Sakura

Capitulo 01: Adeus

25 de agosto de 2001, 2h30min da manhã. Colina Funbari. Fazia 10 dias desde que toda a família Asakura, Tamao, Pirika, Ryu, Manta, Jun, uns espiritos e 4 dos 5 guerreiros se reuniram no futuro balneário Funbari, onde morava Asakura Yoh e Asakura Anna. Fazia 8 meses desde que o combate lendário acabou... E fazia 9 meses desde que Anna ficou grávida do filho de Yoh.

Desde 15 de agosto, todos se reuniram na pousada, esperando ansiosamente pelo nascimento do novo Asakura. Estava tudo preparado para vinda do bebê. Anna agora dormia no quarto de Yoh, seu antigo quarto foi transformado no quarto de seu futuro filho. Um berço foi colocado perto da janela, onde antes ficava o futon de Anna. As estantes de livros da Anna foram retiradas e colocadas na sala. Um moveu com gavetas foi colocado no lugar, e lá se encontrava as roupas, fraudas, lençóis e outras coisas para o bebê. Perto do berço tinha uma cadeira de balanço e uma mesa de cabeceira, com abajur.

Keiko ensinava Yoh e Anna como tomar conta de um bebê. A miko ensinava diversas coisas ao casal, como dar leite, como checar a mamadeira, como colococar o bebê para dormir... E de vez em quando comentava uma coisa ou outra sobre quando Yoh era um bebê, um sorriso aparecia nos lábios da itako toda vez que ouvia, e o xamã ficava um tanto envergonhado.

Yoh estava sempre ao lado de Anna. A preocupação do xamã dobrou quando soube que sua noiva estava grávida(na época eles eram noivos), e agora que faltava alguns dias para o nascimento de seu filho, sua preocupação havia triplicado. Ele não deixava sua noiva sozinha por nada. Não que Anna reclamasse... Na verdade, ela gostava muito da atenção, e também mal podia esperar para seu filho nascer e ter sua própria família. Ela fazia planos com Yoh, e passava muita parte de seu tempo no quarto que seu filho ocuparia, observando o berço, como se seu filho fosse aparecer magicamente.

Os amigos de Yoh também estavam ansiosos para o filho do casal. Eles descobriram a verdade sobre a gravidez de Anna durante o combate lendário. Enquanto descansavam, eles não puderam deixar de notar que Yoh parecia muito preocupado com algo. Depois de um tempo, Yoh finalmente revelou que Anna estava, e que ele estava preocupado com a saúde dela. Anna contou para Tamao, Pirika, Jun e Manta na manha depois dos guerreiros terem partido... Manta desmaiou quando descobriu.

Descobrir que Yoh ia ser pai fez com que todos implicassem muito com o jovem, porem mais do que ninguém, todos queriam que o caçula da turma nascesse logo. Horo-Horo ficava falando que iria ensinar tudo sobre luta e natureza ao filho do Yoh. Ren também dizia que ensinaria o garoto como lutar. Chocolove falava que ensinaria todas as piadas que conhecia para o menino, e Lyserg dizia que ensinaria como seu um ótimo detetive, e Manta dizia que ensinaria sobre como mexer no computado para ele, já que ambos seus pais não sabiam nada sobre tecnologia... Às vezes a competição por quem seria o "tio" favorito do garoto causava muitas brigas.

As garotas, por sua vez, ficaram comprando roupas para o bebê, e não paravam de falar o quanto ele seria fofo.

A meia noite do desse dia, o parto de Anna começou, e esta em andamento ate o agora. A jovem Asakura se encontra dentro de um dos quartos da casa, com seu marido e Keiko, ajudando a miko a realizar o parto.

Gritos de dor podiam ser ouvidos da sala, onde se encontrava o resto dos convidados. Todos estavam nervosos. Asakura Anna estava gritando de dor. Ninguém achava que algo podia fazer tal coisa acontecer... Mas eles estavam errados.

-Ai... Lyserg... Me lembre de pedir desculpas para minha mãe quando eu voltar para casa... – comentou Horokeu.

O xamã inglês pode apenas concordar com a cabeça.

Depois de um tempo, os gritos cessaram. Um silêncio tomou conta da pousada. Aos poucos eles conseguiram ouvir um choro de bebê. Sorrisos apareceram no rosto de todos. Ninguém podia acreditar no que estavam ouvindo. Um bebê que não existia a alguns minutos atrás estava, nesse momento, do outro lado da parede, chorando.

A porta se abriu e de lá saiu Keiko e Faust. Keiko tinha um sorriso enorme e lagrimas caindo de seu rosto. Ela limpou as lagrimas com a manga de sua blusa, respirou fundo e olhou a todos na sala.

-O novo Asakura nasceu... E é um menino... – informou Keiko.

