Uma revelação. Lily pestanejou perplexa.

— Está contente agora? — ele murmurou, sua sobrancelha franzida mostrando irritação, suas bochechas realmente ruborizadas de vergonha. — Dá-me cócegas.

Por um momento não soube o que dizer. Então o sorriso apareceu em seus lábios, e como aconselhada pelo demônio ela moveu seus dedos apanhados entre o braço e as costelas.

— Ah! — ele gritou. — Para!

Naturalmente, suas suplicas só inspiraram ainda mais o espírito travesso dela.

— Por Deus! Não posso liberar minha mão. — ela mentiu, movendo seus dedos ainda com mais entusiasmo entre suas costelas.

— Maldita moça! — ele grunhiu.

Muito divertida com a vulnerabilidade dele, Lily se moveu para ajoelhar-se por cima de James e começou a usar ambas as mãos, lhe fazendo cócegas com ainda mais energia.

— Acredito que encontrei debilidade de meu inimigo. — ela disse enquanto suas risadas e seus insultos esquentavam o ar.

Mais a vantagem dela não durou muito. Depois vários minutos de tortura, James finalmente encontrou uma saída. Apanhando as suas mãos, usou seu peso para dá-la volta, e quando ele ficou triunfal em cima dela, pressionado as travessas mãos dela contra o colchão, seus corpos encontraram-se, pele sobre pele.

Lily apenas se deu conta a princípio. Ela sorriu ofegante, ele também riu contra ela, seus dentes brilhantes, seus olhos, como avelãs. Deus! Ele era bonito, e formoso como um anjo caído. Ela se perguntou como seria sentir sua risada dentro de sua boca.

Olharam-se um ao outro, suas respirações vinham agitadas e seus corações martelando em contraponto, o humor do momento gradualmente se desvaneceu. O olhar de James viajou sobre os traços dela como se os visse pela primeira vez, e seu sorriso se suavizou enquanto ele afrouxava o aperto sobre as mãos dela.

Lily sentiu sua terna contemplação.

Mas os olhos de James fizeram mais que derretê-la. Sentiu-se acalorada, fervendo, debaixo desse olhar, e se voltou consciente do íntimo contato entre eles. Sua carne ardia contra a dela. O peso dele era confortável sobre ela. E pulsando em seu baixo ventre, como um invasor não convidado, seu pênis parecia clamar os portões de sua fortaleza mais íntima.

Entretanto, não estava assustada. Seu corpo tremia como quando estava por combater com um lutador desconhecido, com antecipação e excitação.

— Ah, esposa. — James murmurou — Posso tomar meu beijo agora?

Ela não queria outra coisa.

— Se o desejar.

Ela fechou seus olhos, esperando sentir sua boca sobre a dela. Em troca, lentamente ele se deslizou para a parte inferior de seu corpo. Talvez, ela pensou vagamente, ele a beijaria no pescoço. Mais não, James se deslizou mais para baixo, tomando o pendente do martelo de Thor entre seus dentes e o movendo a um lado. Possivelmente a beijasse no seio outra vez. Lily conteve a respiração, antecipando essa deliciosa sensação. Mais James não se deteve ali. Sentiu seu cabelo lhe fazendo cócegas no ventre enquanto ele se movia mais abaixo ainda.

Suas mãos ainda lhe sujeitavam os pulsos, por isso no instante em que ela se deu conta de seu destino conteve a respiração com pânico e mortificação, James esticou seu afeto ainda mais para acautelar as possíveis resistências que seguiriam.

— Não! — ela sussurrou enquanto sentia a respiração dele sobre os delicados cachos de pêlos que custodiavam sua púbis.

— Quieta, minha lady. — ele sussurrou — É o lugar de minha eleição.

Lily sentiu seu rosto avermelhar-se. Oh, certamente James não podia estar dizendo que a beijaria ali. Ela se retorceu suas mãos dentro do firme aperto de James.

— Prometeu-me isto. — ele murmurou, o calor de sua respiração parecia queimar-se. — Por livre vontade.

