caminho, mas não para revelar seu rosto.

Fuyu: - Eu não sei porque pergunto essas coisas. Al sempre dá um jeito.

O Akatsuki então atracou no pequeno porto clandestino e Sasori dispensou seus homens de menos confiança para que passassem alguns dias em um bar nas proximidades, mas deixou Kisame para garantir que ninguém fugisse com seu navio. Enquanto isso ele, Deidara, Itachi, Fuyu, Desiré, Pein e Kairi, partiram para encontrar o misterioso guia.

Deidara: - Por que todo esse segredo? Não precisa esconder o rosto de nós.

- Todos precisam tomar cuidado nesta cidade. As paredes têm ouvidos. - Com uma das mãos ele retirou o capuz de sua cabeça, mas não sem antes apagar a pequena luminária. O problema é que ele não era o loiro que eles esperavam.

Fuyu: - Minato? O que faz aqui?

Minato: - O mesmo que vocês, mas peguei uma carona e cheguei alguns dias antes.

Sasori: - Onde Al está?

Minato: - Esperando por vocês, mas é melhor nos apressarmos porque o Sol logo irá nascer. Coloquem isto e vamos.

Minato passou para cada um uma capa e logo o grupo partiu para a periferia da cidade sob a proteção da escuridão. O grupo seguiu Minato em uma caminhada de quase dez minutos por entre as ruelas da cidade, cruzando becos escuros e passando por casas abandonadas até alcançarem uma casa que parecia uma pousada para viajantes.

Fuyu: - Finalmente.

Aos poucos os recém-chegados retiraram suas capas e aos poucos se acomodaram nas almofadas que estavam colocadas no chão. Poucos segundos depois Al e Nayuuke apareceram para receber o grupo.

Deidara: - Al? - Deidara apenas verbalizou a surpresa escrita no rosto de todos os outros, até mesmo no rosto de Itachi.

Al: - Eu sei, eu sei. - Al apenas dispersou os comentários como se eles fossem moscas. - Não quero falar sobre isso.

Deidara: - Não quer? Acho que merecemos algumas explicações, não acha? Afinal, não estou entendendo como o tempo passa nesse seu mundo.

Al: - Esses últimos meses foram... Difíceis.

Al não pôde evitar que seu olhar pousasse sobre Nayuuke e ela agora o fitava como se pedisse desculpas. Afinal se ela não tivesse se ferido no encontro com o Kraken, teria voltado antes e Al não teria ficado meses apenas imaginando como ela estaria. A angústia de não saber como ela estava o consumiu todos os dias e sem perceber ele não conseguiu negar aquilo que por tanto tempo escondeu de si mesmo. Aquele era o resultado de sua fraqueza. Al agora aparentava quase 20 anos e em breve chegaria a idade que um dia teve.

Deidara: - Você é muito esquisito Al. Sabe que não precisa esconder nada de nós.

Mas antes que Al pudesse responder, Fuyu acertou as costelas do loiro com o cotovelo.

Fuyu: - Deidara, não é da nossa conta. Pare de se intrometer.

O loiro apenas bufou em resposta, como uma criança mimada que teve o pedido negado.

Minato: - Por onde podemos começar?

Al: - Se aproximem que vou explicar tudo. - O grupo se acomodou em um círculo no meio do quarto. - Eu vou precisar da ajuda de vocês para conseguir isto aqui.

Al então estendeu um papiro no chão, no qual estava desenhado uma jóia perfeitamente redonda, lisa e de um azul marinho belíssimo.

Al: - Esta é a mais preciosa jóia da Anatólia, também conhecida como Coração da Anatólia.

Deidara: - Certo. É uma jóia muito bonita mesmo, mas agora fale. Qual é a notícia ruim?

Nayuuke: - A notícia ruim é que ela pertence ao sultão da Anatólia, ao Al-je-bah.

Frente a esta nova informação as reações foram variadas. Deidara sorriu como se tivessem contado uma piada sem graça, Pein levou uma das mãos à cabeça, Fuyu pigarreou, Desiré arregalou os olhos e Itachi e Sasori, que estavam levemente inclinados na direção do papiro, endireitaram seus corpos imediatamente.

Kairi: - É tão ruim assim?

Deidara: - Ruim? Seria melhor que fosse parte da coroa da rainha da Inglaterra. - E o pior é que ninguém discordou.

Sasori: - Em compensação a Anatólia é muito mais rica.

Fuyu: - Mas deve existir um motivo para isso, não acham?

