Capítulo III

What hurts the most, was being so close

(o que mais machuca, foi ter estado tão perto)

And having so much to say

(e ter tanto a dizer)

And watching you walk away

(e ver você ir embora)

And never knowing, what could have been

(E nunca saber, o que poderia ter sido)

And not seeing that loving you

(E não ver que amar você)

Is what I was trying to do

(É o que eu estava tentando fazer)

Not seeing that loving you

(Não ver que amar você)

that's what I was trying to do…

(é o que eu estava tentando fazer…)

Os três meses entre a morte de Ginny e a última batalha foram de grande atividade física e de um grande torpor emocional. A tensão era sentida através de cada olhar e gesto.

Harry liderava a todos com uma frieza e clareza de raciocínio que surpreendia até mesmo as pessoas mais próximas a ele; a morte de Ginevra parecia ter transformado seus nervos em aço e aos poucos, seus olhos adquiriram um brilho perigoso e gelado, que muitos lembravam de ter visto nos olhos de Dumbledore. O moreno, no entanto, não ligava para isso, nem ao menos se apercebia do fato, todas as suas ações e pensamentos eram direcionados para encontrar Voldemort.

Encontrá-lo. Destruí-lo. Matá-lo.

O rapaz achava que nada seria punição suficiente para ele e seus seguidores, mas Harry faria o que fosse preciso. Sem arrependimentos.

Ao longo deste período de caça intensa, Draco aparecia com uma enorme freqüência na Ordem, algumas vezes sem a real necessidade disso. Muitos pensavam que era a maneira do jovem Malfoy reafirmar a todos o quanto a sua lealdade estava ao lado dos "mocinhos".

Apenas duas pessoas sabiam suas motivações verdadeiras: Hermione e Harry.

A morena apreciava cada vez mais a presença de Draco; seu olhar frio o traindo a cada vez que e a olhava, os furtivos toques de mãos e sorrisos que passavam despercebidos de quase todos. Quase.

Depois da morte de Ginny a única pessoa que conseguia transpor as barreiras em torno de Harry era Hermione, nem mesmo Ron tinha esse poder. Ele conseguia sentir-se quase normal perto dela. Sentia que tinha o dever de protegê-la como não pôde proteger Ginny, cuidar de sua maior amiga como não havia cuidado do amor de sua vida.

O jovem percebeu que Hermione escondia algo, então, numa rara noite de pouco movimento na Ordem, a garota acabou cedendo à pressão que ele fez e contou-lhe tudo. Da atração velada à noite que passaram juntos. Harry a abraçou e, diferente do que a morena pensou que ele faria, alegrou-se com a história e prometeu guardar segredo.

Se um Malfoy conseguia apaixonar-se por uma nascida trouxa e se esta conseguia esquecer o passado dele como Comensal em nome de um sentimento entre eles, então o mundo não estava tão sombrio quanto parecia.

Através de Draco, a Ordem soube que o Lorde das Trevas já tinha conhecimento da destruição de todas as suas Horcruxes. Segundo o loiro, sua maior surpresa foi a destruição rápida da última delas, cujo preço, Voldemort julgava o mais terrível.

O maior motivo de espanto sendo quem havia dado a vida para permitir que a sua fosse destruída: Ginevra Weasley, a garota que havia encontrado seu diário e com quem havia compartilhado alma e corpo por quase um ano.

O que ele próprio mais temia sendo enfrentado por uma jovem traidora do sangue de dezoito anos, fez com que ele abrisse os olhos. Já havia subestimado todos eles por tempo demais, pensando que desmoronariam com a morte de Dumbledore, e agora era a sua última chance de tentar reparar seu erro.

As atividades de Artes das Trevas diminuíram e Voldemort raramente era avistado, tinha deixado de ser o caçador para se tornar a caça.

Nenhum deles, no entanto. Tinha a ilusão de que o pior bruxo de todos os tempos estivesse enfraquecendo e sabiam que quando ele estivesse pronto para retornar, estaria tão poderoso como sempre fora, senão mais. Suas expectativas eram de atacá-lo enquanto ele se preparava para esse dia.


A chuva já tão comum tamborilava nas janelas quando houve uma batida na porta, interrompendo Harry e Hermione que estudavam mapas, tentando localizar os possíveis esconderijos de Voldemort.

