N/A: 1 – Harry Potter e seus personagens não me pertencem. E sim a J.K. Rowling. Do contrário no final todo mundo seria ressuscitado e Harry ficaria com Tom Riddle! xD
2 – É uma história Slash, ou seja, relacionamento Homem x Homem. Se não gosta ou se sente ofendido é muito simples: não leia.
3 – Nesta Fic Sirius Black e Cedrico Diggory não morreram!
4 – Algumas palavras uso no inglês original, sua tradução estará no final dos capítulos.
5 – Entre: "..." pensamentos e conversas mentais.
Entre: - ... – diálogos.
Itálico: Persel (língua das cobras).
Negrito: Mudança de cena.
Poison...
Running deep inside my veins.
Um garoto de 14 anos corria afobado pelos corredores da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, seu cabelo revolto caia pelos olhos tornando ainda mais difícil à tentativa de chegar no horário para a aula de Poções. Com certeza se atrasasse mais uma vez naquela semana seu 'querido' professor Snape o colocaria numa bela detenção e não estava disposto a passar novamente horas e horas limpando o chão das masmorras, era muita humilhação para um estudante do 6º ano.
Todos viravam para encará-lo, Harry Potter era nada mais nada menos que o aluno mais cobiçado da escola. Sua beleza era estonteante, os olhos verdes emanavam uma luz angelical que não era mais escondida pelos óculos graças a uma pequena cirurgia que havia feito no começo do ano para corrigir a miopia.
Seus traços eram suaves e graciosos, poderia até chegar a ser confundido com uma menina, isso acontecia várias vezes e o deixava irritadíssimo. Era o menor dos Gryffindors o único que parecia ter esquecido de crescer e se desenvolver, pois sua aparência era de uma linda e delicada criança de no máximo 11 anos.
Os lábios carmim pareciam tão convidativos tanto para as menininhas que suspiravam quando ele passava, quanto para a maioria dos meninos que se sentiam confundidos com a estranha vontade de beijá-lo.
E Draco Malfoy não era exceção. A vista de todos e do próprio Harry, o Slytherin não o suportava, mas a verdade era que não podia passar um dia sem passear os olhos pelo seu inimigo imaginando quando o teria para si.
O loiro estava tão distraído pensando nas remotas possibilidades de tocar Harry, que só se deu conta que estava parado no meio do corredor quando este esbarrou nele e os dois foram direto para o chão.
- O que pensa que está fazendo Potter!!! – gritou irritado, colocando inconscientemente as mãos na cintura do Gryffindor que acabou caindo por cima dele.
- Você que fica igual uma estátua no meio do corredor malfoy! – gruniu entre os dentes, tentando se levantar. – Poderia me soltar? – suas bochechas estavam encantadoramente coradas.
Draco quase perde a razão olhando aquele anjo com a face avermelhada em cima de dele, os lábios entreabertos em busca de ar, era por si só uma tentação.
- Malfoy? – Harry estava sem entender nada. E a situação só piora quando Draco o empurra se levantando rapidamente, vermelho feito um tomate. Saindo as pressas do corredor, e estranhamente sem conseguir andar direito. – Nossa... Vai entender...
O moreno de olhos verdes batia distraidamente a túnica tirando a poeira, quando um desespero percorre seu corpo e ele volta a correr feito louco em direção a sala de aula. "Ai... to perdido!" Era só o que pensava quando se aproximava da porta e entrava fazendo um estardalhaço.
- Er... Professor desculpe o atraso, eu...eu... – Sua respiração estava acelerada e a face ainda mais corada devido ao esforço físico.
- Vejo que o Sr. Potter resolveu nos dar o ar de sua graça. – Disse friamente o professor, não se preocupando nem em ouvir as desculpas do aluno. – Sua fama também permite que entre desse jeito nos lugares sem nem bater na porta, ainda mais faltando quinze minutos para acabar a aula?
O olhar gélido estremece Harry dos pés a cabeça, dando a certeza de que queria mais do que nunca sair dali.
