Naruto não me pertence, não tive a genialidade de criá-lo. Por isso não estou rica, Orochimaru foi criado e Sasuke sofre muito pouco e a Sakura ainda está viva.
Essa é mais uma das fics Li Morgan, isso quer dizer que é Yaoi, contem lemon e esse aviso basta para aqueles que não apreciam o gênero fechem a janela. Não aceito reclamações sobre isso. Também não aceito falta de educação.
Demônios
Sasuke
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As coisas não estavam saindo exatamente como ele pensava que sairiam, na verdade, se fosse realmente parar para pensar sobre isso, constataria, para sua irritação, que nada saíra como ele pensava ou queria.
Voltara a Konoha, estava novamente entre a elite da vila, era um dos ninjas mais fortes, mais respeitados, reconquistara sua posição, reconquistara tudo que desprezara no passado, menos uma coisa: Naruto.
Agora estava ali, preparando Konoha para a festa que comemoraria dez anos da administração do Rokudaime, dez anos de mudanças sobre mudanças, dez anos de quase completa paz. Naruto lutara, debatera e impusera mudanças que no inicio chocaram, que fizeram muitos olhos se voltarem a Konoha e pensar que a vila enfim decaia, mas os resultados, quase automáticos, mostravam que não. Konoha se tornara mais forte, mais justa, mais limpa. Os aldeões estavam mais felizes, mais prósperos, os ninjas se sentiam reconhecidos pelo conhecimento que era distribuído a todos, os conselheiros, agora os lideres das famílias, estavam participando das realizações, das ações. Não que precisassem, o conselho existia para auxiliar um Hokage quando esse liderasse sozinho, ou mediar quando havia dois Hokages reinantes, porem, naqueles dez anos, Naruto nunca fizera nada, ou pensara em algo, que não fosse completamente apoiado pela Godaime, assim como que pelo conselho.
Quem imaginaria que o genin mais atrasado, o último dos últimos, o fracassado Uzumaki Naruto, teria uma mente tão boa para administração, teria uma voz tão firme para comandar? Shikamaru, pensava Sasuke, Shikamaru sempre soubera, Neji desconfiava, e Shino tinha plena certeza. Naruto nascera para comandar Konoha, com sua mão firme e amorosa, com seus olhos que viam alem e que compreendiam tudo. Nascera sobre o signo da desgraça e do ódio, aprendendo primeiro a odiar para depois cair rendido por um amor profundo e eterno por Konoha, pela vila que agora estava a seus pés. Agora todos sabiam da linhagem de Naruto, de seu sangue antigo provindo de Redemoinho, de seu pai Hokage, e não qualquer Hokage, mas o próprio Yondaime, o herói. Tal pai, tal filho, os mais antigos comentavam, deixando claro que tais mudanças só não haviam começado antes, porque o Yondaime não tivera tempo para as aplicar. Namikaze Minato fora eleito Hokage durante os tempos tumultuados das guerras, usura os símbolos de tal poder por muito pouco tempo, e morrera antes de seu rosto ter sido esculpido na pedra. Agora estava lá, ao lado do de Sandaime e Godaime, olhando para Konoha com orgulho, enquanto o rosto tão parecido de seu filho, olhava a mesma vista, também na pedra, como o amado Rokudaime Hokage de Konoha.
As vezes, para aqueles que tinham mais visão, ou eram mais observadores, podia-se ver o próprio Naruto, em pé sobre a cabeça do pai, olhando Konoha, observando, pensando, refletindo. Sabiam que era ele pela pose, pelos braços cruzados sobre o peito, pela forma como o sobretudo preto balançava pelo vento, pequeno de longe, e ao mesmo tempo, passando a sensação de conforto e proteção de um deus. Uzumaki Naruto, o último dos jinchuurikis, o mais temido de todos, com a bijuu mais poderosa, aquele que usava o poder da bijuu que um dia quase destruirá Konoha para a proteger, e todos respiravam mais tranqüilos por isso. A nomeação de Naruto fora o necessário para que todos se sentissem protegidos, nenhum outro ninja era tão forte, nenhum outro ser humano possuía tal poder, nenhum outro líder tal amor por sua terra e gente.
Naruto era tudo que um dia Sasuke pensara e ser, e tudo que desejava ter, mas era-lhe proibido, estava completamente fora de seu alcance. Cometera erros demais, fora estúpido e egocêntrico demais, acreditando que sairia pelo mundo, que conseguiria o poder que almejava, que realizaria sua vingança, e depois retornaria, e tudo seria exatamente como fora antes dele partir. Machucara, ferira e desdenhara de Naruto por muitas vezes, nunca imaginando que um dia Naruto iria cansar disso, nunca lhe passando pela cabeça que Naruto poderia deixar de se importar com ele. Perdera Naruto, a única coisa boa que tivera em sua vida, desde que os pais morreram. Perdera Itachi, cujos objetivos e ações eram leais a Konoha, cujo amor por ele havia o levado a aceitar a morte e a se entregar a ela, destruindo o vingador, esfregando na face do baka ototo sua cegueira. Itachi o conduzira de forma hábil, nunca entregando fatos, mas instigando-o a procurar verdades, coisa que Sasuke, em sua ignorância e prepotência, não fizera. Saíra de Konoha sem nunca ter aberto um dos extensos relatórios sobre o massacre Uchiha, passara três anos com Orochimaru sem nunca procurar ou exigir conhecimento que não os de batalha. Não preparara sua mente como havia preparado seu corpo, achando que tudo que fazia era justificado. Acabara por perder o irmão e perder Naruto, acabara por realizar suas palavras, era um solitário, era um vingador, não tinha nada, não tinha ninguém. Passara aqueles dez anos se esforçando e lutando para reconquistar seu lugar, dez longos anos, e sentia que o preço por sua tolice era cobrado a cada vez que via os olhos de Naruto se iluminando ao olhar o ruivo que era quase sua sombra, seu protetor e seu amante.
