Capítulo
2 – Esquisitos vs. Weasley.
Gui
sentou Eileen pesadamente em um banco da cabine, desde a metade do
trem ela não se debatia mais, mas passara a exibir uma
carranca de mal-humor enquanto o xingava de tantos nomes, que ele
tinha certeza se sua mãe a ouvisse lavaria a boca dela com
poção ácida por uma semana.
-
Agora que estamos TODOS aqui, podemos começar a primeira
reunião de monitoria do ano. – anunciou solenemente, sua voz
expressando o quão satisfeito estava. – Eu sou Guilherme
Weasley seu monitor-chefe e ...
-
...e maior babaca tediante do mundo nas horas vagas. – murmurou a
garota às suas costas, alto o suficiente para alguns
sonserinos mais próximos rirem.
-
...e essa é Eileen Doge minha adorável
parceira de monitoria. – continuou sem se afetar, mas lançando
um olhar de advertência. – Mais conhecida como sarna de
pufoso, para os mais íntimos. – soltou entre dentes, com um
sorriso forçado fazendo os que ouviram rir. – Acho que agora
podemos passar as instruções a vocês.
A
garota revirou os olhos e soltou um, Não
Weasley, vamos sentar e esperar que as informações
entrem por telepatia na cabeça deles .
-
Quer fazer as honras e começar, Eil? – perguntou num sorriso
falso.
-
Claro Gui. – aceitou, meiga, levantando-se. – Eu só tenho
um comunicado, e é mais um desafio, quem conseguir entender a
mente perturbada, maluca e monótona do meu colega de monitoria
e não bocejar nenhum vez durante o discurso monótono
que ele fará, ganhará três rodadas de FireWhisk
no Cabeça de Javali. – comunicou causando olhares
interessados dos monitores e uma carranca de raiva no ruivo ao seu
lado.
--
Elle
estava sentada no colo de seu namorado, observando a paisagem com
tédio, enquanto o digníssimo Carl discutia
fervorosamente sobre Quadribol com outros dois amigos. Três
garotos, também grifinórios, porém quartanistas
dormiam recostados na parede da cabine.
A
porta foi aberta com um click seco e Megan colocou sua cabeça
para dentro, ganhando a atenção de todos os presentes.
-
Elle eu posso falar com você por um instante? – perguntou com
um sorriso exageradamente grande para seu padrão, na opinião
da outra garota.
Ajeitando
seus cabelos castanhos nos ombros, ela caminhou até o
corredor, fechando a porta atrás de si. Conversaram em
sussurros por alguns instantes, o meio sorriso de Elle quase
entregando o que conteúdo da conversa.
Com
um aceno de cabeça, a garota mais baixa saiu andando em
direção ao último vagão. A outra, por sua
vez, voltou para a cabine e recostou-se na porta, os braços
cruzados sobre o peito.
-
Podem ir passando todas as suas bombas de bosta. – ordenou com um
sorriso mal intencionado.
--
A
tia gordinha do carrinho de doces andava lentamente em direção
ao último vagão, quando um tufo de cabelos loiro barrou
seu caminho, um enorme sorriso inocente no rosto fino.
-
Olá tia. – cumprimentou amável demais para uma
sonserina.
-
Olá querida. O que vai querer? – perguntou num sorriso
bondoso, longe de duvidar das boas intenções da
"adorável" garota.
-
Tia, a senhora tem só esses doces que tem aqui no carrinho,
quero dizer, tia, a senhora não tem nenhum estoque no trem? -
questionou como quem não quer nada, olhando distraidamente
para uma caixa de sapos de chocolate.
-
Só tenho esses, querida. E eles já estão
acabando, como você pode ver. Só tenho mais o último
vagão para ir. – contou.
-
E quando eles acabam a senhora vai pra aonde, tia? – questionou com
falsa inocência, a unha arranhando a mesma caixa que observara
segundos atrás.
