Apresentação:

Olá!

Aqui estou eu com uma nova história. Ela tem conexão direta com os fatos de minha outra fic, Harry Potter e os Herdeiros de Hogwarts.

Não é obrigatória a leitura da outra fic para o entendimento desta, mas é recomendável. Esta fic retrata o passado de "Herdeiros de Hogwarts" de forma resumida, mostrando apenas os fatos mais importantes ou marcantes. Ela não tem exatamente um protagonista específico, mas começaremos seguindo os passos de minha personagem original, que muitos reconhecerão das minhas outras fics. Através dela a história será contada, pelo menos no início. E eu espero que vocês gostem. Eu tentei usar o máximo de informação e fatos descritos por JK Rowling até o livro 6, ignorando os acontecimentos de "Deathly Hallows". Então, o fim da saga de Harry Potter deve ser desconsiderado na leitura desta fic.

Sem mais demora, aí vai.

Aguardo comentários dos meus leitores regulares e aproveito o espaço para mandar um beijo a todos!!!

Priscila Black.

Capítulo 1 – Hogwarts

Dia 01 de setembro de 1972.

Estação de King's Cross. Uma multidão de pessoas caminhava de um lado para o outro. Todos preocupados em chegarem a tempo nos seus empregos ou compromissos. A maioria nem percebia que crianças e jovem se amontoavam pela estação, empurrando grandes carrinhos, com malões em cima. Os que notavam, não achavam particularmente estranho. Imaginavam que as crianças estavam indo para uma escola particular, um internato. E de certo modo, estavam certos. O que eles não imaginavam era que essas crianças estavam indo para uma escola de magia. Hogwarts.

Várias famílias acompanhavam essas crianças. Principalmente as mais novas, que iriam começar o ensino acadêmico naquele ano. Todas estavam acompanhadas pela família. Todas, menos uma criança.

Essa criança era uma menina. Ela empurrava seu carrinho sozinha. Era baixinha, então esticava a cabeça para observar bem tudo que acontecia em volta. Aparentava muita excitação pela novidade, mas estava completamente calada, e não sorria. Estava distraída observando os alunos mais velhos andando pela plataforma, virando sua cabeça de um lado para o outro. Ela não queria perder nenhum detalhe. Nada.

- Ai! Cuidado aí.

A menina sem querer empurrou seu carrinho no calcanhar de um rapaz bem mais velho, que aparentava cursar pelo menos o quarto ano. Ele andava ao lado da irmã mais nova. A garota não devia ser muito mais nova que ele, mas definitivamente não era novata.

- Desculpe. – ela falou, com sua voz suave, e baixa. O rapaz apenas sorriu, e sacudiu a cabeça para ela. A irmã mais nova abriu um sorriso tímido.

A menina continuou seu caminho, agora tomando cuidado de não machucar ninguém no percurso. Aproveitou a presença do casal de irmãos para observar como eles passariam pela barreira. Ela sabia como fazer, na teoria, mas na prática a coisa era muito diferente. Ficou de longe apenas observando. Viu o casal se despedir dos pais. A mãe, uma mulher loira como os filhos, aparentava estar emocionada, já que beijava (ou tentava beijar) várias vezes os filhos. O irmão mais velho logo atravessou a barreira, provavelmente para fugir do carinho excessivo da mãe. A menina mais nova aceitou os beijos, e logo se despediu dos pais.

- Tchau, mãe! Tchau, pai!

Agora a mãe enxugava as lágrimas num lenço. O pai acenava, e falou.

- Tchau, querida. Divirta-se.

A mãe guardou o lenço, e falou.

- Tchau, meu amor! E não esqueça de escrever.

A menina sorriu, e acenou. A mãe ainda falou, antes de ela sumir.

- Tchau, Lene! Nós te amamos!!

A garota loira sumiu pela passagem, sem deixar rastro.

O casal continuou observando a passagem, agora sendo utilizada por outros alunos. Mas a pequena menina que os seguiu ainda os observava. Tinha parado instantaneamente de olhar para a passagem assim que a mulher gritou para a filha que a amava. Aquilo chamou muito sua atenção.

