Capitulo 13 --- A antítese da vida---

Os orbes azuis se abriram e a fome que lhe apertava o estômago a impediu de continuar a dormir. Sentou-se na cama e novamente deparou-se com Gaara.

Desta vez, ela não gritou. Somente o encarou.

- Por que não se defendeu?

- Você deveria acreditar em mim pelo que eu sou e não pelo o que eu não fiz.

A voz de Gaara adquirira a mesma calma de sempre, a sensação de paz que ela transmitia acalmava os pequeninos nervos da jovem sentada à sua frente. A dona da cabeleira loira desviou o olhar, dando um forte suspiro.

- Você já pode sair.

Ino levantou e passou as mãos pelos cabelos para que estes ficassem em ordem e os prendeu do costumeiro modo. Girou a maçaneta, recebendo o toque das mãos dele em seus ombros.

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Sakura percorria o trajeto de volta ainda mais rápido do que viera. Seus olhos verdes estavam vermelhos e a sua mente não lhe dava trégua.

Atravessara o deserto e já encontrava as florestas típicas do país do Fogo. O calor insuportável dava espaço ao clima ameno, a umidade do ar podia ser percebida pela sensação refrescante que causava na kunoichi, que estava toda suja. Precisava de água, tanto para banhar-se quanto para beber. Trocou o caminho da vila por o de um riacho. Seguiu a sensação de bem-estar que o constante aproximar da fonte de água proporcionava.

Encontrou um grande rio que, além de grande, lhe conhecido. De um lado, o primeiro Hokage; de outro, Uchiha Madara. A cena de uma luta, que acabara com um ganhador.

"Alguém sempre ganha."

"Alguém sempre perde."

Sentiu uma vontade incontrolável de se aproximar e o fez.

Sentou-se na escultura de pedra da cabeça e entrelaçou as pernas em uma posição confortável. Antes de atender a qualquer uma de suas necessidades, queria contemplar a visão que tinha do alto. Tudo parecia tão pequeno e distante.

A paz brotou em seu coração e só foi quebrada quando, por falta de atenção, cortara uma das mãos em uma das pequenas pedras soltas que estavam lá. Tirou a pequenina toalha e limpou um pouco de sangue antes de usar o seu próprio chakra para a cicatrização. Quando terminou, jogou o pano na água. A correnteza logo o levou, tão rapidamente que nem mesmo fora percebido devido à altura em que estava.

Visto de lá de cima, tudo parecia ínfimo e desprezível. Queria poder jogar os seus sentimentos e angústias na água e, de cima, contemplar a sensação de vê-los desaparecer e serem considerados insignificantes e até mesmo inexistentes. Mas não podia arrancar algo da sua vida e simplesmente deixar afundar, infelizmente sentimentos não são removíveis. E se eles não podem deixar alguém, o que deve fazer esse alguém? Esquecer-se deles.

Já havia tentado e não tivera sucesso. Aquilo ainda lhe custara diversos problemas. Só poderia deixar de sofrer quando não mais respirasse, por que, enquanto o ar entrasse em seus pulmões, se lembraria de tudo. E não tinham muitas coisas agradáveis das quais recordar.

O azul celeste refletido nas águas emanava a paz de espírito que tanto lhe faltava.

E se as águas a emanavam, é porque a tinham.

E se lá estava o que ela queria, buscaria.

Atrás da busca de alívio. Essa era a sua chance.

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O sol do deserto era ainda pior quando não tinha nada além de areia por todos os lados.

Suna estava distante e tinham de andar depressa, não podiam perder tempo e correr o risco de serem pegos ou sequer vistos. A única coisa que os refrescava era o bater das asas do grande pássaro e isso fazia com que as vestes pesadas também se movimentassem.

- Deveria ter eu mesmo feito, ao invés de perder o meu tempo te esperando – resmungava, enquanto caminhava. – Definitivamente, você não sabe lidar com nada a não ser a sua arte.

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As roupas já estavam arrumadas e as malas, feitas. A única coisa que ela ainda tinha nas mãos era uma jaqueta, a mesma que Gaara a dera, a mesma que a protegera do frio e das marcas pelo seu corpo. Dobrou-a e a colocou em cima da cama.

- Não a quer? – perguntou ele, debruçado no batente da porta.

- Não – disse, enquanto o fitava.

- Ela tem o seu cheiro – falou, pegando a roupa.

- Você gosta do meu cheiro?

- Não a deixaria levar mesmo se quisesse – ele respondeu, depositando a jaqueta na cama novamente e voltando-se para Ino. Segurou a cintura dela e lhe falou ao ouvido. – Eu preciso de você.

