Disclaimer: Naruto não me pertence, fic sem fins lucrativos, and all that jazz.
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Pura tensão, o clima que paira sobre Konoha
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Uma palavra:
Amigo.
Uma das palavras engraçadas.
Estava me segurando para não despencar e dormir ali mesmo, no escritório da Hokage. Ela nos encarava, satisfeita, mas sem tirar a expressão extremamente séria do rosto. Hinata, ao meu lado, ainda um pouco sonolenta, trocou o apoio de um pé para o outro, desconfortável. Assim que chegamos à Konoha, acordei Lua Cheia e todos nós nos dirigimos à Tsunade. Todos exaustos, emburrados e vingativos. Tsunade suspirou talvez pela terceira vez quando Naruto voltou a falar.
— Eu realmente não entendo! Eles nos traíram, nos prenderam. Traíram Gaara! Você quer que fiquemos aqui, parados, esperando eles virem? – Cruzou os braços, indignado.
— Eu entendo sua frustração. Mas eu não posso realmente mandar vocês fazerem nada enquanto Gaara não chegar com os ANBUs. Tenho que saber primeiro o que está havendo.
Naruto, então, finalmente pareceu satisfeito e descobriu os braços.
— Mas eu quero participar dessa missão. – Falou, anormalmente sério para os padrões dele.
— Você sabe que não pode me pedir isso, se Konoha for ajudar, e creio que vai, essa missão deve ser no mínimo de nível jounin. E dependendo, ela pode acabar sendo composta apenas por ANBUs.
— Ma-
— Naruto, chega, certo? Eu não tenho certeza de nada ainda. Só sei que quero que vocês vão para casa, cuidem de qualquer ferimento, descansem e estejam preparados para qualquer chamado. Principalmente você, Kurenai, não deveria ter aceitado essa missão e sabe disso. Quero que descanse, porque se acontecer o pior, precisaremos de você. – Então voltou seu olhar para Kakashi. – O manterei informado. – No que ele assentiu.
Saímos de lá, cada time para seu canto. Comecei, então, a tentar juntar as peças do que andava acontecendo. Tsunade havia dito que a missão seguinte poderia ser nível ANBU e como eu estava envolvido, poderia facilmente ser escolhido.
— Naruto-kun. – Chamei, no que ele se virou e eu esperei Sakura e Kakashi se afastarem. – Posso te perguntar uma coisa? – Ele adotou uma expressão confusa.
— Não me chamando de Pinto Pequeno... Pode perguntar qualquer coisa. – E riu, no que eu o acompanhei.
— Sabe àquela hora, em Suna, que Gaara o chamou para conversarem a sós?
— Ahn, sim, por quê?
— Poderia me dizer o que foi? Estou tentando assimilar o que está acontecendo e talvez o Kazekage pudesse ter lhe dado alguma informação.
— Ah, não, não. Ele só me... perguntou coisas sobre a personalidade dele. Se ele conseguia se expressar, ou algo assim. – Associei imediatamente à cena que eu havia presenciado com ele e sua assistente e à forma como ele estava tentando parecer gentil e sincero.
— Entendo. Bem, e o que você disse? – Puxei conversa.
—Que ele não consegue, é claro. – Tentei imaginar a expressão de profunda decepção que Gaara deve ter feito. Naruto definitivamente não colabora. – Mas que é o jeito dele, ele só deveria se esforçar algumas vezes. – Assenti, quase pronto para ir embora. – Como você. – Parei instantaneamente.
— Como?
— É, você sabe, com todo esse jeito aí cheio de apelidos e com esse sorrisinho irritante. – Ele riu. – Tentando se expressar e tudo. O treinamento da ANBU deve ser realmente difícil para tirar tão forte as emoções dos ninjas... – Pareceu ponderar por um momento e então voltou a me encarar. Eu quase, quase estremeci. – Mas você está indo bem.
— Do que você...
— Se expressando. Você está indo bem. Se não, não poderia te chamar de amigo, né? – E deu um de seus sorrisos 'Naruto' de todos os dentes, começando a sair.
Por um instante, eu quis começar a gargalhar.
