Título: AFTER ALL – BECAUSE YOU LIVE
Autora: Samantha Tiger Blackthorn
Casal: Harry e Draco
Classificação: NC-17, Romance, Angst, Violência Física e Psicológica.
Resumo: Harry o trouxe de volta, com o seu Amor. Descobriram que o Amor é a maior dádiva que recebemos, ele é a dor da alma e é ele também o portador da suprema felicidade.
Avisos: Essa estória é Slash, ou seja, mostra o amor entre dois homens. SE NÃO GOSTA, NÃO LEIA.
Beta: Lady Anúbis
Disclaimer: Essa história é baseada nos personagens e situações criadas e pertencentes a J.K. Rowling, várias editoras e Warner Bross. Não há nenhum lucro, nem violação de direitos autorais ou marca registrada.
Dedicatória: Essa fic é a continuação de After All e também foi escrita para Meu Amor, Felton Blackthorn. Meu anjo, sempre que eu puder realizarei os seus desejos. Tomara que você goste...
Aviso: Neste mês eu e o Felton comemoramos um ano de casados no dia 28 de Novembro. Por isso Amor:
FELIZ ANIVERSÁRIOOOO!!!
Starring out at the rain with a heavy heart
Olhando a chuva com seu pesado coração
It's the end of the world in my mind
É o fim do mundo na minha mente
Then your voice pulls me back
Então sua voz me trás de volta
Like a wake-up call
como um despertador
I've been looking for the answer
Estive procurando pela resposta
Somewhere
em algum lugar
I couldn't see that it was right there
Eu não podia ver que estava bem ali
But now I know, what I didn't know
Mas agora sei, o que não sabia antes
CHORUS
Because you live and breathe
Porque você vive e respire
Because you make me believe in myself
Porque você me fez acreditar em mim mesmo
When nobody else can help
Quando ninguém mais podia ajudar
Because you live girl
Porque você vive garota
My world...
Meu mundo...
Has twice as many stars in the sky
tem duas vezes mais estrelas que o céu
It's all right. I survived. I'm alive again.
Está tudo certo. Eu sobrevivi. Estou vivo novamente.
'Cause of you, made it through every storm
Por
sua
causa,
eu superei
cada
tempestade
What is life? What's the use?
O
que é a
vida?
Qual é o
sentido de
tudo?
If you're killing time
se você está matando tempo
I'm so glad I found an angel
Estou
muito
feliz
pois achei
um
anjo
Someone...
Alguém...
Who was there when all my hopes fell
que estava
lá
quando
não
tinha
mais
esperanças
I wanna fly looking in your eyes
Eu quero voar olhando nos seus olhos
REPEAT CHORUS
Because you live and breathe
Porque
você vive e
respira
Because you make
me believe in myself
Porque
você
me fez
acreditar
em
mim
mesmo
When nobody else can help
Quando
ninguém
mais podia
ajudar
Because you live girl
Porque
você vive
garota
My world...
Meu
mundo...
Has twice as many stars in the sky
tem duas vezes mais estrelas que o céu
Because you live... I live
Por que você vive... eu vivo
Because you live, there's a reason why
Por
que
você vive, existe uma
razão por que
I carry on when I lose the fight
Eu sigo
em
frente
quando perco a
luta
I want to give what you've given
me
Eu quero
te
dar o
que
você está
me dando
Always...
Sempre...
REPEAT CHORUS
Because you live and breathe
Porque
você vive e
respira
Because you make
me believe in myself
Porque
você
me fez
acreditar
em
mim
mesmo
When nobody else can help
Quando
ninguém
mais podia
ajudar
Because you live girl
Porque
você vive
garota
My world...
Meu
mundo...
Has twice as many stars in the sky
tem duas vezes mais estrelas que o céu
Because you live and breathe
Porque
você vive e
respira
Because you make
me believe in myself
Porque
você
me fez
acreditar
em
mim
mesmo
When nobody else can help
Quando
ninguém
mais podia
ajudar
Because you live girl…
Porque você vive garota...
My world...
Meu
mundo...
