Primeiro Capítulo – Explosiva

Quando você estuda em Hogwarts as férias de verão é algo que te deixam realmente alegre, ver sua família depois de tanto tempo te causa um certo prazer, ver todos felizes com a sua volta e te paparicando porque sabem que daqui a dois meses você vai embora de novo. As cosias sempre foram assim... Pelo menos com Lily Evans, até esse verão.

- E aí, quando eu cheguei em casa todos os meus parentes estavam lá, e claro que eles não sabem que eu sou bruxa, mas mesmo assim, eles nem se importaram com a minha presença. Estavam todos empolgadíssimos em ouvir como seria a cerimônia de casamento dela. Hunf – Bufando ela se jogou no assento do trem olhando enfezada para sua amiga.

Sophie, sua melhor amiga desde o 5º ano, a grifinória suspirou e fez uma careta.

- Bom, só espero que você não exploda quando for à cabine dos monitores... Você tem que se acalm...

- O que tem demais na cabine dos monitores, Sophie?

- Ah nada – a amiga mexeu-se desconfortável no lugar – Deve estar tudo normal eu espero...

- Então porque você disse que... – Lily começou a perguntar mais foi interrompida quando a pessoa que ela menos queria ver abriu a porta do vagão sorrindo bobamente.

- Oi Lils, - Sorriu mais, "Como se fosse possível." constatou ela em pensamento. – Passou bem o verão?

Lily estava se preparando para descontar toda sua raiva acumulada no verão em Potter, afinal ele estava mais do que acostumado com isso, mas parou ao ver alguma coisa brilhando no meio das suas vestes da grifinória, que por uma razão desconhecida ele já tinha vestido.

- Aaaaaaaaaaaaaaaaah. – Ela berrou e ficou olhando chocada para o distintivo no peito do maroto.

Sirius, o melhor amigo de James Potter (que era o novo monitor-chefe de Hogwarts juntamente com Lily Evans), começou a rir.

- É Pontas, agora além de ela gritar de raiva, ela grita de susto. – Disse dando dois tapinhas de consolação nas costas do rapaz. Sophie não pode deixar de rir observando James olhar enfezado para o amigo.

Lily se levantou e cutucou o distintivo de James fazendo ele voltar sua atenção para ela.

- Aaaaaaaaaaaah, é de verdade! – Choramingo e começou a tentar tirar aquilo das vestes do garoto.

- Claro que é de verdad... Lils, o que você está fazendo?

Ela retirou o distintivo dele e agora olhava por cima dele como se procurasse alguém, ao avistá-lo um pouco mais para trás de onde eles estavam e empurrando James ela saiu pelo corredor do trem.

- Remus Lupin. – O garoto que conversava com Anne, ou mais conhecida para Lily como metida-a-sabe-tudo ou apenas sabe-tudo e melhor amiga dos garotos citados a cima a quem Lily odeia. – Porque você faz esse tipo de brincadeira comigo? Eu pensei que você fosse um cara legal. – ela disse com um dedo na cara dele. Ela nem tinha reparado que várias cabeças começaram a sair de seus respectivos vagões para observar a pequena confusão. – Você nunca mais deixe Potter pegar isso de você, eu quase morri de susto. Pelo-amor-de-merlim – Ela concluiu soltando o ar preso em seus pulmões durante a fala.

- Hehehe, como a Lily é engraçada, não? – Sophie disse agarrando o braço da amiga – Vamos voltar para a cabine né, Lils? – Ela falou e começou a puxar a amiga, mas esta não queria se mexer – Eu disse pra você manter a calma, Lils – Disse sussurrando em seu ouvido.

Ela abriu a boca em estado total de choque e olhou para o garoto de olhos azuis na sua frente que parecia um tanto assustado, e a metida-a-sabe-tudo com uma cara de "Ela virou louca de vez".

- VOCÊS QUEREM DIZER QUE É VERDADE? – Ela gritou. – VOCÊS SÓ PODEM ESTAR BRINCANDO. É ISSO O QUE FAZEM O TEMPO TODO. É UMA BRINCADEIRA, DIZ QUE É. – Ela falou agora com o dedo indicador apontado para James e Sirius.

Sirius deu um passo para trás e empurrou James para cima da Lily.

- A namorada é sua, cara, diz você. Tchau. – E saiu correndo.

- NAMOR... - Começou

- Eu não tenho culpa que Dumbledore me nomeou, não grite comigo – Ele disse se encolhendo antes que Lily gritasse mais pelo que Sirius havia acabado de falar.