-
Vou para o vagão do maquinista e fico lá até
voltarmos para Londres. – respondeu sem entender.
Laureen
sorriu e evitou dar um pulinho de alegria por estar indo tudo nos
conformes.
-
Sério?! – exclamou com os olhos brilhando. – Então,
tia, eu vou querer todos esses doces do carrinho.
-
Todos? – admirou-se a senhora de olhos arregalados. – São
mais de duzentos doces, criança. – disse com sensatez,
pensando em toda a mesada da pobre garota loira indo ralo abaixo. –
São mui-
-
Dinheiro não é problema, tia. – cortou, socando umas
20 moedas de ouro na mão dela. – Não preciso de
troco, tia. – interrompeu a tentativa de devolver as moedas
douradas sobressalentes. – Mas eu vou precisar desse carrinho, a
senhora me empresta, tia? – perguntou adquirindo uma feição
angelical, com direito até á olhos azuis brilhando.
--
Já
fazia 15 minutos que a reunião havia começado e era a
1054ª vez que Eileen bocejava e olhava com cara de sono para
Gui. Ele monologava para alguns muito desinteressados monitores que
já haviam bocejado inumeráveis vezes também.
Carlinhos, aparentemente o mais folgado de todos, dormia com a cabeça
ameaçando cair sobre o ombro da nova monitora Lufa-Lufa, a
garota, por sua vez, quase dançava balé ali, tentando
fazer isso acontecer. Revirando os olhos para a cena deprimente, a
monitora-chefe amaldiçoou seus amigos até suas últimas
gerações. Será que era muito difícil
perceber o quanto ela odiava aquelas reuniões?
A
porta da cabine foi aberta com um clique e deslizou para o lado
silenciosamente, aparentando ter aberto sozinha. E, como uma serpente
preguiçosa, Ryan esgueirou-se para dentro do compartimento,
escorando na parede, fazendo parecer puro acaso ele estar ali.
-
Vocês poderão aplicar detenções, mas desde
que os infratores tenham feito algo de muito grave, o caso deve ser
reportado a um professor ou a... McComark? – assustou-se o ruivo
que como o resto da sala, só tinha percebido a presença
dele agora. – O que você está fazendo aqui? –
perguntou de braços cruzados, encarando o sonserino brincar
com suas baquetas, tocando animadamente uma bateria imaginária.
-
Esquisito.
- murmurou a monitora sextanista da Corvinal para a garota ao seu
lado.
-
Eu? – espantou-se falsamente, parando de girar suas baquetas e
percebendo ser o centro das atenções. – Ah sim,
McComark, sou eu mesmo. Bem, sabe, Weasley, existe um bom motivo para
eu estar aqui. – começou arrastando a voz, e voltando a
girar uma das baquetas entre os dedos, numa espécie de tique
nervoso.
-
E eu estou ansiosamente esperando por esse ele... – disse Gui com
autoridade.
-
Sabe, eu estava passeando por aí, aterrorizando criancinhas,
perpetuando o mau, como bom sonserino que sou, e vi algo que poderia,
sei lá, interessar os monitores-chefes. – informou com
displicência.
-
E isso seria? – perguntou sem interesse, sabendo que Ryan só
estava ali para livrar Eileen da reunião.
-
Ah.. nada que você possa dizer "Noooossa, Ryan, como isso é
importante." – contou, arrastando as palavras para irritar o
ruivo, e conseguindo com sucesso. – Maas, é sempre bom saber
o que acontece no trem durante a viagem, certo?!
-
O que você viu, então, McComark?! – perguntou, já
ganhando um tom avermelhado nas orelhas.
-
Você sabe, o de sempre... novatos perdedores... patricinhas
histéricas... alguém soltando 100 bombas de bosta no
último vagão... coisas desse t-
-
Por Merlin, 100 bombas de bosta? – exasperou-se o Weasley.
