Final.

Catherine Latour, esse era o seu nome. A jovem donzela de olhos verdes, nariz empinado e sorriso cativante. Irritante e soberba.

- Eu não posso acreditar que você é mesmo um vampiro, Sasuke. - ela dizia, enquanto caminhava distraída ao seu lado. - É por isso que nunca o via durante o dia. Certa vez, ouvi de minha babá que vampiros não suportam a luz solar.

Ela, alegremente, continuou a relatar todo o seu conhecimento sobre vampiros e seu secreto fascínio pela noite. E Sasuke reparou o quanto o seu comportamento imaturo havia mudado. Ela, agora, parecia uma inocente criança, diferente da senhorita de garras afiadas e língua ferina que ele cutucava. Logo alcançaram uma pequena praça e Catherine quis descansar um pouco de sua caminhada.

Humanos, Sasuke pensava, fracos ao extremo.

- Por que veio para essa cidade, Sasuke? - ela perguntara ao sentar-se em um banco de ferro. Ele permaneceu em pé, parado à sua frente, fazendo-lhe uma sombra opaca.

- Sangue novo. - elucidou, apenas, sorrindo satisfeito ao ver Catherine assustar-se com sua falsa expressão de perversidade. - Você é muito jovem, senhorita Latour. Seu sangue nobre deve ter um gosto indescritível. - inclinou-se um pouco, seus olhos tornando-se rubros enquanto segurava o queixo delicado.

Ela encarava os olhos cor de sangue, írrita. Ele sempre a punha nessas situações sufocantes e eletrizantes. Sabia como enrubesce-la e sabia como fazer seu coração palpitar temeroso e emotivo.

- Pare! Eu não quero ser mordida! - ela empurrou-o, mas não obteve sucesso algum. Ele nem movera-se do lugar.

Inclicando-se um pouco mais, o conde alcançou o seu pescoço, cheirando a pele macia. - Quem disse que irei morde-la, Catherine? - voltou-se para trás, fitando-a, sublime. Os braços encurralando-a no banco.

Não obteve palavras de volta, a moça estava muda. Ele, simplesmente, inclinou-se mais uma vez para que pudesse beijá-la. E quando alcançou os lábios rosados, experimentou-os calmamente, sentindo o pescoço ser segurado por pequenas mãos quentes.

No momento em que acariciou o rosto da dama, ela arrepiou-se com a frieza de seus dedos.

E no beijo, Catherine, hora ou outra, sentia a ponta dos caninos do vampiro raspando em seus lábios quando ele sugava-os. Apertou os fios de cabelo da nuca do conde enquanto sentia a língua dele esfregar-se com a sua.

Quando separaram-se, Catherine permaneçeu de olhos fechados, sentindo ainda as mãos dele sobre sua bochecha.

- Você é mesmo arrogante. Como ousa beijar-me dessa forma? - o sorriso no rosto denúnciava que estava brincando. - Vamos, Sasuke? - pediu. Ele segurou sua mão, ajudando-a a se levantar.

- Acompanharei-te até sua casa. Não quero que vá sozinha, pode ser perigoso para uma humana.

- Certa vez eu disse e direi outra vez: O único perigo que conheço é você, Conde Uchiha.

Ele curvou os lábios em um sorriso discreto, enquanto retomavam a caminhada.

Os passos de Catherine cessaram de repente, e Sasuke olhou para o lado, vendo-a com os olhos apertados.

- O que há, Catherine? - quis saber, sério.

- Eu não sei, mas estou tonta. - ela procurou apoio, mas não havia paredes por lá e suas mãos tatearam o ar. - De novo, não!

O conde segurou-a, antes que viesse a despencar sobre o chão. Ela ofegava e tinha o semblante comprimido. - Sua humana idiota, não seja fraca! - apertou-a nos braços ao escutar a batidas preguiçosas de seu coração. - Fique acordada, deixarei-a em sua casa.

Ele levantou-se com ela, o rosto feminino apoiado em seu peito.

OoOoOoOoOoOoOoO

Observo o céu escuro, sentada sobre o terraço do prédio em que habito. O vento por aqui é mais intenso, estou com frio.

Sasuke também está aqui, não parece se importar com o clima. Permaneçe de pé, seus olhos perdidos. Ah, eu suspiro. Como ele é lindo.

Droga! Estou com vergonha, pois ele me olhou ao perceber-se fitado.

- Você está com frio, Sakura? - perguntou, sério. Seus cabelos esvoaçando, suas mãos nos bolsos. Não contenho a um outro suspiro. E dessa vez ele chamou-me pelo nome, estou contente com isso. Mas, ainda assim, quando me olha, Sasuke busca outro alguém. Catherine, ele ainda a ama.

- Não, está tudo bem. - respondo, no entanto, encolho-me diante das chicoteadas de vento. Inferno de brisa, relatou-me para ele. Agora sabe que estou tremendo, acredito que já sabia. Sinto algo cair sobre meus ombros, o seu sobretudo. - Não precisava. - estou desconcertada. Por Deus, como o cheiro dele é bom. Pensei que vampiros fossem inodoros, enganei-me.

Ao sentar-se do meu lado, Sasuke estendeu os braços para mim. - Venha, Sakura. - chamou-me, esperando.

Eu, embora um tanto embaraçada, encostei-me ao seu peito, aconchegando-se nele. - Obrigada, Sasuke. - agradeci, meus olhos fechando, o vento em meu rosto.

Sasuke nada disse, apenas acariciou minha nuca por debaixo dos cabelos. Eu ronronei a mensão desse carinho gostoso.

- Fique comigo. - ele pediu, como já houvera de ter pedido. A outra mão apertando minha cintura. Acho que ele, um vampiro, teme a morte mais do que um ser humano patético como eu. - Peça que eu o faça, Sakura.