Os guerreiros comemoraram e Kino e Yohmei abraçavam a filha, que estava emocionada por ser uma avó.

-Quando podemos conhecer o filho de Yoh-kun e Anna-san? – perguntou Lyserg, com um sorriso calmo em seu rosto.

-Em alguns minutos... Primeiro temos que deixá-los sozinhos por algum tempo... – respondeu Keiko.

Dentro da sala, a nova família estava reunida pela primeira vez. O bebê dormia nos braços de seus pais. Ele estava envolvido num lenço azul. Seus olhos, seus cabelos loiros eram iguais aos de sua mãe, mas ele tinha o nariz, os lábios e o olhar inocente de seu pai. Não foi difícil fazer o bebê parar de chorar. Parece que no momento que ele foi para o conforto dos braços de sua mãe e de seu pai, ele se acalmou. Naquele momento ficou claro que toda vez que o menino encontrasse com o toque de sua mãe ou de seu pai, ele se acalmaria.

A face de Anna demonstrava cansaço, mas também uma felicidade. Pela primeira tinha uma família... Era incrível como ela mal conhecia o garoto em seus braços, mas já o amava tanto... Se perguntou se antes de seus pais descobrirem a verdade sobre os poderes dela... Mas não importava se seu filho também tivesse o poder de reishi, ou medo de alguma coisa ou não pudesse ver espíritos... Anna iria amá-lo para sempre... Disso ela tinha certeza.

Ao seu lado, seu marido tinha um braço em volta de seus ombros, e a outra mão acariciava levemente a pequena face do bebê. Um sorriso bobo estava em seus lábios, e seus olhos estavam grudados em seu pequeno filho. O jovem xamã não conseguia parar de sorrir. Ele já conseguia se ver brincando com seu filho anos a frente... Yoh estava decidido que seria o melhor pai do mundo... Queria que seu filho tivesse certeza que ele o amava... Queria estar sempre presente na vida de seu filho, diferente de seu pai...

-Então... Como iremos chamá-lo? – perguntou Yoh, agora olhando para sua esposa.

-hum... – parou pensar – Não sei... Mas não podemos dar qualquer nome...

-Que tal... Hana? – perguntou sorrindo.

-Hana...? Por que Hana...? – perguntou Anna curiosa, com um sorriso no rosto, mas a verdade era que gostava do nome.

-Bem... Primeiro, é que é verão... E tem uma flores lindas no jardim... E... É a junção dos nossos nomes! – respondeu sorrindo – O meu Kanji também é lido como "Ha" e a ultima silaba do seu nome é "Na"... Se juntarmos, fica Ha-Na.

-Sim... eu gosto de Hana... – concordou. Trouxe o menino perto de seu rosto e deu um leve beijo na testa de Hana – Nosso pequeno Hana...

-Nosso Hana...

Ouve-se uma leve batida, e o casal vira seu olhar para a sua origem. Da porta entre aberta sai a cabeça de Horo-Horo, Lyserg e Manta.

-Yoh-kun... Anna-san... – começou o inglês quietamente - Podemos entrar...

-Claro Lyserg... – o xamã sorridente respondeu.

A porta se abre por completo e de lá sai todos os que estavam na sala. Horo-Horo, Lyserg e Manta entraram primeiro, seguido por Pirika, Tamao, Jun e Ren. Depois Chocolove e Kino. Keiko e seu pai, Yohmei, foram os últimos. Depois que todos os xamãs e Manta entraram os espíritos. Todos se posicionaram em volta do casal, observando o bebê que dormia calmamente no colo da itako.

Mesmo sabendo que ele estaria ali, todos ficaram surpresos ao ver o pequeno xamã loiro. Lagrimas apareciam nos olhos de uns, enquanto nos olhos de outros, apenas surpresa. Todos com sorrisos nos lábios. Os espíritos flutuavam acima da família, olhos arregalados.

-Esse é...? – perguntou Horo-Horo, sem conseguir terminar sua frase.

-Uhum! – respondeu Yoh, ainda sorrindo.

-Ai...! Ele e tão lindo! – exclamou Pirika sorrindo.

-Yoh-sama... Anna-sama... Vocês têm tanta sorte... – disse Tamao, com um sorriso nos lábios enquanto via o pequeno bebê dormindo.

-Ele se parece muito com você, Yoh – disse Yohmei, enquanto observava seu bisneto.

-Parece, ano parece? – comentou Yoh sorrindo. – Só que ele tem o cabelo loirinho da Anna!

-Hey pequeno...! – chamou Horokeu – Eu sou seu tio Horo-Horo. – apontou para si mesmo com um sorriso enorme.

-Seu imbecil, não vê que o bebê está dormindo? – comentou Ren.

