O.o.O Santuário de Atena O.o.O

Era uma noite quente em Atenas. Alias, um tanto estranho para aquela época do ano, começo do outono, mas nem por isso menos movimentada. A pequena vila de Rodorio estava uma verdadeira confusão devido aos preparativos para a festa da cidade.

Desde que Athena abolira algumas regras impostas aos seus cavaleiros e amazonas, tais como treinos diários e uso de máscaras, que todos os habitantes da minúscula cidadela e arredores sentiam-se mais a vontade.

Em uma das casas zodiacais, mais precisamente a de Capricórnio, um dos defensores da deusa acabava de arrumar-se. Não era muito vaidoso e é certo que não precisava de arranjo, uma vez que sua beleza tipicamente espanhola arrancava suspiros por onde passava. Exceto da mulher que desejava.

- ¡Un hombre guapo como tú no puede ser rechazado por ninguna mujer!

Disse para si mesmo, olhando-se através do espelho. As calças jeans, a camisa preta de mangas dobradas até o meio do braço e seu ar felino, deixavam sua personalidade forte e sensual mais a mostra que nunca.

- Então, pronto para enfrentar as mulheres?

A voz de Aioria se fez ouvir da entrada da casa. Shura virou-se com ar cínico.

- Ou render-me a elas, segundo as circunstâncias!

Respondeu o moreno latino, caminhando até o amigo. Os dois homens principiaram a descer as escadarias das doze casas. Aioria trazia calças e camisa negras, sapatos esportivos. Era com certeza mais um belo exemplar daquela nova geração de cavaleiros.

- Não pensei que fosse à festa! – comentou Shura.

- Como eu poderia deixar a Marin ir sozinha?

- Ela vai?

Aioria considerou o amigo. Shura perguntava pela ruiva, mas era em Shina que pensava. Já sabia, há algum tempo, do interesse de Capricórnio pela amazona italiana.

- Sim, ela vai!

Respondeu o leonino, num tom que Shura compreendeu que aquele "ela" se referia a arisca amazona. Ele esboçou um sorriso discreto e permaneceram calados até a entrada de Rodorio, onde Miro, de vinho na mão, veio recebê-los.

- Isto aqui está simplesmente fabuloso! – falou o cavaleiro Escorpião. - Nunca vi tanta mulher bonita juntas num só lugar!

- A Marin já chegou?

Indagou Aioria, aceitando a caneca de vinho que Miro lhe oferecia.

- Está bem ali, com a June! – olhou os amigos sarcástico – A amazona de Camaleão está simplesmente divina!

E piscando o olho, afastou-se para cumprimentar a Camus, que acabara de chegar.

- Com licença, Shura! Necessito cuidar do que é meu!

Disse Aioria, sorrindo para Marin e aproximando-se dela. Shura principiou a caminhar vagarosamente pelas ruas iluminadas. Um som de violão tipicamente flamenco o atraiu para um grupo de dançarinos. No centro, uma bela andaluza tocava castanholas, movimentando-se ao som dos acordes.

O sevilhano deixou-se a ficar entretido. Seus pensamentos convergiram para seu amado pais, adormecido no mediterrâneo. Relanceou os olhos distraidamente para o lado e teve, estupefato, a mais bela visão de sua vida. A amazona de cobra acabara de chegar.

Estava vestida muito diferente de como costumava-se vestir. Trazia um vestido simples, à grega, vermelho sangue, contrastando com o bronze claro de sua pele napolitana e um decote bastante generoso. Cordas de couro cruzavam-se deste o busto até as caderas, prendendo a peça escarlate, terminando num nó um pouco abaixo das redondas e cheias ancas. Os olhos do espanhol desceram do rosto trigueiro e felino, de maçãs salientes, adornado por um farto cabelo claro que caia em cachos voluptuosos pelas costas esguias, para o busto farto e arfante da mulher. Engoliu seco.

A expressão do rosto dela era séria, misteriosa, impassível, mas o ar sexual que emanava de toda sua pessoa o deixava excitado apenas admirando-a. Shina havia parado próximo a ele. Relanceava seus olhos pela festa a fim de encontrar um grupo no qual pudesse ingressar.

Era uma visão, um choque de apaixonado reconhecimento. O espanhol engoliu em seco, virando toda sua atenção para a recém chegada mulher que atraia, como um imã, seu olhar de um verde translúcido e felino.

- ¡Esto es una mujer de verdad! – mordeu os lábios.

