Buried
Disclaimer: As personagens pertencem a JKR e companhia. Algumas coisas pertencem a Chris Carter também!
Censura: M, para linguagem, descrição de cenas e violência. Eu avisei!
Resumo: Quando um assassino serial começa a aterrorizar Londres, a agente Lily Evans se une ao melhor profiler da Yard para tentar capturá-lo. Uma parceira que promete muito, na Agência e fora dela.
Nota: aulas de criminologa + aulas de medicina forense + 9 anos de arquivo X + harry potter é igual a fic onde James e Lily são agentes especiais!
Eu sei que toda academia de polícia que se preza tem um departamento de profilers, mas eu não sei como funciona. Eu escrevo ficticiamente de forma a possibilitar o desenrolar da história. Qualquer erro a respeito da Yard é porque eu realmente num tenho idéia de como é a estrutura lá dentro. Eu imagino que possa ser como eu pretendo descrever. O FBI tem uma seção chamada de "Crimes Violentos", onde eles estudam assassinos seriais e tentam traçar perfis psicológicos. Mas não sei muito além disso, a não ser que eles também tem porte de arma, como agentes comuns.
Sugestões ou correções, sintam-se á vontade para me falar!
Essa fic não vai ser bonitinha, embora shipper e isso quer dizer que, a longo prazo, vai ter romance. Eu prometo maneirar na hora de descrever as cenas mais chocantes. A relação J/L vai se desenvolvendo aos poucos.
Espero que gostem!
Buried vem do verbo inglês bury e significa "enterrar" ou " esconder". Em tempo, vai fazer sentido.
Prólogo
"Eu não sou como vocês. Não sou um igual. Eu sou aquele que foi enviado para purificar. Um mensageiro, como o Anjo Gabriel. Eu ouvi a voz do Senhor e ele me disse para fazer isso. Ele me disse que era preciso que eles morressem para que suas almas se livrassem do pecado. Eu sou um instrumento do Senhor. E você não me impedirá de ajudar a libertar a alma dela. Eu preciso fazer isso. Por mim, por ela. Por todos nós."
Sede Agência da Scoltand Yard, Londres
9:04 a.m.
Escritório do Agente Especial James Potter
O barulho do salto batendo no piso do corredor quase abafava o barulho das batidas aceleradas do coração de Lily Evans. Enquanto ela se aproximava da porta que mudaria a vida dela para sempre, ela respirava fundo, tentando controlar o nervosismo que sentia.
Tão logo ela se encontrou parada em frente à porta do novo emprego, Lily demorou algum tempo antes de alcançar a maçaneta e finalmente entrar. A recente conversa com o chefe do Departamento de Crimes Violentos ainda estava fresca em sua memória. Ela não se arrependeria, conforme esclareceu ao chefe do Departamento Especial da Seção de Crimes Violentos, Albus Dumbledore, de encarar uma realidade triste como aquela.
Ela tinha plena consciência de que largar um emprego rentável e promissor na Universidade de Oxford era um risco, ainda mais para se aventurar pelos corredores dos departamentos especiais da Yard. Mas Lily Evans gostava de se arriscar, se isso significasse que ela teria uma chance de mostrar para o que tinha vindo ao mundo; se destacar era o intuito dela e contribuir para um mundo melhor, sua meta de vida.
Mesmo com todos os antecedentes dos profilers da Yard, Lily não se abalou. Ela não era o tipo de mulher que se assustava com pouco e que se abalava com histórias de outras pessoas. Ela tinha orgulho de ter sido escolhida, entre tantos candidatos, para completar a parceria com o mais brilhante profiler da "equipe de ouro" da Seção de Crimes Violentos, um dos departamentos mais concorridos da Yard.
Ajeitando o terno escuro e o longo cabelo ruivo, Lily conferiu se o distintivo que a identificava como agente especial da Yard estava bem guardado na bolsa preta que carregava e deu duas batidas na porta. Quando ninguém respondeu, ela entrou.
Correndo os olhos pelo ambiente, Lily não pôde evitar sentir-se um pouco incomodada: era uma sala não muito grande, as paredes estavam cobertas por cartazes (dois deles, do Manchester), milhares de fotos rabiscadas e anotadas e papéis diversos; três grandes arquivos de metal se encontravam encostados no canto esquerdo da sala, ao lado de uma porta que Lily não sabia para que servia; nenhuma janela visivel - embora ela soubesse que tinha uma por causa da claridade habitual que chegava na sala. Era tudo muito sombrio e bagunçado.