Sem esperar por resposta, Malfoy entrou, fechando a porta atrás de si.

- Novidades, Malfoy? – Harry indagou, sério.

- Não exatamente. – Draco disse, olhando para Hermione que desviou o olhar e encarou o chão – Mais uma suspeita que um fato, mas achei que vocês deveriam saber. – ele fez uma pausa e sentou-se à mesa, de frente para Hermione e encarou Harry – Os Comensais mais chegados ao Lorde estão ficando agitados. Ao que tudo indica, ele passou esses últimos três meses buscando algo que revertesse sua situação tão... mortal. E parece que conseguiu alguma coisa. Há rumores de uma cerimônia. O local ainda não sei, mas algo está para acontecer e logo. Se conseguíssemos pegá-lo nesse dia seria a chance perfeita. Provavelmente todos os Comensais estarão lá, como guarda ou auxílio para magia, mas mesmo assim, ainda acho que será a nossa melhor chance, encontrá-lo desprevenido e com falso sentimento de segurança.

Ele olhou para Harry e viu os olhos do moreno brilharem com ódio frio.

- Você está certo. – ele disse – Assim que souber, nos informe onde e quando.

Draco assentiu e suspirou.

- Eu mal posso esperar para que tudo isso acabe. – ele falou e, quase inconscientemente, pegou a mão de Hermione que estava sobre a mesa. Ela sorriu e entrelaçou os dedos nos dele, finalmente encarando seus olhos.

- Eu também. – disse Harry, sombrio.

Draco percebeu pelo olhar de Hermione, por sua hesitação em encará-lo, que alguma coisa não estava bem. Ela era um exímio Legilimens, mas não conseguiria usar isso contra ela, não mais.

Não parecia... certo.

- Há algo errado, Hermione? – ela sobressaltou-se e retirou a mão da dele.

- Não! – a morena disse, praticamente gritando. Então se recompôs e deu um sorriso envergonhado – Quero dizer... o de sempre. Toda essa guerra e essa chuva e a apreensão, e a expectativa. É tudo tão... esmagador, às vezes. – ela suspirou tristemente – Só queria que tudo isso acabasse logo.

- Vai acabar. – respondeu Draco de maneira reconfortante, pegando a mão da jovem novamente – E então nós... – ele se interrompeu, percebendo apenas naquele momento o quanto estava sendo gentil, agradável, amoroso até, com uma das pessoas que até meses atrás era um de seus piores inimigos.

E o pior. Na frente de Potter, que provavelmente pensaria que aquilo tudo era um jogo para que ele parecesse um "bom moço". Olhou de lado para Hermione e viu que ela sorria. Virou-se para o moreno e percebeu que ele também tinha um meio sorriso nos lábios.

- E então vocês poderão ter um futuro. – ele disse, com voz firme, seu sorriso abrindo um pouco mais diante do espanto de Malfoy – Hermione não consegue manter segredos para mim. – ele completou ainda sorrindo levemente.

O loiro sentiu Mione ficar tensa com essas palavras. Novamente a encarou e viu, tão claramente quanto antes, que havia algo errado.

Algo a mais... algo além da guerra.

Decidiu não insistir nisso agora.

Eles teriam tempo. Depois.

- É, eu imagino que não. – ele sorriu – Eu preciso voltar. – declarou, levantando-se – Não posso ficar ausente do meu esconderijo por muito tempo. – O loiro suspirou. – Assim que conseguir mais informações, eu volto. – Beijou as costas da mão de Hermione, acenou com a cabeça para Harry e saiu, mais preocupado com a morena do que queria admitir.

Foi embora desejando conseguir as informações logo. Quanto antes aquela guerra acabasse, mais cedo ele poderia decidir o que faria pelo resto de sua vida.

Só não imaginou que o fim chegaria tão cedo.


A Ordem estava agitada.

Harry decidiu comunicar a alguns dos membros as suspeitas que Malfoy havia lhe confiado aquela manhã e por isso, marcara uma reunião ao fim da tarde.

Nem todos já haviam chegado, mas os presentes acomodavam-se nos bancos em volta da grande mesa escura.