— Naruto. – Ele se virou novamente. Franzi o cenho, buscando a palavra certa. – Obrigado. Acho que é isso que devo dizer. – Respirei fundo. – Acho que fui um pouco rude demais com você nessa missão, então... me... – A palavra de repente me faltou. – Isso é...
— Não precisa se desculpar por nada. – Ele completou, a expressão calma que aparecia apenas para aqueles que já andavam com Naruto há um tempo. – Eu também fiquei bem puto com aquele velho. – E, mesmo ainda não entendo bem a que eu me referia, ele saiu.
A vontade de gargalhar voltou. Eu só... havia perdido novamente para Naruto, mesmo que não tivesse nada a ver com Lua Cheia. Mas, daquela vez, não senti raiva ou frustração. Apenas fiquei... feliz. Amigo, ele havia dito. Palavra engraçada.
Um olhar:
Nervoso.
Cheio de medo.
Tsunade depositou a xícara cheia de sakê na mesa e se levantou, Shizune postou-se ao seu lado, ambas sérias. Um vento rápido na madrugada fria e logo quatro pessoas adentram o escritório. A Hokage quase deu um suspiro de alívio ao ver o Kazekage são e salvo, mas notou que não eram apenas Misune e Neji que estavam com ele.
— Kazekage, bem-vindo, fico feliz que esteja bem. – Tsunade disse, tentando pular as formalidades. – Sei que deve estar cansado, mas te-
— Temos que resolver os assuntos imediatamente. – Completou o ruivo, no que a Hokage assentiu. Gostava de trabalhar com o moleque. Só não o chamaria assim na frente dele, é claro.
— Porém, antes de qualquer coisa, vejo que não veio sozinho.
— Itsuki Kitsune, guarda pessoal do Kazekage-sama. Peço para estar a par do que for decidido, para que eu possa protegê-lo da melhor forma. – A garota se adiantou, antes que começasse a ser tratada como indesejada como fora pelo ANBU anteriormente. Tsunade analisou-a e encarou Gaara, no que ele assentiu.
— Certo... Neji, Misune, ótimo trabalho. Podem tirar as máscaras, estão dispensados, recuperem-se da viagem rápida e fiquem atentos a qualquer chamado meu. Dependendo do que for decidido, chamarei vocês. – Os ninjas assentiram, tirando as máscaras. Misune lançou um último fraco sorriso para Kitsune antes de sair com Neji. Tsunade desabou em sua cadeira. – Bem, podem começar.
Gaara assentiu e sentou-se na cadeira à frente da mesa da Hokage, Kitsune postou-se em pé ao seu lado, como Shizune ao lado de Tsunade. O Kazekage sentia cada músculo de seu corpo dolorido e tenso, sua boca fervilhava de raiva. Queria apenas a calma e silenciosa Suna de volta. Sua Suna.
— Hokage, você sabe que Suna e Konoha mantêm uma forte aliança, hoje mais que nunca, devo muito a essa vila e aos seus shinobis. Por mais que na situação do Chunnin Shiken de alguns anos essa aliança tenha sido abalada por Orochimaru... – Tsunade fez uma careta. – Não sei se sabe disso ao certo, mas foi aqui, por um de seus shinobis, que recobrei minha própria consciência. – Kitsune olhou rapidamente para Gaara, não sabia muito do suposto passado sombrio do ruivo.
— Naruto. – Para variar, devo acrescentar.
— Isso. E desde então luto para manter essa aliança firme. Queria ser eu a poder ajudar Konoha dessa vez, mas creio que terei que pedir sua ajuda novamente.
— O que está acontecendo exatamente, Gaara? – Tsunade trouxe a conversa para o pessoal, no mínimo tentando mostrar que ela não se importava com formalidades. Quase a podia ver oferecendo um sakê para o outro.
— Não tenho ainda certeza, mas faz alguns meses que coloquei Kitsune para sondar os membros do Conselho. Descobri que estavam fazendo inúmeras reuniões e decisões sem a minha presença, afetando minha autoridade em Suna.
— Conselho, nem me fale dele.
— Porém o que estão planejando é bem mais do que tentar me deixar apenas como um cargo figurativo. Estavam planejando uma emboscada para me tirar definitivamente do poder. Eu sai que toda aquela calma estava por um fio, então foi quando surgiu a missão diplomática de um dos membros do Conselho, Ichimaru Kouta. Na hora que o Conselho insistiu para que os ninjas escalados fossem os deles, sabia que algo estava errado. Disse que eu mesmo escolheria os encarregados, como deve ser o trabalho do Kage.