E no centro de tudo, estava a mesa de James Potter. O próprio encontrava-se sentado, displicentemente, com os pés sobre a mesa e os olhos fixos em leitura. Ele nem mesmo levantou os olhos quando Lily entrou.
Ao contrário, ele parecia bastante concentrado no que lia para notar a presença de Lily. Ela reparou que a mesa dele parecia exatamente como o resto do escritório – bagunçada; ela se perguntou se ele conseguiria encontrar alguma coisa no meio daquela bagunça.
Lily limpou a garganta na esperança de que James se desse ao trabalho de largar a pasta que lia e se dignasse a recebê-la decentemente.
Mas ele permaneceu lendo o que quer que fosse. Lily tentou não se irritar com aquilo – não era um bom começo se irritar com o novo parceiro.
"Agente Potter?" – ela arriscou, falando alto o bastante para que ele não pudesse fingir que não a tinha escutado. Lily já tinha ouvido o bastante a respeito do agente brilhante e genioso que James era para saber que esse seria um comportamento a se esperar dele.
James, finalmente, levantou os olhos para encarar Lily.
"Sou Lily Evans" – ela esticou o braço para cumprimentá-lo – "Fui designada para ser sua nova parceira."
James olhou fixamente para Lily, ignorando o braço estendido. Ele levantou os braços e os colocou atrás do pescoço, deixando um sorrisinho irônico de formar em seu rosto.
"Agente Evans" – ele provocou – "Quem você irritou para ser mandada para cá?"
Lily sorriu. James Potter era exatamente o que ela tinha imaginado. "Na verdade, eu pedi transferência para atuar em campo e fui selecionada para trabalhar com você. De fato, estou bem ansiosa com isso."
"Suponho que minha fama me preceda" – ele levantou as sobrancelhas.
O sorriso de Lily se apagou; ela arrumou a postura rapidamente e modificou o tom de voz. James estava zombando dela, desde o momento em que ela bateu na porta. O sorriso presunçoso que ele exibia alertou Lily de que para ganhar o respeito dele, ela precisaria ser firme.
"Bom, agente Potter, se você quiser, eu posso listar minhas qualificações. Eu..." – mas Lily nem teve a chance de continuar a falar. James se levantou, alcançou a pasta carmin que tinha estado lendo e começou a falar.
"Lily Evans, 27 anos, formada em Antropologia pela Universidade de Oxford em 2001, mestre em Antropologia Criminal em 2004, tem 7 trabalhos publicados, dois deles nos EUA, sendo que o último lhe rendeu uma nomeação pela Cadeira de Psicologia Criminal da Academia de Quântico – FBI, foi tutora de quatro turmas também na Academia de Quântico, recusou uma bolsa de doutorado que poderia ter garantido uma cadeira no corpo docente da Universidade de Oxford e se formou como a melhor aluna da última turma da Academia da Yard, ano passado" – ele terminou de ler e soltou a pasta em cima da mesa – "Esqueci alguma coisa?"
Lily sorriu, orgulhosa por ouvir uma lista de suas qualificações da boca de um dos melhores agentes especiais da Seção de Crimes Violentos da Scotland Yard. James Potter era uma lenda entre os novos agentes, pelo brilhantismo com o qual resolvia os mais temíveis casos. A seleção para trabalhar como sua parceira tinha movido mais agentes do que normalmente acontecia. E James nem mesmo tinha se dado ao trabalho de selecionar ele próprio um parceiro.
"Acho que é o suficiente" – James respondeu por Lily. "Então, agente Evans, alguma vez já trabalhou em campo?"
"Eu observei alguns agentes em Quântico, mas nunca cheguei a ir a campo aqui na Agência" – ela respondeu, prevendo o que viria a seguir.
"E o que te fez escolher trabalhar para mim?"
Lily corou de raiva. "Eu não trabalho para você, agente Potter. Sou sua parceira!" – ela retorquiu irritada.
"Certo" – ele bagunçou os cabelos, visivelmente constrangido – "Bem, então vamos começar. Vou pegar uma cadeira para você se sentar" – ele foi em direção a porta que Lily não sabia para que servia. Ela supôs que a pequena sala deveria servir como depósito, o que condizia com o ambiente em que estava.