- Sinto muito professor, eu...
- Chega Potter! Espere-me do lado de fora!
- Com licença. – o Gryffindor se retira da sala recebendo olhares preocupados de seus amigos e divertidos de alguns Slytherins.
Rony e Hermione sentados mais à frente trocavam olhares angustiados, temendo pela integridade física do amigo.
Do lado de fora da sala, um pouco mais afastado, Harry estava sentado numa espécie de mureta entre duas pilastras e observava os alunos cruzarem o pátio indo a direção de seus afazeres. Já havia esquecido o pequeno acidente na aula de Snape faz tempo, agora estava imerso em devaneios.
- 3 meses... – suspirava, com um olhar triste.
Mas por que estava triste?
Não podia.
Há três meses Lorde Voldemort não dava mais sinal de sua existência. Não houve mais ataques tanto no mundo mágico quanto no mundo humano, os Comensais da Morte não eram mais vistos em lugar algum. E a conexão de Harry com o lorde não tinha sido mais ativada, ou seja, Voldemort não havia mais entrado na mente de Harry passando horas e horas conversando com o 'menino que sobreviveu' como faziam antes.
É claro que as conversas não eram nem um pouco amigáveis, na maioria das vezes o Lorde estava perguntando a Harry se tinha certeza de suas escolhas, pois estava claro que o bando da luz cairia e ele ia perder a todos que amava.
O garoto replicava dizendo que tinha pena do Lorde, por este não ter amigos, nem ninguém. Voldemort apenas ria e afirmava que a única coisa que importava para ele é o poder.
E assim eram as conversas, enquanto o lorde tentava trazer o garoto para o lado obscuro, Harry tentava convencê-lo que não valia a pena aquela guerra.
Por mais estranho que aquilo parecesse Harry se sentia bem falando com ele. Lógico que nunca admitira tal coisa, mas essa era a verdade, quando falava com Voldemort sentia-se verdadeiramente acompanhado.
Nem quando estava com seus melhores amigos sentia isso, passou a perceber que Rony e Hermione só se preocupavam com ele por causa de ser a esperança de salvação para o mundo mágico. Mas mesmo assim gostava de estar com eles, não era nem gostar, era mais o fato de estar acostumado a conviver com eles.
- Tom... – murmura com angustia, sentindo que tudo passava a ficar escuro – Droga! O que estou dizendo! – balança a cabeça negativamente, tentando afastar aqueles pensamentos. – Eu tenho que estar feliz, ele finalmente sumiu... – suspira a ultima palavra, desolado.
Antes de Tom Riddle aparecer em sua vida, daquela estranha forma apenas apara conversar em sua mente, era tudo escuridão.
Sempre que estava sozinho ou mesmo com seus amigos, uma estranha nostalgia se apoderava dele e tudo ficava escuro, as vozes ficam longe e cada vez mais tinha a sensação de que ia se afogar num imenso mar de trevas.
Não sabia porque aquilo acontecia, mas não conseguia evitar. Já havia tentado pesquisar em livros, mas não existia nada que explicasse ou pudesse ajudar. Só podia continuar fingindo que estava tudo bem, pois de jeito nenhum comentaria aquilo com alguém.
Para que preocupar inutilmente os outros?
Não vale a pena.
Tudo ficaria bem...
E realmente passou a ficar quando nada mais nada menos que Lorde Voldemort começou a se comunicar com ele.
No começo havia lutado inutilmente contra as invasões, tentando lembrar de algumas aulas de Oclumência, mas foi em vão. Tom passou a entrar em sua mente e conversar com ele. Coisa que com o tempo Harry foi se acostumando e até tentava manter um diálogo ameno com o Lorde. É claro que era impossível, mas mesmo com discussões e tentativas de persuasão entre ambos a conversa poderia até ser considerada boa, já que daquela forma o Gryffindor não sentia as trevas querendo consumi-lo.