— E escolheu meus shinobis porque não sabia se ainda em quem podia confiar.
— Exato. Pedi a você um grupo grande e que classificasse a missão como rank B, assim não chamaria tanta atenção por ser um membro do Conselho e ao mesmo tempo me deixava com ninjas experientes, caso algo acontecesse. Mas de alguma forma isso os fez se apressarem mais e de repente estavam tomando Suna, ou melhor, mandando os ninjas deles fazerem isso.
— Você fala em ninjas do Conselho, mas eles não deveriam obedecer ao seu Kazekage antes de tudo?
— Deveriam, mas não é bem o que ocorre. Tornar-me o Kazekage não foi algo muito pacífico como aparenta. Infelizmente, muitos concordaram apenas por... medo de mim. Então muitos shinobis se aliaram ao Conselho, que me detesta desde de sempre e acha minha posse injusta. Porém, depois do incidente com a Akatsuki e Chiyo baa, os habitantes de Suna finalmente aceitaram-me como Kazekage, não mais apenas por medo, e isso deve ter atrapalhado algum plano do Conselho ou algo assim, por de repente colocarem tudo em ação. Mas vários famílias da elite de Suna, incluindo as famílias de shinobis, mantiveram sua lealdade ao Conselho. – Gaara suspirou. Era uma batalha psicológica quase todo dia em sua vila, parecia que deveria provar 24h que não era mais um assassino psicopata. O que me faz realmente querer bater em algumas pessoas de Suna. – Começo a achar que fiz alguma besteira, pois eles se aproveitaram do fato de Konoha estar concentrada na missão para atacar minha vila.
— Mas não foi uma escolha tão errada, Gaara, os dois times conseguiram escapar sem dificuldades e ainda trouxeram ótimas informações para nós. – É, Gaara, um pouco mais de crédito para nós, está bem?
— O que quer dizer?
— Além de confirmarem a presença do Conselho nisso tudo, com a nítida traição de Ichimaru, descobriram que quem o está ajudando é um tal de Kishima Suou. – Imediatamente Gaara franziu o cenho, parecendo extremamente preocupado, mais do que já estava. – O que, você o conhece?
— Achei que você também o conheceria, mas acho que abafaram o caso em Suna. Ele foi um dos que ajudou Orochimaru na época do Chunnin Shiken, na verdade, muitos dos ninjas do Som vieram dos ninjas da Nuvem, sob o comando de Kishima. Estava também interessado na posse de Suna... e na... Mas isso faz mais de dois anos, acreditar que o Conselho está mancomunado com ele é acreditar que eles planejando isso há...
— Muito tempo.
É aquele momento em que todos param por um momento e pensam que tudo de repente parece fazer sentido. Além de, claro, de repente tudo parecer pior.
— Tsunade-sama, isso provavelmente quer dizer que querem colocar um crápula como Kishima como Kazekage, que fará o que o Conselho bem entender por riqueza e status.
— Não se preocupe, Gaara, Konoha irá ajudar com tudo o que precisar, sua aliança e o bem estar de Suna são muito importantes para nós. Não vamos...
— Você não está entendendo, Tsunade-sama, Kishima quando estava aliado a Orochimaru não queria apenas Suna.
—... deixá-lo na mão. O que está dizendo?
— Que acho que eles estão planejando também tomar Konoha. E transformar isso em algo grande o bastante para... tomar os outros países também.
Kitsune e Shizune se entreolharam rapidamente quando o silêncio recaiu no escritório, o olhar cheio de nervosismo e medo. De anos acompanhando seus Kages, sabiam o quão ruim aquilo poderia ser.
Um sorriso:
Insensível.
Mas com todo o direito.
Depois de observar Naruto sair, com um conflito interno gigante que envolvia sentimentos de rivalidade e amizade pela mesma pessoa, fiquei com uma súbita vontade de falar com Hinata. Era uma vontade quase desesperadora, então resolvi seguir na direção de onde o grupo dela tinha ido, torcendo internamente para que ela já não estivesse dormindo em sua casa ou... em qualquer canto por aí. Ela realmente estava com sono quando chegamos. Por sorte, Kurenai dava ainda algumas instruções ao seu time, então esperei eles começarem a se dispersar para chegar até Lua Cheia.