Os lábios se abriram, expressando o sorriso que o desmanchava em silêncio a cada vez que ele o recebia.

- Tenho de ir, mas você vai me visitar, não vai? – perguntou Ino, esperançosa.

- Não – disse friamente, saindo e deixando um pedaço de papel em cima do criado-mudo.

Confusa, foi atrás dele e o interrogou. – Por que não?

- Você não vai – respondeu, sem ao menos parar para lhe dar atenção.

- Gaara, eu preciso voltar. Estava aqui em uma missão – disse Ino, em tom de quem tentava convencê-lo do óbvio.

- Já disse que não.

- Tsunade-sama não se agradará disso. Pertenço ao país do Fogo e não ao país do Vento. Ainda que eu deseje ficar aqui, não posso.

- Você está aqui a mando dela e, enquanto eu quiser que você fique, enviarei pedidos e mais pedidos visando aumentar a sua estadia. Agora, cuide de você – encerrou a conversa e fechou a porta do escritório, deixando para trás uma Ino que aparentava estar com muita raiva.

Ouviu ela exclamar algo como "Por que deixou que fizesse as minhas malas, então?"

E se surpreendeu mais uma vez ao vê-lo abrir a porta e dizer: "Para que leve até meu quarto." Logo em seguida, fechou a porta, como se ordenasse algo.

Gaara sentou-se à frente da sua mesa e deparou-se com um comunicado direcionado para a Hokage e um lembrete que pedia ao Kazekage para que o enviasse o mais rápido possível. A princípio, não o entendeu muito bem, mas fez o que lhe cabia. Pediu a Baki para que enviasse e, logo após, o incumbiu de fazer chegar outro a Konoha.

Os pensamentos de Ino foram cortados pelas insinuações de Temari.

- Então não vai voltar para Konoha? – perguntou, enquanto colocava os olhos verdes minuciosamente sobre a loira que rodeava o bocal da xícara de café que lhe fora preparada.

- Não, de acordo com seu irmão – ela suspirou, não disfarçando o incômodo que os olhos de Temari provocavam.

- Fico feliz que vocês estejam juntos – disse, na tentativa de aliviar o clima que ela mesma havia imposto.

Ino sorriu ao ver que as palavras de Temari lhe foram agradáveis. Ela não tinha estado muito à vontade com a irmã do Kage desde que soubera da conversa que ela tivera com Sakura e, para a Yamanaka, a visita da Haruno fora fruto desse diálogo.

Temari já havia deduzido que o comportamento de Ino mudara com ela pela razão da sua conversa com Sakura e deduzia, também, que Ino tivesse entendido tudo errado e que, na cabeça dela, Temari tivesse encorajado a jovem a vir até Suna.

Mas nada como um bom café oferecido e uma conversa amigável para remediar as coisas.

- Quando Shikamaru virá? – agora foi a vez de Ino insinuar.

- Não sei – desconversou.

- Que pena, achei que fosse sério.

- É tão óbvio assim?

- Para mim, sim – riu, enquanto deu uma piscadela para ela.

Nada como uma boa dose de café oferecido para alfinetar pessoas.

Ino deixou a mesa e subiu as escadas. Não tinha o que fazer e Gaara não a queria no hospital. Julgava-a incapaz de trabalhar devido ao susto que recebera.

Já que não tinha o que fazer, tentaria dormir. Mal se descalçou e ouviu algumas batidas na porta.

- Entre.

- Com sono, Ino?

- Mais ou menos - disse, bufando. – Precisa bater para entrar?

- Costumo fazer isso – cutucou ele, procurando espaço para se sentar ao lado da jovem.

- Descanse depois – disse, passando os dedos no rosto dela. – Vamos até o hospital fazer alguns exames.

- Exames? Estou bem – falou Ino, subindo o tronco e encarando Gaara.

- Estou fazendo o que lhe foi solicitado.

- Não estou sabendo de nada – disse, balançando a cabeça.

- Leu o papel que eu deixei no seu quarto? – perguntou o ruivo.

Vasculhou a área e notou que a folha que tinha recebido do hospital estava do mesmo modo como ele havia deixado. Pegando-a, entregou a Ino, que abriu-a e leu, mudando ligeiramente a expressão do rosto.

- Creio que deva ser efeito do veneno – concluiu.

- Não vejo onde o veneno possa influir nos seus níveis de chakra.

- De muitas maneiras, Gaara – debochou ela, enquanto calçava os chinelos.

- Aonde vai?