-hum... Eu me apresento de novo quando ele acordar... – murmura – Quando ele crescer mais um pouco, nós dois ficaremos irritando o tio bicudinho o dia inteiro!

-Não fique tão certo disso "tio Horo-Horo"... Ele com certeza irá te achar um idiota...

-O que disse...?! – com isso, Horo-Horo ia se levantando quando foi impedido por uma voz autoritária.

-Quieto os dois. Se o acordarem, não existirá "tio Ren" ou "tio Horo-Horo" para o Hana! – com isso, ela voltou a olhar para seu filho.

-Hana? – Veio uma voz dos fundos. Kino, avó de Yoh e mestra de Anna, aproximando-se dos dois – Esse será o nome da criança?

-Sim, Kino-sensei... – respondeu Anna com um respeito enorme pela itako – Yoh que escolheu... E eu acho que é o nome perfeito para ele.

-Asakura Hana... Um ótimo nome... – comentou Yohmei – Boa escolha Yoh.

-Obrigado! – agradeceu com um sorriso maior no rosto.

-Posso segura-lo? – pediu Keiko.

Anna sorriu e acenou com a cabeça. Com cuidado, Anna entregou seu filho para Keiko. Uma mão segurava a cabeça de Hana, e a outra o copo.

Um sorriso apareceu nos lábios da Miko. Seu neto era lindo... Tão parecido com Yoh e Hao quando eles nasceram... Mas tinha o lindo cabelo loiro de Anna que ela sempre adorou... E seu poder também era incrível... Tão pequeno e já tão poderoso... Ele um verdadeiro Asakura...

-Nossa... Como ele é poderoso... Tão pequeno e tão forte... – disse, olhando para o bebê que dormia em seus braços.

-Sim... Nos também notamos quando o seguramos pela primeira vez. – Anna sorriu. Seu filho era um xamã muito forte, mas isso não importava. Ele podia ser apenas um humano normal e ela o amaria.

-Também notei isso quando entrei no quarto... – o comediante que estava ao de Lyserg, desde que entrou esteve quieto, tentando criar a imagem do bebê baseado na discrição que lhe davam: Um Yoh loiro.

-Ele também é um xamã? – perguntou Manta.

-Claro Manta... – sorriu para seu melhor amigo – A razão da nossa família ter nos juntado foi para que nosso filho seja um xamã também.

-Ah... Mas... Ele acabou de nascer... Você se torna xamã tão cedo?

-Claro... Eu e Yoh, Lyserg, Horo-Horo, Ren, Pirika, Chocolove... Todos nós somos xamãs desde que nascemos... – a loira informou.

-hum... Incrível...

No colo de sua avó, o bebê lentamente abriu seus olhos. Não conseguia ver muita coisa direito. Não reconhecia o toque da pessoa que a segurava ou a voz da pessoa que o seugurava.

-Olhem... Pequeno Hana acordou! – exclamou a garota ainu, emocionada.

A atenção de todos se voltou para o bebê. O silencio tomou conta do quarto. Os de Hana viajavam pelo quarto. Não conseguia enxergar nada direito... Ele só via algumas coisas embaçadas...

-Ele tem seus olhos Yoh... – disse Jun com um sorriso.

O xamã sorriu em retorno. Aos poucos, pequeno Hana começou a chorar. Mesmo com isso, ainda estavam felizes por isso. É natural para um bebê chorar, eles deveriam se preocupar se Hana nunca chorasse.

-Parece que você quer sua mamãe e seu papai, não Hana-chan? – Keiko sorria enquanto conversava com seu netinho.

Ao ouvir o choro, Anna tentou se levantar para poder pegar seu filho, mas não conseguiu. Ela ainda estava se recuperando do parto, e não conseguia ficar em pé.

-Calma Anna... – colocou a mão no ombro de sua esposa – Você tem que se recuperar do parto... Fique sentada... – com isso Yoh caminhou ate sua mãe e pegou seu filho no colo. Hana parou de chorar e piscou algumas vezes, antes de ficar olhando em branco para seu pai. Ele reconhecia esse toque. Era familiar.

-Oi Hana... Acordou, né? – disse o xamã sorrindo. Hana também reconhecia a voz – Vamos ver sua mamãe...?

O bebê apenas ficou olhando em branco para garoto a sua frente. Yoh caminhou ate Anna e se sentou ao seu lado novamente. A itako tentou seu Maximo para não mostrar muita emoção, mas não conseguiu. A felicidade de ter seu filho e seu marido ao seu lado era enorme.

-Ah... Isso me lembra... – o inglês chamou a atenção de todos – Eu trouxe um presente para vocês...

-Eu também! – dessa fora o comediante.

-Ah... Eu também consegui um presente para o Hana... – O único humano do quart comentou.