Uzumaki Kyu, a vila o adorava também, confiavam nele, apreciavam o jeito esquivo e desinteressado com que os brindava, achavam graça no tom superior com que os ignorava, mostrando sempre que seus olhos, voz e interesse eram apenas do loiro Hokage, que era leal apenas a ele. Isso era admirado, porque todos sabiam que Naruto era leal a Konoha, e isso fazia o poderoso Kyu leal a Konoha também. Era até divertido, Sasuke pensava, se não fosse tão doloroso, analisar que seu comportamento era parecido com o do ruivo, que ambos eram esquivos e arrogantes, que ambos só se importavam com seus objetivos. Porem a diferença profundas entre eles, era que Kyu jamais traíra ou machucara Naruto, ao contrario, mesmo sendo o que mais conhecia o poder do jovem loiro, Kyu protegia Naruto com uma adoração sem limites, protegendo-o de tudo. Não havia missão impossível para ele, não havia exercito que o fizesse fracassar ou atrasar. Os pedidos de Naruto eram ordens para o ruivo, ninguém sabia como, e nem queria realmente saber, o fato era que Kyu realizava missões complexas em metade do tempo normal, jamais falhava e sempre retornava para o lado de Naruto, que sempre sorria muito mais com o ruivo a seu lado.
- Problemático – Shikamaru resmungou terminando de distribuir as ultimas tarefas, olhando os genins que estavam construindo as barraquinhas e pensando que eles eram realmente um bando de insubordinados, pensando se fora assim também e descartando a idéia – Naruto anda de mal-humor.
- Hai – Chouji concordou, entregando aos genins os enfeites – três dias já.
- Ele volta hoje – Sasuke se viu falando, ouvira sobre a missão de Kyu, sabia o tempo estimado.
Shikamaru bocejou, mas Sasuke pode ver que era forçado, apenas para esconder o sorriso malicioso, e viu que Shikamaru sabia disso, por isso sorriu de lado para o Nara.
- Espero que ele não se atrase para a festa de amanhã – Chouji comentou sorrindo também – seria realmente constrangedor homenagear o Hokage quando ele não está presente.
- Ainda mais porque nobres representantes de outras vilas estará aqui – Shikamaru apontou – apesar de achar que Gaara saberá muito bem onde e o que Naruto estaria fazendo se isso viesse a acontecer.
Sasuke concordou e então ouviu a risadinha de Chouji, maliciosa e ao mesmo tempo, gentil, como o grande Akimichi.
- Isso se o Kazekage não estiver desaparecido também – comentou Chouji.
Sasuke olhou o amigo, e então sorriu, era fato conhecido que Gaara sempre se atrasava quando estava em Konoha, culpa de um certo oi-nin, para a diversão dos amigos e exasperação dos irmãos.
- Problemático – Shikamaru resmungou sem ocultar o riso – esses kages.
Sasuke riu, porque precisava rir para não chorar, porque mesmo sabendo que Naruto jamais seria seu, doía pensar em Naruto nos braços de outro, desejando outro, se entregado a outro. Tentava se conformar pensando que Naruto era feliz, que enfim era realmente feliz, nos braços de alguém forte que o amava sem limites e sem pesares, que o aceitava e apoiava exatamente como era, que não impunha mudanças em Naruto, que respeitava sua natureza afetuosa e passional, mas doía, porque isso somente lhe mostrava que Naruto jamais teria sido feliz ao seu lado, que Naruto jamais teria sido dele, mesmo que as coisas tivessem sido diferentes.
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Dez anos, Sakura pensou, olhando a vila da janela da sala da Godaime, Tsunade ainda possuía uma sala lá, ainda trabalhava na administração da vila, menos do que antes, é claro, já que tinha seus deveres no hospital, mas Sakura podia ver que trabalhava ainda mais e com mais empenho do que antes. O responsável por isso era Naruto, que soubera usar as habilidades de Tsunade efetivamente, não a distraindo com questões complexas como encaixar o melhor ninja ou como agir sem deixar Konoha enfraquecida. Tsunade, Shizume, Ino e ela observavam as fichas médicas dos ninjas, analisando e procurando possíveis danos que normalmente eram imperceptíveis, mas que poderia ir se acumulando com o tempo e gerar falha ou uma lesão mais complexa. Naruto queria seus ninjas fortes e bem, e Tsunade adorava aqueles enigmas, buscava em cada ficha, em cada corpo, seus mistérios, suas características únicas, conhecendo ainda mais o corpo humano, a maneira shinobi, descobrindo novas características do chakra. Era normal ver a sensei rir quando descobria algum dano, quando o curava, impedindo assim que outros órgãos, tecidos ou ossos fossem atingidos, eliminando assim a possibilidade de uma fraqueza.
Sem as responsabilidades pesadas da vila, Tsunade florescia, bebendo menos, apostando menos e sendo muito feliz. Claro que a loira sempre iria sentir falta de seu ototo, de seu koi e de Jiraya, mas dificilmente pensava neles, e isso se devia a Naruto, sempre ele.
Sakura sabia que não podia realmente se aproximar do loiro, sabia que não era intima dele, sabia que jamais poderia impor sua vontade sobre o loiro. Não temia mais por sua vida, somente sabia que aquilo que um dia fora seu, não era mais, porque fora tola, porque fora estúpida demais. Naruto jamais precisara dela, permitira que ela vivesse e estivesse ao seu lado, a protegerá, mas não gostava mais dela, não a admirava, nunca precisara dela, ao contrario, ela que sempre precisara dele. Naruto não a desejava por perto agora, respeitava seu talento, apreciava seu trabalho, porem não lhe dava espaço para nada mais. Perdera seu melhor amigo, perdera seu protetor e nada do que fizesse poderia tornar as coisas como eram, e nem ela desejava isso. Agora ela era Haruno Sakura, médica, ninja e mulher. Agora ela era forte, agora, qualquer que fosse a sua equipe, qualquer que fosse sua missão, seria realizada com sucesso, porque era forte, porque era rápida e esperta, mas jamais teria novamente o prazer de ter alguém que a protegesse, mesmo porque não permitiria isso, tivera somente um protetor, e esse se chamava Uzumaki Naruto, não soubera reconhecer e apreciar isso e como autopunição, jamais dependeria de outro alguém novamente. Protegia a todos, tentando assim compensar Naruto, tentando reverter os danos que fizera, tentando merecer os sorrisos que o loiro ainda dava, tentando merecer a confiança que ele tinha nela.