O casal estava virando para ir embora, quando a mulher loira viu que a menina os observava. Ela puxou o marido para perto da menina, e falou.

- Olá, querida.

A menina ergueu os olhos para a mulher. E a respondeu.

- Oi.

- É seu primeiro ano em Hogwarts?

A garota apenas sacudiu a cabeça, confirmando. A mulher sorriu.

- Então você nunca atravessou a barreira, não é?

A menina novamente confirmou.

- Como é sue nome? – o marido perguntou. Ele era alto e tinha cabelos castanhos bem claros.

- É... Elladora.

Os dois sorriram.

- É um lindo nome. – a mulher falou – Meu nome é Louise Mckinnon, e esse é meu marido, Mark.

Elladora olhou para os dois, e falou, com sua voz baixa.

- Muito prazer.

Louise olhou para a menina, e falou, com um tom delicado.

- Onde estão seus pais, querida?

Elladora instintivamente olhou para o chão. Mas logo ergueu os olhos, e respondeu.

- Eu... sou órfã.

O casal imediatamente se compadeceu da garota. Louise colocou a mão no ombro dela, e falou.

- Oh, querida, eu sinto muito...

- É, Elladora. Eu também. – Mark completou.

A menina voltou a ficar calada, mas balançou a cabeça de leve. Louise logo tentou animá-la, dizendo.

- Esse é seu primeiro ano em Hogwarts, aposto que você vai fazer muitos amigos. Nossos filhos estudam e são da Corvinal. Você conhece as casas de Hogwarts?

Elladora respondeu imediatamente, e estava bem mais animada.

- Conheço sim. A Corvinal é muito boa, pelo que ouvi falar.

O casal sorriu. Eles começaram a caminhar, em direção à passagem. Eles se ofereceram para ajudá-la a passar, mas ela falou que passaria sozinha. Louise contou que os filhos do casal, Marlene e Mike, estavam respectivamente no segundo e quarto anos. Elladora sorriu, e agradeceu ajuda do casal. Fechou os olhos, e atravessou a passagem. Mas antes ainda ouviu a despedida deles.

- Tchau, querida, boa sorte!

E sorte era algo que ela realmente precisava.

Elladora agora caminhava pela plataforma 9 e ½, satisfeita por ter conseguido chegar lá sozinha. Vinha empurrando seu malão calmamente. Olhava para os outros alunos, e imaginava se eles tinham tanta expectativa como ela tinha. Seu sonho finalmente estava realizado. Ela estava indo para Hogwarts.

Observou os alunos mais velhos. Alguns poucos exibiam no peito um brilhante distintivo, que ela reconheceu como o distintivo de monitor da escola. Sabia que só eram entregues no quinto ano, e que isso demoraria infinitamente para chegar, em sua perspectiva. Viu também alguns alunos com as vestes já trocadas, e outros ainda usavam suas roupas comuns. Alguns se vestiam perfeitamente como trouxas, e outros já apresentavam certa dificuldade de se mesclar na multidão do outro lado da barreira.

Ela agora tinha que colocar o malão para dentro do trem. Mas tinha certa dificuldade, já que era pequena e magra. A maioria dos alunos nem notava sua presença ali, então estava um pouco difícil conseguir ajuda. Por sorte, alguém falou com ela.

- Quer ajuda? Assim pelo menos você não atropela ninguém com esse malão...

Ela virou para trás, e viu o mesmo rapaz loiro em quem ela tinha esbarrado antes. Ele sorria, e ergueu a mão para ajudá-la.

- Obrigada. – ela falou.

O rapaz novamente sorriu, e falou.

- Primeiro ano, não é?

Ela confirmou com a cabeça.

Ele conseguiu com certa facilidade colocar o malão dela para dentro do trem.

- Aproveite bem, esse é o melhor ano. Onde tudo é novidade.

Ela sorriu, e o rapaz, que era bem mais alto que ela, se curvou um pouco para se apresentar.

- Michael Mckinnon. Mas me chame de Mike.

Ela apertou a mão estendida do rapaz.