-
Eu posso ir ver isso. – prontificou-se Eileen tentando não
sorrir e indo de encontro ao amigo.
-
Você. Fica. – ordenou Gui, puxando-a de volta pelo braço.
– Eu.Vou.
-
Mas.. – tentou a garota, mas parou ao ver a face tranqüila de
seu amigo, como se lhe dissesse "Relaxa, tenho tudo sobre
controle.". Assentiu com um pequeno sorriso e sentou-se
novamente.
-
Se isso for mentira, McComark, eu farei você limpar todos os
troféus daquela escola por dois meses. – Gui ameaçou
enquanto passava pelo sonserino, indo para o corredor.
-
Eu já limpei todos eles em UM só mês, babaca. –
murmurou em resposta, parecendo indignado.
Gui,
por sua vez, já muito distante dali, não escutou os
resmungos e muito menos viu o gesto mal educado que Ryan fez com as
mãos para as suas costas, causando até algumas
risadinhas no vagão.
-
Que seja, que seja. – silenciou Eileen, olhando para todos os
rostos dos monitores, desesperados por fugir dali. – Ryan, você..
– começou, olhando para o amigo, mas nem precisou completar
a sentença.
Entendendo
o que ela queria, num gesto de mão rápido, ele tirou
uma varinha de dentro do bolso de seu jeans e a jogou certeira, indo
cair diretamente nas mãos da dona.
-
Obrigada. – agradeceu num meio sorriso. – Bem, parece que essas
são as senhas de vocês. – comentou olhando para a
prancheta de Gui, e fazendo diversos papéis surgirem nas mãos
dos monitores. – Vocês têm suas senhas, então,
não abusem muito do poder e, agora, sumam da minha frente,
antes que o Weasley volte. – ordenou, gesticulando exageradamente
para saírem logo dali.
Parecendo
um estouro de manada, os monitores correram pra fora do vagão
desesperados para fugirem de outro discurso mortalmente maçante
e tedioso.
-
Uma salva de palmas para a monitora chefe e seu encorajador discurso
de inicio de ano. – disse Ryan, sarcasticamente, batendo palmas,
assim que se encontravam apenas os dois no corredor de acesso ao
compartimento dos monitores.
-
Cara, vocês demoraram uma vida inteira. – reclamou,
estralando as costas. – Eu achei que morreria de tédio ali
mesmo. E vamos andar rápido antes que o
ruivo
volte soltando fogo pelas ventas. – completou, começando a
dar passadas bem mais rápidas.
O
garoto soltou uma risada escandalosa, quase maníaca, atraindo
alguns olhares de dentro das cabines e fazendo sua amiga parar e
olhá-lo, com as sobrancelhas arqueadas.
-
O ruivo está muito
ocupado nesse momento. – comentou, em tom de explicação.
E
isso não era uma mentira, muito menos exagero dele.
Caos
era apelido perto do que acontecia no último vagão
daquele trem. Somente numa primeira olhada você poderia ver:
garotas histéricas gritando, primeranistas adquirindo
colorações arroxeadas, uma fumaça de cor
amarelo-bosta impregnada, muita gente se empurrando e mais gritos de
garotas histéricas.
E
dizer que o monitor-chefe, Guilherme Arthur Weasley, estava pto da
vida seria uma eufemismo meigo e bonitinho. Ele tentava, ao mesmo
tempo, conter primeiranistas que prendiam a respiração
por causa do péssimo cheiro, acalmar patricinhas histéricas
que lamentavam por seus cabelos e, simultaneamente, descobrir o que
havia acontecido ali.
A
única coisa que entendera até então foi que num
determinado momento da viagem, o carrinho de doces (devidamente
lotado de bombas de bosta) adentrou o vagão, parecendo ser
empurrado por uma mão invisível e 5 segundos depois as
bombas explodiram, começando exalar aquele odor fétido.
Sem testemunhas, sem provas, sem culpados.
