Flashs de uma História
Autor: Rapousa
Capa: http://img406.imageshack.us/my.php?image (igual) flashsdeumahistriacapaaz8.jpg --- Substitua o (igual) pelo símbolo respectivo (tosquíssima, não repara xP)
Gênero: Romance/Geral
Ship: Draco/Harry e Harry/Draco (se é que você me entende ;P)
Resumo:. Procurando uma história fluffy, com soft lemon, romance, e de brinde com um M-Preg leve? Sorria, você acaba de encontrar a história certa. Apenas relaxe, conforte-se e leia. Às vezes pode ser simplesmente muito bom ler uma história boba sobre um romance feliz com um casal interessante, não perca a oportunidade ;)
Contém lotes e montes de Slash/Yaoi/Menino-com-menino, tem algumas cenas picantes e tem M-Preg, leia sem preconceito, prejulgamentos e seja feliz ;D
Capítulo Quarto - Porquinho Bonitinho
Os três estavam deitados na grama, um hábito que se tornara comum durante aquele verão. Dian quase não parava em casa, estava o tempo todo visitando algum amigo; Eva sempre saía para brincar com as crianças da rua, fazia isso praticamente o dia inteiro. Então aqueles três homens ficavam sem muito o que fazer, e o verão ameno os permitia deitarem e descansarem depois das refeições no jardim de casa. O loiro mais alto e o moreno tinham os dedos tenramente entrelaçados, e o mais novo, no auge de seus 15 anos, apenas relaxava ao lado deles. No geral, às vezes conversavam, às vezes um (ou uns) dormia, e muitas vezes ficavam apenas em silêncio, dividindo o momento com tranqüilidade, e agora, presenciamos um desses momentos, de puro silêncio cúmplice, palavras não eram necessárias.
Porém, o mais novo tinha algo que o inquietava, algo que se segurara para falar desde o início do verão, e talvez ele tenha pensado - ou adivinhado - que o momento era propício, afinal, era um daqueles momentos tranqüilos.
- Uh-hun... - pigarreou incerto, nenhum dos outros pareceu lhe dar atenção, mas o rapaz soube que os ouvidos deles eram todos seus. - Pais... eu... sei lá, queria falar uma coisa.
O moreno, que estava mais distante, foi quem após alguns segundos respondeu, e sua voz chegou num tom preguiçoso:
- Diga, Ben.
- Eu... eu juro que tentei, e pensei bem... e levei a sério a tarefa. Olhei e re-olhei nos vestiários... não queria decepcionar vocês de alguma forma, então eu avaliei as possibilidades... e simplesmente... não posso corresponder.
O homem de cabelos loiros, da cor exata da do menino, encarou-o como se ele fosse um marciano verde.
- Obrigada pelo relato preciso e conciso dos males que te afligem. - disse com sua típica voz arrastada e irônica.
- Uhn... Ben... realmente, o que você falou não fez muito sentido. - acrescentou o outro pai.
- Eu falei que devíamos ter estimulado mais a capacidade de redação dele, afinal, o que é uma pessoa que não consegue se expressar direito?
- Draco, cala a boca. Ben sabe se expressar perfeitamente, como eu sei que fará agora. - afirmou o moreno em resposta ao companheiro. - Ben?
- Ah... eu... eu... - o menino tomou ar, teria de falar aquilo de uma vez só, se não perderia a coragem, por isso falou tudo numa enxurrada frenética - Eu sei que vocês esperavam que talvez eu arranjasse um bom garoto e tivesse algum relacionamento feliz e perfeito com ele, mas isso é simplesmente impossível. Eu tentei olhar meninos com outros olhos, mas é inimaginável, eu os acho repugnantes amorosamente e fisicamente falando, quando de forma oposta eu simplesmente perco o ar perto de meninas e não canso de admirá-las e é com pesar e triste por decepcioná-los que eu digo que não há como eu terminar meus dias com outro menino, porque eu infelizmente, não gosto do gênero. Desculpe.
- Quê??
- Ein??
Foram suas respostas imediatas, e ele soube que estava ferrado, os pais ficariam muito tristes, quem sabe até aborrecidos, mas sua decisão estava tomada, e ele não poderia negar sua natureza, tinha se prometido isso há alguns anos.