Itachi: - Antes de qualquer decisão, qual é seu plano? Como vocês pretendem sequer chegar perto desta jóia?

Al: - Agora chegamos à melhor parte. O Akatsuki é menor e mais ágil que o Konoha, por isso seremos capazes de subir o Rio Kura sem problema e este rio passa exatamente ao lado do palácio do sultão da Anatólia.

Quando Al terminou de falar o grupo caiu em um silêncio perturbador até de Fuyu pigarreou.

Fuyu: - Certo Al, mas acho melhor continuar explicando se quiser nos convencer.

Minato: - É que na cabeça do Al isso já basta para resolver os nossos problemas, mas quanto a parte prática eu vou explicar. Al e Nayuuke podem criar uma neblina espessa sobre toda a extensão do rio por até dez dias, tempo o suficiente para alcançarmos o palácio. Quando chegarmos iremos esconder o Akatsuki em uma parte do rio completamente desabitada, a que fica logo atrás do palácio no fim de um penhasco. Al-je-bah costuma fazer pessoas pularem desse penhasco e existe um mito de que a alma destas pessoas fica presa no rio e vagam abaixo do penhasco, por isso os moradores da região têm medo e ficam longe. Um pouco mais de neblina e alguém para imitar almas desesperadas serão o bastante para afastar curiosos.

Minato: - E a segunda parte é ainda melhor. Segundo Al, o atual Al-je-bah está nas portas do inferno e quando chegarmos eles estarão fazendo os preparativos para a coroação de seu sucessor. É tradição que os maiores senhores de terras e reis da região se encontrem no palácio para oferecer condolências e presentes ao novo sultão e nós podemos aproveitar. Podemos atacar uma comitiva, tomar o lugar de um dos reis e então poderemos entrar sem levantar suspeitas. Outra tradição diz que o novo sultão deve oferecer estadia a seus convidados até o dia da coroação. Então da morte do sultão até a coroação conseguiremos alguns dias para procurar e encontrar a jóia.

O grupo ficou em silêncio por alguns minutos.

Desiré: - É um plano muito bom.

Minato: - Bom? Assim você me ofende. Esse plano é excelente e devo dizer que esta será a nossa única chance.

Sasori: - Continua sendo muito arriscado. - Sasori não parecia convencido.

Itachi: - Mas se conseguirmos teremos uma boa quantidade de ouro...

Deidara: - Ninguém aqui entrou para pirataria pensando em segurança, não é?

Minato: - Se fizermos tudo certo, isso será muito melhor do que conseguir a Esquadra de Prata da Espanha.

Fuyu: - Isso se sairmos vivos, é claro.

Minato: - Um mero detalhe, Fuyu. Apenas um mero detalhe.


- Capitão! Terra à vista!

Boris estava em sua cabine, ocupado em analisar os mapas estendidos sobre sua mesa, quando o grito o chamou para a realidade. Imediatamente ele saiu de dentro do navio, mas demorou alguns segundos para que seus olhos se acostumassem à luz. Não demorou para que o canto direito de seu lábio se elevasse em um discreto sorriso.

Boris: - Preparar para atracar! E tragam a nossa querida convidada.

O sub-capitão foi quem orientou a tripulação e rapidamente tudo estava pronto para que eles pudessem deixar o navio. O Poseidon e o resto da tripulação ficariam em uma pequena praia deserta e esperariam até que Boris retornasse, com permissão apenas de irem à floresta em busca de água potável e comida para reabastecer o navio.

Com Beatrice como sua prisioneira, Boris e mais três de seus homens mais confiáveis embarcaram em um navio menor e se dirigiram à praia.

Beatrice: - O que você pretende fazer comigo?

Beatrice estava muito magra e fraca devido aos meses de cativeiro, mas isso não a impediu de demonstrar seu desprezo por Boris através de seu olhar.

Boris: - Eu não tenho interesse nenhum em você. - Ele levantou uma das mãos e acariciou o rosto da garota. - Mas aparentemente eu faço parte de uma minoria.

Beatrice: - O que quer dizer com isso? - Boris apenas gargalhou quando a garota afastou o rosto bruscamente.

Boris: - Uma das grandes lições que aprendi foi que o ódio é capaz de mover montanhas e que se existe algo que realmente desperta o ódio em um homem é perder sua mulher para outro.

Beatrice: - Acredite, você não vai querer ver o Neji com raiva.

Boris: - E quem disse que eu me referia a ele? - Boris deixou o canto de seu lábio se elevar em um sorriso debochado. - Quer saber onde estamos?