Ela tremeu. Era verdade. Disse-se a si mesma. Toque-me onde queira. Beije-me onde queira. Mas ela nunca teria imaginado que ele o faria.

E agora ela devia obedecer. Era uma questão de honra. Tão difícil como lhe resultou, ela brigou contra sua própria natureza, forçando a seu corpo a render-se. Relaxou seus braços e cessou de lutar com ele. Lançando um a gemido de frustração e horror, fechou seus olhos e esperou.

Quando James soltou suas mãos, seus punhos imediatamente se aferraram à manta debaixo dela. As palmas dele se deslizaram ao longo de sua cintura e se pousaram nos ossos de sua cintura, acariciando-a com gentil segurança. Seus polegares procuraram o lugar mais baixo em seu ventre onde começava os pêlos, bordeando cada vez mais perto de seu lugar mais secreto. Para seu assombro, seu corpo começou a tremer com antecipação, e também com necessidade, como se de algum jeito quisesse isto. A incerteza era excruciante.

Suas mãos avançaram mais para baixo. Um soluço escapou de sua garganta quando os polegares meigamente abriram as pétalas entre suas coxas, forçando-os a florescer, e deixando sua intimidade completamente exposta.

E então sua boca se fechou sobre sua carne. Ela havia sentido seu contato ali antes, a calidez das pontas de seus dedos. Mas isto...

Faíscas de um fogo radiante estalaram através seu corpo, incinerando tudo, qualquer vulgaridade, culpa ou vergonha. Isto estava além da vergonha e do decoro, era uma sensação gloriosa, e lhe tirou o último vestígio de resistência.

A úmida pressão de seus lábios, o contato quente de sua língua a arrastou a um estado de loucura no que ela já não podia pedir ajuda só gritar e arquear seu corpo com entusiasmo ao receber seu beijo.

Ela tinha acreditado que isso era o céu. Mas quando ele começou a banhar a zona, a lambê-la e fazer círculos ao redor do centro de seu sexo, seu corpo se encrespou como se a tivesse acertado com um raio. Embora ela não conhecesse a música, respondeu a sua cadência, balançando-se, retorcendo-se, soluçando de desejo.

Mais alto e mais alto sua paixão crescia e se esticava, como um arco a ponto de disparar uma flecha, até que finalmente ela não pôde chegar mais alto, tinha sido disparada como uma flecha direto ao sol.

Soluçando e gemendo de alegria, voou para cima, e nesse instante de êxtase, James se moveu rapidamente para unir-se ao corpo dela. Houve uma breve espetada aguda, não pior que um arranhão superficial feito com uma adaga, e então uma incrível completude quando ele a penetrou profundamente.

Tão profundamente que ao princípio acreditou que a tinha atravessado mais a dor desapareceu tão rapidamente como veio, e ela ficou só com a estranha sensação de invasão e posse enquanto James esperava dentro de seu ventre, que os tremores e os espasmos de prazer passassem.

James tremeu em cima dela, permitindo que as ondas de seu clímax fluíssem sobre seu membro, demorando sua própria satisfação até que ela aceitasse completamente sua intrusão.

Doce Santos do Céu! Era impossível, queria-a mais do que tinha querido a uma outra mulher.

Ela era bela. A rendição dela o fazia render-se se a ela também. Sua pele estava úmida com suor limpo, sua sobrancelha se enrugou pelo esforço, e a feminina força com a qual ela tinha respondido a sua sedução quase o tinha feito alcançar o clímax antes do tempo.

Finalmente ela se acalmou, embora sua respiração ainda vinha com ofegos e gemidos. James desejava tomar-se seu tempo com ela. Desejava fazer amor lentamente, pacientemente, do modo que ela merecia.

Mas as noites de celibato forçado não permitiriam esse luxo. Seria gentil com ela, sim, mas sua necessidade era grande. E iminente. Não duraria muito. Não do modo em que ela se comprimia ao redor de seu membro.

Tentando manter a intensidade de seu desejo contido, sustentou-se sobre seus cotovelos e tomou os lados da cabeça dela, acariciando sua aveludada bochecha com seu polegar.

— Não queria te machucar. — ele sussurrou.

