Metamorfose
A Final Fantasy VII Advent Children Fanfiction
By Raayy, betada por Anne Asakura.
( Usuário ID: Nos meus favoritos, vai lá e cata. )

FF7 não me pertence, mas eu tenho o jogo. (Pirata eee 8D)

Yaoi, SEM LEMON -matadora de esperanças-, fic bem velha. Tem dois anos.


Acordei com um cheiro familiar de flores.

(Familiar? Mas como se eu não lembro de ter sentido antes?)

Senti meu corpo todo deitado em um piso de madeira, igual como eu havia dormido ontem.

Mas agora, eu sinto algo apoiando minha cabeça.

Tem algo de errado.

Abro os olhos de reflexo e vejo que estou deitado no colo de alguém.

(Quem seria o único ser humano vivo capaz de lhe dar colo?)

Me viro e vejo o rosto de alguém conhecido. Conhecido demais.

Eu não acreditei que Cloud fora atrás de mim.

Agora, ele estava cochilando apoiado no pilar. Deve ter passado a noite em claro.

Foi a minha vez de me levantar e oferecer meu colo a ele.

XXX

- Kadaj?

Ficou tudo branco de repente, e eu ouvi a doce voz de Aerith atrás de mim.

- Hm?

- Por que se foi?

Sorri.

- Por que mesmo eu pedindo desculpas pelo o que eu fiz, não adiantaria. Eles não confiam em mim.

- Você os deixa confiar em você?

Silêncio. Ouvi um riso baixo.

- Não desista. Você teve pouco tempo, e agora tem o tempo que quiser. Mesmo que demore, não desista.

Olhei para o rosto d Cloud, deitado no meio colo e fiquei em silêncio por um tempo.

(Ele, ele, ele. Sempre ele. Desde quando?)

- Será que ele confia em mim? Ele acreditaria em mim?

- Por que não pergunta a ele?

Virei-me para olhá-la, mas ela sumira deixando o perfume das flores da igreja para trás.

XXX

Ele dormira por mais 3 horas depois que eu acordei.

Foi as melhores horas que eu já pude ter nos últimos tempos.

(Tirando o beijo, mas não quer pensar nisso, não é?)

Poderia parecer que eu abusei dele enquanto esteve dormindo, mas quem garantiria que ele não tivesse feito o mesmo?

Acariciei os seus cabelos, que mesmo eu mexendo neles insistiam em mirar em diversas direções. Pena que as pálpebras estavam fechadas escondendo olhos azuis tão brilhantes. Os traços do seu rosto eram tão suaves e o fazia parecer que tinha o rosto eterno de um adolescente.

Deslizei a mão dos seus cabelos para o seu rosto. A pele era extremamente suave parecia seda. E ele estava quente, uma temperatura morna agradável.

Esbarrei nos lábios, o que me instigou a vontade de acariciá-los. Com o dedo, alisei aquela boca tão fina, mas tão bonita. E num impulso que me deu, toquei-a levemente com a minha.

Foi um toque bastante superficial, apenas encostei. Mas fora o suficiente para satisfazer a minha vontade.

Apoiei minha bochecha na sua testa e esperei ele acordar.

E não demorou muito mais para isso ocorrer.

Ele começou a se mexer, e eu levantei e olhei ele acordar. Ele ficou surpreso por estar deitado e olhou para cima.

- Bom dia.

Por surpresa, a princípio nada disse. Mas logo abrira um sorriso e me deu um bom dia também.

Levantara-se e me perguntara:

- Fome?

- Hm, não muita.

Esqueci da fome matinal olhando seu rosto sereno.

- Esqueci de trazer algo para comer, pois não imaginava passar a noite fora.

Falou ele sorrindo e olhando para o nada.

Mas logo ele desfizera o sorriso. Certo tempo depois, que não durara muito, ele olhou para mim sério.

- Por que foi embora?

Lembrei-me do que Aerith me disse.

E tomando fôlego, lhe perguntei.

- Você confia em mim?

Ele me pareceu surpreso.

E ao mesmo tempo não sabia como responder. Continuei.

- Você acreditaria em mim?

- Acreditaria.

- Por quê?

- Por que naquele dia que você acordou no meio da noite, estava obvio que algo mudou em você desde que voltou.

Eu me lembro, me lembro de como ofereceu seu ombro. Ele continuou.

- Você mudou por uma razão que eu não faço idéia da qual seja, mas eu sei que mudou e é tudo que preciso saber.

- Mas eu continuo lhe rejeitando, e me recuso a responder suas perguntas.

- Prova do orgulho que você mesmo assumiu possuir.

Parece que eu estou tentando convencê-lo a não confiar em mim, mas na verdade eu quero que ele me convença de que confia em mim. Por que é tão estranho alguém a quem eu já fiz tanto mal acreditar em mim, confiar em mim.

(Gostar de mim?)

Eu não o culparia, de verdade, se ele não confiar em mim.