- Droga – Tsunade reclamou mais uma vez, olhando a ficha de Naruto – porque eu não consigo achar?
- O que? – Sakura perguntou preocupada – algum problema?
- Não – Tsunade amassou mais uma vez a ficha – aquele maldito continua mantendo o corpo dele completamente limpo.
- Ele? – Sakura perguntou confusa, não era a primeira vez que Tsunade se referia a Kyuubi assim.
- É – Tsunade olhou nos olhos da pupila – porque?
- Sensei, assim parece que você está falando de alguém, e não do demônio raposa – Sakura falou sorrindo e viu Tsunade sorrir para ela.
- Sakura, não tente entender todas as minhas palavras – Tsunade falou, seu tom era levemente cortante – as coisas que você jamais compreenderá, assim como há coisas que eu jamais entenderei.
Sakura olhou espantada a sensei e então concordou, Tsunade jamais mentiria para ela, e ela realmente não sabia se queria saber tudo que Tsunade sabia ou entendia, mesmo porque, via nos olhos ambarinos, que havia mistérios demais, conhecimento demais e com isso responsabilidades demais.
- Naruto está mais magro – Shizume apontou desamassando a ficha de Naruto, mais uma vez – e acho que está abatido também, embora continue sorrindo.
- Tolas – Tsunade falou entre os dentes, irritava-se com a superficialidade que algumas vezes tomava conta das suas discípulas, que tomava conta da vila e muitas vezes dela mesma, se revoltava com isso – ele não tem comido, não tem dormido direito, sua pele está mas pálida, seus movimentos mais lentos, isso sempre acontece quando ele está fora da vila.
Shizume sorriu docemente, olhando Tsunade, sabia que a mulher era confidente de Naruto, que fora a primeira a saber do envolvimento dos dois, e a única que tinha a permissão para examinar o esquivo Uzumaki Kyu. Não invejava-a por isso, não temia mais o ruivo, mas ainda sentia um incomodo quando os olhos vermelhos se fixavam nela, fazia de tudo para não ser notada por ele, que sempre lhe sorria. Aquele tapa dado há muitos anos, ainda era motivo de riso para o ruivo, assim como as reprimendas que dera a Sakura naqueles anos todos, até que a kunoichi entendesse seu lugar, e o que perdera. Ele não era propriamente educado, nem mesmo atencioso, olhava tudo e todos como se fossem apenas coisas que ele tinha de suportar para estar perto de Naruto, mesmo com o tempo que havia passado, Uzumaki Kyu, o Anbu sem passado, que ninguém sabia de onde viera, mostrava amor e dedicação inesgotáveis a Naruto.
Qualquer um poderia ser brindado com o sorriso superior, com o de desprezo, e com a fria indiferença do ruivo, mas somente Naruto recebia o lindo sorriso amoroso, o divertido, era somente para Naruto que aqueles olhos brilhavam e o ruivo tendia a ser vingativo e prepotente com aqueles tolos e fúteis o suficiente para tentar invadir seu espaço pessoal, ou o do Hokage.
- Kimi poderá sair do hospital essa semana – Sakura falou, como que se lesse os pensamentos da sempai – os danos não foram extensos, já estão curados.
- Ela me pediu que punisse o Uzumaki – Tsunade falou, quando usava o sobrenome, era de Kyu que falava, porque Naruto seria sempre Naruto, amado e respeitado, mesmo quando irritante – não teve coragem para procurar Naruto.
- Ela foi avisada – Shizume falou irritada agora, odiava aquela futilidade e a ninja seria punida se continuasse com isso – ele mesmo a avisou a jamais se aproximar.
- Eu os vi – Sakura falou, olhando pela janela antes de olhar para a sensei e sempai – juro que nunca o vi tão irritado e cheio de desprezo como quando os vi. Ele disse para ela com todas as letras que ela não era nada para ele, que não a queria de forma alguma, que ela não era nem uma leve sombra do que Naruto era.
- Sempre foi de conhecimento geral que Uzumaki Kyu não perdoa aqueles que ousam insultar Naruto – Tsunade falou, admirava aquele maldito demônio por sua dedicação a Naruto, e vira, nesses anos todos, que era realmente a melhor pessoa para Naruto, o loiro desabrochara nos braços da bijuu, tornara-se ainda mais forte, tornara-se aquilo que fora profetizado. Naruto sempre seria lembrado como aquele que mudou o mundo shinobi, como aquele que o tornou mais humano – assim como sempre foi de conhecimento geral que ele ignora a todos, somente Naruto lhe importa.
- Algumas pessoas são tolas e fúteis demais – Shizume falou, lançando um olhar de lado para Sakura, porque ela um dia fora exatamente como essa Kimi – ele é um homem bonito, um shinobi completo e forte, e é inalcançável, pois é claro seu amor e relacionamento com Naruto. Um desafio tentador, fazendo os mais fracos pensar que se o conquistarem, terão o que Naruto tem, serão como Naruto é.
- Não é o Uzumaki que faz Naruto ser quem é – Tsunade falou irritada – Naruto é como é apenas por ser Naruto.
- Exatamente – a voz soou da janela por onde Sakura estivera olhando, lá estava, como que convocado pela menção de seu nome, o ninja ruivo e poderoso de quem falavam – eu nada tenho haver com a forma que ele cresceu, com o poder que moldou para si. Naruto teria sido e feito o mesmo sem a minha existência, apesar de que acredito que teria sido um pouco menos sofrido.
- Besteira – Tsunade cortou, ela era a única, depois de Naruto, que podia falar assim como o ruivo arrogante – a solidão de Naruto não está somente no fato de ser um jinchuuriki, e sim em sua orfandade, e tendo os pais que tinha, isso teria acontecido mais cedo ou mais tarde. Minato jamais teria ficado de lado para assistir Konoha ser ameaçada, Kushina jamais pensaria duas vezes. Foi dado a ela a escolha, ela ou seu filho, ela escolheu Naruto, protegeu-o com seu chakra para que nenhum mal acontecesse a ele, morreu por isso, sorrindo por ouvir o choro de Naruto. Morreu feliz porque seu filho, aquele que levava seu sangue nobre e era a prova do amor dela e de Minato vivia. Nenhuma mãe teria feito diferente, nenhum pai teria feito diferente.