- Desculpa... - disse mais uma vez, numa voz fraca, como se tentasse remendar algo partido.
- Do que esse moleque está falando? - Draco se virou para Harry, ao que o outro levantou os ombros.
- Não sei... acho que ele pensa que ficamos decepcionados com ele porque ele gosta de meninas e não conseguiu se interessar por meninos de forma alguma.
- Você bebeu? - dessa vez a pergunta foi feita para o menino, que pareceu indignado, tudo bem ele não satisfazer as expectativas dos pais, de novo, mas aí a colocarem sua integridade no meio... - Desde quando eu ou seu pai Harry parecemos nos importar que gênero sexual nossos filhos estão mais interessados?
- Ah... eu só pensei que... bem, como vocês estão juntos, iriam querer que eu, como filho mais velho e menino, seguisse os seus passos... Como foi na questão das casas de Hogwarts...
- Pois pensou errado. - disse Harry com voz dura.
- Pensou muito errado. Nunca tivemos nenhuma expectativa quanto a isso com nenhum de vocês. Queremos que escolham o que quiserem. - Draco deu um tempo, para que suas palavras tivessem algum efeito. - Eu por exemplo, namorei várias garotas antes do seu pai.
- Várias? Quem, só a Pansy? - perguntou Harry num tom divertido e irônico. - Sei...
- Olha quem fala, me diz, com quantas você já saiu?
- Com duas. - disse de forma categórica.
- O quê, a Chang conta? Sinceramente, a menina estava chorando!
- Mas pelo menos eu já experimentara alguma coisa com a Ginny.
- Assim como eu com a Pansy.
- Ginny?? Tia Ginny? Você já dormiu com ela? - o menino pareceu chocado, e Harry teve vontade de se estuporar.
- Não, não é a...
- Ah, Harry, o menino já está grande o suficiente para ficar sendo poupado de coisas idiotas assim.
- O problema não é ele, é a Ginny, imagina se ela...
- Não acho que ela se importe, afinal, nunca pareceu se importar muito se você ia contar ou não.
- Então você e tia Ginny...
- É, ela foi a minha primeira namorada de verdade, a primeira... em tudo. Menos na questão do beijo, que foi com uma euro-asiática, a Cho Chang, minha primeira "paixonite".
- A tia Ginny!! - o menino parecia extremamente chocado. - Nossa... ela é tão... tão... quente, sempre foi minha tia favorita. - assumiu corando até a alma.
Harry riu, Draco fechou a cara. Nunca vira nada de mais na Weasley fêmea. Bonitinha sim... talvez até acima da média, mas nada realmente espetacular.
- Eu não sabia que você tinha bom gosto pai Harry. Aí! - ele protestou quando levou um cascudo de Draco.
- Está dizendo que seu pai perdeu o bom gosto dele?
- Não... quer dizer, tia Ginny é realmente... - segurou uma palavra mais sugestiva que iria soltar, pois sabia que era outro cascudo na certa - ela é realmente a preferida de todos os adolescentes, impossível não se pegar sonhando com ela, eventualmente. Se é que vocês me entendem.
- Mas do que eu gostaria - disse Draco com desgosto.
- E eu entendo perfeitamente. - foi a vez de Harry ganhar um olhar de dilacerar qualquer um.
- Você diz isso porque não conheceu Pansy.
- Que tinha cara de buldogue. - completou Harry.
- Não tinha não.
- Claro que tinha!
- Quer dizer então que vocês também saíam com meninas? - perguntou o jovem tentando interromper a briga eminente e voltar a uma conversa civilizada. Conseguiu seu intento.
- Você nunca ouviu nem metade das histórias sobre nós dois que contávamos quando vocês eram menores não é?
- As histórias de como vocês ficaram juntos?
- Não, a de como eu pesquei um peixe enorme só com minhas cuecas sujas. - Harry deu um cascudo em Draco - Aí! Ele mereceu, olha a pergunta que fez!
- Quer dizer... vocês contam como ficaram juntos, mas nunca falaram que era a primeira vez com outro... cara.