Apenas, me machucaria. E muito.

(O que é 'muito', mesmo?)

- O que não garante que eu não estou fingindo?

Ele sorriu e desviou o olhar como se tivesse desistido de argumentar.

- Você ainda não me respondeu.

O quê? Ah, sim, por que eu tinha ido embora.

- Eu voltei por que quero começar do zero, não adianta em um lugar que todos me conhecem. Olham pra mim e lembram-se do meu passado.

Ele olhou pra mim.

- Você não...

- Eu não estou mais atrás de Jenova. Eu voltei para viver de verdade, e tentar ser como uma pessoa normal.

Se é que eu era uma.

(O que é normal e o que não é?)

Ele percebeu que eu estava falando sério, pois eu me referi a ela como Jenova, e não mãe.

- Mas nada dessas boas intenções adiantaria se ninguém confia nelas, certo?

- Eu confio.

- ...Como...?

Falei para ele suplicando por que eu não entendia.

Ele virou o seu corpo para mim e pôs a sua mão no meu ombro e sorriu.

- Por que eu sei que mudou, o seu olhar está diferente.

Fiquei imóvel.

Diferente?

(Olhar? Seria que o seu olhar estaria como o deles, Kadaj?)

- E, por que eu gosto de você. De verdade.

Agora estava também chocado e meio boquiaberto.

- Já que tem alguém lá que confia em você. Você volta?

Não respondi, ainda estava paralisado.

O que ele quis dizer com gostar?

A próxima visão que eu tive, foi dele fazendo uma cara de cachorrinho pidão. Mas que diabos.

- Por mim?

Mas ele não conseguia segurar um sorriso enquanto fazia aquela cara incrivelmente meiga.

Pisquei os olhos.

- E por que eu voltaria por sua causa?

Emburrei a cara, estava brincando como ele brincara comigo.

Ele riu, e eu sorri. Mas não pude chegar aos pés dele. Nunca.

- Vamos?

Ele se levantou e me estendeu a mão. Eu aceitei de bom grado, desta vez.

No meio do caminho de volta, torci o pé. Cloud me carregou mesmo eu dizendo que não precisava e ameaçando a bater nele.

Mais próximos do bar de Tifa, me lembrei de algo.

- Foi ela quem me mandou de volta.

Ele ficou surpreso com o início de conversa repentino.

- Ela?

- Aerith.

Agora, mais ainda.

- Eu morri mesmo. Não entendo direito o que se passou até agora, mas eu a vi lá. Ela me falou algo como uma "segunda chance"...

Agora me lembro, ela disse que havia alguém me esperando.

Seria Cloud?

Fechei os olhos.

- Sou muito grato a ela.

Sim, eu gostava muito daquela menina dos cabelos castanhos e vestido cor de rosa. Era um sentimento agradável, de admiração e gratidão. Era o que eu já senti por Jenova, mas de certa forma, diferente.

Cloud é diferente. Não sabia definir por que nem como, mas era relativamente mais forte. Cloud me provocara, me confortava, me desejava. E eu o desejei de volta.

Ele passou um tempo sem falar, mas disse.

- Aerith é mesmo uma pessoa muito boa.

Passado um tempo.

- Sim, muito boa.

Quando estávamos quase chegando, ele me chamara.

- Kadaj.

- Hm?

- Você não tem onde morar certo?

- Não.

Não tinha menor lugar para onde ir.

- Então você ficaria aqui comigo?

- Sempre.

Abraçado a ele, sorri.

Não de maneira falsa, ou arrogante. Um sorriso feliz.

Mas nunca, chegaria aos pés do sorriso deles.

Anjos sem sombras.

XXX

Meses depois, fui a um lago de Lifestream.

Soltei uma flor ao lago em um sinal de tributo.

Aqui é a cidade dos Ancients, onde eu e meus irmãos usamos como base uma vez.

Mal podia imaginar que era o túmulo de alguém que me protegeria tanto.

A flor branca afundara no lago como um corpo fizera há dois anos.

Agradeci a ela, e me virei para ir.

Ir embora do túmulo do anjo que me ajudara a passar por uma metamorfose.


N/A:

Perdoe os erros, a beta saiu de férias e não me chamou. O word não pegou nenhum erro também, então a culpa é dele. (Ctrl+c+v do cap anterior)

FIM. FIM FIM FIM AEAEAEAE.

Aleluia, quase um ano publicando essa porra, e é por que eu já tinha terminado. (Ok, não sei se foi um ano publicando, mas que demorou demorou)

Agradeço imensamente todos que leram, deixaram reviews, gostaram, e que tiveram a paciência de acompanhar essa porcaria até o final.

Ultimamente eu não to com muita inspiração para Final Fantasy VII, mas eu me esforço para voltar para cá. Eu adoro esse fandom.

Beijos a todos os meus leitores, e espero poder encontrar vocês de novo nesse fandom. /gay