Capítulo 4

Perfeito como você para mim

Ron assoviou baixinho, e seu rosto se iluminou em deleite. Não, não estavam numa festa, ou qualquer comemoração para inaugurar o apartamento de Harry. Na verdade, o lugar estava completamente vazio, com exceção daquilo que provocava estranhas sensações no peito do ruivo: um colchão branco, com lençóis claros e montes de almofadas de pena de hipogrifo coloridas, iluminado apenas pela luz de dezenas de velas acesas espalhadas pelo chão. A chuva batia mansamente na janela, com uma pesada cortina que interrompia a claridade do lado de fora, tornando a iluminação do ambiente ligeiramente difusa. Pétalas de flores se espalhavam ao redor do colchão e das velas, e na lareira alguns óleos aromáticos queimavam junto com a lenha. O ambiente era aquecido, erótico, perfeito.

Hermione estava às costas de Ron, aflita e mordendo os lábios. Havia combinado a decoração com Ginny, e a amiga ficou responsável de executá-la enquanto ela levaria Ron até lá. Pelos restos de Pó-de-Flu que ainda estavam próximos à lareira, Ginny deveria ter abandonado o apartamento utilizando a Rede. Estava bonito, romântico, e absolutamente erótico. Será que Ron a acharia ousada demais? Ficaria decepcionado com a atitude da namorada? O tremor percorreu-lhe novamente e o nervosismo quase fez com que, involuntariamente, tentasse aparatar, mas foi barrada pelo feitiço protetor, provocando apenas um estampido.

Ron se virou para observá-la, e seus olhos azuis brilhavam sob a luz das velas:

- O que foi isso? – perguntou ele, o tom curioso. – Você tentou aparatar?

Envergonhada, Hermione baixou os olhos e encarou os próprios pés. Ron se aproximou e, com delicadeza, ergueu o queixo da namorada até que seu olhar encontrasse o dele.

- Hermione Jane Granger – começou ele, segurando-lhe o rosto com uma das mãos e acariciando as costas dela com a outra -, como é que eu poderia imaginar tudo isso, que você planejou um cantinho apenas para nós dois? Achei que fosse qualquer coisa, menos isso. Eu estava angustiado, pensando que você não me queria mais, cheguei até a conversar com Harry sobre isso. Pensei que você sentia vergonha de mim, até. Eu... eu... estou deliciosamente surpreso!

- Ronald Billius Weasley...

Ela tentou dizer alguma coisa, mas Ron enlaçou sua cintura e, como na primeira vez em que se beijaram, abraçou-a com tanta intensidade que a tirou do chão. Suas mãos pousaram sobre o cabelo de Hermione, apertando-lhe a nuca por debaixo dos fios cacheados. Novamente o tremor, e ela deixou escapar um gemido quando a boca macia de Ron pousou em seu pescoço, beijando, lambendo, acariciando como se fosse a última coisa que faria na vida.

Hermione sentiu que abandonava totalmente o chão, e agradeceu intimamente por isso, pois não sabia ao certo quanto tempo seus joelhos agüentariam o peso de seu próprio corpo. Ron a levava para a cama, era a primeira vez, e era tudo tão urgente, e tão certo, mas ao mesmo tempo tão calmo, e tão delicado, que poderiam ficar para sempre ali, juntos. O sorriso dele quando subiu por sobre ela era tão lindo, tão perfeito, que parecia quase irreal. Hermione também sorria, e deixava que ele mergulhasse em seus olhos, em seu peito, em sua vida de uma vez por todas. Queria-o com uma intensidade tão grande que chegava a doer, e se sentia feliz em igual proporção.