- Dumbledore não é idiota, nem eu, então eu agradeceria se vocês parassem de mentir – Ela falou com uma risadinha sem graça e se virou colocando o distintivo na mão de Remus – HÁHÁ, muito engraçado, vou para minha cabine morrer de rir agora. – Dizendo isso ela entrou na cabine e se fechou lá deixando mil faces de interrogação para trás.

- É, a garota endoidou, parabéns James – Disse Anne sorrindo.

- A culpa não foi minha – Ele disse enfezado, mais para si mesmo do que para a amiga.

- E não foi mesmo, ela está irritada porque teve férias ruins.

- Férias ruins? Por quê? 'Tadinha da minha Lily. – James disse olhando para a janelinha da porta e observando Lily.

- Ah, problemas com a irmã. – Depois ela balançou a cabeça e olhou meio assustada para James. – Eu não devia estar te contando isso. Sempre que eu digo alguma coisa dela pra você, você fala para ela e ela briga comigo. NÃO DIGA NADA QUE EU TE DISSE. – Ela falou brava para ele.

- Ué, agora a outra também resolveu gritar com você? – Sirius tinha reaparecido no local. – Cara, o que você faz com as mulheres?

- Às vezes eu causo esse efeito nas mulheres... em vários sentidos. – Disse James sorrindo marotamente.

- Eww. – Anne lamentou.

- É? Não foi o que eu ouvi... – Sirius disse debochando. – AI. – Exclamou após levar um tapa de James no ombro. – Mas é sério, Anne é a única que não grita com você.

- Isso é porque eu sou inteligente e eu sei que gritar não funciona.

- Mas o fato. – Disse Sophie tentando fazer o foco voltar para o problema do casal-vinte que, por acaso, ainda não eram um casal. - É que eu conto as coisas pro Potter e ele conta pra Lily e ai ela grita comigo também.

- Ah, isso. – Sirius disse fazendo pose de pensativo. – Porque ela grita com o Pontas afinal?

- Porque você chama ele de Pontas?

- Segredo. Não vai dizer por que ela grita com ele?

- Segredo. – Sophie disse e cruzou os braços.

- Deixa de ser burro, Sirius, ela grita porque gosta dele. Ela só não sabe disso ainda. – Anne disse displicente.

- Ah claro, isso só faz sentido na sua cabeça. Porque assim é totalmente normal quando uma pessoa gosta da outra sair gritando do jeito que ela faz.

- Eu acho perfeitamente aceitável.

- Você é mais louca que ela, sabia?

- Assim você me magoa, Sirius. - Ela disse ironicamente.

- Uau, então eu devia ganhar um prêmio, acho que fui o primeiro e único a conseguir isso. – Ele disse rindo.

- Babaca. – Ela falou rindo também.

Sophie observava a cena com atenção, enquanto James observava Lily que olhava os campos passarem enquanto o trem andava.

- Cachorro, seria mais adequado. – Remus se intrometeu com um sorriso nos lábios.

- É, também serve. – Disse Anne rindo mais ao ver a cara de desagrado de Sirius. – Agora, isso, eu juro que não entendo. Porque você fica bravo quando eu te chamo de cachorro?

- Não gosto que me chamem assim. – Disse forçando as sobrancelhas para baixo fazendo expressão de malvado.

- Mas eu posso te chamar de babaca, galinha, imbecil... ?

- Pode, menos de cachorro. – Ele disse ainda emburrado.

- Você sabe o motivo dessa infantilidade, Remus?

- E eu lá entendo esses dois? – Disse apontando para Sirius e James. – Olha o outro, entrou em transe ali.

Todos começaram a rir quando viram James perdido observando sua amada.

- Acho melhor eu entrar na cabine, afinal, alguém tem que explicar para ela que James é realmente o monitor-chefe.

- James. – Remus chamou, mas o amigo não se moveu.

- JAMES! – Berrou Sirius em seu ouvido, fazendo o amigo pular.

- QUE ISSO ALMOFADINHAS? VOCÊ ESTÁ LOUCO?

- Não, eu não. A Anne que está.

- Ai, como você é idiota Sirius. – Ela disse e se virou entrando na cabine em que ela estava antes da confusão toda começar.

Sophie apenas balançou a cabeça negativamente e rindo entrou na cabine que ela estava com Lily.

- Oi, Lils.

- O que você ficou fazendo lá fora esse tempo todo? O Potter idiota ficou olhando para cá o tempo todo e você não estava aqui para eu falar com você e me distrair. Ai que brincadeira idiota a deles. Ai, idiota, idiota. AI EU ODEIO ELE. Ele só piora minha vida medíocre e minhas férias medíocres e aaaaaaaah... – Ela soltou quando os cabelos começaram a cair em seus olhos novamente e começou a prender os cabelos mais uma vez.