- Veja bem... eu nunca fui muito apegado à gêneros, nunca liguei muito para um sexo, nem para outro. Apenas me apaixono por alguém pelo que a pessoa é.
- Uhnf - Draco soltou um muxoxo sarcástico. Harry e Ben ignoraram.
- O que eu quero dizer, é que eu sempre fui um menino sem certezas. E ficar com seu pai não foi algo meticulosamente pensado, foi mais um instinto. Mas não há problema algum você simplesmente se achar inimaginável com outro menino, porque diferente de mim e de Draco, você sabe muito bem do que gosta.
- Qual o nome? - A pergunta do loiro mais velho pareceu sem pé nem cabeça, Harry olhou sem entender, Ben ficou um pouco desnorteado também, depois de instantes pareceu entender, corou violentamente. O moreno se levantou nos cotovelos, olhava de Draco para o filho, e via uma compreensão e quase cumplicidade sair de ambos, mas ele estava perdido.
- N-não sei do que o senhor possa está falando. - o menino respondeu por fim, o pai soltou um risinho irônico
- Claro que sabe! Qual o nome dela? É puro sangue? Como é? - Harry demorou ainda uns instantes para pegar as insinuações, então entendimento transpareceu por seu rosto.
- Bernard está apaixonado! - exclamou feliz.
- Claro que está. Por que outro motivo ele ficaria tão certo de sua sexualidade e porque teria se perguntado sobre ela, só para ter certeza? Claro que isso tem o dedo de uma garota.
O menino pareceu ficar ainda mais envergonhado, ambos os pais o olhavam em expectativa, querendo saber mais sobre quem prendera o coração de sua criança.
O rapaz ainda esperou alguns instantes antes de começar a falar, ainda muito vermelho.
- O nome dela é Liz, Elizabeth Garen. Ela é incrível! Linda, linda mesmo, de cabelos castanho avermelhados, olhos negros muito profundos, batedora do time da Grifinória. A melhor batedora que poderia existir no mundo. É muito forte, embora seja uma menina, só perde em força para os meninos realmente grandes. Ninguém ousaria mexer com ela num duelo físico, porém, a genialidade no quadribol está mais em mandar balaços com efeito. - os olhos do jovem brilhavam a cada frase, e aos poucos seu rosto voltava a cor normal, ele parecia que adorava falar sobre a menina, e poderia a descrever por horas – Além, claro, da precisão cirúrgica que tem, é perfeita, forte, bonita... o problema é a personalidade, ela é realmente brigona, mais até que Dian, e é inteligente, nunca tira notas baixas. Às vezes conversamos na biblioteca, lá ela é legal, mas fora de lá, sempre acaba brigando comigo, acho que pensa que sou só um nerd idiota, o que não deixa de ser verdade... e eu imagino que só vá gostar de alguém quando este a conseguir vencer em algum duelo de força, e sinceramente, eu não sou forte, não como ela. - ao final ele pareceu realmente triste, acreditava sinceramente que não era suficiente para a menina.
- Acho que alguém aqui herdou um certo gosto por jogadores de quadribol... talvez seja hereditário.
- Oi? - perguntou o menino sem entender.
- Seu pai Harry, ele nunca saiu com alguém que não fosse jogador de quadribol. Parece impossível pra ele gostar de alguém sem uniforme de time. Pegou já pelo menos um jogador de cada casa, todos com o cargo de apanhador na ficha. Acho que faltava só alguém da Lufa-lufa, mas não duvido nada, ele e aquele tal de Cedrico Diggory... era apanhador ainda por cima!
- Hey! Não coloque o pobre Cedrico no meio da sua crise de ciúme!
Ben riu.
- É... talvez eu tenha alguma tara pelo uniforme de quadribol... mas a Liz é linda, deve ser mais ainda sem ele. - disse sonhador. - Me faz até desejar que eu também fosse jogador... quem sabe um batedor também, aí ela me notaria além do nerd. Quase sempre ela pega no meu pé, dá encontrões e gosta de zombar de mim: "Lá vai o Corvinal nerd, pobrezinho!", porque a Corvinal, graças aos pontos que eu e Rose Weasley ganhamos, está sempre no páreo duro da taça das casas, é bem normal os grifinórios rirem da gente, porém, quando estou só eu e ela na biblioteca, a Liz é legal.