Mas alguém chegou primeiro.
Aparecendo repentinamente, Naruto acenava para Kiba e Shino e se aproximava de Hinata. Fiquei meio confuso, pois achava que ele tinha ido para casa, então – lembrando-me muito da primeira vez que realmente notei Lua Cheia – escondi-me por entre as colunas de uma das casas de Konoha, enquanto o loiro começava a falar.
— Hinata! – Ele chamou, sorrindo, no que a garota pareceu se surpreender muito e imediatamente corou, desviando o olhar. Bem, pelo menos ela não desmaiou. Segure-se nisso, Sai.
— Na... Naruto-kun... – Ela gaguejou, dando um meio sorriso. – Achei que já tinha ido para sua casa...
— Aah, haha, eu ia mesmo. Mas é que... – E pareceu repentinamente desconcertado e envergonhado. Hinata o encarava, claramente ansiosa. E eu também, por motivos diferentes. – Bem, achei que deveríamos conversar.
— Se-sei... Sobre...
— Sobre o beijo e aquilo tudo. – Falou rapidamente, encarando o céu. Naruto é um poço de romantismo. – É que... tudo aconteceu... rápido e não... planejado e... tudo. B-bem, o que quero dizer é que eu te devo explicações, é isso. – Repentinamente, Hinata pareceu incapaz de falar qualquer coisa, mas o encarava firmemente. Naruto pareceu notar isso e suspirou. – Como posso dizer... é que eu ainda não... Digo, ainda não sei muito bem... O que aquilo quis dizer para mim.
Alguns segundos de silêncio mórbido se passaram. Achei que a qualquer momento um dos dois poderia escutar meu coração bater. Era um pouco ridículo, mas eu realmente estava ansioso, suado, querendo que tudo aquilo chegasse logo a um ponto. Ainda não havia me acostumado a lidar com tantos sentimentos de uma vez.
— Tudo... – Hinata começou e Naruto a encarou. – Tudo bem, nós podemos ir... com calma. – E pareceu reunir toda sua coragem para dizer aquilo. E sim, algo dentro de mim de repente pareceu rasgar ao ouvi-la dizer aquilo. Mas nada que você não já soubesse, Sai, nada que você não já soubesse.
Tentei sair dali, mas parecia que meu corpo havia deixado de me obedecer. Ouvir um declarando amor eterno ao outro só iria machucar, mas o masoquista aqui simplesmente não conseguia ir embora. Suspirei e fechei os olhos, tentando me acalmar. Eu precisava sair dali.
Até que Naruto falou.
— Eu não sei se realmente tenho... esse tipo de sentimento por você, é isso.
E enquanto Hinata arregalava cada vez mais seus olhos de Lua Cheia, eu me colava ainda mais à coluna, tentando parar de ser tão insensível ao ficar sorrindo daquele jeito.
Mas vamos lá, eu até que tenho o direito.
Um clima:
Pura tensão.
Pairando cada vez mais.
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N/A: É ISSO AÍ, BRASIL, ACABEI ESSE CAPÍTULO. UHUL. I'M BACK, BITCHES.
Coisas seguindo os rumos que eu planejo há tanto tempo nessa fic. Adoro escrever tensões de guerra e com o Gaara todo maduro. Gostei particularmente da ceninha friendship dos nosso rapazes, eles são um amor.
Estou meio louca e com sono, fui pras nights ontem, então o final ficou meio estabanado, mas me deem um desconto, qq.
Enfim, estou voltando, garotinhos. Espero que tenham gostado, se alguém ainda ler e tudo. O capítulo não está betado, mas vou ver se mando para alguém betar em breve.
Sobre os próximos capítulos, só digo isso: cuidado, nem tudo que reluz é ouro. Hihi.
Ok, vou parar de ser doente e publicar isso.
E o título do cap. está uma droga, btw.
Reviews?
(obs: não leio Naruto há um tempo, então deixem essa fic num espaço filler depois do Gaara quase morrer e tudo)