- Elladora... Peverell. Mas eu prefiro Ellie.

- Ok, Ellie então. Eu vou indo encontrar meus amigos. Precisa de mais ajuda?

Ela negou com a cabeça.

- Ah, não. Obrigada, já foi o bastante.

- Então tá. Boa sorte, Ellie.

A garota apenas sacudiu a mão, se despendindo. Ele sumiu para a parte da frente do trem, e logo encontrou alguns conhecidos.

Agora Elladora caminhava pelo trem, apenas puxando seu malão pelas rodinhas. Procurou de todos os lados algum compartimento que pudesse entrar. A maioria estava cheio, e ela estava desistindo da busca. Colocou o rosto para dentro de um compartimento que estava com a porta aberta, mas quase foi atingida por uma bomba de bosta direto no rosto. Se ela não tivesse desviado na mesma hora, teria sido atingida. Os quatro ocupantes do compartimento, quatro garotos muito risonhos, morreram de rir da cena. Ela imediatamente saiu andando, achando muito arriscado ficar perto daqueles bagunceiros. Um deles ainda gritou.

- Ei, volta aqui, nós prometemos não fazer de novo!

Só que o som das risadas que seguiram a frase não a encorajou nem um pouco.

Elladora foi seguindo até o fim do trem. Lá, ela finalmente achou um compartimento vazio. Ficou feliz por isso, porque assim poderia colocar seus pensamentos em ordem até chegar à escola. Ficar sozinha era algo que ela já tinha se habituado, e ela não se sentia mal com isso.

Ela entrou no compartimento, fechou a porta, e tentou, inutilmente, colocar o malão no guarda-malas. Mas não conseguia sozinha, então decidiu colocar em cima da poltrona em frente a que sentou. Ela foi direto para a janela, queria ver a paisagem do caminho até a escola. E imaginou que ninguém iria sentar no mesmo compartimento que ela, já que ela sentiu o trem começar a se mover.

Logo o expresso de Hogwarts tinha deixado Londres, e Elladora agora sorria sozinha, vendo seu reflexo no vidro da janela. Viu seus olhos intensamente azuis brilhando no reflexo. Seu nariz pequeno, delicado. Os cabelos castanhos bem claros, que já tinham sido quase loiros na infância, mas que agora escureciam à medida que os anos passavam. Algumas sardas no nariz, típicas de pessoas com a pele clara como ela.

Lábios rosados que agora se viravam num sorriso. Olhou para o próprio rosto e viu como ela era parecida com sua mãe. Pensou em como ela ficaria orgulhosa se soubesse que a filha estava indo para Hogwarts. Mas ela nunca saberia. Nem ela nem seu pai. O sorriso murchou nos lábios de Elladora, e a lembrança dos pais falecidos tomou conta da garota.

Ellie agora olhava os campos verdes que passavam rápido pela janela. Estavam nos arredores de Londres ainda, e ela estava distraída com suas lembranças. Só parou de olhar para a janela quando ouviu uma batida na porta. Virou seu rosto, e viu pelo vidro da porta um garoto. Ele abriu a porta de correr, e falou.

- Oi, posso sentar aqui?

Elladora observou o garoto. Ele devia ter a mesma idade dela, o que ela deduziu pelo tamanho dele e também por sua aparência de estar um pouco perdido. Ele tinha cabelos pretos, lisos, a pele pálida, e olhos claros, acinzentados. Era um pouco maior que Ellie, e tinha um ar ligeiramente desinteressado.

- Claro. – ela respondeu.

Ellie notou que o garoto a observava, e logo ela falou.

- Se você puder me ajudar, colocamos o meu malão na parte de cima, e fica mais espaçoso para sentar.

O garoto concordou com a cabeça, e logo os dois estavam levantando os dois malões. O dele era preto, e tinha aparência de ser novo em folha. O dela também era novo, mas era de material bem mais claro.

Assim que colocaram as coisas no lugar, ele sentou no banco em frente ao dela. E falou, erguendo a mão, de forma muito educada para um garoto de 11 anos.

- Eu sou Regulus Black. E você?