Harry e Draco trocaram um olhar, conheciam muito bem esse tipo de pessoa que publicamente não consegue parar de implicar e humilhar a pessoa da qual gosta intimamente, ah, eles conheciam muito bem, porque haviam sido esse tipo de pessoa.
- Agarre ela, surpreenda-a, prense-a contra a parece e beije-a. - disse Draco.
- O quê?! Tá louco?? Ela me bate, e eu já disse, Liz não é nem um pouco fraca.
- Seu pai está certo. Provavelmente ela só implica com você porque está irritada com sua falta de atitude.
Ben ficou alguns instantes chocado, remoendo o que seus pais falavam.
- Não, pera aí, vocês estão presumindo que ela goste de mim... ela não gosta, eu sei que não.
- Bom, fica o nosso conselho: tome uma atitude. Cabe a você levá-lo a sério ou não.
Ben deixou a resposta no ar. Mesmo que tivesse querido dizer mais alguma coisa, foi interrompido pela chegada de Eva, estava na hora do almoço.
- Paaaaaaaaai. Tô com fome, o almoço tá pronto? - ela perguntou, se jogando sentada sem cerimônia entre os pais.
- Ainda não. Vou lá fazer, tá na hora mesmo. - dito isso Draco se levantou, era sua semana como cozinheiro.
Quando o pai saiu, Eva se aninhou nos braços de Harry.
- Tá quente hoje. - disse.
- É... - respondeu o moreno, a preguiça voltando.
oOo
Ele passava agora, mais de cinco dias apenas arrumando o malão. Estava nervoso, ansioso, irritadiço e mais calado que o normal. No começo haviam até tentado animá-lo, mas tudo parecia piorar seu humor. Não queria ficar ouvindo o pai Draco falando em como os sonserinos eram superiores e espertos, das influências que se podia ter e de como o berço (ou a capacidade de fazer arte das trevas) contava para uma boa posição, e como uma boa posição era algo bem interessante. Também não queria ouvir sobre como os grifinórios se metiam em confusão ou como eram corajosos, como seu pai Harry e os outros amigos, todos da casa vermelha e dourado haviam salvo a Inglaterra algumas vezes no passado.
Tais relatos não ajudavam. Na verdade, só o deixavam mais e mais nervoso, zangado, ansioso e temeroso. Afinal, nunca fora assim, tão preso a posição social, pouco lhe importava magia negra, e muito menos achava ser capaz de intrigas e poder. Da mesma forma como não via na vida aventureira, cheia de coragem e heroísmo algo atrativo, afinal, pra que ficar correndo de um lado para o outro bancando o suicida heróico?
Passara cinco dias arrumando as malas porque queria ter certeza de não esquecer nada, e também para fugir dos pais e seus momentos nostálgicos, jogando na cara dele que deveria escolher umas das duas casas, quando ele morria de medo de ser escolhido para uma delas, causar uma confusão entre os pais, ganhar o desprezo de um ou de outro. Além de não se atrair particularmente por nenhuma das duas, embora adorasse as histórias sobre elas.
No penúltimo dia ele percebeu que não adiantava se esconder muito mais, e que ele ia ficar até o natal sem ver ninguém, ia sentir saudades, tinha que aproveitar enquanto podia ficar por perto.
Antes que ele propriamente tivesse tempo de tomar coragem e descer, Dian apareceu na porta do seu quarto, e ele sabia que era da irmã que sentiria mais falta. Sorriu para ela, que respondeu com um olhar desanimado.
- Vou sentir saudades. – disse a menina fazendo uma careta, tentava evitar as lágrimas.
- Eu também - respondeu com um sorriso tímido para o chão.
Dian fez um movimento inesperado: terminou com a distância entre eles correndo para se pendurar no irmão, numa espécie de abraço de urso.
- Não é justo! Com quem eu vou brincar agora? A Eva tem só três anos, não serve pra nada!
- Calma Dian, no natal eu já estou de volta. E depois, em mais dois anos é a sua vez, aí vamos estar sempre juntos, como sempre.