Has everything I need to survive
tem
tudo o
que
preciso
para
sobreviver
because you live... I live, I live
Porque você vive... Eu vivo, Eu vivo
Because You Live - Jesse McCartney
Porque Você Vive
After All – Because You Live
Capítulo 1 – Coisas de Malfoy
A claridade da manhã iluminava suavemente o quarto, a brisa balançava a cortina leve e vaporosa da janela. Mesmo de olhos fechados Harry percebia que já tinha amanhecido. A sensação era maravilhosa, finalmente sentia-se completo. Abriu os olhos e deixou que se acostumasse com a luz antes de estender o braço e alcançar os óculos na mesinha de cabeceira, com a dificuldade natural de quem tem os movimentos atados por estar enroscado em alguém durante a noite toda. O braço e o ombro formigaram por estarem na mesma posição por tanto tempo, pressionados pela bela cabeça loira que descansava sobre si.
Olhou para o rosto sereno com um leve sorriso adormecido e sorriu também. Moveu-se levemente e pontadas agudas o atingiram em diversos pontos do corpo e em um em especial, fazendo-o lembrar-se com riqueza de detalhes da noite agitada. O cheiro do loiro, impregnando a sua pele, era um indicativo de que estava irremediavelmente ligado a alguém para sempre. Dava-lhe arrepio lembrar-se dos detalhes... Mais do que isso dava uma vontade louca de repetir tudo de novo, sentia uma voracidade queimar o seu corpo por dentro, mesmo por que estava nu e completamente grudado no corpo leitoso e macio parcialmente sobre seu corpo.
O sorriso aumentou, pura felicidade de sentir-se pleno, completo, cheio de amor e vazio ao mesmo tempo, sentindo-se sozinho somente por que as contas prateadas estavam escondidas sob as pálpebras cerradas pelo sono. Resolveu levantar-se e arrastou-se para fora da cama com cuidado, não queria acordá-lo, ou melhor, queria, mas não ainda. Antes queria preparar-se para surpreendê-lo. Olhou para a cama e seu corpo reagiu imediatamente ao vê-lo no meio dos lençóis... Sacudiu a cabeça, ainda era cedo, tinha outras coisas a fazer antes de... Acordá-lo sugestivamente. Colocou o roupão e desceu ao andar de baixo. Dia 13 de Dezembro, uma data a ser lembrada e comemorada... Em breve seria natal, estava cada vez mais frio, logo as cores do outono dariam lugar à brancura da neve.
O relógio da sala marcava o horário: 06:45 h. Era cedo, sim, mas a mesa do café já estava posta, conforme as ordens de Severus para os elfos de Hogwarts. Podia perceber o dedo de Dobby nos detalhes da refeição. Não só os pratos preferidos de Draco estavam à mesa, como os de Harry também. Foi à cozinha buscar uma bandeja grande, colocou um pouco de tudo nos pratos e voltou ao quarto. Riu-se ao vê-lo no sono ferrado na cama. Sabia que o loiro despertava tarde e com fome e não acordava direito antes de tomar um copo de leite e comer alguma coisa. Por isso tinha colocado uma mesinha com duas cadeiras no quarto de Draco, sabia que o loiro era preguiçoso pela manhã, então costumava deixar a bandeja todos os dias sobre a mesa, com leite quente e os petiscos que ele gostava.
Entrou no banheiro da suíte e deixou o roupão cair de seu corpo à beira da banheira, abriu as torneiras, colocou os sais de camomila na água, e a deixou enchendo enquanto tomava uma ducha rápida para tirar o suor do corpo e dos cabelos. Fechou o registro e saiu do chuveiro, entrando na banheira de água quente. Deixou o corpo afundar na água com os sais calmantes, começando a relaxar e averiguar as marcas que o loiro tinha deixado por toda sua pele.
oOo
Virou-se na cama lentamente, esticando o corpo todo, espreguiçando, alongando os músculos, sentindo-se disposto como há muito não sentia... Esticou os braços e passou pelo colchão até encontrar... – Nada? – Abriu os olhos, totalmente desperto. Afastou os lençóis do meio das pernas, sentou-se e fitou o espaço vazio ao seu lado na cama... – Harry... Harry!!! Lembrara-se mesmo de tudo...? Quase tudo, ainda tinha muita coisa confusa. Mas... Mas... E o restante da noite? Será que tinha sido um sonho...? Ele e Harry...? Não, não fora sonho. E fora maravilhoso fazer amor com ele... Mas por que então acordara sozinho? – Levantou o olhar e viu a bandeja na mesinha, como todos os dias. Eram essas pequenas coisas que ele fazia para mimá-lo que lhe davam segurança.