-Nós também trouxemos um de toda a família Tao, não foi Ren?

-Nós também!!! A gente trouxe um presente muito bonito, né, nii-san?

Aos poucos, todos se retiraram do quarto e voltaram carregando alguma coisa. Yoh e Anna ficaram surpresos. Não esperavam que seus amigos comprassem presentes para seu filho. Eles não tinham pedido nada, então por que se da o trabalho?

-Aqui... Eu e a Pirika fizemos esse instrumento de boa Sorte da nossa tribo... – Pirika pegou o pedaço de madeira de sua bolsa que estava cuidadosamente embrulhado e entregou para seu irmão, que entregou para Anna – Uma maneira do Hana ficar em contacto com nossa cultura.

-Eu trouxe isto... – Chocolove entregou ao Hana um pequeno brinquedo.

Hana estendeu suas pequenas mãos para alcançar o brinquedo, e ficou olhando curioso para aquilo.

-Parece que ele gostou... – comentou Yoh sorrindo. Hana continuou a examinar o brinquedo, e, para descobrir mais sobre o tal objeto, o colocou em sua boca, Anna, já com seu instinto materno, tirou a mão de seu filho de lá.

-Eu trouxe isso... Depois de tudo meu pai disse que devia um grande favor a vocês... Então pedi para que escrevessem e publicassem penas uma edição disso. 0- Manta tirou de sua mochila um pequeno livro infantil Em sua capa estava escrito "Os 5 guerreiros", e na capa estava desenhado 5 garotos, um garoto de cabelos cumpridos mais separados dos outros, e uma garota loira perto de um dos guerreiros.

-Essa... Essa é...? – Yoh não conseguia acreditar.

-A nossa historia... – completou Horo-Horo, sem acreditar.

-Como conseguiu isso Manta? – perguntou Ren.

-Eu peguei o que aconteceu no Shaman Fight e o que vocês nos contaram sobre as batalhas e adaptei um pouco para virar um livro infantil especial para o Hana... – respondeu orgulhoso – Tem uma versão em que vocês no final têm uma filha, e tinha essa, em que vocês têm um filho... Não sabia qual seria então fizemos os dois... É para o Hana sempre se lembrar o que os pais dele fizeram!

-Muito obrigada baixinho... – agradeceu Anna com um sorriso, folheando as folhas do livro, observando os desenhos e a estória. – Mas isso não significa que não irá mais fazer os trabalhos domésticos.

-O nosso não é grande coisa... – Jun tirou de sua bolsa um quadro com o símbolo Tao.

-Apenas uma lembrança de como nossas famílias se juntaram paras derrotar o Hao. – informou Ren.

-Obrigado Ren...

-Bem... O meu não é lá grande coisa... Mas... É algo que irá ajudar vocês a cuidar do Hana por enquanto... – o xamã inglês sorriu e abriu uma caixa grande, e de lá tirou uma espécie de radio – É uma baba eletrônica.

-Como funciona? – perguntou Anna curiosa.

-Bem... Você coloca no quarto do bebê e no resto da casa... Caso se no meio da noite Hana começar a chorar, vocês conseguem ouvir de toda parte...

-Ah... Isso será muito útil... Domo Arigatou Lyserg... – Yoh então olhou para seu filho, que estava voltando a dormir. Sorriu e beijou o topo da cabeça de Anna – E obrigada a você Anna... Sem você nada disso seria possível...

-Agora você tem que cumprir sua promessa Yoh... Me dar uma vida bem confortável...

Um sorriso...

-Pode deixar...

Estavam todos no jardim, aproveitando um dia cheio de Sol. Risadas eram ouvidas. Fazia 2 meses desde que os amigos de Yoh e as garotas tinham visitado Hana no dia de seu nascimento, e já estavam com saudades. O casal perto da porta que dava para o quintal, Hana estava no colo de Anna, segurando os head-fones de Yoh e os colocando na boca. O s outros ficavam o olhavam e tentavam conversar ele.

-Ele gosta do livro que dei para ele Yoh? – perguntou Manta curioso.

-Sim... A gente esta sempre lendo para ele, não é, Hana? – olhou para seu filho sorrindo.

O bebê só o olhou e abriu um sorriso.

-Aaaaaaaaaahhhhhhhhh!!!!!!! Anna! Ele é tãããooo fofo!!! – exclamou Pirika sorrindo.

-Você tem tanta sorte Anna-sama... Hana é simplesmente adorável... – concordou Tamao.

-Hey Hana – Horo-Horo conseguiu a atenção de Hana – Olhe só isso!! – deu um soco em Ren enquanto olhava o bebê com um sorriso. Hana o olhou em branco por um tempo, e depois começou a rir.

-Seu idiota! Por que fez isso?! – gritou Ren.