Seus olhos brilharam não com lágrimas, a não ser com coragem.

— A dor passará. — ele disse — Prometo-o.

Seu olhar recaiu sobre sua irresistível boca, tão cheia e rosada, e ele baixou sua cabeça para prová-la. Seus lábios eram quentes, suaves e convidativos. Gradualmente ela respondeu a seu beijo e iniciou seu próprio ato erótico, lhe lambendo timidamente a boca. Ele se perguntou se ela gostava desse sabor salgado e doce de seu sexo em seus lábios.

Lentamente, cuidadosamente, extraiu seu membro, esticando seu queixo contra essa deliciosa fricção, então avançou para dentro outra vez. Ela conteve a respiração assombrada. Era completamente divino, o modo em que o corpo dela envolvia o dele. Retirou-se brevemente, para logo investir para frente uma vez mais.

Desta vez ela gemeu, um som de agrado que levou James a uma nova altura de paixão. Incapaz de resistir ao natural ritmo do desejo, James repetiu os movimentos de entrada e saída, saboreando os doces gemidos dela quase tanto como a euforia de sua carne apertando-se contra ele.

Seu sangue bombeava muito veloz. Sua luxúria crescia muito rapidamente. Muito cedo ele sentiu seu membro ficar rígido, ansioso para esparramar sua semente. E então, por algum milagre, Lily começou a se mexer em uníssono com ele. Ela levantou suas pernas para as enroscar ao redor de sua cintura, para apertar suas nádegas em uma ardente demanda.

Como um lenho seco estalando no fogo, seu corpo pareceu explodir em centenas de faíscas brilhantes. O calor era intolerável. No ponto em que estavam unidos, sentiu-se como se ambos se fundiram em um. Cada espasmo de êxtase foi compartilhado, como dois cavaleiros em um só cavalo.

James gritou forte sua alegria e seu terror, porque nunca tinha se unido tão completamente com uma mulher. Seu membro encontrou seu alívio na doce descarga, sim, mas seu rapto de prazer corria por rios mais profundos.

Lily era sua. Finalmente.

Tinha brigado duramente por ela e a tinha ganhado. Ela tremeu debaixo dele como um conquistado rival caído no chão, sem respiração e subjugada.

E, entretanto, seu triunfo era uma espada de duplo fio. Ainda sob os efeitos da paixão, estava ciente que sua bela guerreira, sua magnífica esposa, agora possuía a ele também.

oOoOoOoOoOoOoOoOooOoOo

O primeiro raio de sol penetrou na manhã nebulosa, Lily levantou a vista, já amanhecia. Ausente seguiu limpando sua espada, quando terminou com a tarefa voltou a caminhar impacientemente no campo de treinamento.

James chegava tarde.

Era suficientemente mal ter que enfrentá-lo depois das perturbadoras intimidades que eles tinham compartilhado na noite anterior. Mas o fato de que ele demorasse essa confrontação a punha ainda mais ansiosa e a conduzia a uma perigosa introspecção.

Sua relação tinha trocado? Ela agitou sua espada passando-a no chão, cortando umas flores. Sua rendição na cama provava a dominância dele? Ela mordeu o lábio.

E se James a tratasse com a condescendência de um inimigo conquistado? Olhou a seu redor procurando furtivamente a presença de testemunhas.

O que mais a preocupava, o que acelerava seu pulso e o que a fazia esticar seus punhos, era dar-se conta que sua relação tinha trocado, mas de um modo que ela nunca tinha previsto. Tão incrível como parecia, quando ela tinha despertado essa manhã e viu os indícios do ocorrido: a banheira com água, as velas derretidas, os lençóis da cama enrugados, não sentiu arrependimento.

De fato, suas lembranças se fizeram mais prazerosas quando olhou James, dormindo em uma enganosa inocência ao lado dela. Seu coração bateu asas, e ela desfrutou da visão de seu cabelo desordenado, sua boca sensual, seu queixo firme e as palmas abertas de suas mãos. A coxa nua dele tinha roçado a sua e uma comichão quente lhe percorreu o corpo tão rápido como um fogo selvagem.