-
Vamos lá, façam uma fila dupla e todos conseguirão
sair daqui. – pedia pela milionésima vez, tentando fazer sua
voz sobressair sobre os demais gritos. – Ei você aí,
pare de conter sua respiração. – berrava, apontando
para um garotinho loiro. – Hutter, eu lhe prometo que isso não
impregnará no seu cabelo pra sempre. – prometia a uma
quartanista grifinória a beira das lágrimas.
-
Eu acho que você não conseguirá contê-los,
Weasley. – ele ouviu um sonserino corpulento, do time de quadribol,
gritar com deboche da janela de uma cabine, o sorriso cínico
levemente deformado pela bolha de ar que tinha em volta da cabeça.
Ah,
e como se não bastasse, ele ainda tinha que agüentar
aquilo.
Outra
coisa estranha daquele "ataque" era que enquanto novatos e
garotas estupidamente histéricas berravam, alguns veteranos
curtiam a comodidade de seus feitiços bolhas devidamente
conjurados antes das bombas estourarem, o que garantia mais de horas
com ar fresco.
Contendo
a vontade de gritar e xingar até a última geração
do filhote de mantícora que havia causado aquilo, Gui se
concentrou em achar uma pessoa em especifico no meio daquela
multidão. Algo lhe dizia que ela
saberia sobre os culpados.
E
teve seus palpites confirmados assim que avistou uma cabeleira
turquesa, tampada com algo semelhante a um aquário de cabeça
pra baixo. Nimphadora Tonks ria com gosto do caos, e quase lhe
saltavam lágrimas dos olhos quando observava algumas garotas
lamentarem por seus cabelos.
-
TONKS! – o ruivo berrou por cima da multidão, chamando a
atenção da garota que começou um terrível
ataque de tosse, assim que o olhou. – Tonks! – chamou novamente,
puxando-a pra dentro de uma cabine vazia, e batendo-lhe nas costas
para aliviar a tosse. – Quem foi? – perguntou assim que ela
melhorou.
-
Quem foi o quê? – retrucou no seu melhor tom de inocência,
recebendo um olhar fuzilador em resposta. – Eu não sei. –
disse, encolhendo os ombros.
-
Então, como você conjurou o feitiço
cabeça-de-bolha antes de elas estourarem?
A
garota sorriu marotamente, e comentou com displicência:
-
Premonição. Você sabe o quanto eu sou boa em
Adivinhação.
A
saída de Tonks teria sido triunfal, se quando ela tivesse se
virado gloriosamente para entrar no meio da multidão, não
tivesse batido com força total no vidro da cabine.
-
Suponho que você soubesse que trombaria. – comentou o ruivo
com sarcasmo, oferecendo a mão para ela levantar-se.
-
Algo por aí.. – resmungou dolorida, aceitando a ajuda.
--
Já
na metade do antepenúltimo compartimento, Ryan e Eillen podiam
ouvir um certo número de vozes abafadas e gritos contidos
pelas portas fechadas. Os dois trocaram arqueadas de sobrancelha,
começando a andar mais rápido em direção
à porta de divisão dos vagões.
Assim
que a garota levantou a mão pra empurrar a maçaneta
para o lado, três vozes berraram, simultaneamente, em tom
dramático um enorme "NÃO". Os dois deram um pulinho
de susto, e se viraram para encontrar suas três outras amigas.
-
Não precisam entrar aí, mudamos de cabine. – contou
Laureen com um grande sorriso, mas podia-se notar, por seu rosto
afogueado, que andara correndo.
-
Mudamos? – estranhou o garoto, claramente confuso.
-
Estão comigo e Carl. – falou Elle, puxando os dois pelos
braços, e avançando pelo corredor.
-
E posso saber por quê? – perguntou a monitora, puxando seu
braço com brusquidão e encarando-os com uma expressão
severa.
Elle
e Laureen se entreolharam, temerosas, Ryan as olhava interessado e
Megan revirou os olhos, entediada.