-Ren! Que linguagem feia... Tem um bebê em nossa presença... Não quer dar ma influencia, quer? – o ainu se aproximou do bebê e olhou para Ren, imitando olhos grandes de Hana.

-Eu... – Ren olhou para o pequeno Hana com seus olhos grandes e pretos, corou e olhou para o lado – Lembre-se de agradecer ao Hana depois, graças a ele você não irá morrer aqui e agora.

-Chega disso... Hana esta ficando cansado... – avisou Anna, ao notar que os olhos de seus filhos estavam começando a fechar.

Hana então apoiou sua cabeça no ombro de sua mãe. Os cabelos da itako caiam ate depois dos ombros, e isso chamou a atenção do pequeno. Ele estendeu a mão e segurou o cabelo de Anna com sua máxima forca, que não era muito. Todos o observaram enquanto ele trazia o pedaço de cabelo ate seu nariz, depois se aconchegou e dormiu.

-Parece que ele gosta do seu cabelo loiro, Anna... – comentou Yoh sorrindo.

-Fico feliz... – respondeu Anna, sorrindo e olhando seu filho dormir.

Fazia 3 meses desde que Hana tinha nascido e Yoh e Anna não podiam ser mais felizes. Seu filho era saudável e feliz. Era um bebê quase normal, e Yoh e Anna estavam contentes por isso. Sabiam que seu filho nunca seria "normal" por ser um xamã tão poderoso, mas fora isso Hana era que nem qualquer outro bebê. Ele chorava quando estava com fome, frauda suja, assustado ou queria ficar com seus pais. Aceitou o leite de Anna e quando não dormia, chorava ou comia, estava no colo de seus pais. A maioria das vezes em que Hana estava acordado, ele ou olhava em branco para coisas, ou estava sorrindo.

O Outono tinha chegado ao Japão e com ele uma frente fria. Desde manhã o céu estava cheio de nuvens. Nenhum dos dois ligou muito, ate que a noite chegou. Os dois estavam assistindo TV na sala. Yoh sentado no canto do sofá, Anna deitada em seu colo, com um cobertor a cobrindo ate o pescoço. A mão de Yoh estava nos cabelos de Anna, enrolando alguns fios em seu dedo. Anna gostava disso.

A baba eletrônica se encontrava na mesa perto do sofá. Hana estava dormindo em seu quarto.

Começou a chover, e alguns minutos depois, um relâmpago. Anna olhou para a janela, e Yoh a olhou.

-Você acha que Hana vai ficar bem? É a primeira vez que tem uma tempestade desde que ele nasceu. – comentou.

-Talvez... – os olhos de Anna estavam na janela.

Outro relâmpago, e dessa vez, um trovão incrivelmente alto o seguiu. Alguns segundos depois, o casal pode ouvir os choros desesperados de Hana.

-HANA!!! – gritaram ambos, se levantando do sofá e correndo até o quarto do menino.

Não demoraram nem um minuto para subir as escadas, passar pelo corredor e chegar ao quarto do pequeno. Abriram a porta e foram até o berço. Anna pefou seu filho no colo, que chorava desesperadamente. Yoh ficou a olhar por um tempo preocupado.

-Calma Hana... Calma... – dizia Anna numa voz suave enquanto balançava Hana cuidadosamente para cima e para baixo – Calma... Mamãe e Papai estão aqui...

O pequeno estava começando a se acalmar, quando outro relâmpago e outro trovão cruzaram o céu. Isso fez com que Hana chorasse ainda mais alto que antes.

-Ele esta com medo da tempestade... – disse Yoh. Ele deu uma olhada em volta. A cortina estava fechada, mas mesmo assim a luz do relâmpago podia ser vista do quarto. Então ele teve uma idéia. – Anna, me deixeeu segurar Hana.

Anna hesitou um pouco, mas entregou o pequeno xamã loiro ao xamã mais velho e moreno. Yoh então pegou seu filho e saiu do quarto, surpreendendo a itako.

-O que voce esta fazendo Yoh?!

-Só me siga...

Yoh foi ate o corredor e arou em frente de uma porta. Esperou sua esposa se aproximar e a olhou.

-Pode abrir a porta, Anna? – pediu.

Anna o olhou com curiosidade mas obedeceu. A porta dava para uma espécie de armário. Era um pouco grande e em sua volta tinha prateleiras com toalhas. Era ali que Yoh e Anna guardavam as toalhas.

Yoh entrou dentro do tal armário e se sentou num canto, segurando o filho. Anna não conseguia entender o que ele estava fazendo.

-Yoh... O que você esta fazendo? – perguntou.

-Entre e feche a porta. – Anna o olhou mais uma vez, mas obedeceu. Se sentou ao lado de seu marido e espero que ele explicasse o que estava acontecendo – Esse é um dos poucos lugares daqui de casa que não tem uma janela. Daqui Hana não pode ver os relâmpagos.