E de repente, contra todas as expectativas, os olhos esverdeados da amazona, que pareciam percorrer a multidão, pararam, de repente, na fisionomia morena, adornada por dois orbes verdes, dele. Ela o encarou durante alguns segundos, séria mas amistosa, abandonando-o em seguida para cumprimentar Mu de Áries, que havia se aproximado.

- Não imaginei que ela fosse tudo isso!

Comentou Aioria chegando-lhe por trás , fazendo Shura voltar-se para ele.

- Achei que estivesse com Águia! – Capricórnio pegou do copo que ele lhe oferecia, tomando um grande gole.

- Ela foi ao banheiro! Sabe como são as mulheres!

- Confesso que desisti de entendê-las! – comentou o espanhol dando outro grande trago em seu vinho. - São tão complexas quanto os números, com a diferença que estes possuem alguma lógica, para mim ao menos!

- Elas não foram feitas para serem entendidas, mas apreciadas, meu amigo! – ponderou o leonino. - Uma mulher como Shina é um verdadeiro desafio! – continuou Aioria.

- Eu estou louco por essa criatura, Aioria! – suspirou Shura com semblante severo; seus olhos percorreram as curvas perigosas da amazona. - Tudo estava bem comigo até essa mulher aparecer na minha vida!

- Se a quer, lute por ela! – ratificou Aioria. - Se você tem uma chance, aproveite-a! Você não é homem de se curvar a mulher nenhuma, Shura! É o Don Juan por excelência...

- Já tive muitas mulheres, confesso, mas todas tinham o mesmo problema: não eram Shina! - piscou um olho ao amigo.

- Então qual é a dificuldade? - Aioria o encarou.

- Ela é o seu próprio obstáculo! Despreza-me e me destrata como um cão cada vez que tento me aproximar, tenho meu orgulho masculino!

- O dobro do orgulho, o dobro da queda! Uma mulher só necessita de um homem que não desista dela na primeira dificuldade! - Aioria deu um tapa amistoso no ombro do amigo.

- Tem razão! É o que farei! Todos temos um jeito diferente e único de amar, porém com as mesmas razoes!

E entregando seu copo ao amigo, ele encaminhou-se na direção de Shina, que discutia com Afrodite as últimas técnicas usadas nos treinamentos dos aprendizes. Os dois amigos não perceberam sua aproximação.

- Permiso...- pediu em espanhol – Como vai Peixes?

Cumprimentou rapidamente seu companheiro sem olhar Shina. Este acenou cinicamente antes de afastar-se.

- Acho que escutei o Aldebaran me chamar!

Disse Afrodite antes de afastar-se. Shura e Shina ficaram sozinhos.

- É incrível como consegue ser tão irritante, espanhol!

Ela pronunciou estas palavras com rispidez, dando as costas ao cavaleiro e preparando-se para ir embora. Em outra ocasião, talvez ele tivesse permitido que ela se afastasse, mas havia tomado uma decisão. Segurou-a fortemente pelo braço, puxando-a para si e forçando-a a encará-lo. Ela o olhou surpresa pela atitude, porém indignada pela mesma.

- Tire suas mãos de mim agora mesmo! – proferiu em tom de ordem. - Ou eu vou gritar para todo mundo que você està tentando me agarrar!

- Não, você não o fará, amazona! – falou ele, fitando-a de forma insinuante.- Você não deseja isso!

Ela tentou safar-se, puxando seu braço, mas ele a apertou com mais força, agarrando também o outro, segurando-a agora completamente de frente para si, o corpo colado ao seu.

- Está me machucando! – rosnou ela. - Solte-me imediatamente, a brincadeira acabou!

- Quem está brincando aqui é você e minha paciência tem limites que nem eu mesmo ultrapasso, mujer!

- Quem se mostra facilmente seduzido se torna facilmente o sedutor! - irônica.

- O desprezo é a melhor arma de sedução! - disse ele com ardil - Um homem que não seduz uma mulher está condenado a ser seduzido por ela!

- Está tentando me seduzir? - Shina esboçou um sorriso sarcástico, fazendo Shura apertá-la ainda mais, machucando-a de propósito. Shina engoliu em seco para não demonstrar a dor.

- Eu não tento, amazona, eu seduzo! Ou eu não seduzo?

Encaram-se. Shina olhou dos lábios sensuais para os olhos fendidos que pareciam consumí-la sem nenhum pudor.

- Está me machucando de verdade! - disse num fio de voz, sem dar o braço a torcer.