- Não seja idiota! - a menina se afastou dele, enxugando zangada as lágrimas que escaparam. - Daqui há dois anos não seremos mais amigos, você já terá seu próprio grupo e nele não vai ter espaço pra mim. Isso ainda contando que nós fossemos para a mesma casa...
O menino fez um movimento instintivo de contração. Não queria tocar naquele assunto. Mas a irmã mais nova pareceu pegar no ar o problema.
- O que houve? - perguntou desconfiada.
- O que houve o quê?
- Você está trancado há dias aqui, só desce pra comer e parece estar fugindo da família inteira. Isso tudo é pressa de se livrar da gente?
- Não é isso Dian. - Bernard respondeu sério. - E não é nada que tenha a ver com você.
Ele se virou e fingiu estar arrumando as últimas coisas para a mala. Ambos permaneceram em silêncio, Bernard "arrumando" suas coisas e a irmã parada de braços cruzados, ora o observando, ora olhando pela janela do quarto. Ele estava quase esquecido da pequena, quando esta resolveu se manifestar:
- Você sabe que não existem só Grifinória e Sonserina em Hogwarts né?
- Uhn? - ele perguntou sem entender, se virou segurando um par de meias castanhas.
- Você sabe, do jeito como os pais falam da próprias casas... mas não existem só elas.
- Eu sei. - o menino respondeu amargo, voltando a ficar de costas para a irmã.
- E mesmo que você seja posto em uma ou na outra, eles vão te amar do mesmo jeito, e vão ter orgulho. Não foi você que viu o papai Draco no trabalho, com aquele certificado de campeão das olimpíadas de matemática emoldurado e preso na parede da sala dele, isso porque ele nem sabe direito o que é matemática e vive dizendo que odeia os trouxas!
- Ele fez isso? - perguntou Bernard curioso, e não podendo se evitar um sorriso.
-Fez! Eu só não contei porque eu sei que seu ego iria nas alturas e não queria ficar te aturando. - e menina parou de falar, mas agora que começara não podia se evitar continuar - No escritório do papai Harry você já foi! Viu a quantidade de fotos que ele tem de você...
- E de você e da Eva, do papai Draco...
- Mas tem mais fotos nossas, o que significa que ele tem muito orgulho da gente...
Ben pensou em responder, mas viu que estaria falando besteira, por isso apenas sorriu, de alguma forma, se sentia um pouco mais leve naquele instante.
- Obrigado. - disse após um momento ou dois.
- Por que? Por falar o óbvio? - a menina sorriu de volta.
- Por ser minha irmã. - ele levantou os ombros, como se estivesse dizendo apenas qualquer coisa. A menina pareceu hesitar, olhou para ele, como se certificando do que havia ouvido, no rosto um olhar de incredibilidade, depois, um sorriso, daqueles que só ela sabia dar.
- Te espero lá embaixo, pro almoço. Depois a gente pode escalar a colina, sei lá.
- Certo. - respondeu ele feliz, queria que aquilo nunca mudasse, e não sabia como seria Hogwarts sem Dian, sem sua personalidade forte, irreverência, conselhos... sem sua parceira de aventuras, afinal, ele não se lembrava de já ter um dia existido ou tido memórias que não tivessem a imagem da irmã por perto.
.o.
Quando o grande dia chegou, Ben não tinha estômago, não mesmo, pois não sentia as próprias entranhas, então elas deviam ter sumido, se evaporado.
De alguma forma, depois da conversa com Dian, seus pais pareciam bem certos de que não falariam mais nada sobre as casas de Hogwarts, falavam do colégio em si, dos professores, das passagens secretas, do que ele deveria experimentar e do que passar longe.
- Nunca... ouça bem, nunca ouse pisar na Floresta Proibida. Este é um dos poucos casos em que a proibição faz todo o sentido do mundo.
- Oh sim, é perigoso mesmo. - confirmou o pai Harry. - Eu já entrei lá mais vezes do que gostaria, e no final, não recomendo de forma alguma.
Agora, na estação King's Cross, carregando o carrinho com o malão e a coruja novinha em folha, ele sentia vontade de sair correndo, e se quando fosse a hora de selecionar as casas, dissessem que ele não servia para nenhuma delas e que por isso seria expulso? O que seus pais diriam?