- Quem sabe? – Kyuubi perguntou e então andou até a mesa, analisando a ficha de Naruto – alguma diferença?
- Sabe que não, insuportável – Tsunade falou irritada e então sorriu – o corpo dele é perfeito, nenhuma macula, nenhum dano, nem mesmo cicatriz, externa ou interna. Simplesmente perfeito, e cada dia mais forte.
O ruivo sorriu de lado, arrogante, como se aquilo fosse uma conquista sua, Sakura pensou e então olhou Shizume, aqueles olhos vermelhos sempre faziam a sempai tremer de leve. Não entendia Kimi, não entendia como ela não sentia aquela aura de distanciamento e expulsão, como podia insistir em seduzir aquele ruivo que deixava claro que não tinha olhos para nada alem do que Naruto? Que não tinha ouvidos para outras vozes que não a do loiro? Que só tocava em outros corpos para punir e assassinar, mantendo a ternura e carinho apenas para a pele dourada de Naruto? Uzumaki Kyu estava completamente fora do alcance de qualquer um que não o loiro.
- Ele está mais magro – Shizume falou – está...
- Abatido – Kyuubi falou, cortando a mulher, gostava dela, ela realmente amava seu pequeno, protegia-o como uma irmã mais velha, mas era uma tola que se deixava enganar pelos sorrisos dele, como a maioria ali – não tem comido ou dormido direito, e a culpa é minha.
- Hai – Tsunade sorriu cruel e então suspirou, mostrando a face maternal – Naruto é sensível demais, sempre que você sai em missão, sempre que está fora, ele fica instável. Não come direito, não dorme direito, se afunda em trabalho e projetos, passa mais tempo em sua sala e quase temos que o obrigar a ir parta casa.
- Ele se acostumou a não ser mais sozinho – Kyuubi falou.
- Deve temer também – Sakura falou e viu os três pares de olhos nela, cada um com uma expressão, mas os de Tsunade e os de Kyu pareciam desdenhar do que falava – suas missões são sempre A, S e SS. Sabemos que você é forte, mas mesmo assim, sempre há a possibilidade de ser ferido ou morto...
- Não, não há – Kyuubi cortou – jamais.
Sakura acreditou, e temeu. Como aquele ruivo tinha a convicção de que jamais se feriria ou morreria em missão? Como podia afirmar aquilo assim?
- Naruto simplesmente sente saudades então? – Tsunade falou, fazendo os olhos de todos se voltarem para ela, que sorria maternalmente – você tem feito bem a ele.
- É meu dever – Kyuubi falou andando pela sala, indo de volta a janela – e meu prazer. Onde ele está?
- Não está na sala dele? – Shizume perguntou vendo o ruivo a olhar como se perguntasse se ele estaria ali se Naruto estivesse na sala dele e suspirou, aquele ruivo era intratável às vezes – então deve estar em um dos campos de treinamento.
- Naruto está treinando a ocultar seu chakra e presença – Tsunade sorriu para o ruivo, quando ele pareceu refletir e se concentrar – Kiba me informou que Naruto já consegue até mesmo ocultar seu cheiro completamente. Parece que terá uma longa busca.
Kyuubi sorriu, pensando que a mulher, mesmo sabendo quem e o que ele era, ainda o subestimava. Não precisava usar seu corpo ou habilidades para buscar Naruto, estava vinculado a ele e onde quer que Naruto estivesse, ele poderia estar com um simples desejo, mas preferia a forma humana de busca, pela excitação. Naruto já deveria saber que ele estava na vila, já deveria ter sentido sua proximidade, então o surpreenderia, em vez de vagar pela vila atrás de seu pequeno, em vez de o caçar, iria para casa e deixaria seu loiro vir até ele.
- Mais magro – Kyuubi falou sorrindo de lado – abatido, vocês disseram. Então terei que o alimentar e relaxar, afinal, amanhã é o dia daquela besteira de comemoração.
- Não é...
- Claro – Kyuubi não permitiu que Sakura continuasse – essa comemoração sempre existiu, só mudaram o nome e o motivo. Sei muito bem que meu menino não era bem vindo nela até mostrar quem e o que era. Não pense que eu esqueço daquilo que foi feito ao meu Naruto, o que perdoou. Naruto é o aprendiz de santo entre nós, é aquele que tem misericórdia, eu não. Se não saio por ai machucando e matando aqueles que tiveram a coragem de bater e maltratar meu Naruto na infância e adolescência, é porque isso traria mais dor e sofrimento ao meu Naruto, e não porque esqueci ou perdoei. Sua vida, também, Haruno Sakura, só foi poupada porque Naruto assim desejou.
Sakura tremeu de medo, porque mesmo sem mostrar qualquer instinto assassino em seu chakra, aqueles olhos vermelhos mostravam que poderia matá-la rápida e dolorosamente, e que sua força, seu treinamento, suas habilidades, de nada adiantariam em uma luta contra ele. Mostravam que jamais seria uma luta, porque não tinha nem mesmo um décimo da força do outro, por isso ela baixou os olhos, ignorando o sorriso cruel do ruivo.
- Então não tem nenhum pudor em reconhecer que Naruto o domina? – Tsunade provocou, já estava acostumada as ameaças do ruivo, e sabia que ele jamais as cumpriria, porque Naruto assim desejava.
- E porque teria? – Kyuubi perguntou sorrindo maldosamente e então maliciosamente, vendo a mulher corar de leve, aquelas mentes eram previsíveis demais – é de conhecimento de toda a vila que esse ninja aqui – isso foi dito com uma ironia extrema – é completamente dedicado a seu Hokage. Ou não?
- Hai – Tsunade sorriu ao ver o ruivo pular a janela – onde vai agora?
- Para casa – Kyuubi falou – Naruto já sabe que eu estou de volta.
- Como? – Sakura perguntou curiosa, vendo o ruivo balançar a cabeça em negação e partir, pulando por sobre os telhados – como Naruto pode saber?
- Não faça perguntas tolas – Tsunade repreendeu. Ela realmente não entendia como ainda não era de conhecimento geral a verdadeira identidade do ruivo. Para ela, que reconhecera algo não humano no momento em que o vira acompanhando Naruto a sua sala a muitos anos, era absolutamente enervante ver tão grandes habilidades medicas em suas discípulas, e reconhecer que suas mentes eram restritas. Naruto estava certo quando refutou seus avisos a muitos anos, as pessoas realmente só vêem o que desejam ver.