Levantou-se nu em pelo e caminhou até a mesa, o desapontamento estampado em seu semblante ainda sonolento. A bandeja estava repleta dos seus petiscos favoritos, reconheceu alguns favoritos do Harry também, sinal que ele pensava em compartilhar do café, mas o que assanhou a sua gula foram as maçãs vermelhas dispostas num pratinho. Pegou uma e partiu ao meio, olhando a fruta sugestivamente em sua mão... Quando um reflexo roxo na faca chamou sua atenção. Deslocou-se até o espelho de pé ao canto do quarto e observou que não só o pescoço continha marcas roxas, mas várias estavam espalhadas pelo seu corpo. Sorriu maliciosamente lembrando-se da ocasião e da situação em que foram feitas... Definitivamente não fora um sonho. Sonhos não deixavam rastros.
Olhou-se criticamente. Sua pele tinha várias marcas finas, e se fosse outra época isso o incomodaria demais. Mas... Mordeu a maçã que tinha em sua mão e passou a língua pelos lábios para que o suco não escorresse pelo queixo... Ouviu um barulho de água no banheiro ao lado. Esticou-se e espiou pelo batente da porta entreaberta, e a visão o deixou simplesmente feliz! Fechou os olhos... – Harry... Banheira... – Respirou fundo sentindo o perfume. – Sais...! Wow! Maravilhosa combinação! – Esqueceu-se completamente que tinha fome. Seu apetite acabara de mudar de direção. A boca encheu d'água só de lembrar-se do gosto daquela pele, do sabor daquele beijo. Fixou o olhar no seu novo objetivo, passou a língua nos lábios e jogou a maçã fora, tinha coisa mais apetitosa em mente...
Caminhou silenciosamente até a banheira, abaixou-se logo atrás do moreno e sentou-se colocando as pernas uma de cada lado do corpo relaxado, bem lentamente para não alertá-lo. Levou as mãos até os ombros e tocou-os levemente causando um estremecimento no moreno que não esperava ser tocado. Os olhos verdes abriram-se, a tempo de sentir a mão sob o seu queixo levantar o seu rosto e ver a boca que se aproximava da sua, enquanto a outra descia por seu peito numa carícia deliciosa. Foi um beijo longo e delicado que lentamente foi aquecendo os dois. Não pôde deixar de corresponder, acariciando-lhe as pernas, os joelhos e as coxas, deixando-o ouriçado. A mão do loiro mergulhou na água quente prolongando a carícia, descendo até os mamilos, eriçando-os... Descendo mais e encontrando o umbigo, passando as pontas dos dedos em volta, a unha provocando contorções nos músculos do abdômen, descendo mais pela linha dos pêlos até achar o que buscava... Fechando-se no músculo teso e pronto para o prazer.
Harry deu um profundo suspiro, lambeu e mordeu de leve os lábios que o beijavam, provocando ainda mais o loiro que o masturbava. Separou os lábios e virou o rosto, alcançando o lado interno da coxa, beijando e logo em seguida mordendo arrancando do loiro um gemido surpreso. Sorriu com malícia e endireitando o corpo colocou sua mão sobre a mão que o manipulava parando o movimento.
- Você acordou cedo hoje... – Ele disse virando-se e ajoelhando-se em frente ao loiro sentado na beirada da banheira.
- Sim... – Foi a vez do loiro sorrir e o olhar malicioso. – E estou completamente faminto...!
Harry o calou beijando-lhe os lábios.
- Como todas as manhãs... – Mordeu o pescoço do loiro – Mas hoje parece que tem mais fome que os outros dias... – Sussurrou, tocando-lhe o membro ereto. – Acho que também estou com fome. – A boca do moreno não deixava Draco sossegado, descendo pelo corpo.
- Huuummm... – o loiro se sentia em êxtase sob o ataque daquela boca – Não parece... – O tom era acusatório. – Acordei sozinho naquela cama... Ahnnn...! Harry...! – A boca que o chupava deliciosamente, o deixava sem fala... Somente os gemidos eram ouvidos dentro do banheiro, cada vez mais altos e intensos, até o gozo chegar, para a delícia do moreno que o lambeu e sorveu até o fim.
Draco deixou-se escorregar para dentro da banheira. Sentia-se bambo, as pernas sem forças para nada. Deixou-se beijar pelo moreno que o puxava para os seus braços. Abraçaram-se e beijaram-se com carinho, mãos subindo e descendo no corpo um do outro, até o loiro recostar-se na banheira, puxar o moreno e colocá-lo encostado em si mesmo, entre suas pernas, e passar a provocá-lo, beijando o pescoço, a nuca e passando a mão em todos os lugares possíveis e imagináveis, apertando-o junto a si.