Foi com um gosto amargo e com uma expressão nada convidativa que ele encontrou os Weasley: tio Ron, tia Mione e seus dois filhos. Rose, a mais velha, tinha a idade de Ben, nascera uns 8 meses antes que o menino, estava indo para Hogwarts pela primeira vez também.
- Olá. - cumprimentaram todos uns aos outros, Bernard apenas permaneceu calado.
- E aí campeão? Preparado para Hogwarts? - perguntou o tio Ron dando um soquinho no ombro do menino, que respondeu com um olhar de pânico tão autêntico que o ruivo se assustou, achou que de alguma forma seu soquinho amigável tivesse feito alguma coisa. Por isso se afastou lentamente, preferia que não tivesse culpa pelo estado do menino.
- Oi Ben. - cumprimentou Rose com um sorriso nervoso. O menino apenas fez um aceno com a cabeça, não confiava na própria voz.
As famílias trocaram inúmeras recomendações deram todos os beijos e conselhos possíveis, longos abraços afagos na cabeça e alguns tinham até lágrimas nos olhos...
Quando Bernard enfim estava entrando no trem, que já dava o último sinal de embarque, não sabia se queria partisse logo, ou se queria se virar, sair correndo e fugir de Hogwarts.
- Ben! - Dian gritou. - Te espero para o natal, e quero um presente de Hogwarts!
O menino sorriu, por fim subiu o último degrau, se acalmou um pouco, nunca poderia pensar em não estudar em Hogwarts, ele esperava aquele momento desde que ouvira falar na escola, desde que soubera quantos feitiços iria aprender, desde que tia Mione falara da fantástica biblioteca. Não, ele nunca poderia se aceitar longe daquela escola que guardava na própria história tantas coisas... incluindo uma guerra.
- Ben... – só então o menino percebeu que a voz de Rose estava tremida – V-vamos achar uma cabine?
Arrastando juntos os malões eles foram andando pelo trem tentado achar uma cabina vazia, ou pelo menos com novatos como eles.
.o.
Se na despedida da família Ben estava sem estômago, como se tivessem feito uma operação de remoção de víceras, agora ele sentia que seus órgãos internos pesavam mais do que deviam. Depois da horrível espera naquele hall, antes de serem guiados pelo professor nanico em fila indiana pelo meio das mesas, e depois de o tal Poltergeist ter derrubado tinta em alguns novatos e no sapato novo em folha de Rose - que tinha os olhos vermelhos de lágrimas contidas – eles esperavam nervosamente (muitos tremendo) a hora em que seus nomes fossem chamados.
Ben, de alguma forma, não sabia se ficava feliz ou triste por se chamar Malfoy-Potter, de um lado seria chamado antes do que se fosse Potter-Malfoy, o que fazia com que toda aquela expectativa passasse de uma vez, mas ele não sabia se a idéia de adiar o momento o máximo que pudesse era de fato mais tentadora.. talvez fosse...
Passaram-se os nomes com K: Kartmor, Kennie, Kingson, Krisvanter; os com L: Laurence, Larel, Lormano, Ludman; os com M: Machen, Madelen...
"Malfoy-Potter, Bernard." anunciou a vozinha meio histérica do bruxo baixinho, Ben se sentiu tremer, será que suas pernas agüentariam? Antes de sair da fila ainda lançou um olhar para Rose, viu nos olhos meio arregalados e no tímido sorriso de incentivo que ela mandou uma espécie de suporte, respirou fundo e andou o mais rápido que pôde sem correr, tinha medo de tropeçar e pagar um mico a qualquer instante.
Sentou no banquinho de três pernas, o chapéu foi colocado por sua cabeça, afundou até a linha do nariz, tudo ficou escuro.
"Uhn... vejo coisas interessantes, talvez se desse bem na..."
"Grifinória não!" Ben pensou em desespero.
"Não?" perguntou a voz, como se tivesse ouvido seus desejos.
"E Sonserina também não! Não, quer dizer... ah, não sei!" ele estava em desespero, pensava se queria ou não entrar em uma das casas, visualizava perfeitamente o rosto de um dos pais feliz e exultante enquanto o outro parecia decepcionado e triste, depois a cena dos dois se separando, porque não conseguiam mais manter o equilíbrio do casamento. Ben perdeu a sensibilidade dos dedos, já que apertava a beirada do banquinho com mais força do que seria aceitável.