A garota sorriu, e falou.

- Elladora, Elladora Peverell.

- Muito prazer, Elladora, Elladora.

A garota riu da brincadeira. Logo o garoto também estava rindo. A conversa ficou mais descontraída depois disso.

- Você fala de uma forma diferente. – Regulus falou.

- Diferente? Como assim? – ela perguntou, com a testa franzida.

Ele olhou para ela por um instante.

- Você com certeza é britânica, mas fala com um sotaque um pouquinho diferente.

A garota sorriu.

- É porque eu moro na França. Mas meus pais eram britânicos.

Ele definitivamente notou que ela falou "eram" em relação aos pais, mas não foi indelicado em perguntar mais nada. Ellie se sentiu agradecida por isso.

- Mas se você quer ser meu amigo, não me chame de Elladora. Eu prefiro Ellie.

O garoto sorriu bem de leve, e respondeu.

- Ok, Ellie.

Os dois agora olhavam pela janela, e Regulus falou.

- É seu primeiro ano, não é?

Ela confirmou com a cabeça. Ele prosseguiu.

- O meu também.

- Eu imaginei. – ela falou, com simplicidade.

- Por quê?

A garota ofereceu um pequeno sorriso.

- Porque senão você teria amigos, e iria sentar com eles. Não com uma garota estranha, sentada no último compartimento.

Ele apenas balançou a cabeça, e logo puxou outro assunto.

- E o que você acha que vai acontecer? Na seleção? Meu irmão me contou tantas histórias que eu não sei no que acreditar.

Ellie respondeu, ainda olhando para a janela.

- Eles colocam um chapéu na sua cabeça, e ele fala em que casa você vai ficar.

O garoto a olhou, incrédulo.

- Sério? Só isso?

Ela agora olhou para ele, e confirmou com a cabeça. Regulus parecia muito decepcionado.

- Meu irmão me falou um monte de coisas. Falou que iam fazer uma prova de aptidão, e que tínhamos que enfrentar monstros e passar por calabouços. Fora outras coisas que eu nem me lembro.

A garota tinha um ar risonho quando respondeu.

- Acho que seu irmão mentiu para você...

Regulus torceu o lábio, e falou.

- Ah, deixa ele pra lá. E você, pensa em entrar para qual casa?

A garota pensou por algum tempo. Sabia exatamente em que casa deveria entrar, mas não tinha certeza se o chapéu seletor ia concordar. Finalmente respondeu.

- Não sei... acho que vou deixar para o chapéu decidir. E você?

Ele começou a falar imediatamente.

- Ah, eu vou para a Sonserina, com certeza. Minha família toda é de lá. Sem contar o meu... irmão.

Ellie apenas ergueu as sobrancelhas, e o garoto continuou.

- Ele foi para a Grifinória, minha mãe quase teve um ataque.

- Grifinória, onde os bravos encontram seu lar. – Ellie falou essa frase de forma quase inconsciente, como um mantra.

Regulus olhou para ela, com a testa franzida.

- Você sabe um monte de coisas sobre Hogwarts. Onde aprendeu?

Ellie demorou apenas um segundo para responder.

- Com... eu li num livro. Aliás, vários livros.

O garoto sorriu de imediato.

- Então espero que você fique na Sonserina. Para me ajudar com os estudos.

A garota sorriu, e falou.

- Não preciso estar na mesma casa que você para te ajudar nos estudos. Vamos ser do mesmo ano, lembra?

O garoto sorriu.

- É. Mas seria melhor conhecer alguém da minha casa antes do ano começar, não é?

Ellie olhou novamente pela janela.

- É, seria sim.

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O trem chegou à estação de Hogsmeade no fim do dia. Ellie tinha até cochilado na sua poltrona. Quando ela acordou, encontrou Regulus também com a aparência de cansado, como se tivesse acabado de acordar. Ela correu para o banheiro feminino, e trocou de roupas. Quando voltou para a cabine, viu que Regulus a esperava. Ela agradeceu, e eles saíram juntos para a enorme fila de alunos que estavam desembarcando. Regulus não precisou trocar as roupas, já que tinha feito isso no início da viagem.