Estranho não? Sentir que as trevas se afastavam dele quando estava conversando com o próprio Dark Lord. Mas quem poderia entender o garoto dourado se nem o próprio conseguia tal façanha.
Mas agora Tom havia desaparecido e Harry voltava a sentir aquela horrível sensação de solidão.
- Isso é loucura, eu só posso está realmente ficando fora de mim! – coloca as mãos na cabeça, suspirando exasperado.
- Harry, você esta bem?
Sente uma mão pousar carinhosamente em seu ombro e uma voz máscula e preocupada invadir seus sentidos.
Seria ele...?
Não! Não podia!
- Harry...? – novamente a mesma voz, mas estava carregada de tanto sentimento que não poderia ser Tom, a dele era sempre tão fria e indiferente. – Fale comigo, você esta bem?
- Eu... – balbucia, levantando o olhar – Cedrico! – quase grita de tamanha surpresa.
- Calma Harry... – o Hufflepuff olhava-o sem entender muito bem a atitude do amigo. – Nossa, parecia que você estava em um tipo de transe.
- Hehe... – dá um sorrisinho sem jeito – desculpe 'Ced' acho que viajei aqui por um tempo – abre espaço para que o outro se sente ao seu lado. – Mas o que foi, aconteceu alguma coisa?
- Não – sorri, sentando o mais próximo possível. Fazia já um ano que sonhava com Harry Potter 'o menino que sobreviveu'. Desde que se viram pela primeira vez na copa de Quadribol não conseguiu mais parar de pensar nele e depois que Harry o salvou da morte no Torneio Tribruxo percebeu que seu sentimento pelo menino dourado era mais do que amizade.
- Na verdade... – continuou Cedrico, praticamente hipnotizado pelos olhos verdes a sua frente –...Eu apenas queria vê-lo.
Harry sorri, corando ligeiramente ao notar que o amigo o examinava de cima a baixo. Não sentia nada além de uma grande amizade por ele, mas não podia evitar corar diante disso. Sua inocência era a principal coisa que o caracterizava.
- Eu precisava te dizer uma coisa... – se aproximava perigosamente daqueles lábios rosados, que se abriam inconscientemente num convite mudo. – mas não sei como irá reagir... – um já podia sentir a respiração do outro próximo a seus rostos.
- 'Ced', eu... – Harry tentava raciocinar, mas era impossível naquela situação. Não sabia porque achava que aquilo não era certo.
Cedrico era muito atraente, inteligente, carinhoso, entre muitas outras qualidades, porém Harry não conseguia sentir nada além de carinho e amizade por ele. Sentia-se culpado por isso, mas algo o impedia e não sabia o que era.
- Harry, eu te amo... – sussurra, com os lábios quase colados nos dele.
O Gryffindor abre seus olhos de uma forma espantada, como se tivesse visto um fantasma. No fundo imaginava que Cedrico gostasse dele e quisesse uma coisa mais íntima, mas não esperava uma declaração dessas.
Suas bochechas ardiam de tão vermelhas e um ar ainda mais angelical pousava sobre ele. Mas antes que pudesse dizer alguma coisa e antes que Cedrico pudesse unir seus lábios num beijo que o mais velho ansiava faz tempo uma voz fria os interrompe, fazendo Cedrico rapidamente se afastar do moreno e este quase cair pelo choque em que ainda se encontrava.
- Sinto muito interromper este momento... Intimo...– seu ar era superior e indiferente – Mas o senhor Potter tem que resolver uma certa pendência comigo em minha sala.
Finalmente Harry volta a si e apenas balança a cabeça afirmativamente, ainda não conseguia formular frases muito bem e a vergonha se apoderava cada vez mais dele.
- Ande logo! Está esperando o que Potter, um convite formal? – Snape deixa claro que não estava de bom humor.
- Des... Desculpe... professor – o Gryffindor levanta-se quase num pulo, se apressando em pegar suas coisas e seguir seu professor – nos falamos depois 'Ced' – acena sem nem olhar direito para ele, correndo para dentro da sala.