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Naruto estava sentindo o corpo dolorido pelo longo treinamento, mas ao mesmo tempo estava feliz, já que havia vencido Neji mais uma vez. Sentia dentro de si a certeza de que seu amante estava por perto, e o procurará sobre o ombro, pensando que ele iria buscá-lo, como sempre e então sorriu. Hoje ele não seria caçado, então teria que ser o caçador. Entrou em casa pela janela do quarto, começando a tirar a roupa, o que demorou um pouco, já que ela grudava em sua pele ainda molhada pelo banho de cachoeira. Ficou apenas com a calça negra, sabendo que seu demônio estava na cozinha, podia ouvir o barulho de panelas e sentir o cheiro de comida sendo feita. Kyuubi, o demônio raposa com que vivia a muito, estava cozinhando, e ele sabia que era para ele, porque o demônio não precisava comer. Pegou dentro de sua bolsa o arame especial que tinha ali, estava morrendo de fome, mas não era de comida.
O ruivo não se virou quando sentiu Naruto saindo do quarto e parando perto dele, encostando no balcão, próximo demais e ao mesmo tempo, tão longe. Sacudiu a panela, fazendo seu conteúdo girar, aquilo era necessário para dourar por igual. Naruto pode então contemplar aqueles músculos se contraindo e relaxando. Kyuubi, seu Kyu, a ruína de sua existência, e seu amor. O corpo forte estava exatamente igual ao que era há doze anos, quando o vira pela primeira vez fora de sua cela e se entregara a ele pela primeira vez. Os cabelos ruivos desciam longos pelas costas fortes, amarrados por uma tira de couro negro. Estava sem o sobretudo também, descalço e apenas com aquela calça negra justa que moldava aquele corpo, fazendo Naruto salivar. O desejava, o amava, precisava dele como de ar. Era sempre uma tortura ficar em Konoha enquanto ele estava fora, era sofrível entrar naquela casa e saber que não seria agarrado em um canto, que não teria aqueles braços para o proteger durante a noite.
Se o ruivo fosse realmente humano, Naruto temeria por sua vida e saúde enquanto estava longe, mas não era. Era uma bijuu, e não qualquer bijuu, mas a mais poderosa de todas, e estava com ele, precisava dele, da mesma forma como era necessário.
Kyuubi então desligou o fogo, olhando sobre o ombro para o loiro antes de despejar o contudo da panela em um prato e colocar sobre a mesa. Naruto, estava três dias longe, quase quatro. Observou que ele estava realmente mais magro, mais abatido, mas tinha um sorriso sereno, quase sensual demais naqueles lábios rubros e carnudos.
Não havia mais nenhum traço da criança ou do adolescente que fora um dia. Já era mais alto do que ele, para sua leve irritação. O corpo ainda era delgado, suavemente trabalhado, mostrando músculos potentes e treinados por vários métodos de luta. A pele dourada brilhava ao sol da tarde que invadia a cozinha pelas janelas amplas e limpas. Sabia o exato sabor daquela pele, o cheiro dela, a textura. Sabia onde tocar para fazer Naruto tremer e se arrepiar, onde apertar para fazer o loiro gemer. Os traços masculinos eram suavizados pelos cabelos loiros que caiam soltos até os ombros. Naruto os mantinha assim agora, e muitos diriam que era a cara de seu pai, mas Kyuubi sabia que não era. A boca de Naruto era diferente, mais ampla, mais carnuda, os olhos mais vulpinos, ainda mais com aquelas marcas nas bochechas douradas, que o marcavam como seu jinchuuriki, como parte dele.
- Não vai comer? – perguntou quebrando o silêncio, os olhos azuis estavam fixos nos dele, mas sentia a alteração dos batimentos de Naruto, o cheiro de excitação no ar.
- Vou – Naruto sorriu vendo o ruivo empurrar o prato em sua direção e se sentar em uma das cadeiras – estou morrendo de fome.
Kyuubi sorriu de lado, vendo Naruto andar pela cozinha, parando a suas costas antes de se inclinar e beijar seu pescoço. O inocente não existia mais, o amante tímido também não, naqueles anos juntos, Naruto adquirira uma confiança tremenda, sabendo seduzir da mesma forma como era seduzido, mostrando-se uma aluno aplicado e depois um mestre exigente e era delicioso descobrir as vontades e desejos do loiro. Alguns humanos diziam que o sexo acabava com o tempo, que a rotina deixava-o fraco, e que antigos casais acabavam tendo que apelar para fetiches e brinquedos para reascender a relação. Ele e Naruto sempre usaram fetiches e brinquedos, nunca sentira a menor quebra no ritmo sexual deles, mas isso podia ser porque Naruto possuía mais energia do que os outros e ele era uma bijuu. Limites corporais não eram nada para ele, e quase nada para Naruto, e mostravam a parte física de seu amor sempre que podiam, ainda mais quando obrigados a se manterem afastados.
- A comida vai esfriar – provocou, sentindo Naruto deslizar e sentar em seu colo, mas não o envolveu com as mãos, estava querendo saber onde aquele loiro traquina queria chegar.
- Não permitirei isso – Naruto falou beijando o ombro do outro, antes de alinhar os rostos e o beijar, sentindo então o controle do outro ruir enquanto os lábios pareciam querer o devorar. Estava sentado sobre uma parte do outro que mostrava que não fora só ele que sentira falta do corpo do outro. A forma como a ereção do outro se comprimia contra sua bunda, cada momento mais dura e potente, lhe mostrava que seu demônio sentia a mesma fome que ele, então alimentaria os dois.
- O que...
Naruto sorriu, terminado de amarrar as mãos do ruivo na cadeira, mantendo-as afastadas dele.
- Teve sua chance de me tocar – Naruto decretou sorrindo antes de roçar os lábios nos dele – agora só o fará quando eu assim desejar.
Kyuubi gemeu, Naruto tinha uma tara por o amarrar, não que estivesse reclamando, não quando via o loiro sair de seu colo e abrir os botões da calça com uma clama enervante. Puxou a mão, tentando burlar Naruto e notou que seus pulsos atados não se moviam um centímetro que fosse, por isso olhou Naruto, que ria, começando a baixar a calça com calma pelos quadris.