A atmosfera estaria sombria mesmo sem a garoa fina que batia insistente na janela ou o vento que açoitava as árvores lá fora.

O céu tomava um tom de cinza chumbo conforme caminhava para a noite e a linha do horizonte estava manchada de vermelho com o pôr do sol, prometendo talvez uma trégua na intermitente enxurrada dos últimos meses. Quando todos os membros convocados estavam presentes, já passavam das seis horas.

Harry olhou para seus maiores amigos, sentados de cada lado dele. Ron estava sério, como havia estado por boa parte daquele último ano, o menino brincalhão e desengonçado havia desaparecido, dando lugar a um homem compenetrado e competente, mas, acima de tudo, triste.

Uma tristeza que, apesar de uni-los, por ter a mesma fonte, os separava por não conseguirem compartilhar a dor de perder a mesma pessoa de formas tão distintas mas igualmente avassaladoras. Voltou os olhos para Hermione, descobrira nela, para sua própria surpresa, sua única fonte de conforto e até mesmo, um pouco de alegria, durante aquele período sombrio. E ele estava a ajudando também. Ela precisava de alguém que reforçasse sua crença de que não era loucura criar esperanças de um futuro ao lado de alguém como Draco Malfoy. Ajudavam-se mútua e silenciosamente apenas pela presença e os olhares de apoio.

Hermione percebeu que Harry estava olhando para ela e lhe deu um sorriso. Ele estava se provando um amigo ainda melhor do que ela jamais poderia imaginar. Estavam tão perto do fim...

Quanto antes tudo aquilo acabasse, antes ela poderia lhes contar tudo. Remoeu os mesmos pensamentos pela milésima vez: seria loucura o que estava fazendo? Seria arriscar demais? Se algo desse errado, será que Draco, ou mesmo Harry, iriam lhe perdoar?

Harry havia tornado a olhar para a janela e ela balançou a cabeça, tentando afugentar aqueles pensamentos indesejados. Não permitiria que fossem para a batalha se ela. Não agüentaria a culpa se algo acontecesse com qualquer um deles e ela não estivesse lá. Quanto mais cedo tudo acabasse, melhor. E então todos eles poderiam começar de novo, ou dar continuidade ao que já haviam começado.

Harry começou a reunião sem rodeios, explicando o que Draco lhe revelara e acrescentando algumas conclusões que ele mesmo tirara, incitando os demais a fazerem qualquer comentário sobre onde imaginavam que a tal cerimônia teria lugar e quando.

Eram apenas especulações, mas eram válidas. Talvez conseguissem alguma dianteira se pesquisassem na direção certa.

Estavam discutindo há quase uma hora quando ouviram um estrondo na porta da cozinha e Malfoy adentrou o recinto com os cabelos em desalinho, ainda mais pálido que o normal e uma expressão no rosto que misturava excitação e medo.

- Hoje à noite. – foi tudo que ele precisou dizer, antes que o silêncio se tornasse tão absoluto que todos julgaram ser possível ouvir seus corações batendo.

- Onde? – indagou Harry, o rosto também tingido de branco, mas com a palidez da fúria que transparecia em sua voz.

- O cemitério trouxa dos Riddle.

Fazia todo o sentido, o moreno pensou. O lugar onde recuperara o corpo, ajudando-o a recuperar a imortalidade. O local onde os restos mortais de seus odiados antepassados estavam, dando-lhe a oportunidade de fortalecer-se.

- Fomos ordenados a aparatarmos lá às 10 horas. A guarda vai ser baseada em números, mais do que em estratégia. O local é pequeno e boa parte dos Comensais vai estar presente.

- Temos que chegar antes e nos posicionar bem, então, para podermos contar com a surpresa. – disse Ron.

- Sim. Temos pouco tempo, não há como planejarmos nada melhor do que contarmos com a surpresa. – concordou Harry – E você, Malfoy, o que pensa?

- Concordo. Eu preciso voltar antes que dêem pela minha ausência. – respondeu o loiro, trocando um olhar angustiado com Hermione – Se eu sumir, vão desconfiar e lá se vai a nossa chance. Preciso ir agora. Planejem o que for necessário, mas não entrem em contato comigo. O melhor que eu posso fazer é, no momento certo, deixar um ponto da guarda fraco, atacando e aí agimos em conjunto. – ele deu um olhar interrogativo para Potter, que concordou com um aceno de cabeça.