- Procurar um lugar para dormir.

- Não vai fazer?

- Não. Sei me cuidar e não quero voltar àquele lugar tão cedo.

- Então terei de arrastá-la.

- Você não me levará a lugar algum. Sou médica e sei me cuidar – falou a loira, séria. – Eu sei me cuidar – enfatizou mais uma vez e fechou a cara.

Não restando outra alternativa a ele, coube a pessoa do Kage somente rolar os olhos e deixar o quarto devido à teimosia de Ino.

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O sono o prendia, mas não podia se atrasar mais. Um ANBU o acordara e o informara de que Tsunade o exigia imediatamente. Ainda resmungando por ter de acordar tão cedo, arrumou-se e tomou um gole de café. O gosto amargo deste o fez lembrar-se do doce café que Temari preparava. Sentiu saudades.

Chegou o mais rápido que pôde ao escritório da Hokage e logo Shizune o anunciou e deu-lhe passagem.

- Shikamaru, temos um problema.

- Qual?

- Recebemos dois comunicados de Suna há alguns dias e, em um deles, um pedido de renúncia a uma missão designada. Sakura estava lá a meu mando e sob solicitação de ajuda médica pelo Kazekage. No mesmo comunicado, dizia que ela estaria deixando o país do Vento imediatamente e que estaria a caminho de Konoha – deu uma pausa e, cruzando as mãos, prosseguiu. – O tempo estipulado para que ela chegasse passou do comum e ela não retornou e não temos notícias. Reúna alguém e vão atrás dela.

Shikamaru concordou, fazendo um movimento positivo com a cabeça e saiu, não sem antes estranhar o sumiço repentino da pupila da Godaime e chegou até a se preocupar, mesmo que isso fosse, para ele, uma atitude um tanto quanto "problemática".

Deixou o escritório e foi à casa de Kakashi. Este, quando ouviu o comunicado que Shikamaru trazia, imediatamente se prontificou, invocando Pakkun. Saíram e deixaram que o cão os guiasse até onde o cheiro de Sakura o permitisse. Caminharam até mais ou menos onde Tsunade passara algumas coordenadas e, logo, Pakkun pôde identificar o cheiro conhecido.

O Vale do Fim era o destino. Sentiu o cheiro dela até a cabeça esculpida, de lá o cão não os pôde ajudar mais. Estranharam a situação e, decididos, vasculharam a área toda, encontrando primeiramente um tecido que se prendia a umas das pedras existentes na margem.

E, logo após, o horror e o susto tomaram conta de ambos.

Silêncio.

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Os dias que dividia com a família Sabaku passavam depressa. Não se sentia triste, esquecida e sequer lembrava-se da palavra tédio. Só sentia falta das suas flores e isso a fazia desejar voltar. Mas, quando via os cabelos vermelhos dele, o desejo pelas rosas e margaridas desaparecia como num passe de mágica.

Ocupava as manhãs e algumas tardes trabalhando no hospital e, nos dias em que não aparecia por lá, treinava junto de Kankurou e Temari. Observava que sua rapidez ao desviar dos ataques das marionetes do então cunhado e do leque a fizeram tornar-se mais ágil.

Mesmo que sua velocidade tivesse sido amplificada, não estava muito satisfeita com Gaara, devido à ordem que ele dera a Kankurou. Ele pedia que, sempre que treinasse com Ino, nenhum veneno poderia ser usado nas agulhas e lanças das marionetes. De acordo com ela, essa medida exprimia a super proteção dele e, conseqüentemente, a dúvida sobre a sua capacidade.

Fora interrompida justamente quando conseguira usar um de seus ataques e, sendo chamada, logo foi ver o que Gaara queria.

- Vá se arrumar. Vamos ao médico fazer os seus exames.

- De novo isso? – perguntou, com cara de desaprovação.

- Você os fez? – ele arqueou a sobrancelha ao encará-la.

- Não comece com isso, já disse e venho dizendo isso há mais de um mês – alertou Ino. – Não sei o porquê de você ter encasquetado com esse assunto.

- Seu chakra não está muito controlado – respondeu.

- Gaara, eu sei exatamente como controlá-lo e, acredite, para ser médica-nin é necessário o controle absoluto.

- Sinto variá-lo normalmente de noite.

- Como?

- Não sei, só o sinto enquanto você dorme ou quando chega muito próxima a mim.

Ela não iria. Mas preocupou-se com isso, já que era realmente difícil o seu chakra ficar descontrolado, ainda mais porque fora percebido por um leigo na área em que atuava.