-#-
(Enquanto isso, na mansão Riddle...)
- Tom?... – uma majestosa cobra rastejava até o trono de seu mestre, preocupada, pois havia um bom tempo que ele estava estranho.
Sentando em seu trono Lorde Voldemort observava fixamente pela janela o céu obscuro lá fora. Aquele não parecia nem de longe o asqueroso mago com aparência de cobra.
Tom Riddle estava com a maravilhosa aparência que conservou em seu diário, quando Harry o encontrou no segundo ano. Suas expressões eram apenas um pouco mais maduras do que naquela época, tornando-o ainda mais irresistível. Aparentava uns 27 anos. A única coisa que deixava claro que aquele era o mago mais temido de todos os tempos eram seus frios olhos roxos, que não demonstravam sentimento algum.
- Tom?... – novamente Nagini o chama, ela era a única que podia entrar sem permissão e não correr o risco de levar centenas de 'Cruciatos'.
Mas o Lorde nem se dá conta da presença dela, seus pensamentos vagavam em torno de uma certa criança de 14 anos, com lindos olhos verdes e uma aura angelical. O único que de acordo com a profecia seria capaz de derrotá-lo.
- O que há com ele? – Nagini já estava ficando irritada por ser ignorada daquela forma. – Tom! Acorde!
- hum? – finalmente Voldemort acorda do transe, estreitando os olhos à cobra em volta de si. – o que você quer Nagini? – seu mau humor era evidente.
- Até que fim... Achei que você tinha morrido... – comenta sarcasticamente, pousando a cabeça no braço do trono.
- Não estou para suas piadinhas hoje... – sentencia com um olhar gélido.
- Relaxe Tom... Aposto que você está assim porque não anda falando com o seu querido menino dourado...
- Aonde você quer chegar? – o tom de voz do Lorde era de fazer qualquer um sair correndo, mas com certeza não seria o caso da esperta cobra.
- Não precisa se por na defensiva, Tom... Eu vejo que seu mau humor piorou desde que parou de falar com ele...
- Você sabe muito bem que eu fazia aquilo apenas para colocar duvidas sobre seu querido bando da luz... E me divertir um pouco lembrando-lhe da morte de todos... – sorri malévolo.
- Claro, claro... Mas parece que surtiu outro efeito no menino... – murmura venenosa.
- O que quer dizer? – arqueia uma sobrancelha, interessado.
- Que ele se apaixonou por você – diz simplesmente como se não fosse nada de mais.
- O... O que? – perplexo - ficou louca de vez Nagini! – Não sabia por que, mas as palavras da serpente tinham um estranho efeito satisfatório.
- Ok, ele pode até não ter se apaixonado propriamente... – revira os olhos, deixando claro que aquilo não era importante - Mas está sentindo algo por você e não é ódio nem nada desse tipo, você sabe que minha sensibilidade para essas coisas não falha Tom...
- Estou vendo é que você está fora de si, isso sim! – continuava com a impassibilidade de sempre.
- Não seja cabeça dura... Se ele estiver sentindo isso mesmo, seria uma ótima carta na sua manga... – se desenrola dele, colocando-se a sua frente – já imaginou como Dumbledore reagiria ao ver sua única esperança cair nos braços de seu pior inimigo?
O Lorde mantinha o olhar fixo na cobra evidentemente interessado em tudo aquilo.
E é claro... – percebendo isso, ela continua – você poderia unir o útil ao agradável...
Tom franze o cenho, não entendo muito bem.
- O que quer dizer?
- Ora Tom! Não tente parecer inocente!... Você reparou melhor do que eu como o jovem Potter tem um corpo bem atrativo...
Ele deixa escapar um pequeno sorrisinho no canto da boca.
- Aquele ar inocente... Com certeza faz você querê-lo para si, não é mesmo?
Riddle mantinha-se calado, tudo o que a cobra à sua frente dizia era verdade. Não podia evitar.
- Você poderá usá-lo como bem entender... – e sem dizer mais nada Nagini se retira do salão, deixando aquela frase no ar e o Lorde mais do que nunca imerso em seus pensamentos.