Ron tremia. Medo, prazer, amor, ternura, carinho, necessidade, todos os sentimentos se misturavam dentro dele num turbilhão de emoções que, tinha certeza, seria capaz de fazê-lo explodir. Hermione era simplesmente tudo, era perfeita a forma como ela sorria, como os cabelos se emaranhavam e cobriam seu rosto enquanto ele a beijava, primeiro no pescoço, depois descendo vagarosamente pelo peito, abrindo a camisa botão a botão, observando-a, pedindo permissão para entrar de vez em sua vida. O coração do ruivo quase saiu do peito quando ele viu pela primeira vez os seios de Hermione, depois que se livrou do sutiã de rendas branco que ela usava. Sua pele era morena, adocicada, e os mamilos eram escuros, arrepiados, convidativos. Sentiu um impulso em abocanhá-los, chupá-los com gosto e prazer, mas uma idéia nova lhe surgiu instantaneamente. Agarrou algumas das pétalas de flores e usou-as para acariciar o corpo da namorada, provocando suspiros de intenso prazer e fazendo-a arrepiar-se sob seu toque. Quanto mais observava a expressão de Hermione, mais Ron se sentia o homem mais sortudo da face da Terra.

Ao experimentar pela primeira vez aquelas sensações, ambos se deixavam levar pelo instinto, que os guiava numa dança de sentimentos ao mesmo tempo intensos e delicados. O balé do prazer, da ternura, do deleite e da luxúria dominava cada ato dos dois, e foi exatamente o que levou Hermione a puxar a camisa de Ron e jogá-la longe, sem se preocupar com mais nada.

Ele abriu então o botão da calça dela e, por um momento, viu hesitação em seus olhos, e o gemido que ela proferiu foi um pouco mais intenso, talvez preocupado. Confuso, sem entender direito, ele parou e observou a expressão que se formava nos olhos da namorada.

- O que aconteceu? – perguntou ela, enfim.

- Não sei... está tudo bem?

- Claro que está tudo bem, Ronald! – disse ela, fingindo irritação. – Posso saber por que foi que você parou?

Ron sorriu abertamente e, com os dentes, abriu o botão da calça de Hermione, puxando-a em seguida, junto com a calcinha. Ajoelhou-se na cama, observando o corpo bem delineado e as curvas daquela mulher perfeita, que era só sua. Hermione não era muito magra, havia ganhado um pouco de peso depois que a guerra terminou e voltaram a se alimentar corretamente. As curvas de seu corpo faziam Ron estremecer por dentro, e ele não agüentou mais a forma como suas calças ficaram apertadas, fazendo menção de abri-las ele mesmo. Mordendo os lábios, Hermione se sentou e o impediu. Observou seu rosto corado, as sardas destacadas nas bochechas, com um misto de dúvida e malícia. Já havia lido sobre aquilo em livros e reportagens de revistas femininas do mundo trouxa, mas não sabia exatamente como fazer. Mesmo assim abriu o botão da jeans de Ron e, com a ajuda do garoto, retirou-a junto com a cueca. Ele simplesmente não conseguiu acreditar quando viu os lábios vermelhos de Hermione tocarem seu membro suavemente, beijando-o de maneira ainda hesitante. Em seguida, a língua da garota percorreu toda a extensão do pênis de Ron, como se o estivesse preparando para o ato final. Quando ela colocou a boca completamente ao redor do membro, Ron foi incapaz de se controlar e gemeu alto, empurrando a cabeça da garota para longe dele.

Hermione sentiu medo. Estaria ele rejeitando-a? Seus olhos se encheram de lágrimas e ela levantou, apreensiva, com a intenção de recolher as roupas espalhadas pelo chão. De repente, sentia vergonha, e seu coração batia rapidamente, quase frustrado.

Porém, antes que pudesse fazer qualquer coisa, Ron segurou seu pulso e disse:

- Desculpe, Hermione! Eu... eu só estou com medo de não satisfazer você, estou um pouco nervoso, entende? Não quero ir rápido demais... Deita aqui, vem cá, eu vou fazer em você.