Eles desembarcaram, e ficaram um pouco perdidos pela confusão de estudantes para todos os lados. Por sorte, ouviram uma voz poderosa chamando, balançando um sino.

- Alunos do primeiro ano! Alunos do primeiro ano!

Eles correram para lá, e encontraram o enorme guarda caça da escola. Hagrid.

Ele sorria para os pequenos alunos do primeiro ano, e Regulus arregalou os olhos imediatamente. Ele cutucou Ellie, falando baixo para apenas ela ouvir.

- Que cara enorme!

Ellie riu, e falou.

- Cuidado senão ele te engole!

Hagrid começou a organizar os alunos em fila.

- Eu sou Rúbeo Hagrid, vou conduzir vocês até a escola.

Regulus olhou para a garota, e ponderou se aquela não era uma possibilidade viável. Hagrid começou a organizar os alunos pela estradinha que conduzia até os barcos.

Ellie foi satisfeita atrás de Hagrid, e chamou Regulus com a mão.

- Anda logo, eu quero ter uma boa vista da escola quando chegarmos!

O garoto a seguiu, e eles seguiram lado a lado pelo caminho. Regulus ainda olhava desconfiado para Hagrid.

Os alunos seguiram pelo estreito caminho no meio de um bosque. Hagrid segurava a lanterna na frente, e alguns dos alunos o seguiam de perto, com medo de algo sair de entre as árvores e atacá-los. Ellie olhava para os lados, esperando o momento que o castelo ficasse visível. Logo eles viraram uma curva, e deram de cara com uma visão espetacular.

A lanterna de Hagrid foi ofuscada pela primeira visão de Hogwarts. O castelo era fenomenal, enorme, e dominava a visão de todos. Regulus, de olhos arregalados, falou.

- Uau!

- É incrível, não é? – Ellie falou, com os olhos vidrados na antiga construção.

Hagrid, que os conduzia agora para os barcos, falou.

- Essa é uma visão inesquecível. Todos os alunos do primeiro ano têm a mesma reação.

Ellie sorriu para ele, e ele falou.

- Deve ser muito legal assistir isso todos os anos.

Hagrid olhou para a garota, e perguntou.

- Qual é o seu nome?

- Elladora. – ela respondeu, sorridente. Ela apontou para Regulus e falou. – Esse aqui é meu amigo Regulus.

- Oi. – foi o que Regulus falou. Ele ainda estava assustado com o tamanho do guarda caça. Apesar disso, deu um pequeno sorriso ao ouvir a menina o chamando de amigo.

Hagrid estava acomodando eles dois, mais outros dois garotos no barco. Ele se inclinou para cumprimentar os dois, falando.

- Muito prazer em conhecer os dois! – falou Hagrid, animado. Regulus ficou com medo dele se animar muito, e virar o barco. Ellie riu ao notar isso.

Assim que chegaram à escola, Hagrid conduziu os primeiranistas até a entrada da escola. Eles foram recebidos por uma de cabelos pretos presos, e que tinha uma postura muito ereta.

- Bem vindos, primeiranistas. Eu sou Minerva McGonagall. Acompanhem-me, por favor.

Eles seguiram a bruxa até o salão principal. Chegando lá, em fila, eles deram de cara com o resto da escola os esperando. Ellie sentiu um friozinho na barriga, e olhou diretamente para a mesa dos professores. Achou imediatamente quem procurava. Dumbledore estava em pé, pronto para recepcionar os novos alunos. Ela sorriu para ele, muito feliz. Regulus, que estava ao lado dela, falou.

- Nossa, você está tão feliz...

- Eu mal podia esperar por isso. – a garota respondeu. Mas logo completou – Eles vão chamar você logo, por causa do seu sobrenome. Boa sorte na seleção!

Regulus agradeceu, e respondeu.

- Para você também.

Assim que ele terminou de falar, McGonagall começou a chamar os alunos para a seleção. Como Ellie previra, Regulus foi um dos primeiros.

- Black, Regulus.