Depois de alguns minutos apenas meditando em silêncio, Tom parece entender a situação. E uma forma de se aproveitar dela.
- Nagini tem razão... – dá um sorriso obscuro. O olhar de Voldemort mostrava claramente que suas intenções não eram nem um pouco puras. – Usar o jovem Potter pode ser bem... Interessante...
A risada macabra do Dark Lord ecoa por toda a fortaleza, fazendo estremecer de terror até seus comensais da morte mais valentes.
-#-
(De volta a Hogwarts, na sala do professor Snape...)
Os dois homens se encaravam sem pronunciar uma palavra. Já estavam assim a uns dez minutos desde que o professor de poções havia mandando o aluno se sentar.
O mais velho provavelmente pensava num humilhante castigo para aplicar em Harry, já este ainda tinha o pensamento fixo no que á pouco tempo acabara de acontecer, ou melhor, quase acontecer entre ele e Cedrico.
Snape percebe a falta de atenção do menino e fica ainda mais irritado com aquilo, afinal ele estava por um fio de receber um terrível castigo e parecia nem se importar.
- Pelo visto sua arrogância o impede de ver a gravidade de seus atos Potter! – o encarava friamente, com uma raiva contida em si.
Finalmente Harry parece raciocinar e perceber a situação problemática em que estava.
- Não é isso professor... Eu...
- Chega de desculpas inúteis Potter! – o interrompe, levantando-se de repente – Seu pai sempre aparecia com as mesmas desculpas... E os idiotas dos professores caiam diante daquele ar de menino arrependido!
Harry estava se controlando para não discutir com aquele homem que tanto o tirava do sério e estava sendo uma tarefa difícil.
- Arrogante e presunçoso igual a James! – os olhos de Snape chispavam de ódio.
- O seu problema é que nunca aceitou o fato de meu pai ser muito melhor do que você! Vê se cresce... 'professor' – enfatiza a palavra com ironia – e deixe de tentar descontar suas frustrações em mim!
Snape arregala os olhos evidentemente pego de surpresa pela resposta de Harry. Mas logo se recompõe, com mais ódio que nunca.
Porém antes que o professor de poções possa lançar um 'Crucio' ou mesmo um 'Ava Kedavra' no Gryffindor a porta se abre dando entrada a um velhinho com olhar carismático e um porte elegante.
- Severus?... – Dumbledore adentrava na sala, chamando pelo professor. O diretor conseguia sentir facilmente a hostilidade presente no ambiente e temia pela seguridade de todos. "Se Harry se descontrola estamos perdidos".
Snape parece se acalmar voltando a adotar a postura fria de sempre. Mas por dentro queria fatiar o garoto em pedacinhos.
- Professor Dumbledore! – cumprimenta Harry, se levantando e indo a encontro do diretor.
Sentia-se aliviado por ele ter aparecido, não por estar com medo de Severus, mas porque já estava começando a se estressar verdadeiramente com aquilo. Não tinha nada haver com o que aquele homem tinha sofrido nas mãos de seu pai e dos amigos dele, passava até a achar que havia sido bem feito.
- "Acho que andei conversando muito com Tom..." – Se repreende, mas logo a lembrança do Lorde o faz suspirar deprimido.
- Harry, procurava mesmo por você – sorri amigavelmente o diretor, pousando a mão sobre o ombro do garoto. – acredito que você e o professor Snape já tenham terminado, não?
O olhar do simpático homem de cabelos brancos deixava claro que sua pergunta era mais uma afirmação.
- Sim diretor, eu e Potter já terminamos... – diz entre os dentes, contrariado – Por agora... Terminamos.
- Ótimo! Vamos Harry! – Dumbledore saía da sala praticamente arrastando o menino dourado, mas este não se impôs nem por um minuto se ficasse mais tempo ali com aquele homem insuportável não responderia pelos seus atos.