-
Não questione. – cortou Megan, muito longe de ser amável
ou educada. – Saiba, apenas, que você DEFINITIVAMENTE não
quer encontrar o Gui nesse momento. – completou em tom mais neutro,
causando risos nos amigos.
Passaram
o resto do trajeto "escondidos" na cabine de Elle. E assim que
desembarcaram pegaram a primeira carruagem com destino ao castelo.
-
Estorvo da minha vida. – resmungou Megan olhando para o tresláio
que acabara de deixá-los em frente à escadaria do Hall.
-
Não seja tão dramática. Aposto que eles são
bem bonitinhos. – censurou Elle, olhando para o ponto que ela
acreditava estar o rosto do animal.
-
São nada. – intrometeu-se Eillen, entrando no meio das duas
para impedir a famosa discussão de todos os anos sobre a
aparência dos animais invisíveis.
-
Mas.. – tentou rebater, parecendo indignada.
-
Mas nada, Elle. Nós os vemos, você não. Então,
se dizemos que ele são feios, só lhe resta acreditar. –
falou a garota no seu tom de "Eu
sou muito mais inteligente que você, então, não
me questione."
que costumava usar para deixar alguém se respostas.
A
suas costas, Megan mostrou língua, vitoriosa, para
Elle.
Revirando
os olhos para aquela cena Ryan subiu as escadarias sendo seguido
rapidamente por todas. Porém, a um passo de entrarem novamente
no castelo, Elle freou seus passos, empurrando-os para trás
com os braços.
-
Pé direito.. pé direito.. – cantarolou numa espécie
de mantra animado, mostrando seu sapato direito de boneca que usava
com o uniforme.
Instantaneamente
todos a olharam. Ryan exibiu sua melhor arqueada de sobrancelha,
aquela que dizia "Você não está pensando que eu
vou pagar esse mico novamente..". Megan cruzou os braços,
fechando suas expressões, mostrando claramente que não
faria aquilo nem sob tortura. Laureen, a mais esperta entre eles
naquele momento, olhou desesperada para Eileen, pedindo por clemência
que logo lhe foi atendida, quando a monitora se aproximou de Elle.
-
El, querida. – chamou suavemente, quase com uma doçura pouco
característica. – Eu acho que isso não vai dar certo,
sabe como é, eu e Megan vemos tresláios, Ryan tem uma
coleção de pôsteres de sinistros espalhados pelo
quarto e Laureen cria Agouros em casa.. Eu tenho quase absoluta
certeza que entrar com o pé direito não vai ajudar em
muita coisa.
Conforme
a amiga ia falando, a garota ia aumentando a rigidez de sua face. E
quando a última palavra foi dita, ela deu de ombros,
resmungando que eles não poderiam se queixar se fosse o pior
ano da vida deles.
-
Eu proponho que entremos todos com o pé esquerdo.. –
anunciou Ryan com solenidade, querendo provocar a amiga.
Rapidamente
as outras três garotas levantaram os braços, aceitando.
E assim o fizeram, sendo ladeados por Elle que deu quatro pulinhos
graciosos com o pé direito, sendo ovacionados por palmas de
todos os estudantes que haviam tido suas passagens bloqueadas por
eles.
-
Posso saber o que está acontecendo aqui? – soou a voz severa
e implacável da mestra de Transfiguração,
tornando o hall inteiro muito silencioso.
Os
cinco amigos se entreolharam e empurraram Megan na frente deles, como
a oferecendo para a morte.
-
Apenas contratempos, professora. – falou com um enorme sorriso no
rosto, mas meio vacilante.
A
mulher rapidamente abaixou seu olhar para observar a pequena figura
da garota, arregalando os olhos assim que observou seu traje.
-
O que EXATAMENTE é isso? – perguntou a mulher em voz alta,
apontando para o tênis da garota como se ele fosse o pior dos
pecados.