Deu as costas ao Kage e caminhou para dentro da casa.

- Aonde vai?

- Ao hospital. Você não veio até aqui para me avisar?

- Convenci você tão fácil? – Gaara perguntou, ironizando a teimosia da jovem.

- Teria solução em negar? – respondeu, satirizando a autoridade dele.

O caminho do hospital pareceu longe para ela. Para ele, a mesma distancia de sempre. Entraram e ele a esperou do lado de fora, enquanto ela foi realizar os exames necessários. Passou pelos corredores rapidamente, sendo atrasada somente pelos médicos que a cumprimentavam e conversavam algo.

Tinha feito grandes amizades e conquistado o respeito de grande parte do hospital. Ainda mais com os correntes comentários sobre ela e o Kazekage.

Entrou na sala, que outrora fora dela, e encontrou Konno, uma jovem médica-nin, que treinara.

- Olá, Ino – cumprimentou ela, sorridente.

- Olá – disse a loira, parecendo preocupada. – Que veneno usaram em mim? – foi direto ao ponto.

- Desculpe, mas quem cuidou da sua saúde foi Haruno Sakura, a outra médica ...

- Sei quem é – cortou e, sem se preocupar com o que a outra diria, apossou-se do lugar e somente a questionou sobre o paradeiro da sua ficha, onde estavam todos os acompanhamentos clínicos que recebera.

Konno, a jovem de cabelos negros e compridos, indicou a localização do fichário e a ajudou procurar pelo seu nome. Tão logo Ino encontrou a ficha, começou a ler tudo que nela dizia sobre a substância encontrada em seu organismo e as conseqüências que isso lhe traria. Não encontrou nada sobre a variação do seu nível de chakra.

- Konno, pode sentir meu chakra?

- Claro – concordou e logo começou a senti-lo.

- Alguma variação? – perguntou, preocupada.

- A mínima possível, quase imperceptível.

- Pode tentar novamente?

- Tudo bem – concordou novamente, sem entender a razão.

- Ainda sente?

- Sim, mas é normal que se tenha variações, principalmente após grandes abalos – respondeu Konno, corando.

- Não, eu sei controlar com precisão o meu chakra. Meu treinamento com a Hokage exigiu isso – Ino discordou e pediu para que a jovem lhe tirasse sangue, para que acusasse ou não a presença de HCG.

Konno arqueou a sobrancelha, mas fez o que ela pediu.

Inquieta, Ino esperou e, em pouco tempo, o resultado do exame que ela pedira estava em suas mãos. Ao abri-lo, confirmou a presença do hormônio.

O rosto adquiriu um tom assombrado e incrédulo.

- Tem certeza de que é possível medi-lo tão cedo?

- Você sabe que sim.

Deu as costas sem nem mesmo dizer adeus. Passou os corredores e logo viu Gaara. Nem mesmo os cabelos ruivos que ela adorava ver fizeram-na mudar a expressão. Parou em frente a ele e pediu para que fossem embora. O silêncio dela começou a intrigá-lo.

- Não vai me dizer o que deram os seus exames?

- Não deram nada.

Voltaram para casa sem que ela comentasse algo. O silêncio não era típico de Ino e isso o preocupou. Mesmo que ela tivesse negado algo, ele não acreditou.

Gaara voltou ao trabalho e tentou fazê-lo como sempre, mas, daquela vez, ele não rendeu tanto. O sol se pôs e os últimos documentos foram analisados por ele. Fechou a porta e foi atrás de Ino. Encontrou-a no quarto, sentada na cama, encolhida e com os braços cruzando as pernas.

- Algum problema, Ino?

- Nenhum, só estou cansada.

- Quer que eu te faça companhia?

- Agora não, Gaara. Por favor – negou, deixando-o ainda mais confuso.

Ele fechou a porta e desceu as escadas rapidamente. Tinha de encontrar a médica que a atendera.

Tão logo chegou ao hospital e cortou a fila, perguntando às funcionárias sobre quem a tinha atendido. Pegou o nome e fora atrás de Konno. Abriu a porta sem bater, coisa atípica de sua parte, causando espanto na jovem, que ainda cumpria o seu plantão.

- Kazekage-sama?! Algum problema?

- O que deu nos resultados de Ino?

- Desculpe, mas não posso dizer. Eles só dizem respeito a ela.

- Dizem respeito a mim, diga! – falou em tom firme, que assustou a moça.

- Desculpe, isso é parte da ética profissional e...