-Isso é uma boa idéia Yoh... Mas o que você vai fazer em relação ao trovão, porem era mais baixo que os anteriores, talvez por causa do lugar onde estavam. - como se tivesse ouvido Anna, um trovão pode ser ouvido, seguido pelos choros de Hana.

Yoh pareceu pensar, até que outra idéia o veio na cabeça. Começou a cantar suavemente uma musica para o bebê, o chamando a atenção.

Anna também olhou para seu marido. Um trovão fora ouvido novamente, e o choro de Hana também. A canção de Yoh aumentou. Logo Anna entendeu o que Yoh estava tentando fazer. Ele queria que Hana esquecesse o barulho do trovão e se concentrasse na voz dele. Quanto mais alto ele cantasse, menos Hana poderia ouvir o trovão. No momento que conseguiu entender isso, ela começou a cantar a tal musica com Yoh.

O plano de Yoh funcionou bem. Logo toda a atenção de Hana estava nos dois, e mal se conseguia ouvir os trovões. Não demorou muito até Hana dormir novamente. Yoh e Anna ficaram lá, cantando até a tempestade terminar em caso hana acordasse de novo. Aos poucos, Anna caiu no sono. Sua cabeça estava apoiada no ombro de Yoh. Um tempo depois, Yoh também dormiu. A família ficou ali até Anna acordar e se da conta que passaram a noite se escondendo da tempestade.

O casal estava pronto para dormir, tudo que precisavam para poderem descansar era colocar seu filho para dormir. Anna estava sentada na cadeira de balanço, dando leite para Hana, que parecia mais faminto do que o normal.

Yoh estava preparando o quarto como sempre fazia. Já tinha apagado as luzes e ligado o abajur na luz mais fraca que tinha. Já tinha checado as pilhas da baba eletrônica para ter certeza que não irão acabar no meio da noite. Tudo que Yoh precisava fazer era trocar os lençóis.

-Hana está com mais fome que o normal... – comentou Yoh, trocando os lençóis e dando uma olhada em direção de sua esposa e seu filho.

-Não podemos culpá-lo. - respondeu, passando o dedo no nariz de Hana, que era igual ao de seu pai, fazendo o bebê olhá-la, e depois fechar os olhos novamente – Nós passamos o fim-de-semana inteiro em Izumo, e tivemos uma longa viagem de trem... Não irei me surpreender se amanhã Hana acordar as 10h30min da manhã.

-Verdade... – concordou e se afastou do berço, concluindo seu trabalho. Olhou novamente para Anna, vendo seu filho soltar um bocejo e adormecer no conforto do colo de sua mãe, segurando um cacho de cabelo da itako. Depois se direcionou a janela e a abriu a cortina para dar uma olhada no céu.

-Tem alguma nuvem Yoh – perguntou Anna preocupada, se levantando com o Hana em seus braços.

-Não, nenhuma! Só estrelas! – respondeu sorrindo, fechando a cortina – Tudo pronto para Hana dormir!

Com isso, Anna colocou seu filho no berço já preparado, e Yoh o cobriu com cuidado. Depois ambos se retiraram do quarto, encostando a porta e indo para seu próprio quarto.

Quando lá chegaram, Anna checou as pilhas da baba eletrônica do quarto deles, e depois se aconchegou no futon deles. Yoh se deitou do lado de Anna e a abraçou pela cintura, a puxando para mais perto de si.

-Yoh? – chamou.

-hum...?

-Eu te amo... – informou.

-Eu sei... – respondeu sorrindo.

Silencio.

-Não está esquecendo-se de nada?

-Ah sim! Obrigado. – acrescentou sorrindo.

-YOH!! – Anna se virou com raiva, se deparando com um Yoh sorridente.

-Só estava brincando. – respondeu Yoh sorrindo, deu um rápido beijo nos lábios de Anna e sorriu novamente, a trazendo mais perto de si – Também te amo.

Os dois fecharam os olhos e esperaram o sono chegar.

Da baba eletrônica, eles conseguiram ouvir um ruído. Nenhum dos dois ligou muito até que ouviram algo que parecia a janela se abrindo, alguém pulando no chão e a janela de novo.

-Yoh, você ouviu? – perguntou Anna se sentando preocupada.

-Ouvi... Talvez seja um espírito, mas...

-Mas veio do quarto do Hana. – completou Anna – Os espíritos que as vezes passam por aqui sabem que é proibido ir para o quarto de Hana a noite ou quando ele está dormindo. E os que moravam aqui...

- Nós botamos para descansar. Eu sei. - Yoh foi até a porta – Vou checar o que houve.