De tantas salas iluminadas e agradáveis, James tinha escolhido a pior delas. Além da quase falta de luz natural, a sala em que estavam parecia um grande depósito de lixo. Lily pensou que talvez fosse necessário pedir ao Sr. Dumbledore uma sala mais agradável para ela.
Ao ouvir os barulhos que James fazia na outra sala, ela suspirou, esquecendo sobre o assunto da sala e ensaiando mentalmente algumas palavras de desculpas que ela deveria falar para James por ter respondido de forma agressiva; mas mudou de idéia quando ele apareceu carregando uma cadeira. Ele arrastou a cadeira até a metado do caminho entre a porta e a mesa dele e acenou com a cabeça para que ela mesma levasse a cadeira pelo resto do caminho. A total falta de cavalheirismo fez com que Lily se arrependesse de ter pensado em pedir desculpas ao parceiro.
"Então, Evans" – James se sentou rapidamente – "Eu realmente preciso saber o que a fez abandonar uma promissora carreira em Oxford para procurar assassinos seriais" – ele apoiou os braços em cima da mesa e encarou Lily fixamente.
Por um momento, ela ficou sem saber o que responder, principalmente por causa do olhar fixo que recebia. Mas segundos depois, ela entendeu o que James estava fazendo: ela tinha convivido o suficiente com profilers para saber que todo olhar deles era crítico; James estava tentando esboçar o perfil psicológico dela.
"Agente Potter, devo avisar que eu não sou um objeto de estudo. Se você quiser saber algo a meu respeito, me pergunte. Você não vai conseguir me analisar apenas olhando para mim" – Lily se adiantou. Ela gostava de esclarecer o posicionamento profissional dela. E de forma alguma, a fama ou o brilhantismo de James iriam intimidá-la.
James sorriu. Lily achou que ele estava tentando flertar com ela para dar aquele sorriso. Suas suspeitas foram confirmadas.
"Então, agente Evans, qual a sua política a respeito de se envolver com colegas de trabalho?"
James esperou que Lily sorrisse com o pequeno flerte – ele já tinha feito aquela pergunta para quase todas as mulheres da Yard e todas elas sorriam timidamente para depois, responder ao flerte. Mas Lily manteve a postura séria – ela conhecia bem a fama galanteadora de James Potter para se abalar com aquele flerte.
"Eu saio com colegas de trabalho, mas não com parceiros" – ela respondeu, no mesmo tom galanteador, desbancando imediatamente o sorriso de James.
James riu da resposta dela, mais por surpresa do que por vontade. Ele nunca tinha ouvido algo elaborado como aquilo. Flertar com colegas de trabalho era uma das formas que ele usava para aliviar a pressão do trabalho.
De todas as seções dentro da Yard, a dos Crimes Violentos e, especialmente o departamento de profilers, era a mais difícil. Se procurar e prender assassinos era deletério para a saúde mental, tentar fazer seus perfis psicológicos era ainda pior. Ele era o melhor naquilo, realmente. Mas entrar na cabeça de assassinos seriais às vezes o deixava doente.
"Bem, agente Evans, eu não sei o que te falaram sobre esse trabalho. Mas ser um profiler é um trabalho desgastante e revoltante. Nós estamos num circulo formado por criminosos hábeis e inteligentes e confrontar a mente deles pode ser chocante. Você tem certeza de que está preparada para isso?"
Lily olhou James atentamente por um momento de responder. Ela era uma mulher forte, mais forte do que muitos homens que ela conhecia. Ela podia não ter a experiência de James em fazer análises psicológicas de assassinos, mas ela estava pronta para dar o melhor de si naquele trabalho. E ela não iria admitir que ele pensasse que ela era fraca ou que iria desistir facilmente daquele trabalho.
"Agente Potter, eu tenho um profundo conhecimento a respeito do comportamento humano em seu meio social. Você tem o conhecimento a respeito das mentes, você sabe o que eles pensam. Não tenho dúvidas de que formaremos uma boa dupla. Eu estou pronta para isso."
James se impressionou com a confiança dela; era absolutamente necessário que ela se sentisse desse jeito. Ele não pôde deixar de torcer para que Lily realmente mantivesse essa confiança até o fim. Ele já tinha tido inúmeros parceiros e nenhum deles conseguia agüentar muito tempo. Nem ele mesmo sabia como podia continuar sendo tão bom no que fazia depois de quase sete anos entrando na mente dos piores tipos de pessoas que a sociedade criava.
"Então" – ele sorriu – "Bem vinda ao time, parceira!"