Desta vez a curiosidade foi maior do que seu auto-controle e Beatrice se viu forçada a perguntar.

Beatrice: - Quero.

Boris: - Estamos na melhor prisão que a Inglaterra poderia ter encontrado, mas jamais construído.

A reação de Beatrice foi imediata e ela empalideceu consideravelmente, mas isso apenas aumentou o prazer de Boris.

Beatrice: - Por que me trouxe aqui?

Boris: - Em uma terra árida cheia de criminosos abandonados e carentes, pode imaginar o que eles não dariam por uma bela e quente companhia feminina?

E mais uma vez ele gargalhou depois de ver o pulo dela quando ele propositalmente deslizou a mão sobre sua coxa. Como ela se arrependia de ter perguntado, aliás se arrependia de ter conversado com ele e por isso decidiu permanecer em silêncio. Era melhor evitar toda a qualquer interação com aquela criatura maligna e se preparar mentalmente para o que quer que estivesse a frente, por pior que fosse.


O Sharingan sempre foi conhecido por sua velocidade, por isso deixá-los fugir não era uma opção. Sasuke precisou apenas de algumas semanas para ter o navio de Orochimaru à vista, mas para enfrentá-lo ele precisou de mais alguns dias de planejamento. Iniciar um ataque desenfreado poderia pôr em risco a vida de Morgana e ele não estava disposto a colocá-la em perigo.

Eles haviam visto o navio de Orochimaru pela manhã, mas Sasuke permitiu que ele desaparecesse no horizonte. Agora faltavam apenas algumas horas para o anoitecer e o Uchiha, Shikamaru e Naruto estavam trancados na cabine do capitão para arquitetar um plano.

Shikamaru: - Não será muito fácil.

Sasuke: - Nunca é. Vamos Nara, você precisa pensar em um plano melhor.

Shikamaru: - Como Sasuke? Você quer invadir um navio no meio do oceano sem atacar. Nossa única chance é nadar até lá.

Naruto: - Sasuke, nós três conseguimos nadar até lá e subir o casco.

Sasuke: - É um plano muito arriscado. Orochimaru sabe que não estamos muito longe e deve ter reforçado a segurança do navio. Ele deve imaginar que iremos atacar ao anoitecer.

Shikamaru: - Podemos distrair a tripulação então. Se mantivermos a distância certa podemos atacar o navio de Orochimaru com a certeza de que não vamos acertá-lo, mas enquanto eles tentam reagir não perceberão a invasão.

Sasuke: - Certo. Shikamaru, você fica e comanda este ataque. Naruto, Kiba, Lee e Kotetsu irão comigo.

Naruto: - Yoshi! Vamos resgatar a Morgana!

Shikamaru: - Mas vocês precisam tomar muito cuidado, não será fácil escalar o casco e não sei por quanto tempo vou poder manter a distância correta entre os navios. Se Orochimaru decidir vir em nossa direção eu não posso garantir que não vamos atingir o navio dele.

Sasuke: - Não podemos perder o navio. Se a situação exigir não hesite em afundar o navio de Orochimaru.

Naruto: - Mas Sasuke, e se não conseguirmos achar Morgana a tempo?

Sasuke: - Esta opção não existe, Naruto. Não vou perder meu navio e não posso colocar a vida de toda tripulação.

Shikamaru: - Esse é o melhor plano que temos. Depende basicamente de vocês se ele vai funcionar ou não, mas quando a primeira bala de canhão atingir o navio de Orochimaru, saiam imediatamente.

Naruto: - A primeira bala de canhão? Um sinal bem sutil.

Shikamaru: - É... Por isso não digam que não foram avisados.


Obrigada pelo apoio pessoal!

Eu sei que é muito chato ter que esperar pelas atualizações e eu mesma tive que reler a história duas vezes antes de conseguir continuar a escrever pq simplesmente não lembrava mais da história... Vou tentar terminar este projeto o quanto antes, pois realmente minha vida já não é mais a mesma e não tem muitas perspectivas de ficar mais tranquila...

Porém garanto a vcs que vou me esforçar para terminar esta história, afinal seria um desperdício abandonar personagens que eu tanto amo e uma história que no fim ficou tão elaborada e até verossímil...

Espero que continuem a ler e escrever reviews, mas não estou em posição de exigir nada de ninguém. Daqui para frente vou escrever pelo prazer que sinto, mas não que eu não goste de saber a opinião de vcs... As mensagens sempre me animam e inspiram! Obrigada a todos pela compreensão e apoio!

Obrigada por ler!

Sary-chann