Ellie ouviu um assovio agudo vindo do seu lado direito. Ela olhou para a origem do som, e viu um garoto, um pouco mais velho que ela, sentado na mesa da Grifinória. Ele era muito parecido com Regulus, e ela deduziu imediatamente que era o irmão que ele tinha falado. E reconheceu o grupinho que estava junto com ele como o grupinho de garotos que tacou a bomba de bosta nela. Ellie imediatamente voltou seu rosto para frente, e assistiu Regulus sentar no banquinho, e o chapéu ser colocado na cabeça dele. Não demorou quase nada para ele gritar:

- Sonserina!

Regulus levantou feliz, e Ellie ofereceu um sorriso tímido para ele. Sabia que eles não ficariam na mesma casa.

A seleção continuou. Ellie foi vendo a fila diminuindo cada vez mais, e esperava pacientemente seu nome ser chamado. Quando chegou à letra P, ela ficou imediatamente atenta.

- Peverell, Elladora.

A garota foi rapidamente para o banco. Sentou, e logo o chapéu caiu em sua cabeça. Era muito grande para sua cabeça, então seus olhos ficaram encobertos. O chapéu falou muito brevemente com ela.

- Bem vinda a Hogwarts. Estávamos te esperando.

E, para todos ouvirem, ele gritou, bem alto.

- Grifinória!

Ellie pulou do banquinho, sorrindo. Estava confirmado, ela realmente ia para a Grifinória. Por algum tempo, imaginou se a casa realmente se adequava a ela.

Uma das garotas que foi selecionada para a Grifinória antes dela sorriu, brindo espaço para ela sentar. Ela tinha cabelos castanhos escuros e bem cacheados. Seus olhos eram muito pretos e brilhantes. A garota falou com Ellie.

- Oi! Bem vinda!

Ellie sorriu de volta.

- Obrigada.

A garota logo estava puxando papo com ela.

- Sarah Miller, muito prazer.

Sarah estendeu a mão, de forma muito simpática. Ellie imediatamente apertou a mão estendida, cumprimentando a garota.

- Elladora Peverell.

- É, eu sei. – disse a risonha garota – Acabaram de falar.

- Mas me chame de Ellie. Eu prefiro assim.

Sarah concordou com a cabeça.

- Tudo bem. Ellie.

As duas viram o final da seleção, e logo Dumbledore estava fazendo seu discurso da abertura do período letivo. O discurso foi breve. Ellie o ouviu atentamente. Quem estivesse prestando atenção à garota, teria visto um luminoso sorriso em seus lábios.

- E o Sr. Filch me pediu para lembrar, os alunos não devem ir à floresta proibida. – ele falou isso olhando para a mesa da Grifinória. Ellie tentou identificar para quem ele falou a frase, e logo viu o mesmo grupinho de alunos que tentou acertá-la no trem rindo entre si, baixinho.

- Agora, sem mais demora, vamos ao nosso banquete!

Imediatamente todos os tipos de comida que pudessem ser imaginados apareceram na frente deles. Sarah soltou uma exclamação de surpresa, mas logo começou a comer, muito satisfeita. Ellie se serviu, mas não estava nem um pouco interessada na comida. Estava em Hogwarts. Aquilo parecia um sonho realizado.

Sarah tagarelava sem parar sobre as novidades. Ela logo falou que era nascida trouxa, então estava encantada com absolutamente tudo.

- Quando eu fui ao beco diagonal. Que lugar incrível! Jamais podia imaginar que algo assim existisse. Eu fiquei tão impressionada que queria ir todos os dias, até vir para Hogwarts. Mas meus pais não podiam me levar. E você?

Ellie estava dando uma garfada comida, e a interrompeu no meio para responder.

- Eu o que?

- Você já sabia? Quero dizer, seus pais são bruxos ou você é igual a mim?

- Ah. – respondeu Ellie – Não, eu venho de uma família bruxa.

Sarah olhou para Ellie, e sua expressão ficou ainda mais animada.

- Que bom! Porque eu fico meio perdida, sabe? Aí você pode me ajudar.