Ela enrubesceu, voltando para o aconchego das almofadas e sentindo que a boca de Ron deslizava sobre seu corpo, primeiro nos seios, chupando, lambendo, e depois descendo pela linha do umbigo até alcançar o baixo ventre. Estava quase perdendo o ar, e seu corpo todo tremia de excitação e medo. Quando Ron mergulhou a língua por entre suas pernas, um pouco desajeitado, Hermione sufocou um grito alto mordendo a almofada mais próxima, e apertou as coxas ao redor das costas do ruivo para que ele não parasse jamais. Segurou-lhe os cabelos com força, e viu os fios vermelhos se emaranharem em seus dedos. Nunca havia experimentado uma sensação como aquela, capaz de apagar qualquer coisa, de fazê-la até mesmo se esquecer de quem era. Tudo o que importava era Ron, e a maneira como sua língua a explorava num contínuo movimento de vai-e-vem.

Estimulado pelos gemidos da namorada, Ron sentiu que finalmente chegava o momento. Uma pausa para a proteção mágica, pois ainda não estavam prontos para terem filhos, e ele a tomou novamente nos braços. Por cima dela, observou seus olhos castanhos, o medo e o desejo estampados ali como se fossem uma coisa só. Sua mente se deixou levar, percorrendo todos os momentos em que a havia desejado, sonhado com ela, suplicado a alguma força superior que a pusesse de uma vez em seus braços. E ali estava ela, Hermione, a sua Hermione, pronta para recebê-lo da forma mais completa que uma mulher pode receber um homem.

E foi assim que Hermione Granger e Ron Weasley se tornaram um.

Ela sentiu dor no começo, e fez uma careta. Ele, cuidadoso, tentava controlar a penetração para não machucá-la. Deixou que ela o orientasse, que seus gemidos determinassem o ritmo que ele deveria assumir. E, como se fosse magia, atingiram o orgasmo juntos, o êxtase máximo do prazer a dois.

Hermione simplesmente não podia acreditar. Ele ainda estava dentro dela, arfando, o peso de seu corpo, o cheiro de Ron invadindo e dominando seus sentidos. Jamais pensou que fosse ser daquela maneira. Não imaginou que a dor pudesse se transformar em prazer na primeira vez. Sentira medo o tempo todo, mas naquele momento tudo havia se dissolvido. Havia sido assim, certo, simplesmente perfeito. Com todas as imperfeições de ambos, quando se tornaram um, provaram que o amor era mesmo o que importava. Que eram perfeitos um para o outro.

As lágrimas que viu nos olhos de Ron também estavam nos seus. Lágrimas de alegria, prazer. E certeza de que eram feitos um para o outro. Eternos. Imutáveis. Imperfeitos e perfeitos para eles.

Ron era tudo para Hermione.

Hermione era tudo para Ron.

Sem se esquecer do pequeno empurrãozinho de Harry e Ginny!


N/A: Chegamos ao fim de mais uma comédia romântica Ron/Hermione by Mia. Não me perguntem o porquê, acho que não saberia responder, mas adoro comédias românticas com esses dois e só consigo escrever esse gênero com eles. E essa ainda teve um pouquinho de Harry/Ginny, algo que não costumo escrever porque, todos sabem, sou D/G até a morte. Aliás, fazia tanto tempo que eu não escrevia H/G que achei até estranho. Também foi a minha estréia com NCs R/Hr, então me dêem um desconto se acharem que ficou ruim. Porém, acho que eu não saberia escrever os dois de outro jeito.

Quem betou a fic foi a Flá que, como sempre, me deu dicas valiosas, por isso o primeiro agradecimento vai para ela.

Também quero dizer muito obrigada às minhas sisters queridissímas Amandita e Betynha, que organizaram o challenge e me inspiraram a escrever essa história com um Ron que, segundo a Betynha, não sabe de onde saiu. E eu não sei se isso é um elogio ou uma crítica. Terei que esperar o resultado do Challenge para ver. eu e a minha mania de escrever bem antes

E por fim, mas jamais menos importante, agradeço ao melhor Kimdim da cidade, porque sem ela eu não teria esse Ron todo lindo e perfeito na capa! Amooooo!

Espero que tenham gostado, e comentários são sempre bem vindos. Deixe-me saber se você leu e gostou (ou não) do que eu escrevi, tá?

Beijos e até a próxima!