"Calma... não achava mesmo que você se daria bem em nenhuma dessas casas, porque seu espírito é definitivamente Corvinal!" ele gritou em voz alta a última palavra.
Ben ficou um instante sem saber o que fazer, estava feliz, aliviado, desesperado? Decepcionara de vez ambos os pais? Quem conhecia daquela casa? Todos estavam na Grifinória, casa dos bravos.. não na Corvinal casa dos... inteligentes. Uma luz se ascendeu na sua mente, claro, Corvinal, inteligentes... talvez ele se desse bem lá. Sorriu para os aplausos que vinham da mesa, sentou em um local que estrategicamente deixava um espaço vago e deixou que os veteranos despenteassem seus cabelos e dessem-no tapinhas nas costas. Rose, a prima Rose, como se acostumara a chamar, era também uma menina inteligente, lembrava muito bem dos dias em que seus pais resolviam fazer alguma reunião familiar, ele e Rose tinham boas discussões sobre matemática, português e feitiços, Rose também lera Hogwarts uma História e... ela tinha que ir para a Corvinal também, tinha...
Tarmarel… Trompson… Uhtred… Vany… Vinthmor… Waterman…
"Weasley, Rose!" anunciou o professor, Bernard instintivamente prendeu a respiração, estava em expectativa, pelo menos suas entranhas estavam agora no lugar certo, havia apenas por elas um friozinho nervoso, será que iria ter que se virar mesmo do zero naquela casa estranha?
O chapéu parecia não estar querendo cooperar, demorou um bom tempo por sobre os cabelos ruivos da jovem, que parecia retesada sobre o banquinho, talvez fosse o nervosismo de Ben, mas ele teve certeza que aquela fora a escolha mais demorada, até que séculos depois o rasgo se abriu e anunciou:
"Corvinal!" o menino ficou lívido, sentiu o sangue sumindo de seu rosto e em seguida voltando com toda a força, foi um dos primeiros a se levantar e aplaudir entusiasticamente a prima, enfim, não estava mais sozinho.
A menininha veio numa espécie de corridinha até a mesa, sentou-se ao lado de Ben, quem estava em volta novamente cumprimentou a novata, com apertos de mão sorrisos e mãos passando na cabeça dela, que sorriu de forma meio nervosa para todos, Ben sabia exatamente como a menina se sentia: feliz pela recepção calorosa e nervosa por motivos pessoais.
Quando todos corvinais pararam de comemorar para esperar as outras seleções, a jovem se virou para o primo de consideração.
"Ben... o que eu fiz? Papai vai me matar!"
"Rose! Claro que ele não vai te matar por causa da casa que ce foi selecionada... - o menino pareceu pensar um pouco mais - Quer dizer, ele te mataria se você fosse pra Sonserina...
"Você não ouviu o que ele disse lá na estação para a Dian e o Hugo enquanto eles discutiam para qual casa achavam que podiam ir? - perguntou com a voz um pouco mais fina do que o normal - Ele disse que deserdaria quem não fosse para a Grifinória!
- Rose... ele estava brincando! Ce viu que depois ele se retificou.
- Eu vim pensando que iria para a Grifinória, mas quando você foi para a Corvinal... e o chapéu disse assim que eu sentei que eu tinha inteligência necessária para entrar aqui... e que aqui encontraria outros tão capazes como eu... não resisti, no final acabei pedindo para ele me colocar nesta casa. - disse com voz chorosa.
- Então, vamos ter tempos memoráveis Rose. Eu e você, seremos os melhores de Hogwarts inteira! - Ben disse aquilo mais no sentido de animar a prima mesmo, não imaginava que esta fosse uma resolução simplista. Rose sorriu com a empolgação do primo, afinal, agora estava já feito.
E foi ali, que pela primeira vez Ben teve certeza que decepcionara os pais, afinal, ele não era Grifinório, nem Sonserino, mas não se arrependia, sabia que o caminho da inteligência o atraia muito mais que a coragem, bravura, sangue-puro e astutez.