-
All Star, professora. Recém saído nas lojas, último
modelo. – contou ainda sorrindo, e fazendo pose com o tênis
que ia até seus joelhos. – Gostou?
-
Tanto quanto gosto do cabelo da senhorita McFust. – desdenhou
sarcástica, dando uma olhada rápida em Laureen, esta,
por sua vez, olhou para o teto, assoviando uma música qualquer
e fingindo que nem era com ela.
Risadinhas
abafadas foram ouvidas por todo o saguão.
-
Agora entrem todos nesse salão e vão para suas
respectivas
mesas. – ordenou a mestra, apontando um dedo para as portas de
madeira.
Rapidamente
todos os alunos obedeceram-na. Laureen e Ryan se despediram do resto
dos amigos, indo em direção da mesa á esquerda
do Salão, onde ficavam os sonserinos. Eileen ficou na mesa da
Corvinal, sentando-se de frente para a mesa a sua direita, a mesa
grifinória, onde Megan e Elle se sentaram logo em seguida.
Em
alguns minutos a seleção começou, e as duas
amigas grifinórias observavam entediadas à cerimônia,
até Megan sentir uma bolinha de papel aterrissar em sua testa.
-
Belo trabalho lá no trem. ,
dizia a letra redonda e bem feita de Tonks.
-
Foi
caso de vida ou azaração da Eileen.,
escreveu Elle em resposta, jogando o papel de volta discretamente.
-
Sorte de vocês que deu tudo certo, então. Eu realmente
não recomendo deixarem aquela maníaca estressada. ,
respondeu logo após fazer uma careta, causando risos nas
amigas.
No
ano anterior Tonks tinha pregado uma peça na monitora em um
dia nada agradável, e o resultado, bem, foi a metamorfomaga na
enfermaria trocando a cor de sua pele a cada três minutos.
Ainda
rindo um pouco, Megan puxou o pergaminho pra si. Como
foram suas férias de verão? -
rabiscou numa letra deitada, pouco legível. E jogou o
pergaminho amassado, com mais força que o normal, na testa da
outra, vingando-se.
-
Fiquei
em casa, viajei pra França com meus pais e comprei muitas
coisas interessantes sobre aurores. E, por Morgana, você não
fez as aulas de caligrafia que o Snape mandou, Megg?
Jogou
a bolinha de volta também com mais força que o
necessário fazendo-a voar, descrevendo um semicírculo
nada gracioso e aterrissar nas mãos bem treinadas do apanhador
da Grifinória. Carlinhos Weasley, exibindo seu usual sorriso
enorme e cativante, entregou o papel pra Megan, essa fez uma careta
de desprezo ao pegá-lo e voltar sua atenção para
ele.
-
Desisti
do Morcegão, ele não achou REALMENTE que eu ia fazer
algo para deixá-lo feliz, não é?! E mesmo seu eu
fizesse, seria em vão, tirei um D na prova final dele. Poções
pra mim nem de longe, esse ano. E eu não acredito que você
ainda não desistiu da academia de aurores, eles são
perversos lá..
Rindo
um pouco, Elle puxou o pergaminho pra si e adicionou um comentário.
-
Você
desistiria da academia de aurores assim que conhecesse meu meio-irmão
mais velho, ele ficou paranóico depois que entrou lá.
Quim tem uns tiques nervosos até hoje, dizem que lá a
coisa é pesada mesmo.
Tonks
deu um meio sorriso e preparou-se para responder o bilhete, mas algo
chamou sua atenção na pequena multidão de
novatos que ainda estava esperando para serem selecionados.
-
Hey, é impressão minha ou aquela garota é uns 40
cm maior que os outros novatos? – perguntou em voz alta, apontando
a garota que acabara de ser chamada.
-
Ela é transferida e vai fazer o sétimo. McGonagall
acabou de falar isso, em que mundo você vive, garota? –
censurou Carl, com as feições fechadas, mostrando que
não gostava muito da colega de casa. - O mundo do arco-íris?