Lily era assim, sempre que estava irritada não conseguia deixar os cabelos soltos. Principalmente se estivesse conversando com alguém. Seus cabelos eram tão lisos que por mais que ela prendesse, eles sempre se soltavam, fazendo do ato de prender o cabelo um vício para ela.

- Lils, eu disse para você manter a calma. Antes de você chegar eu conversei com a sabe-tudo e ela disse que Dumbledore realmente escolheu James como monitor-chefe. Eu sinto muito.

- Você quer dizer que eu vou ter que trabalhar com ele por um ano? Eu vou ser obrigada a ver ele em todas as reuniões e depois ficar até mais tarde com ele para fazer os relatórios? Eu vou ser literalmente OBRIGADA a agüentar aquela criatura repugnante só porque Dumbledore DESEJOU, aparentemente DO NADA nomeá-lo monitor-chefe? Que tipo de escola Dumbledore pensa que está dirigindo? Que tipo de diretor ele pensa que é? Afinal, Potter é um... Um... Desordeiro, ele não está nada apto a ser monitor.

- Lils, respira.

- Eu não quero respirar, eu quero morrer, não quero passar mais tempo com o Potter, o pouco de tempo que eu passo com ele para ele me chamar para sair já é demais para minha pobre alma agüentar.

- Onde está Mary?

- É verdade, eu ainda não a vi.

- Ela me mandou uma carta dizendo que tinha uma super novidade. O que será? Estranho ela não ter aparecido ainda.

- É. Ela me mandou uma carta dizendo isso também. A Mary andava tão estranha nos últimos dias de aula também...

- Pois é. Eu tenho a impressão de que ela está escondendo algo de nós...

- Ah, Sophie, acho que agora você está sendo um pouco paranóica, afinal, o que ela poderia estar escondendo?

- Eu não sei... Mas acho que nós devíamos procurá-la.

- Você pretende fazer isso como? Revistando o trem inteiro?

- É.

- HÁ. Nada me tira dessa cabine, eu posso sair e dar de cara com o Potter. – Lily fez cara de quem iria chorar – Um raio bem que podia atingir a cabeça daquela criatura.

- Ora, Lily, pare de ser tão dramática, parece até que você vai ser envenenada se respirar o mesmo ar que ele por mais que 2 minutos.

- Essa é a grande questão. EU VOU MORRER ENVENENADA SE RESPIRAR O MESMO AR QUE ELE POR DOIS MINUTOS. Talvez até em menos tempo...

BRUM. A porta foi aberta com um estrondo.

- AH Lils, até que enfim você se tocou o que acontece quando passa muito tempo com o Ranhoso.

Lily fechou os olhos tentando manter a calma e pensando que tudo aquilo não passava de um pesadelo.

- Potter... – Ela disse respirando fundo para manter a calma, mas não foi uma tentativa bem sucedida. – desde quando, VOCÊ NESSA SUA CABEÇA COM CÉREBRO DE MINHOCA, VOCÊ ACHA QUE PODE INVADIR MINHA CABINE NO TREM E SIMPLESMENTE SE SENTAR AQUI COMO SE FOSSE MEU MELHOR AMIGO? EU SINC...

- Lils, antes de você continuar... – Ele disse sorrindo, como sempre, bobamente. – Qualquer dia, você vai ter que perceber que eu sou um cara legal, e eu sou um amigo legal... e eu te amo. E não grite. – Ele disse tudo muito rápido com medo de que ela gritasse, o que ela realmente desejava fazer. – Eu vim para te lembrar que temos que ir até a cabine dos monitores para dar as instruções aos mais novos.

- Você não tem que vir aqui me lembrar disso, eu já sabia que tinha que fazer isso. Não venha com gracinhas, Potter, eu sou monitora desde o quinto ano, e você vai fazer o que eu mando já que não tem experiência nenhuma.

- Tá bom.

- OUVIU BEM? E nada de gracinhas durante as reuniões ou pedidos para sair e principalmente, nada de detenções ou fugas à noite ou... ou...

- Tudo bem.

- Piadinhas sobre os Sonserinos porque temos que nos respeitar, temos que nos mostrar imparciais em qualquer situação, e você com essa sua irresponsabilidade não está apto para esse cargo, não sei o que deu na cabeça de Dumbledore... – James começou a se remexer e olhar para os lados - Você está me ouvindo, Potter?

- Estou.

- E o que foi que eu disse?

- Que Dumbledore está louco.

- Eu não disse isso.

- Mas foi o que quis dizer.