- Não estou, não! E sabes disso! – ele aproximou seu rosto do dela – Anseias por isso, amazona!

- Mas quanta prepotência!

E dando um forte solavanco, ela conseguiu escapar de suas garras, mas tão rápido quanto ela, o cavaleiro a virou completamente para si novamente, segurando-a pelos dois pulsos com firmeza. Seus olhos encontraram-se.

- Estás me deixando louco, mulher! – sussurrou perto da boca feminina.

- Está chamando a atenção de todos! - falou ela com severidade.

- Eu não me importo! Que todos vejam, eu não tenho nada a esconder! Quero-te e este é meu tormento!

Shina não podia negar. Aquele homem mexia com seus desejos de forma escandalizante. Se alguém pudesse ver seus pensamentos quando o via passar, certamente assustaria-se com o que era capaz de imaginar em sua mente.

- Deixe- me em paz! – disse ela entre o rude e o suplicante, tentando soltar-se; Shura a agarrou mais; vislumbrava a esperança.

- Diga o que devo fazer e eu farei!

- Quero que pare de me perseguir e...

- Você não quer isso! – anunciou com convicção – Não sei onde quer chegar com este jogo, mas sei que me deseja tanto quanto eu a desejo!

Seu hálito tocou levemente as faces já avermelhadas da mulher. Ela sentiu-se trêmula de ver-se tão próxima dele.

- Como pode saber o que quero? – sabia que ele dizia a verdade.

- Porque finges me desprezar!

Shina sentiu as mãos dele folgarem e puxando os punhos, livrou-se de suas garras. Encarou-o por um momento bastante severa e depois afastou-se sem dizer nada. Ele a seguiu com o olhar e para sua inteira surpresa, a viu parar a alguns metros, próximo do final da vila, num caminho que dava para a pequena e deserta floresta que cercava o santuário de Atena.

Ela encostou-se numa das rochas e virou-se para ele. Shura sorriu e andou até lá, quedando-se defronte da amazona. Vagarosamente, o espanhol aproximou-se, não ousando tocá-la, mas apoiando suas mãos na rocha, enlaçando num abraço solto a cintura da mulher, que encolhia-se como se não desejasse o toque de seu corpo. Acercando sua cabeça, seus suspiros selvagens chegaram ao ouvido arrepiado da jovem.

- ¡Tú eres muy buena!

Sussurrou. Shina estremeceu e voltou a encará-lo. Em seguida, saindo de seu abraço, afastou-se dele com ar felino, se embrenhando ainda mais na mata espessa. Shura a seguiu, tendo o cuidado de olhar para trás para saber se alguém notara.

- Essa mulher é mais onça que gente! – disse consigo mesmo de olhos acesos.

Ela estacou levemente ofegante, encostando-se numa das paredes de um templo em ruínas em meio a uma clareira. Ao longe podia-se ver as pessoas divertirem-se na festa. Shura havia estacado a marcha a alguns metros de distância, quando a viu parar. Olhava-a por inteiro, como homem, sem pudor, sem educação. Não queria ser cavalheiro, não queria ser romàntico. Tinham o mesmo sangue. O mesmo fervor latino corria por suas veias, uma vez que espanhóis e italianos descendiam daquele povo.

O brilho da lua cheia salpicava de prata o ambiente. Ele permaneceu parado, a alguns passos dela, olhando seu rosto que subitamente tomara um aspecto selvagem, excitando-o ainda mais. Shina tinha a cabeça inclinada para baixo, mas os olhos levantados para ele. Seus traços não continham mais nenhum sinal de rispidez, e o cavaleiro deu-se conta da maravilhosa fêmea que tinha a sua frente.

- Tá esperando o que, espanhol? – perguntou ela num tom langoroso, que lhe saiu em forma de um sussurro rouco.

Shura aproximou-se, encostando-se levemente nela, imprenssando-a entre a parede e o seu corpo. Sua mão tocara a face em brasa, os olhos encaravam-se ferozes. Com a ponta do dedo, percorreu os traços da boca carnuda da mulher, avermelhada de forma convidativa. Ela o tomou entre os dentes, sugando-o em movimentos insinuantes. Shura roçou seu rosto no dela, de olhos fechados, soltando palavras inaudíveis, enquanto descia os dedos pelo pescoço até o principio dos seios. Pareciam dois felinos nas preliminares que antecediam o acasalamento.

- Você é louco! – ela murmurou.

- ¿Loco? – ele retrucou – ¡No! Enamorado...