Anna ia falar alguma coisa, mas foi interrompida por uma voz vindo da baba eletrônica.

-Se não é o meu sobrinho Asakura Hana... É um prazer te conhecer... Eu sou seu tio, Hao. – veio a voz do Supremo Onmyôji da baba eletrônica – Uma pena que seus pais não me convidaram para te conhecer... Eu vim durante o fim de semana e vocês não estavam aqui.

Yoh e Anna arregalaram os olhos quando ouviram aquilo. Não podiam acreditar. Não podia ser verdade. Não. As respirações de ambos pararam. Desespero preencheu os olhos do casal. Tinha que ser imaginação. Hao não podia estar ali... Ele estava morto!

"Não... Ele não esta morto... Ele está aqui de fato... E ele está atrás de Hana..." os olhos de Yoh se encheram de raiva "Não... Não irei deixar que ele faça nada com meu filho!"

Após o choque, Yoh e Anna correram até o quarto de seu pequeno filho. Lá eles encontraram ninguém mais que Asakura Hao, segurando pequeno Hana em seus braços.

-Ah... Ola Mamãe e Papai Asakura. – cumprimentou Hao, com um sorriso nos lábios – Como vocês vão?

-Esqueça o papo Hao! O que você está fazendo com o Meu Filho?! – perguntou Anna com raiva, dando ênfases nas palavras "Meu" e "Filho".

-Se acalme Mamãe Anna... – Hao abriu um sorriso sarcástico, olhando para o bebê adormecido – Não quer acordar o pequeno Hana...

-Desgraçado... – murmurou Anna entre os dentes. Se aproximou de Hao e retirou seu filho dos braços dele depois voltou para o lado de seu marido.

-Hao, diga o que eu você quer e vá embora! – disse Yoh, mais furioso do que nunca.

-Se acalme Yoh... Parece que você virou um pai muito protetor... Não é? – o sorriso sarcástico não saiu de seu rosto. – No momento eu só quero conhecer meu sobrinho... O que realmente quero só poderei alcançar em... Mais ou menos seis anos.

-Seis anos...?

-Notei que meu sobrinho tem um poder enorme... Um poder que me será muito útil... Mas infelizmente agora pequeno Hana é simplesmente muito novo... O que ele tem...? 4 meses? Ele só será de utilidade em seis anos, quando souber como lutar e como usar seus poderes.

Os olhos de Yoh se encheram de raiva. Ele não podia permitir isso. Nunca.

Anna também sentia raiva crescer dentro de si. Entregou seu filho cuidadosamente para Yoh e atacou Hao com seus Shikigamis.

-Fique. Longe. Do. Meu. Filho. – disse Anna, com longas pausas durantes as palavras, para segurar sua raiva.

-Durante os próximos seis anos irei... – com isso, o onmyôji se retirou pela janela, deixando a família sozinha.

Depois disso, Anna caiu de joelhos no chão. Não. Hao tinha voltado. Hao viria atrás de seu filho. Hao iria fazer algo com Hana. Ela não podia permitir isso. Lagrimas começaram a cair dos olhos dela. Seu pequeno filho... O que fariam agora?

-O que faremos agora Yoh...? – perguntou Anna, ainda no chão.

-Eu irei atrás dele... E dessa vez, terei certeza de matá-lo... – Yoh tinha um olhar sombrio em seu rosto. Ele olhou para seu filho adormecido e seu olhar ficou mais carinhoso e mais triste – Não posso deixar que Hao continue com sue plano. Eu irei atrás dele.

-Então eu irei com você. – disse Anna se levantando.

-Não Anna... Você fica com Hana... – pediu Yoh,

-Não. Eu vou com você. Sozinho você está em muito perigo! Precisa de pelo menos outra pessoas com você! E eu também quero matar aquele imbecil! – Anna se aproximou de seu marido e olhou para seu filho – Quando Hana se acostumar com a mamadeira, iremos atrás dele.

Yoh não podia argumentar. Apenas concordou com a cabeça.

Fazia um mês desde o incidente com Hao. Estavam agora em janeiro de 2002, e Hana já tinha se acostumado com a mamadeira. Estava nevando muito. Era manhã, mas já parecia noite. Yoh, Anna, Ryu e Tamao estavam na sala da futura pousada Funbari. Hana estava nos braços de sua mãe.

Hoje seria o dia em que Yoh e Anna iriam embora atrás de Hao. Tinham chamado Tamao e Ryu para tomarem conta de seu pequeno filho enquanto estivessem fora. Anna estava usando um longo vestido preto com um casaco e capuz. Yoh estava usando uma calça verde e um casaco bege também com um capuz. Ambos carregavam bolsas com eles, e Yoh estava com a Harusame, a Futsu no Mitana, Amidamaru estava ao seu lado e estava pronto para fazer o over soul do Espírito da Terra. Anna carregava com sigo o 1080.