- Uau...! Você... Sabe como me deixar... Maluco... – Harry estava zonzo pelo desejo.
- Isso é bom... – O loiro moveu o quadril, apertando-o contra o bumbum do moreno. – Eu também já estou doido... De novo... Só de ficar encostado em você...
Draco empurrou o moreno, posicionando-o até colocá-lo debruçado na borda da banheira. Com as palmas das mãos percorreu as costas do moreno, para cima e para baixo.
- Oh... Draco... Adoro massagem... – Harry apoiou a cabeça sobre os braços. – Só que nunca me fizeram isso nessa posição... – Os olhos verdes brilhavam safados.
- Ok... Eu sei que sou... Criativo. – Deixou uma série de beijos ao longo da coluna... Quando notou um vidro na borda da banheira. Pegou-o nas mãos e leu o rótulo: ÓLEO DE FOLHAS DE LARANJEIRA. Ele sempre foi bom aluno em poções e sabia que esse óleo era quente e estimulante... E bem denso. – E isso é ótimo! – Abriu o vidro e colocou um pouco nas mãos. Esfregou uma na outra e começou a espalhar nas costas do moreno. O perfume de laranja, cítrico e picante, invadiu o banheiro. As mãos finas trabalhavam nos ombros, na nuca e desciam suaves e firmes, pelas costas de Harry, chegando às nádegas e descendo pelas coxas, que o moreno separou levemente movido pelo instinto.
- Huuummm... Isso é... Gostoso... – A pele formigava sob a ação do óleo e das mãos pálidas.
Draco continuou massageando, passando a mão na coxa, devagar, por toda ela, enquanto dava leves mordidas nas costas, na pele impregnada daquele cheiro convidativo, ouvindo os gemidos curtos e baixos que acompanhavam seus movimentos...
- Você gosta é...? – Apertou as polpas das nádegas e as separou, encontrando o que queria. – Nunca fiz isso em ninguém. – Lambeu a abertura provocando no moreno imenso prazer. – Apenas sigo o instinto... – As lambidas se sucedendo...
- Ahhhhhh...!! Ahhhhhh...!! – A cada lambida Harry se sentia mais impaciente. – Adoro seus instintos... Ahhhhhh...!! – Sentia-se quente... – Mas está ficando difícil... De agüentar... – O moreno arrebitou ainda mais o quadril. – Mais... Draco... Ahhhhhh...!!
- Calma... – Draco pegou o óleo e derramou algumas gotas nos dedos. – Daqui a pouco... Eu dou o que você quer... – Passou os dedos lambuzados pela abertura, provocante, a outra mão segurando-lhe o membro entre as pernas. Abaixou a cabeça e lambeu o membro da ponta à base, várias vezes, enquanto afundava um dedo para dentro do moreno.
- Dracoooo...! Eu... Eu... – Harry se agitava, empurrando-se no dedo que o invadia. – Mais... Assim não... – Mas o loiro não parava, continuava provocando, aumentando a quantidade dos dedos, colocando a cabeça do membro na boca, chupando, passando a língua em volta... – Huuummm... Ahhhhhh...!!
O loiro chupava as bolas também, uma de cada vez, percebendo que estavam tensas e que se continuasse assim, a festa ia acabar muito rápida, e ele não queria isso, não tão já. Então parou com as provocações da língua e retirou os dedos de dentro do moreno, que gemeu de decepção.
- Calma... – Afastou as pernas do moreno e se encaixou, e se esfregou na entrada já bem lubrificada, debruçando-se sobre o moreno, colando o corpo nas costas dele, sentindo a respiração acelerada, o calor do corpo... Beijou a orelha e sussurrou palavras de carinho no seu ouvido... – Quero você...
- Então vem... Logo... – Se esfregava no membro do loiro encostado em si. – Estou louco por você...
Draco encostou-se na entrada e penetrou-o até o fim... Ouvindo os arquejos do moreno, ainda sensível pela noite anterior. Ficou parado, inteiramente encaixado sobre ele, totalmente em seu interior, beijando-lhe a nuca, aguardando o movimento seguinte vindo dele... Que se empurrava levemente contra o quadril do loiro, incitando novos movimentos, que começaram lentos e foram aumentando a intensidade.