- Não ponha palavras na minha boca, Potter.

- James.

- O que?

- Meu nome. É James.

- Para mim é Potter.

- Prefiro que me chame de James.

- Por isso mesmo vou continuar com o Potter.

- Ta bom, Lils.

- PARE COM ISSO. Não temos intimidade para primeiros nomes Potter, muito menos apelidos. O foi que eu acabei de dizer?

- Que você gosta de me irritar por isso vai me chamar de Potter e não James.

- Não eu quis dizer que...

- Mas não é possível. Eu fico cansada só de ver vocês dois discutindo. Evans, não sei como você não teve um ataque do coração ainda. Afinal, você está sempre com os nervos à flor da pele assim ou é só quando você vê o James? – Anne se intrometia na conversa.

- Anne, querida, você não está ajudando. – Ele disse quando viu Lily fechar os olhos novamente.

Sophie ria graciosamente de toda a situação.

- Ai. Por favor, me convidem para o casamento, ok? – Dizendo isso ela saiu da cabine, mas voltou alguns segundos depois. – Lils, vou procurar a Mary, tente não matar ninguém. – Deu uma piscadinha para a amiga e saiu quase saltitante para o corredor.

- Traíra. – Foi a única coisa que deu tempo dela soltar.

- Viu Evans, o mundo todo sabe que vocês vão acabar casando, você devia simplesmente aceitar esse seu tão "horrível" – Disse fazendo as famosas aspas com os dedos. - destino e parar de gritar, ia poupar muitas dores de cabeça alheias.

- Eu não acredito em destino. Muito menos em um que eu acabo casada com esse... esse projeto de ser humano.

Anne piscou os olhos encarando Lily incrédula.

- Pelo menos dessa vez eu sou quase humano. Estou melhorando, da última vez você disse que eu era uma barata.

- Você não acredita em destino? – Anne perguntou ignorando o comentário de James.

- Não. – Disse Lily, assim como Anne, ignorando James.

- Ah, claro, e eu odeio cerejas.

- Você odeia cerejas? – Foi a vez de Lily ficar incrédula.

- Sabe Evans, você aparenta ser mais inteligente na aula.

- Anne. – Gritou James. – Você devia me ajudar e não ficar ai...

- Desculpa se eu não sei quando você está sendo irônica ou não...

- Ela é sempre irônica. - Anne apenas fez um gesto demonstrando que James tinha razão. - Você aprende a conviver depois de um tempo.

- Você disse que eu aprenderia a conviver com você depois de um tempo no quinto ano, e eu ainda não consigo.

- Você não tentou muito, não é mesmo?

- Claro que tentei.

- Claro que não tentou.

- Merlim, vocês não cansam mesmo.

- A culpa é sua, você fica provocando a Lily e é lógico que ela desconta em mim.

- Claro, James, culpe a vida alheia. Talvez eu até me desintegre amanhã, ai quem sabe você consegue fazer a Evans sair com você.

- Desculpa sabe-tudo, não iria adiantar. Não funciono com chantagens.

- Ah, não custava tentar.

Lily riu.

- Uau, você a fez rir na minha presença. Continue. Continue. – Incentivou James, todo bobo, para variar.

- Você é mais patético que eu imaginava. Não me espanta que ela não aceite sair com você.

Lily, para a surpresa dos dois, começou a rir mais com o comentário de Anne. Ela nunca tinha pensado que alguém tirasse tanto sarro de Potter como ela fazia, e o que ela achava mais engraçado de tudo é que ele levava numa boa e ela falava abertamente.

- Acho que ela acha engraçado quando você me xinga. – James comentou apontando o polegar para Lily.

- E quem não acha? Até eu acho, por isso que eu faço.

Lily continuava rindo.

- Será que se agente ficar encarando ela parar de rir? – James perguntou, vendo que a ruiva estava totalmente alheia a presença deles no meio de seus risos.

- Talvez. Mas acho que agente devia ir embora, se ela acordar desse ataque de risos ela pode ter um ataque de raiva.

- Por que ela teria um ataque de raiva?

- Creio que olhar para você é o suficiente para causa esse efeito.

- Sem graça.

- Tsc, tsc. Não faz essa carinha. – Disse rindo e apertando as bochechas de James como se ele fosse uma criancinha.

- Hm. - Finalmente Lily parecia se recuperar do riso e encarava os dois. - Potter, saia do meu caminho, preciso ir para a cabine dos monitores.

- Você quer dizer; precisamos.

- É. – Disse desgostosa. – Isso.

James sorriu e deu passagem a ruiva que saiu afobada pelo corredor com ele em seu encalço.