- Fio especial – Naruto falou empurrando a calça pelas coxas, os olhos fixos nos vermelhos enquanto aqueles olhos pareciam o devorar e ameaçar – um arame ninja feito para me conter, e a você...gostou?
Um rosnado baixo foi a reposta, Naruto sabia que havia surpreendido o outro, e que ele o queria tocar, por isso mordeu de leve seu lábio, tirando uma perna e depois outra da calça, deixando-a no chão, como uma possa escura antes de vagar as mãos pelo peito desnudo do outro. Mais gemidos e rosnados, enquanto lambia cada uma dos mamilos do seu demônio, antes de baixar a boca pelo abdômen.
- Pequeno – Kyuubi gemeu, estava impaciente já, por mais deliciosa que fosse a tortura. Naruto estava quebrando as regras que eles haviam silenciosamente feito. Sempre se amavam de forma rápida, forte e selvagem quando se encontravam, mas Naruto agia sem pressa, apenas a ereção do loiro mostrava que estava tão impaciente e desejoso quanto ele – está...
- Você as quebrou – Naruto falou – quando não foi atrás de mim. Esperei você no lago...nu...
Kyuubi fechou os olhos gemendo, porque Naruto estava nu a sua frente e adorava o tomar dentro da água, apertando-o de encontro às rochas da cachoeira, sentindo a força da água bater neles enquanto tomava aquele corpo, afogando os gemidos lascivos com sua boca. Adorava também o levar para a pequena gruta que somente eles conheciam, onde amaria Naruto sobre o chão rochoso, com respingos de água batendo neles, deixando aquele corpo ainda mais luminosos.
- Tive que me virar sozinho – Naruto falou lambendo a pele que descobria por abrir a calça negra, com um puxão brusco, libertou a ereção latejante, lambendo-a e umedecendo-a com sua saliva antes de se afastar e sentar sobre a mesa. A mão foi ao seu pênis mais uma vez – fiquei imaginando que era sua mão que me acariciava.
Kyuubi gemeu mais uma vez, jogando o corpo para frente, lambendo os dedos que Naruto colocava em sua boca e assistindo o loiro se masturbar enquanto colocava um dos pés e seu ombro, para afastá-lo e ajudar a abrir suas pernas antes de escorregar dois dedos para dentro de si, se preparando. A forma como os olhos azuis estavam escurecidos pela paixão, como o rosto estava corado pelo prazer e que aquela boca vermelha se abria em gemidos doces fazia o ruivo desejar se libertar ainda mais, pela primeira vez, não era sua vontade que o mantinha atado como Naruto queria, pela primeira vez, Naruto usava algo que o prendia realmente e isso o excitava ainda mais.
- Achei que iria me encontrar lá, que me amaria, mas você não foi – Naruto falou soltando sua ereção e tirando os dedos de dentro de si, estava mais do que preparado, por isso desceu para o colo do ruivo novamente, fazendo as ereções se encontrarem, roçando-se e arrancando gemidos dos dois – tive que me virar sozinho... e então chego em casa, o vejo, e você nem para me beijar...
Kyuubi gemeu quando sentiu as mãos de Naruto em seus ombros, o loiro se apoiava nelas e no chão, roçando o peito nele, deixando-o morder um dos mamilos enquanto guiava sua ereção para dentro dele. Sempre quente, sempre estreito, sempre gostoso como daquela primeira vez, só que agora dificilmente havia dor. Como adorava estar dentro de Naruto, como se sentia vivo, mais do que quando realmente estivera vivo, mais do que quando matava e destruía. Estar dentro de Naruto era sua redenção, estar com Naruto sua missão e objetivo.
- Como você é grande – Naruto gemeu de encontro a seu ouvido, baixando os quadris antes de afastar as mãos e as apoiar na mesa, inclinando o troco enquanto os pés se colocavam na cintura do ruivo, apoiando os movimentos dele – como senti falta de você dentro de mim...estava desesperado já...
- Naruto – pediu gemendo, aquele ritmo lento iria o matar, por mais delicioso o prazeroso que fosse, tinha que tocar Naruto, tinha que sentir o calor daquela pele se derretendo em suas mãos.
- Ie – Naruto falou olhando lânguido para os olhos vermelhos – será como eu desejo...ah...
Os olhos azuis não deixaram os vermelhos, nem mesmo quando se contraiam pelo prazer. Naruto foi aumentando o ritmo de seus movimentos, sorrindo quando Kyuubi começou a usar os pés para ter apoio e elevar os quadris, mostrando como desejava e entrando ainda mais nele, que se abria todo para recebê-lo, mas que não lhe permitia tocar mais pele.
Era completamente erótico estar dentro de Naruto, ouvindo seus gemidos baixos, seus ofegos deliciosos enquanto tinha os olhos azuis fixos em si. Naruto o punia por quebrar as regras, e estava adorando aquela punição, sabendo que tão logo estivesse satisfeito, o loiro o desataria. Era sempre assim, Naruto sempre o desamarrava, precisava de suas mãos o tocando tanto quanto precisava tocar.
- Kyu – Naruto chamou se jogando contra o outro, as mãos voltando a se apoiar nos ombros fortes, enquanto os quadris se moviam naquele ritmo frenético, a ereção se comprimindo contra o abdômen do outro, latejando, mostrando que logo gozaria – ah...meu demônio...
- Maldito – Kyuubi gemeu antes de tomar os lábios de Naruto, abertos pelo prazer, prontos para receber sua língua em um convite sensual – que truques aprendeu...ah...demônio...
Naruto riu voltando a beijar o ruivo, que gemia de encontro a sua boca enquanto usava os músculos do esfíncter para o prender e puxar para dentro de si. Aprendia-se coisas interessantes lendo os livros de Jiraya, tinha que reconhecer, ainda mais quando isso aumentava seu prazer. Jogou a cabeça para trás, cravando as unhas curtas nos ombros do ruivo, gritando de prazer o nome do outro enquanto gozava, contraindo-se totalmente e trazendo o ruivo consigo.