Após caminharem um bom tempo em silêncio, o diretor decide finalmente expor suas preocupações. Algo surpreendente, pois como Voldemort dizia Alvo vivia escondendo coisas que o menino não fazia idéia o que eram.
- Preciso-lhe confessar uma coisa meu garoto... – suspira, analisando bem as palavras.
Harry não fazia idéia do que o diretor estava dizendo, a muito já havia 'se desconectado' e voltado a sentir aquela estranha solidão, desta vez sofrendo um conflito interno, pois sentia a falta de Lorde Voldemort e nunca aceitaria isso.
- "Não posso... esse homem que me faz esquecer minha solidão é o mesmo que matou meus pais! Não posso!" – aperta os olhos com força querendo borrar aqueles pensamentos.
Dumbledore percebe que o mais novo não se dignava nem a olhá-lo por encontrar-se tão mergulhado no próprio mundo. Queria fazer alguma coisa para ajudar o menino dourado, afinal era sua arma mais importante contra o Lorde das Trevas. Não poderia deixá-lo morrer, enlouquecer, o que fosse... Pelo menos não agora...
- Harry... – para de andar, voltando-se ao garoto – olhe para mim...
Harry o encara inconscientemente, ainda envolto pelas sombras que teimavam em consumi-lo.
- Harry meu garoto, sinto muito pelo que você está passando... – sua voz era suave e reconfortante como sempre – Sirius e Lupin estão em uma missão na Suécia já faz mais de um ano, entendo que você esteja sentindo falta deles...
O Gryffindor parece finalmente voltar a terra e prestar atenção nas palavras do diretor e este sorrir internamente.
- Sei que deve me achar o culpado por não deixar que mantenham contato com você... – o olhar de Dumbledore era de pura culpa e frustração – Mas entenda é para o seu próprio bem...
- "Claro, sempre para o meu bem..." – pensa amargamente enquanto mantinha os olhos cravados no diretor, desprovidos de sentimento algum.
- Se o Lorde tiver oportunidade irá matá-lo e não posso permitir isso!
- Por que não? – Finalmente Harry se pronuncia.
Dumbledore pisca várias vezes antes de assimilar a pergunta, pego totalmente de surpresa.
- Porque... Porque... – mas logo retoma o falso ar protetor de antes – você é como um filho para mim Harry, sem contar que Sirius e todos os seus amigos não suportariam. Você é a única esperança meu jovem... Esperança de todos...
Harry suspira sonoramente.
Quando ele poderia TER esperança?
Quando poderia deixar de ser a salvação do mundo mágico para ser apenas Harry?
Quem poderia deixar de pensar nele como uma arma e vê-lo somente como Harry Potter um garoto de 14 anos que precisava de uma luz no meio de toda a escuridão que tentava a todo custo consumi-lo?
- Pense nisso meu garoto você é o único que pode livrar o mundo do mal, o único que pode derrotar Lorde Voldemort...
A verdade que ninguém queria enxergar é que 'O menino que sobreviveu' não queria derrotar ninguém, garantir a paz de nada, queria apenas ter a chance de ser feliz.
A chance que foi tirada dele no momento em que seus pais morreram para salvá-lo.
Salvá-lo do Lorde das Trevas. O mesmo lorde que há três meses conversava com ele em sua mente.
- Com a minha ajuda você poderá conseguir o poder para isso... – Sorria tranqüilamente enquanto acariciava alguns fios de cabelo do mais novo. Mais uma vez enganando-o, pois Harry possuía poder suficiente para destruir o mundo inteiro se quisesse e não precisava de ajuda de ninguém.
O problema é que não sabia que tinha tanto poder guardado dentro de si. A única coisa que Dumbledore dizia a ele é que precisava de ajuda e o diretor estava disposto a oferecê-la.
Harry se afasta bruscamente.
Ajuda para que?
Para derrotar Tom Riddle?
Aquele que oferecia a Harry uma verdadeira companhia.
Aquele que havia matado impiedosamente seus pais.
Que o afastava da solidão.