Ellie sorriu para a colega, que agora estava procurando uma travessa de carne assada para tirar um pedaço. Ellie discretamente se virou, e procurou a mesa da sonserina. Assim que os viu, percorreu os olhos até encontrar Regulus. Ele estava comendo, em silêncio. Mas logo ele percebeu que Ellie o observava, e sorriu levemente para a garota. Os dois ficaram alguns segundos se encarando. Ellie sentiu uma pontinha de tristeza pelo garoto não estar na mesma casa que ela. Mas logo a voz de Sarah a tirou de seus pensamentos.

- Eu estou muito curiosa sobre as aulas. Deve ser o máximo, não é? Pode fazer coisas que eu nunca imaginava ser possível. Eu me achava diferente mesmo, mas não imaginava que pudesse ser verdade. Eu, uma bruxa. Quem diria!

Ellie apenas sorriu ao ver a animação da colega. Ela estivera acostumada à magia a vida inteira, mas conseguia imaginar como esse mundo devia ser fascinante aos olhos de alguém como Sarah, que fora criada com trouxas.

- Você vai se acostumar, eu tenho certeza. Mas seus pais, eles com certeza vão sempre achar surpreendente. Assim como um bruxo que nunca teve contato direto com trouxas deve achar fascinante ver um avião voar.

- Você tem contato com trouxas? – Sarah perguntou, curiosa.

- Um pouco. – Ellie respondeu – Tem uma pequena cidade trouxa, não muito longe de onde eu moro. Eu vou lá de vez em quando, gosto muito de lá.

As garotas forma interrompidas pela voz do monitor da Grifinória, um rapaz magro e alto, chamando os primeiranistas, para conduzi-los à sala comunal da Grifinória. O banquete já estava no fim mesmo, e todos pareciam muito satisfeitos com a enorme quantidade de comida que foi consumida.

Ao levantar do banco, seguida imediatamente por Sarah, Ellie olhou para a mesa da Sonserina, e viu Regulus fazendo exatamente o mesmo, em direção a ela. O olhar dos dois se encontrou, e ele sorriu levemente para a garota, que acenou, se despedindo. Logo ele virou as costas, e seguiu em direção às masmorras.

Ellie e Sarah seguiram o monitor, acompanhadas de seus colegas de ano. Não eram muitos, mas a maioria já tinha formado grupinhos, e conversavam entre si. O monitor ensinou a senha, e eles logo passaram pelo buraco do retrato da mulher gorda. As duas avistaram a sala comunal, e Sarah falou, impressionada.

- Uau. Aconchegante...

Ellie concordou de imediato.

- É sim. – ela olhava o cômodo, e tinha certeza que teria incríveis memórias do lugar, quando fosse embora de Hogwarts.

Elas foram conduzidas pela monitora até o quarto, e como só tinham mais duas garotas do primeiro ano, que foram selecionadas para a grifinória, todas ficaram no mesmo quarto. As outras duas garotas estavam conversando entre si, e aparentavam já se conhecerem antes de entrar na escola, já que conversavam de forma bem íntima. Elas apenas cumprimentaram Sarah e Ellie, e se apresentaram.

- Oi. – disse uma delas, que tinha o cabelo muito loiro, e bochechas grandes e rosadas – Eu sou Liz Wilson e essa – ela apontou para a amiga, uma mulata de belos e expressivos olhos escuros – é Barbara Hughes.

Ellie sorriu para as duas e respondeu.

- Eu sou Ellie Peverell e essa é Sarah Miller.

As garotas logo estavam conversando entre si, contando parte suas próprias vidas. Fizeram isso enquanto se arrumavam para dormir.

Ellie se trocou, colocando uma longa camisola. Ela se enfiou debaixo das cobertas, e logo percebeu que adormeceria logo, devido ao cansaço e ao jantar recém consumido. Ela apenas virou o rosto no travesseiro, em direção à cama de Sarah, que ficava à direita da sua, e falou.

- Boa noite...

E adormeceu quase imediatamente, com um último pensamento pairando em sua consciência. A expectativa sobre o dia seguinte.