Lânguido e ofegante, beijou o pescoço do outro, lambendo seu suor antes de se afastar um pouco e beijar de leve aqueles lábios abertos e tão ofegantes quanto ele. Um sorriso presunçoso se estendeu por sua boca, vendo a forma ainda mais faminta como o ruivo o olhava e então começou a o desamarrar, sentindo a mão liberta apertar sua cintura antes da outra se juntar a ela. Não se espantou quando foi erguido e apoiado sobre a mesa, quase deitado sobre o tampo frio, mas gemeu surpreso quando o ruivo o estocou, mostrando que não perdera sua ereção ao gozar, mostrando que agora teriam o segundo tempo.
- Estava realmente com saudades – Naruto provocou antes de ter a boca tomada em um beijo violento.
Kyuubi rosnou, saindo de dentro de Naruto e o virando sobre a mesa, deixando-o com o peito colado ao tampo enquanto erguia aquela bunda redonda e investia em uma firme estocada que fez Naruto gritar de dor e prazer. As mãos do loiro se apoiaram no tampo, tentando agarrar alguma coisa, e deslizando por ela enquanto as mãos formes do ruivo agarravam seus quadris e ele investia com força, com brutalidade, deixando-o trêmulo de prazer.
- Agora é minha vez de comandar – Kyuubi rosnou, ouvindo os gemidos altos de Naruto, sentindo aquele corpo todo tremer de desejo a cada estocada que dava, enfiando-se mais e mais dentro daquele corpo dourado que era somente seu.
- Hai...hai...ah...Kyu – Naruto gemia aos gritos, pensando que aquilo era realmente maravilhoso, adorava quando o ruivo era possessivo e descontrolado o amando, quando se descontrolava ao ponto de quase o violar – não posso...não...Kyuubi...meu Kyu...ah...
Kyuubi gemeu, apertando a ereção do loiro, reacesa por suas investidas violentas, aquele Naruto submisso que implorava por prazer o fascinava tanto quando o prepotente que o dominava. Mesmo sabendo que deveria estar sendo doloroso, sentiu Naruto gozar em sua mão, sujando a mesa e o chão da cozinha, enquanto o loiro empinava ainda mais aquela bunda, se abrindo para ele, se contraindo entorno dele. puxou então os cabelos loiros antes de o beijar sobre o ombro, sentindo Naruto o beijar languidamente enquanto se despejava mais uma vez dentro daquele corpo, abafando seu próprio grito de satisfação naquela boca travessa antes de cair sobre naruto, mais ofegante do que antes, ainda mais realizado e satisfeito. Só então saiu de dentro do loiro, não se espantando com o filete de sêmen e sangue que saiu junto com seu pênis, não se arrependendo do modo como o tomara, mas o recompensando ao o tomar nos braços e o conduzir para a cama.
- Sabe – Naruto falou encostando a cabeça no ombro do outro, enquanto seus braços contornavam aquele corpo quente – realmente senti saudades.
- Reclame com o Hokage – Kyuubi falou colocando Naruto com cuidado sobre a cama, deitando ao lado dele e o puxando para perto – é ele quem me manda ficar longe.
- Vou falar – Naruto sorriu travesso beijando o peito do ruivo – mas sabe, você é o melhor ninja dele, então é normal que ele te envie, ainda mais porque infelizmente não pode te acompanhar.
Kyuubi rosnou levemente, a maior parte de suas missões era arriscada demais, não permitiria Naruto no meio delas, o loiro poderia se ferir, fora que ver aquele corpo dourado lutando o excitaria demais e poderia provocar erros durante a missão. Então parou, chocado por seus pensamentos, estava vendo a si mesmo como uma ninja, como um humano e ouviu a risada baixa e sonolenta de Naruto.
- Você pode ser o meu demônio, Kyu – Naruto falou abraçando-se ao outro, aconchegando-se e aninhando-se, sonolento demais para permanecer muito mais tempo desperto – pode ser imortal, mas é o meu koi, o meu amante, o homem que eu escolhi para estar ao meu lado.
- Eu o escolhi – Kyuubi respondeu acariciando Naruto, olhando aquele rosto antes lascivo ficar suave e quase infantil com o relaxamento e sono, por isso afastou os cabelos úmidos pelo suor dos olhos azuis – eu o desejei e tomei.
- Hai – Naruto sorriu beijando o dedo que acariciava seu rosto antes de o morder de leve – e eu o mantive ao meu lado, não? Mantive contente e satisfeito, não?
- Sabe que sim – foi a resposta dada pelo ruivo, que tentava não sorrir.
- Então? – Naruto perguntou antes de bocejar quase infantilmente e esfregar o rosto no ombro do outro – quem escolheu quem, Kyu?
O ruivo apenas sorriu, beijando levemente os lábios vermelhos, vendo Naruto ir adormecendo. Haviam se escolhido, e assim seria, sempre juntos, por toda a eternidade, porque no momento em que o bendito Yondaime Hokage, o pai daquele loiro que tinha nos braços, o dividira em dois e o selara em seu único filho, não tinha lhe tirado absolutamente nada, mas lhe entregue aquilo que faltava. Nunca fora realmente inteiro, até ter Naruto em seus braços. Somente junto a Naruto era completo, assim como o loiro só era completo junto dele. Bijuu e jinchuuriki, demônio e anjo, e no fundo, partes destinadas a se encontrarem e se unirem, para sempre.
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Mas uma vez, Sasuke assistira Naruto e Kyu se amando, mais uma vez invadira a intimidade deles, em sua defesa, tinha apenas a justificativa de que fora atrás de Naruto para lhe comunicar que os preparativos estavam todos prontos, horas antes do previsto. Claro que era uma desculpa trôpega, porque poderia ter ido embora no momento em que vira Naruto amarrando o ruivo e se despindo, mas não pudera se mover. Suprimira seu chakra, suprimira sua presença, para não alertar sobre sua presença e assistira a transa deles com ávido interesse, desejando estar no lugar do ruivo, e então, quando pensara que tudo estava acabado, vira o ruivo recém libertado dominar Naruto e o violar sobre a mesa, para a delicia do loiro, que o instigava e ajudava.