- Dane-se a sua ética. Diga-me o que está acontecendo com a Ino – dessa vez, ele ergueu a voz e a olhou de modo aterrorizante, indicando toda a sua capacidade de dominação e a explicando a razão de ter assumido o cargo mais alto da vila.

- O chakra dela está inconstante e um exame de sangue acusou a presença de HCG.

As palavras soaram indiferentes a ele.

- O que significa isso? – perguntou, com um pouco de vergonha por não ter entendido nada do que a moça lhe explicara.

- O chakra varia pela ocorrência de presença dupla, ou seja, às vezes, uma pequena onda que dificilmente pode ser percebida aparece junto com o chakra de Ino, o descontrolando e aumentando os níveis normais dela – falou, calmamente e da maneira mais simples possível.

- E da onde vem esse chakra que a descontrola?

- Do embrião. Por isso o exame de HCG deu positivo.

O rosto de Gaara empalideceu. Ele podia não ter entendido nada sobre o descontrole ou do tal exame, mas sobre o embrião ele entendera. Ino esperava um bebê e essa criança era dele.

Voltou para casa ainda fora do ar. Sua demora preocupou Ino, Temari e Kankurou.

Quando chegou, Temari logo o interrogou, procurando saber o paradeiro de seu irmão, tomando o lugar de Ino quanto aos questionamentos.

- Pergunte à Ino – encerrando as perguntas de Temari.

O aparente clima fez com que todos olhassem para Ino, buscando respostas.

- Por que para mim, Gaara? Por acaso eu sei por onde você anda?

- Deveria saber, já que, se você não me diz como está, tenho de saber de alguma forma.

As mãos dela gelaram automaticamente, deixando-a muda e causando espanto nos olhos dos irmãos, que observavam tudo sem saber de nada.

- Não vai contar para os meus irmãos o seu problema com o chakra, Ino? – ironizou ele.

Ao invés de responder, a loira preferiu continuar em silencio e subir as escadas. Não queria ser humilhada na frente de todos. Acreditava que a sua gravidez tinha acontecido em uma péssima hora, ainda mais que o atraso menstrual ainda não tinha sido percebido e tão pouco ela lembrara disso. Mas, mesmo não tendo muitas semanas de gestação, já pudera ser detectado através do hormônio que ainda apresentava baixíssima dosagem.

Gaara, por sua vez, foi atrás dela. Entrou no quarto já sem paciência.

- Por que mentiu, Ino?

- Por que não sabia como você agiria comigo – disse, gesticulando.

- O que achou que eu faria? – perguntava ele, indignado.

- Não sei – respondeu, usando a maior de sua sinceridade e sentando na cama.

- Mesmo que você não acredite em mim muitas vezes, deveria saber que jamais faria algo contra este bebê.

As palavras pareciam estapear a gestante. Chorou ao ouvir as palavras dele e ao concluir o quão idiota tinha sido. Ele a observou limpar o rosto e segurou a sua mão, puxando-a para que se levantasse e o abraçasse. O abraço fora reconfortante.

- Te amo, Gaara - falou, subindo os olhos para a face à sua frente.

Ouviu a declaração e a abraçou mais forte, logo a soltando e acariciando a sua barriga.

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Tirou as roupas ainda no escritório e encostou-se na mesa de trabalho. O ambiente exaustivo lhe consumira mais um dia da sua longa espera. Passou os olhos por todo o cômodo, observou cada detalhe e notou que as flores que ainda existiam em sua sala, permaneciam vivas por ela.

Cruzou os braços enquanto permitiu-se achar graça da situação, onde o insubstituível tornou-se irrelevante e o que era carnal e profano aos olhos de Sakuratornou-se espiritual e sagrado para si próprio

De repente, lembrou-se da sua antiga formulação, que considerava o seu envolvimento fugaz e quando a jovem loira que o resgatara de seu precipício abriu a porta, exibindo a pequena barriga, pediu para que fosse fugaz o suficiente a cada dia para que durasse eternamente

-FIM-

Yo! Acabou hehe, mas gostaria de agradecer a todos que leram!

E principalmente deixaram reviews!

Peeh: sempre aqui

Loii-Purple-chan

Lunoca

Queenrj

Yuki Mao Kitsune

Hina Sakura Uchiha

Amanda O.F

Sansa-chan

BastetAzaziz

Kadzinha

Li Morgan

Ana-Elisa-Hinata-chan

Neriel-chan

Danizinha

Igorsambora :que me ajudou muiiito muiito obrigadaa

E especialmente a Motoko Li, que dividiu o tempo e a boa vontade comigo, obrigada demais!!!

Espero que possa ter agradado, até