-
Eu não sei em mundo eu vivo, mas pode ter certeza que eu rezo
para ele ser bem longe do mundo "Babacas Machistas", no qual VOCÊ
vive. – disse com frieza, encarando-o de feições
também fechadas, mostrando que o sentimento entre eles era
recíproco.
Discretamente
Megan sorriu, concordando, enquanto Elle fez uma carranca de
desaprovação.
--
Já
na mesa da Sonserina Ryan e Laureen participavam do silêncio
quase funesto onde todos observavam a transferida ajeitar os óculos
de aros dourados no nariz e sentar-se no banco de três pernas
com o chapéu selecionador na cabeça.
-
Aposto quatro galeões que ela caí na Corvinal. –
murmurou a loira, sem emoção, pra Ryan com o rosto
apoiado na mão e o cotovelo apoiado na mesa.
-
Apostado. – retrucou da mesma maneira, com os braços
cruzados sobre a mesa e o queixo sobre eles. Ele apertou os olhos,
tornando-os quase verdes, esquadrinhando a garota por completo. –
Ela está tremendo. – indicou levemente com a cabeça,
pra depois puxar o ar fortemente pelo nariz e fazer uma careta de
desagrado logo em seguida. – Sinto o cheiro de Lufa-Lufa. –
completou, expressando repulsa.
--
Já
na Corvinal, Eileen tinha um livro, "Crime e Castigo" de
Dostoiévski, sobre a mesa e parecia beber as palavras escritas
nele. Pouco se importava com os calouros e a seleção de
suas casas. Sentiu alguém lhe chamando e levantou suas orbes
castanhas para um garoto a sua frente que indicou a mesa da
Grifinória, às costas dele.
Eileen
olhou diretamente para o lugar indicado e encontrou olhos castanhos
furiosos, pertencentes a alguém que parecia tão
vermelho quanto o uniforme da casa dos leões que vestia.
Gui
Weasley apontou um dedo para a monitora-chefe e depois o passou
lentamente pela própria garganta, fazendo uma careta com a
língua pra fora. Ela arregalou os olhos, em falso espanto,
jogando as costas da mão contra sua própria testa,
fingindo um desmaio de medo.
-
Eu.Sei.Que.Foi.Você. – o grifinório falou
pausadamente, apenas movendo os lábios.
Eileen
sorriu largamente em resposta.
-
Prove. – a corvinal retrucou com remoque.
-
Eu vou te matar. – crocitou, fazendo um enorme esforço para
não gritar.
-
Tente, mas duvido que consiga. – falou com calma, olhando de
esguelha para o diretor que estava discursando nesse
momento.
Parecendo
atingir seu ápice, Gui mostrou-lhe um belo dedo do meio, sem o
menor receio.
-
(...) Guilherme Weasley e Eileen Doge. – falou o diretor, acenando
na direção dos monitores-chefes.
No
instante seguinte, o ruivo sente todos os olhares do salão
sobre ele e seu dedo mal-educado, ainda levantado. Sentindo-se corar
espantosamente, olhou para sua colega de monitoria que pisca um olho,
maldosamente, em sua direção, antes de ficar de pé
e curvar-se numa respeitosa reverencia aos colegas e professores.
Gui
sentiu duas nada discreta cotoveladas na altura das suas costelas e
olha para os lados, finalmente abaixando o dedo, vendo Elle e Tonks
acenarem para ele copiar a ação de Eileen, ao lado
dessa primeira, Megan chorava de rir segurando a barriga.
Com
resignação, ele se levantou.
Aquele
seria um looongo ano.
N/a:
Heeeeey..
Depois
duzentos mil anos eu apareço por aqui..
ashuasau!
Desculpem
pela super demora, ok?!
Espero
que gostem do capitulo..
bjo!
Prometo
não demorar taanto com o próximo cap..
Comentem!!!