Não compreendo, ergo, então, minha cabeça do seu peito, encarando-o.

- Peça a imortalidade e eu te darei. - esclareceu, apertando-me contra si.

Não consigo parar de olhá-lo. Eu, viver para sempre? Não consigo pensar em nada, é estranho demais. Por outro lado, não quero morrer e viver sempre ao lado do Sasuke me parece um sonho interminável. Será que seria possível acatar a tal pedido?

- Quero ficar ao seu lado, Sasuke. - confesso, os lábios tocando-no a curva do pescoço. - Mas, isso vai contra as leis da natureza. O curso de minha vida deve ser seguido. E se morrer é o caminho, que seja, então. - desabafo, lágrimas em meus olhos.

- Peça, Sakura. - repetiu, seco. - Não irá a lugar algum. Ficará comigo, então peça. - e dessa vez soou como uma ordem.

Encolho-me em seus braços, apertando sua camisa com força. Droga! Quero estar com ele para sempre, mas não consigo pedir.

- Fique, mon coeur. - os seus lábios encontraram os meus, gentilmente.

OoOoOoOoOoOoOoO

Mórbido e lamuriante era aquele dia.

E Sasuke, parado em frente a sepultura, não chorava. - Fraca, Catherine Latour, você foi fraca. - atirou sobre o túmulo a rosa que segurava. Em sua outra mão um diário.

Gotas de água tocaram a sua cabeça e, quando olhou para o céu, o seu rosto. - Veja, os anjos choram por você. - falou, debochado. Abaixou-se em frente a fresca pedra de mármore com o nome dela escrito. - Seu fantasma, Catherine, espantado e frágil, ainda repleto de paixão, vejo-o. - seus dedos tocaram os escritos sobre a lápide.

Levantou-se, abrindo o diário em suas mãos.

Sasuke é tudo para mim. Um sonho perturbador, uma canção que ninguém canta, a incapacidade.

Ele é um mito que eu tenho de acreditar.

Tudo o que eu preciso para fazer isso real é apenas uma razão. Sinto-me lisonjeada pela fascinação que tem por mim, conde Uchiha.

Eu faria qualquer coisa para tê-lo para mim. Só para tê-lo pra mim. Mas, não posso continuar ao seu lado, pois sou fraca e não aguentarei por muito tempo. Espero um dia retornar aos seus braços.

Todo tormento e toda dor vaza por dentro e me cobre. Logo não estarei junto dele, sinto-me desvanecer.

Sasuke Uchiha, permaneça estóico.

Certa vez, em meu leito langoroso, ele me disse: Eu desistiria da eternidade, Catherine, para lhe tocar. Se pensa em me deixar e que vou aceitar, é melhor convencer meu coração. Não existe dor maior do que não te amar, não vivo sem você, mon coeur.

Eu choro, Sasuke. Te amo e sempre te amarei.

Catherine Latour. 18 de fevereiro, 1857.

Fechou-o e guardou dentro do bolso do casaco. - Você vai voltar, Catherine, irei te procurar. - Sasuke partiu do cemitério, poças de água sobre o chão.

OoOoOoOoOoOoOoO

À penumbra, em meu quarto, fizemos amor. Eu, agora, descanso em seu peito, sentido ele passar os dedos entre os meus fios de cabelo.

E lembro, quando Sasuke tocava-me com suas mãos geladas eu tremia. Seus beijos, contudo, eram ardentes e, ao arranhar suas costas, gritei pelo seu nome.

Sasuke, explêndido amante, vigoroso e de carícias sensíveis para comigo, possuiu-me com ardor, apaixonado.

Não consigo mais ser coerente, não vou partir, não quero sair de perto dele. - Sasuke? - chamo-o, minha voz rouca. - Mostre-me o seu mundo. - peço, finalmente. - Quero estar com você, eternamente. - me decidi.

Sasuke, sem nada a dizer, beija-me. Como é maravilhosa a sensação de tê-lo junto a mim, preciso disso.

Ao cessar do beijo meus olhos continuam fechados e sinto os lábios dele tocarem o meu pescoço. Esse é o momento, estou nervosa, com medo. Então, sinto-o cravar suas presas sobre minha pele, doí. Mordo o lábio inferior, meu corpo não se move, apenas minha mão puxa os seus cabelos negros. O meu sangue, nos lábios dele, vai embora junto de minha lividez.

Agora não sinto mais nada e suas presas deixaram minha carne. Turvamente, vejo Sasuke morder o próprio pulso, oferençendo-o para mim.

- Beba. - pede, terno. - Você é minha, Sakura.

O sangue encosta em meus lábios. O seu gosto é doce e quero mais e mais desse néctar, sugo-o vorazmente. As forças voltando para mim.

Ao saciar minha sede, beijo-o, meus lábios cheios de sangue.

A mão de Sasuke já não está fria ao tocar minhas costas nuas, não sinto mais frieza de sua pele ao roçar contra minha. O nó em meu peito se foi.

- Eu te amo, Sakura. - declara, beijando-me a pele.

Essa noite Sasuke bebeu do meu sangue e deu o seu para que eu bebesse. Somos um, apenas.

Para sempre.

OoOoOoOoOoOoOoO

Os seguintes dizeres:

Em memória de Catherine Latour, amada filha. 1834 a 1857.

FIM.

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N/A: Desculpa esse final sem pé e nem cabeça, mas estou em um momento ruim, portanto, sem inspiração, desculpem-me de novo. Obrigada pelas reviews e desculpa não repondê-las como tinha dita que iria, mas estou realmente péssima e preciso de um tempo. Obrigada a quem acompanhou a fic e até as outras.

Bjokas da Vampiric. E lembrem-se: A morte é só o começo.

I'm so sad today, i'm crying.