N/A: Aí ai... eu tava escrevendo um capítulo cheeeeio de H/D e tals... do tipo bem... ui ui ui. Maas, fiquei sem tempo, e acabei terminando esse cap primeiro, porque me desculpem, mas estou apaixonada pelas crianças xP
Então, divirtam-se tenham um bom tempo e reviewen de modo a fazer uma autora menos sozinha e triste no mundo ;o;
Desculpe por não ter postado sábado passado, mas cá está o cap, e com sorte, sábado que vem terá outro ;P
Ah, já ia esquecendo! #tapa na cabeça# Esta fic agora tem capa :) Não me batam se ela for tosca de mais ou muito mal feita XD Mas gostaria que me dessem suas opiniões sinceras, pode falar se ficou um cocozinho tb #se prepara para ficar emo# Então, aí vai: http://img406.imageshack.us/my.php?image (igual) flashsdeumahistriacapaaz8.jpg --- Substitua o (igual) pelo símbolo respectivo
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Agradecimentos supa-dupa especiais:
sapina (Sim, vou continuar a fic "Amor é desculpa (...)" do Harry emo :) Deve chegar novo capítulo sexta que vem, já está tudo praticamente escritinho o), Condessa Oluha (Pode deixar que todas as suas sugestões foram anotadas e serão usadas em algum momento da fic :B), Bruh Malfoy (Calma :X Não há parte deletada :P Eu ia postar um capítulo com cenas m,ais quentes e pans, mas não deu tempo de termina-lo até esse findis, então, se tudo der certo, findis que vem terá um capítulo mias caliente ;) ), May Malfoy Snape (Thanks por ter gostado #rebolando feliz# Então, cap que vem, H/D na veia, só aguardar ;P), M. Sallaberry P. (Cara, anotei tudinho que ce sugeriu n,n Não se assuste se aparecer na história a qualquer momento o que ce disse ;P), DW03 (Também quase esqueci dos pequenos, se bobear, teria me empolgado na cena da cozinha e tals, até me dar conta dos pequenos XB), Felton Blackthorn (Well. eu mesmo não queria fazer um m-preg muito pesado x,x Ah, Pode deixar, cap que vem é um brinde a todos que pediram mais enfoque no H/D n.n), Tety Potter-Malfoy (Demorei um pouco mais que o previsto :X Mas postei o novo cap :D Esperoque se divirta com ele.), Simca-chan (Cá está o novo cap, espero que goste e continue acompanhando a história e não se preocupe, lotes de H/D cap que vem ;) ), Miss Ropy (É, você pegou o espírito da fic! #rebolando e dançando# Eu não queria fazer uma fic melosa e pans, nem um drama, porque as pessoas adoram contos de fadsa ou angst ¬¬? Aí eu fiquei revoltada e escrevi essa fic, que é feliz mas não mongol XB Anyway, fiquei muuuito feliz com o review, quer dizer que alcaçei meu objetivo #sorriso lufa# Esperoq eu goste desse cap :) ), Laura (Mas eles ainda vão lidar com o choro e as fraldas pó deixar, ainda vão aparecer os pimpolhos grandões e depois bem pequenininhos, a fic não vai seguir uma ordem cronológica determinda n.n), Nat (Pó deixar, cap que vem, H/D aos montes /o/, valeu pelo review :D), Elizabeth Maives (Oh, você passou por aqui /o/, será que continuará lendo a fic o.o #TANDAM! toca ao fundo# Descubra no próximo review, ou no não próximo x) ).
E no próximo capítulo...
- Ron! - reclamou só por reclamar, será que Malfoy aceitaria...? Provavelmente não, a quem ele queria enganar? Ele iria responder a Harry com seu riso sarcástico e voz arrastada a tal proposta. - De qualquer jeito, duvido que Malfoy ao menos cogitasse aceitar a proposta.
- Bom, tentar não tiraria nenhum pedaço seu... quer dizer, isso se Malfoy não tiver algum tipo de sado masoquismo e gostar de... argh! - Ron fez uma careta antes de completar o pensamento.
Reviewem e façam o natal de uma criança especial feliz. (eu tô ficando pior a cada capítulo XD)