Harry nem percebeu que ambos já haviam se descontrolado completamente. Levantou o tronco, se encostando ao loiro que o segurava pela cintura firmemente, agarrando-se aos cabelos loiros, ambos alucinados pelo prazer que os consumia... O movimento se tornou cada vez mais veloz e vigoroso... O toque do loiro em seu pênis, mesmo rápido e rude, foi forte demais, seu corpo corcoveou e ele gozou freneticamente... O corpo se contraindo todo e levando o loiro ao gozo também. Relaxaram na água, separando-se um do outro com o movimento e se abraçando, arrastando-se juntos até recostarem-se na banheira.
- Nossa... – O moreno beijou o pescoço do loiro, exausto. – E isso tudo é só por instinto...?
- Você é a inspiração dos meus instintos. – Draco riu baixinho... E apertou o moreno em seus braços. – E a causa do aumento da minha fome. Não comi nada ainda...
- Achei que tínhamos acabado de saciar a fome e não o contrário. Mas preparei uma bandeja pra nós dois. Pretendia acordá-lo depois do banho, mas você me surpreendeu... No banho.
- Ouvi um barulho e vi você na banheira... – Lambeu os lábios. – A visão despertou meu apetite... – Mas ainda tenho fome! Vem... – Draco o puxou pela mão, saindo da banheira. – Vamos comer alguma coisa.
Harry colocou o roupão e estendeu um para ele. Atravessaram o quarto, abraçados, o loiro pegou a bandeja e se acomodaram na cama, a comida entre os dois. A conversa fluiu leve, humorada, entre risadas e gracejos, a cumplicidade dos tempos de escola voltando gradualmente. Quando se sentiam satisfeitos, Harry pegou a bandeja para levar para a cozinha.
- O que você vai fazer? – O loiro questionou Harry.
- Levar isso para a cozinha.
- Deixa aí na mesa, quero que você fique aqui comigo. Ainda estou com saudade e isso pode ficar pra depois.
Harry fez a vontade de Draco. Ficaram na cama boa parte da manhã, conversando e namorando, aproveitando o tempo juntos. Ficou até que o loiro não agüentou o cansaço e adormeceu. Harry ficou ainda um tempo observando o loiro, descansando na cama a sono solto, de roupão branco, parecia um anjo.
Mas Harry estava preocupado. Se o loiro se lembrar dele o deixava feliz, por outro lado o deixava apreensivo. Fora um grande progresso, fazia pouco mais de quatro meses que ele fora encontrado... Ele passara um mês no hospital e tinha sido providencial, por que não sabia como conseguiria fazer todas as investigações com Draco morando com ele. O loiro não podia ficar sozinho e Harry não arriscaria sair e deixá-lo com ninguém. Nem mesmo com Severus, já que este o acompanhava todas às vezes à prisão. E apesar de tudo esse tempo junto com ele naquela casa havia sido abençoado pelos céus. Haviam trazido Draco do Hospital direto para casa, no começo de Setembro, e não fora fácil. Mesmo desmemoriado e fragilizado ele ainda era difícil de lidar.
Ele ficara desaparecido por mais de dois anos. Anos amargos para Harry, de guerra, de tristeza, desolação. Dois anos sozinho... Era estranho, por que para Draco parecia que o tempo não tinha passado. Harry sabia que agora, ele se lembrar cada vez de mais coisas seria natural. O Dr. Augustus já o tinha prevenido disso. A cada dia ele ia lembrar-se de mais um fragmento da vida dele naqueles dois anos e isso não ia ser nada agradável, o moreno sabia. As lembranças iam ser muito sofridas e dolorosas, não só por causa das torturas, mas por causa da morte dos pais. A culpa ia ser um fardo bem pesado.
Deixou-o dormir. Saiu da cama com cuidado e desceu com a bandeja até a cozinha. O dia tinha que começar, e sem magia, por isso já estava bem atrasado. Tinha a cozinha pra arrumar, o almoço pra fazer, os banheiros pra limpar... Mas isso não o assustava, durante todo o tempo que morara com os Dursleys, tinha feito muito mais, e olha que sob os olhos dos tios e do primo que não o deixavam em paz. Fazer aquilo por Draco não era nenhum sacrifício, pelo contrário, era puro prazer.
Já tinha aprontado o almoço e deixado a cozinha em ordem. E estava tão concentrado lavando o banheiro de baixo, que não ouviu o loiro chegar à porta. Por isso levou um tremendo susto quando ouviu a voz arrastada falar com ele em tom irritado.