Todos tinham expressões tristes em seus rostos. Yoh e Anna seguravam as lagrimas, enquanto Tamao e Ryu olhavam para baixo.

-Tem certeza disso patrão Yoh? Patroa Anna? – perguntou Ryu, levantando a cabeça.

-Temos Ryu. Não podemos deixar que Hao escape... – respondeu um serio Yoh.

-M-mas... E-e os outros Yoh-sama? – dessa vez foi Tamao que perguntou.

-Não podemos arriscar levá-los conosco Tamao. Não sabemos quando tempo iremos demorar nem que truques Hao tem na manga. É mais seguro deixá-los aqui. Nós temos 6 anos para derrotá-lo. Se não conseguirmos nesse tempo, voltaremos e o chamaremos para nos ajudar, porque se esse for o caso, Hao esta mais forte. Alem disso, deixando-os aqui, caso Hao tente algo, teremos certeza que eles estarao aqui para protegê-lo.

-E-entendi Anna-sama... O-obrigada por confiar em mim com Hana-sama...

-Não podíamos confiar ninguém mais Tamao. – disse Yoh.

-Yoh... Acho que a gente tem que ir agora... – comentou Yoh.

Yoh olhou para seu filho. Lagrimas começaram a surgir em seus olhos. Sabia que se despedir de seu pequeno seria difícil, mas agora não sabia que ia ser tão difícil assim. Ele tinha tantas coisas que queria fazer com seu filho... Ainda se lembrava da promessa que tinha feito ao menino... De levá-lo para ver arvores de Sakura.

Anna segurava seu pequeno filho com cuidado. Não sabia quando seria a próxima vez que o veria. Ia sentir falta, tinha certeza disso. Hana e Yoh eram sua única família... Sem seu filho não se sentia completa. Dentro de si se perguntou se seus pais sentiram isso quando a abandonaram... Anna amava muito seu filho... Não queria se despedir dele...

-Hana... Eu estou te dando isso... – Anna entregou seu filho para Yoh e de sua bolsa tirou um lenço vermelho de lá – Eu usei esse lenço na cabeça durante 7 anos... Já deve ter pelo menos o cheio do meu cabelo...

Entregou o lenço vermelho para seu filho, que quando o segurou imediatamente o levou para o nariz, e sorrindo.

-Eu também tenho algo para você pequeno... – disse Yoh. Agora ele entregou o filho para Anna e tirou seus Head-fones de sua bolsa, em seguida entregando para o filho, que soltou o lenço, o deixando cair em cima de si, e pegou e colocou os head-fones na sua boca. – Eu sei como você adora então...

Com isso Anna abraçou seu filho com força e Yoh pressionou um beijo na testa de seu filho. Depois disso Anna se aproximou de Tamao.

-Se lembra de tudo que te falei, não é, Tamao? – perguntou seria.

-Sim, Anna-Sama... Lembro de tudo... – afirmou a aprendiz de shugenja.

-Otimo... –Anna entregou seu filho para Tamao – Adeu Hana...

Com isso Yoh e Anna viraram de costas e começaram a andar em direção a porta. Anna segurou a mão de Yoh com força e Yoh fez o mesmo. Eles conseguiram ouvir seu pequeno filho chorar. Já sabia a cena. Hana provavelmente estendia o braço na direção dos dois e chorava.Abriram a porta e saíram. Nenhum dos dois olhou para trás.

Anna mordeu seu lábio inferior e segurou suas lagrimas e seus soluços. Seus ombros subiam e desciam. Olhou para o lado para procurar conforto de seu marido, mas viu que ele mesmo estava tentando segurar suas lagrimas. Os olhos de Yoh estavam fechados com força, mas mesmo assim lagrimas caiam.

-Yoh... – chamou Anna, tentando fazer com que sua voz parecesse normal.

-Nós vamos conseguir Anna... – disse Yoh, a olhando, e abrindo um sorriso encorajador, mas ainda com lagrimas caindo de seus olhos - Pra tudo se da um jeito.

Mal eles sabiam que demoraria 5 anos para que conseguisse ver seu pequeno Hana novamente.

Sakura, Capitulo 01: Adeus, terminado.

Bem... Espero que todos tenham gostado do meu presente de Halloween... Minha nova fic!

Agradeço a Isa e a Viviana, duas fanfics writers que me ajudaram a ter idéia para essa fic.

Prestem muita atenção nesse capitulo! Tem detalhes importantes que precisam se lembrar pelo resto da fic!

Quanto mais review, mais rápido poderei escrever o próximo capitulo! Não posso garantir que poderei fazer como antes queria, não demorar mais de um mês, mas irei tentar meu maximo.