E encarando-a, beijou-a lascivamente. Suas mãos agarraram-se tão fortemente aos cabelos da amazona que esta deixou escapar um leve gemido de dor, que se perdeu no meio da noite. Suas mãos, por sua vez, apertaram a pele masculina por cima da camisa, com tal ferocidade, que Shura pode sentir a pressão de suas garras. Shina enfiou seus dedos por baixo da roupa, arranhando-lhe a pele, arrancando-lhe gemidos roucos.

As linguas exploravam-se umas as outras com sofreguidão, numa mistura de loucura e obsessão. E quando ele a apertou contra si e a parede de forma ainda mais violenta, como se a quisesse violentar, ela sentiu o calor que se apossava dentro dele comunicando-se a ela instantaneamente. Não era uma simples mulher que tinha em seus braços! Ela parecia feita apenas de avidez e desejo, assim como ele. Tocava-a com domínio, por vezes prendendo seus braços torneados na pedra para ter maior acesso a carne adamascada. Não queria ser delicado. Era com fúria que se possuía uma mulher como Shina e ela seria sua.

Os lábios de Shura encontraram a pele macia na reentrância do pescoço, enquanto ela lhe cravava as unhas pela nuca, subindo pelos cabelos negros. A medida que ele descia pelo seu corpo, beijando os ombros e apertando com força os fortes seios em suas mãos para depois tomá-los na boca, ela inclinava-se sobre ele de olhos fechados, jamais um homem a fizera sentir-se assim.

Shura abaixou-se, levantando paulatinamente a barra do vestido escarlate até os quadris largos. Encostou seu rosto contra sua virilha, roçando de leve seus lábios em sua feminilidade. O cheiro dela impregnou-lhe os sentidos. Puxou a peça íntima com os dentes, rasgando-a. Shina gemia alto enquanto o homem a beijava em seu ventre. Então ele se ergueu, agarrando-a pelas coxas com vontade, com rispidez. Levantou-a e abriu-lhe as pernas enquanto a langorosa amazona segurava-se em suas vestes, repuxando sua camisa com agressividade, a parede do templo servindo-lhe de apoio.

E então ele a possuiu com força, com uma estocada violenta que a leveu a gemer mais alto do que o normal. Shura abriu um sorriso cínico em seus lábios, permitindo-se sorrir um pouco alto, com sarcasmo, um olhar risonho e cínico, ao dar-se conta de que não era a primeira vez para ela.

- Bancando a dificil! Você sempre me surpreende, amazona!

- Nunca deixarei de o fazer, cavaleiro!

Shura começou a movimentar-se com força, acelerado, seguindo o desejo que queimava em seu interior. Mas subitamente deteve seus movimentos com picardia e afastou-se dela, encarando-a com um sorriso pícaro nos lábios finos. Era isso que ele queria, fazê-la implorar, suplicar por satisfação, assim como ele havia feito. Shina o olhou, entendendo sua jogada. Sorriu cínica, querendo mostrar o quanto era forte, mas seu corpo pedia pelo dele e ela se rendeu.

- Não me subestime, espanhol! - disse. - Não temes, por acaso, a essa feroz mulher?

- Você quer, então pede! - falou ele num sussurro que a fez estremecer - Pede pra mim, italiana, diz o que você deseja!

- Eu quero você! - respondeu ela, dando alguns passos na direção dele - Eu quero você dentro de mim neste exato momento, Shura!

- De joelhos! - ordenou ele.

Shina sorriu com sarcasmo e deixando-se cair vagarosamente, sem afastar dele seus olhos pertinazes, as mãos rentes ao corpo, como se estivesse sendo obrigada àquilo, ajoelhou-se, os olhos voltados para cima, encarando-o. Suas mãos agarraram o membro enrijecido, passando seus lábios con sofreguidão pela pele sensível. O homem curvou-se pela excitação, deixou-se escorregar entre suas mãos, até quedar-se também ajoelhado. Puxando-a pelo cabelo com força, deitou-a na relva, tomando posição em cima do corpo esguio da amazona e separando, com os joelhos, suas grossas e bem torneadas pernas, com todo o atrevimento de seu sangue latino.

Com audácia, agarrou-lhe nas nádegas, puxando-a mais para perto para si. E quando a sentiu cruzar os pés por trás de seu corpo, envolvendo-o, penetrou-a com um impulso desesperado e rápido. Deixou a cabeça pender no ardor do êstaxe que sentia invadir cada milímetro de seu corpo. Um lapso de sarcasmo perpassou nos olhos de ambos, quando encaram-se. Shura movimentava-se com uma vontade quase obsessiva contra o corpo dela. Shina tinha a capacidade de fazer-lhe perder a cabeça sempre.