Vira e ouvira tudo, mais uma vez, e enfim entendia que Naruto estava com Kyuubi no Youko, a bijuu que deveria estar selado dentro dele e viu que era a causa daquilo ter começado. Entendia agora porque o ruivo ser tão poderoso, porque não ter passado, era uma bijuu, algo que não era humano, algo amaldiçoado e daninho, que vivia sobre o teto de Naruto, que tinha seu corpo, que possuía seu amor. A bijuu que quase destruíra Konoha, andando pela vila, protegendo-a e a Naruto, porque essa era à vontade do loiro.
O ser mais poderoso do mundo, dominado e rendido pelo loiro barulhento que um dia pensara ser um fracassado, um desperdício de espaço e tempo. Um ser que podia com sua força sujeitar o mundo a seu comando, que poderia destruir tudo e todos, rendido pelos caprichos de um ninja. Derrotado por um Hokage e dominado por outro. Vencido pelo pai e seduzido pelo filho.
Entendeu então que jamais teria Naruto, porque Naruto sempre fora daquele ruivo, daquele demônio, e jamais seria um demônio bom o suficiente para merecer Naruto. era uma amaldiçoado, como todo seu clã fora, amaldiçoado com o desejo de ter mais do que merecia, de possuir mais do que conquistara e precisara ver outro demônio para entender isso.
A bijuu que poderia ser dominada pelo seu Mangekyou Sharingan, agora só podia ser dominada pelos olhos azuis de Naruto. O loiro que poderia ter mantido a seu lado apenas o reconhecendo, agora só pertenceria ao demônio mais forte, aquele que sabia ser humilde ao ponto de se mostrar humano, aquele que poderia ser espeto e corajoso o suficiente para expor seu coração e sentimentos e os colocar aos pés do loiro.
Fora completamente derrotado, e sua vida seria amarga e solitária, tal como havia pensado que era quando ainda vivia em Konoha, e era a esperança, o gênio admirado. Naquela época tivera pessoas ao seu lado, velando por ele, protegendo-a a distância, naquela época tivera a admiração e respeito de Naruto, seu reconhecimento e desdenhara disso, agora, aceitaria aquilo que Naruto lhe desse e seria agradecido e ficaria contente. Não merecia Naruto, não merecia Konoha, mas se esforçaria para merecer usar os símbolos daquela vila, para ser visto como um irmão e igual. Lutaria e se esforçaria para merecer a nova chance que Naruto lhe dera, a nova chance que todos lhe davam. Porque percebia agora, que até o maior dos demônios podia fazer isso, então ele, que era apenas um Uchiha, poderia também. Se o demônio raposa podia se portar assim, então não era se rebaixar, porque uma coisa ele sabia, Kyuubi no Youko jamais baixava sua cabeça. Tal e qual Naruto, jamais se curvava a ninguém, jamais se rendia a ninguém, ele também seria assim, e também a prenderia a ser grato.
Sasuke então tirou os olhos da janela pela qual assistira todo o encontro e pulou para o chão, seu comunicado não era importante, e então sorriu, de verdade, pela primeira vez em anos, vendo o sol tingir o céu azul de vermelho, estava em casa, finalmente.
Sakura, que saia do prédio de administração nessa hora, viu Sasuke, e viu o sorriso dele, sereno pela primeira vez, verdadeiro, e pensou que ele estava ainda mais belo, e ainda mais distante. Como ele, ela perdera tudo para aprender a dar valor ao que recebera. Como ele, ela vira aquilo que era mais importante sumir, para então se dar conta dos erros que cometera. Sorriu então, vendo o pôr-do-sol, pensando que enfim os três antigos genins do time sete estavam em paz, finalmente os três tinham encontrado seu lugar no mundo e seu rumo, claro que Naruto tinha os superado, mais uma vez, como sempre.
Kakashi, do telhado da casa de Naruto, viu os dois alunos andando, cada um em numa direção, viu a forma como se cumprimentaram, e sorriu erguendo os olhos para os rostos esculpidos na pedra. Sua dívida com o Yondaime, seu sensei, estava finalmente paga. Finalmente podia entender as palavras do Sandaime, finalmente podia entender o comportamento da Godaime e então sorriu ainda mais , vendo o rosto de Naruto esculpido na pedra, olhando Konoha como se seu simples olhar reproduzido ali a protegesse e suspirou. Finalmente, sua dívida com Obito estava paga, protegera seu parente, ensinara-o, mesmo com palavras dolorosas, e protegera aquele que fora como ele. Ao olhar Naruto, podia ver o homem que Obito se tornaria se tivesse sobrevivido, ao olhar Naruto, podia se desculpar por ter demorado demais, por ter entendido tarde demais o que era importante e por conhecer Naruto, sabia que Obito jamais o culpara e o que fizera era parte dele, a parte mais forte e mais honrada, aquilo que diferenciava ninjas de heróis, homens de lideres. A capacidade de se sacrificar pelos outros, de sangrar pelos companheiros e de saber sempre o que é importante e proteger isso, mesmo com o custo de sua vida, era o que tornava Obito e Naruto especiais e únicos, jamais esqueceria o amigo, mas finalmente poderia se perdoar, finalmente o tempo de punição e pena estava acabado.
Fazendo um selo, ele desapareceu com uma nuvem de fumaça, finalmente estava liberado do fardo pesado que era aceitar genins. Quando a festa acabasse, iria falar com Naruto e pedir para ser reintegrado a Anbu, onde o serviço era muito mais leve e muito mais rápido. Finalmente, poderia ficar apenas com seus demônios internos e pessoais e não entender e guiar aqueles que eram verdadeiros demônios.
Fim.
Nota da Li:
Finalmente, desculpem a demora, mas é que estava viajando e não podia chegar perto de um pc sem que um de meus amados irmãos resolvessem que precisavam dele com urgência. Assim como não consigo criar com alguém olhando sobre meu ombro e olhando o que estou escrevendo, por isso o capítulo ficou rondando na minha mente, se modificando sempre até que tivesse o tempo e a oportunidade de o escrever. Espero que tenham gostado, porque eu realmente gostei de fazer Demônios.
Agora vou me despedir, e me dedicar a outros projetos. Obrigado a todos que leram e mandaram opiniões e sugestões, o apoio de vocês foi muito importante.
Para todos que me acompanharam até aqui,
Beijos da Li.