Sim, ela conhecia seu inimigo agora, completamente. Conhecia-o e o desejava.

Era a espantosa realidade, uma que a deixava temerariamente vulnerável. Porque James sabia que sua debilidade era ele. E se ele desse conta de quão facilmente ela podia ser vencida, quão facilmente ela podia ser controlada...

Lily soltou um suspiro. Não devia deixar que ele o descobrisse. Devia parecer indiferente pelo que tinha acontecido a noite anterior. Devia atuar como se eles nunca tivessem se beijaram. Que Deus a ajudasse! Que nunca tinham compartilhado seus corpos.

Cortou um girassol pela metade com sua espada, girou, e praticou alguns movimentos no ar, tratando de focalizar em algo que não fosse o magnífico normando, que a tinha beijado tão pecaminosamente e a tinha enchido com sua semente. E com seu poder. E com seu amor.

— Veio cedo.

Lily conteve a respiração, quase tropeçando-se com sua espada. Aí estava parado o homem, vestido de azul, bonito como o diabo, e tão resplandecente como o amanhecer. Sua memória não lhe tinha feito justiça. Verdadeiramente ela se rendeu a esse Adonis ontem à noite? Tinha jazido, boca contra boca, peito contra peito, carne contra carne, com esse esplêndido corpo?

Sentindo que seu sangue lhe subia à face, ela desviou seu olhar, examinando o punho de sua espada como se nunca o tivesse visto antes.

— Chega tarde. — ela conseguiu dizer.

Ele sorriu brandamente, um som sedutor para os ouvidos dela.

— Dormi profundamente ontem à noite.

O olhar dela foi para cima, conseguindo ver o sugestivo sorriso dele. Suas bochechas ardiam e seu coração cavalgava a todo galope. Ele era irresistível. Seu sorriso preguiçoso era encantador. A piscada em seus olhos a enterneceu. Ainda seus cabelos rebeldes causaram-lhe um torvelinho de luxúria. Como conseguiria esconder a atração por ele?

Distração, ela decidiu. Algo que tirasse esse homem de sua mente. E a melhor distração era treinar. Havia um só problema. Obviamente James não tinha vindo para brigar.

— Não traz armadura.

James deu de ombros.

— Não tive tempo. Mas não importa. Posso-me defender bastante bem em um treinamento. — Então estreitou seus olhos com fingida reserva. — A menos que tenha a intenção de me matar.

Sorrindo fracamente, ela sacudiu a cabeça.

— Começamos?

James abriu o portão do campo de treinamento para ela, e lhe murmurou quando ela passava.

— Está dolorida ou tensa?

Lily ruborizou violentamente. Era típico de um libertino perguntar esse tipo de coisa. Sim, havia uma leve dor entre suas pernas, mas...

— A massagem te ajudou?

Ela pestanejou. Seus músculos. É obvio. Falava de seus músculos. Instantaneamente envergonhada, ela murmurou:

— Sim. Obrigado.

Seria um desafio manter a mente concentrada.

Contrariamente a suas expectativas, combater com James lhe trouxe alívio. Nunca tinha dado conta de como a esgrima se parecia com o ato sexual: avançar, retroceder, investir, voltar a retroceder e tratar de entrar no corpo de outro.

James brigava do mesmo modo que fazia amor, com paixão, habilidade e paciência.

Movia-se com graça e, entretanto esbanjava sua energia. Cada grunhido, cada lance, cada investida lhe recordava a união apaixonada deles. E, apesar da dor residual entre suas coxas, apesar do lugar errado e do momento, e apesar de sua férrea determinação, ela o desejou.


NA: Gente do céu! 11 reviews! To tão feliz! Ahh peço desculpas para todas aquelas que me mandaram as reviews, mas ~dessa vez eu não vou comentar uma por uma, porque eu to super-empolgada e ansiosa pra postar esse capítulo, mas eu agradeço a todas... Isso dá um up na gente que escreve... ^^

Só tenho uma coisinha pra falar pra vocês sobre esse capítulo! Enjoy the chapter!

Beijinhos da Elektra015