Ela o encarou feroz e colocando seus pés contra as pernas do cavaleiro, empurrou-o para longe, atirando-o com toda força para trás. Ele a olhou sorpreendido. A amazona encarou cinicamente o animal insatisfeito a sua frente. Agora era a sua vez de fazê-lo implorar por calor. Seus olhos eram zombeteiros e maliciosos. Shura sentia-se em polvorosa.

Aproximou-se dela novamente, engatinhando, enquanto ela se arrastava para trás, com a ajuda das mãos, querendo impedir seu acercamento. Finalmente ele a puxa com fervor pelos tornozelos. Ela não podia querer parar ali! Shina sorria despudoradamente. Era isso que queria, ser tomada a força, quase estuprada, num duro combate de duas feras selvagens. Queria sentir-se acuada, sem saída, ameaçada. Jamais entregaria-se a um fraco que desistisse no primeiro obstáculo e o cavaleiro entendera a menssagem.

Num gesto rápido, com domínio, Shura a virou de costas para si, prendendo-a ao chão com o peso de seu corpo. Ela cravou na terra suas unhas e ele, com uma mão apoiada no chão e a outra a subir apressadamente as roupas da amazona, puxou as alças do vestido de tal maneira que estas arrebentaram, deixando os fartos seios da jovem ao seu fácil alcance.

Penetrou-a pela terceira vez. Shina sentia as mãos dele contraírem seus seios com vontade. Suas estocadas eram fortes, intransigentes e os gemidos dele eram tão altos quanto os rugidos de um leão e a levavam a loucura. Shura afastou-lhe os cabelos das costas com a boca para ter acesso aos ombros e pescoço. Ela encostou seu rosto no chão, facilitando o trabalho dele. O cavaleiro, movimentando-se avidamente, acariciava os bicos endurecidos da jovem, fazendo-a gemer algumas notas mais altas e no ápice do desejo, ele cravou seus dentes na nuca feminina, fazendo com que a arisca amazona fechasse seus olhos com um murmúrio de satisfação e gozo.

Com um grito abafado, apertando-lhe contra a terra, ele despejou-se dentro dela, completamente ensandecido. A sua mão esquerda ainda comprimia um dos seios entre seus dedos enquanto a outra a puxava pelos cabelos completamente despenteados. Ele encostou os lábios no pescoço dela, de olhos fechados, respirando com dificuldade, como um animal faminto que tivesse se saciado.

- Está tremendo!

Ela comentou com voz entrecortada. Shura deixou a cabeça cair entre o ombro direito e o pescoço da amazona. O suor acumulara-se nos dois corpos.

- Não se preocupe, já vai passar!

Sussurrou, beijando-lhe o pé da orelha. Ela sorriu satisfeita. Shura ergueu um pouco o corpo para poder virá-la de frente para ele. Foi a experiência mais singela e inesperada que teve ao olhar o rosto da amazona de Cobra. Dois fios de lágrimas escorriam pela pele quente e salpicada de terra. O cavaleiro franziu as feiçoes, surpreso. E ficou a olhar aqueles olhos embaciados, aqueles cílios longos, tão submissos agora quanto uma presa acuada. Sentiu que aquela era a verdadeira Shina, que teimava em esconder-se por trás daquela imagem arisca e agressiva. Ele a encarou e pela primeira vez, entre o interrogador e o terno, viu-a baixar os olhos diante de um homem. Delicadamente, levantou-lhe o rosto, fazendo-a olhar para si.

- Não sabia que podia chorar!

Comentou num tom de voz brincalhão, porém com seriedade na face. Ela esboçou um sorriso que não chegou a cumprir-se.

- Sou uma amazona! – disse num fio de voz – Mas acima de tudo, sou uma mulher!

Shura ergueu-se, sentando na relva. Puxou-a para si. Shina encolheu-se dentro dos braços fortes do cavaleiro, num forte e caloroso abraço. Sentia-se segura com ele. Em nenhum momento pensou que o que acontecera há alguns minutos pudesse ter sido em vão. Desde que o vira sabia que apaixonara-se por ele para sempre. Shura beijou-lhe os cabelos. Sabia que aquilo não fora o fim, mas o começo de uma vida cheia de aventuras, companheirismo e paixão.

O.o.O Continua O.o.O