Que vem tentando assassiná-lo desde que era um bebê.
O homem que fazia sentir-se estranhamente confortável.
O monstro que destruía vidas com um prazer incessante.
- Ahhhhhhh... – solta um grito de frustração mesclado com dor fazendo sua magia invadir todo o lugar inconscientemente.
Sua cabeça parecia que a qualquer momento ia explodir. Eram pensamentos confusos de mais mesmo para o menino que sobreviveu, pois este ainda era nada mais que um menino.
Harry segurava sua cabeça com ambas as mãos, pressionado com força como se aquilo fosse aliviar a dor e diminuir a quantidade de incertezas que voam por sua mente.
Suava frio parecendo que a qualquer momento cairia inconsciente no chão. Mas não podia perder os sentidos ali. Não podia parecer fraco diante de Alvo Dumbledore, com certeza o diretor não duvidaria em se aproveitar da situação.
Se Dumbledore vasculhasse a mente de Harry veria as conversas que manteve com Tom durante um bom tempo, mesmo que o jovem nunca tenha falado nada de 'errado' ou que pelo menos pudesse ser considerado traição só o fato de ter mantido conversas com o Lorde das Trevas e não ter contado nada seria um grande problema.
- Des... Desculpe diretor, mas estou um pouco cansado – respira fundo, tentando mostrar-se o mais normal possível – E estressado com tudo isso, com certeza o senhor tem razão no que diz, mas peço que conversemos mais tarde...
O diretor sorrir pelo garoto aceitar e dá-lhe a razão. Não podia negar que por um momento achou que Harry havia se dado conta de seus verdadeiros poderes e estivesse querendo expulsá-los, aquilo fez com que Dumbledore congelasse e o encarasse temeroso.
Não queria o mal de Harry, mas queria menos ainda uma ameaça para seus planos. Precisava garantir que o menino dourado ainda confiava cegamente nele, e a garantia logo veio quando Harry afirmou que o diretor estava certo e que tudo aquilo era apenas cansaço e estresse.
- Tudo bem meu garoto, vá descansar e depois quando você se sentir melhor conversamos... – sorri carinhosamente – Só não se esqueça do que eu disse Harry, você é a esperança de seus amigos e de mais milhares de vidas inocentes...
Harry concorda com a cabeça apressando-se em sair daquele lugar e o mais importante, de perto daquele homem que nem de longe parecia o mesmo que havia conhecido e admirado tanto.
Milhares de dúvidas ainda vagam por sua mente enquanto se dirigia a passos firmes à sala dos Gryffindors.
Por que ele?
Por que não podia ser outra pessoa a esperança de salvação do mundo mágico?
Era peso de mais para ser carregado por um garoto de 14 anos.
Sozinho.
A solidão parecia voltar a consumi-lo com força total, era muita responsabilidade entregue a ele sem nem direito de escolha.
Uma tortuosa nostalgia consumia sua mente, prendendo-o em seu próprio mundo onde ninguém poderia aparecer para cobrar nada.
Todos sorriram e o cumprimentaram quando ele cruzou a sala dos Gryffindors, no entanto Harry não via nada. Acenava para um ou outro sem nem se dar conta, seguindo seu caminho para o quarto.
A única coisa que parecia ver era um imenso mar negro a sua frente.
- Tom... – murmura inconscientemente, deixando-se cair na cama macia. Por sorte não havia ninguém ali para escutá-lo – ...ninguém... – suspira, com o olhar triste e perdido.
Continua...
Próximo capítulo: "...Harry arregala os olhos, levantando-se num pulo..."
N/A: Gryffindor – Grifinória.
Slytherin – Sonserina.
Hufflepuff - Lufa-Lufa.
James - Nome original do Pai de Harry, em português é traduzido para Tiago.
Bom, espero que estejam gostando!!!
Mandem Review, por favor! Gostaria de saber o que estão achando!
Criticas, elogios, sugestões... É tudo bem vindo!
Beijoooos!
Tassy-Riddle.