- Harry, o que pensa que está fazendo? – Os olhos prateados fuzilavam em fúria.
- Limpando o banheiro, ora. – Harry voltou-se para a porta para vê-lo encostado ao batente, de braços cruzados e as sobrancelhas cerradas. – Já estou acabando e nós vamos poder almoçar.
- Harry, acordei de novo sozinho naquela cama e não estou gostando nada do que tenho visto. Eu comecei a recuperar a memória, mas não me esqueci do tempo em que eu estava no hospital, nem desses três meses que estamos aqui. Não pense que não me agrada sentir todo seu carinho e dedicação por mim...
Harry continuava trabalhando, apesar de o loiro estar lhe passando a maior bronca. Draco entrou no banheiro molhado e o segurou pelos braços virando-o para si, fazendo com que ele o encarasse nos olhos.
- Quer parar um pouco e falar comigo? – O loiro esbravejou. – É impressão minha ou você tem feito tudo por aqui sem magia? Pelo amor de Merlin, até os elfos domésticos usam magia! Você é um bruxo! Onde está sua varinha?
- Está guardada, em um lugar bem seguro. Só vou usá-la se precisar, em uma emergência. – Harry explicou com toda paciência, sem se alterar. Não queria que Draco passasse contrariedade. Por isso tomava vários cuidados. Acordava sempre bem cedo, e fazia o máximo que dava enquanto o loiro dormia, pela manhã e à tarde. Não era tão difícil já que só eles dois estavam ali e Draco era muito ordeiro.
-Isso é inadmissível! Vá buscá-la já! Não quero você fazendo esse tipo de coisa...
- Não posso Draco. Não posso usar magia com você por perto. São ordens médicas. Isso provocaria muito estresse em você, e não pode passar por isso por enquanto.
- E quem foi que disse tamanha besteira?
- O Dr. Augustus, o diretor da ala psiquiátrica do St. Mungus. É pelo mesmo motivo que você usa esses braceletes mágicos nos pulsos, para neutralizar sua magia natural. É para a sua segurança.
- Isso é um ultraje! Aquele velho idiota não sabe nada. Até o psiquiatra trouxa sabe mais do que ele. Não posso aceitar esse seu sacrifício por mim... – O loiro estava bem perturbado, além de muito zangado. – Não sou feito de cristal, não vou quebrar se você fizer meia dúzia de feitiços de limpeza. E a comida pode vir do mesmo lugar que o café da manhã. É preparada na cozinha de Hogwarts, não é? Os elfos podem providenciar as outras refeições perfeitamente.
- Draco, isso não é sacrifício. Eu amo você e mimá-lo é o meu prazer, minha satisfação. Eu faço por que quero... – Harry não se deixava influenciar pelo estado raivoso do loiro. – Além do mais não seria justo a comida vir de Hogwarts. Não somos mais alunos, não somos professores, nem mesmo meros empregados da escola. Não seria correto.
O loiro bufou, fazendo a franja esvoaçar e voltar a cair sobre os olhos que chispavam raivosos. Deu meia volta e saiu do banheiro batendo os pés. Harry foi atrás. Não estava gostando nada do modo que a conversa se encaminhava. Chegaram à sala e Harry o segurou pelo braço.
- Draco... – Harry o chamou com ternura.
- Mas que droga Potter!!! – Harry levou um choque. A situação estava feia mesmo. Agora ele era Potter... – Será que você tá precisando de óculos novos? Não está vendo que com essa sua devoção tipicamente Grifinória eu me sinto um completo parasita? Eu não quero isso! – O loiro subiu as escadas pisando duro e logo em seguida Harry ouviu a porta do quarto bater violentamente.
Harry suspirou. Sua atenção voltou-se para a lareira, onde as chamas ficaram verdes subitamente. Foi aí que algo estranho aconteceu. Chegou a dar dois passos em direção à lareira, quando repentinamente sentiu as costas gelarem, o ambiente ficar fora de foco e dezenas de estrelinhas aparecerem em sua visão. Uma forte tontura o acometeu, fazendo-o apoiar-se no encosto da cadeira e cair sobre um joelho... Fazendo com que ele perdesse a noção de tempo e espaço por alguns minutos.
N.A. - Aí está. Muitos leitores pediram a continuação de After All, inclusive o dono da fic, o meu Tigre Lindo. Bem Fell, e todos vocês que desejavam After All 2, aqui está: Because You Live. Espero que apreciem e deixem seus comentários. Postarei um por dia como da outra vez.