Com mais um olhar para Hermione o loiro virou-se e saiu, deixando os demais com o planejamento.

Às nove horas da noite, com um único vigia deixado na Sede, encarregado de enviar um aviso para o Ministério e aguardar pela resposta, a Ordem da Fênix aparatou próxima ao cemitério.

Furtivos e sem uso desnecessário de magia para que sua presença não fosse sentida, espalharam-se e esconderam-se, apenas aguardando.

Entre Ron e Hermione, Harry silenciosamente esperava.

Tudo que ele havia passado e todas as lutas que havia tido em sua vida seriam resolvidas aquela noite.

O momento do fim havia chegado.

A chuva havia parado, mas o vento cortante penetrava através das capas e vestes das pessoas no cemitério.

Lápides brancas de mármore já sujas pelo tempo tornavam-se visíveis apenas quando os raios cortavam o céu, anunciando a tempestade que não demoraria a cair.

Os únicos sons a quebrarem o silêncio eram o movimento das folhas das poucas árvores que ali havia e ocasionais trovões ensurdecedores que faziam os nervos de todos eles esticarem-se com a tensão.

Pouco antes das dez horas os primeiros estalidos indicando aparatação puderam ser ouvidos.

Os Comensais estavam chegando e uma das primeiras ações deles foi conjurar fogueiras para iluminar, ainda que fracamente, o cemitério.

Protegidos pelas sombras das árvores, a Ordem esperava que Malfoy aparecesse para que eles tivessem uma brecha na muralha humana que surgira ao redor da maior das fogueiras e a lápide de Tom Riddle.

Foi com alívio que Harry distinguiu o rosto fino e pálido do loiro surgir em meio aos outros Comensais.

As feições de Draco estavam frias e impassíveis, nem um único músculo traía o medo que ele estava sentindo.

Mais alguns momentos se passaram e o círculo de Comensais tornava-se cada vez maior.

Quando finalmente chegaram as dez horas, não havia mais espaço algum entre as formas encapuzadas, todas as lacunas preenchidas por suas presenças sombrias que estavam voltadas para a fogueira e a lápide, dando as costas para o resto do cemitério.

O silencio desceu de forma pesada e Voldemort aparatou no centro do círculo.

Draco não hesitou.

No instante em que o Lorde surgiu, ele enfeitiçou os Comensais que estavam ao seu lado. Abrindo uma brecha física e espalhando confusão entre os demais.

Assim que viram o primeiro movimento de Malfoy, os outros integrantes da Ordem saíram das sombras e começaram seu ataque contra o círculo que mais uma vez tentava se fechar em volta de seu mestre, mas sem sucesso.

Feitiços passavam zunindo e gritos eram ouvidos em meio aos trovões. Os raios aumentavam por poucos segundos a luz das fogueiras encantadas que ainda ardiam, apesar da chuva que voltara a cair, cada vez mais forte.

Vozes, gemidos, trovões e maldições geravam uma cacofonia desnorteante e perturbadora auxiliada pela luz tremeluzente das chamas.

O caos estava instaurado.

O círculo, já completamente desfeito. Os bruxos espalhavam-se pelo cemitério, duelando.

Draco olhou em volta e viu Potter e Weasley lutando contra três Comensais e Voldemort.

Sentindo o início do desespero, olhou em volta à procura de Hermione.

Avistou-a do outro lado do cemitério, junto com Luna e Neville, duelando contra cinco figuras encapuzadas.

Esgueirando-se por entre as lutas ao seu redor, correu para lá, com o objetivo de ajudá-los.

Antes que chegasse, viu Bellatrix Lestrange ser jogada ao chão por Lupin e McGonagall incapacitar dois Comensais com um só feitiço.

Desviou seu caminho para ajudar Tonks que não estava sendo páreo para três Comensais que avançavam sobre ela.

Sem parar para ouvir o agradecimento de sua prima, correu em direção onde Hermione agora estava encurralada por Dolohov. A morena estava sem a varinha que jazia metros a sua frente e o Comensal avançava para a garota com um sorriso de antecipação pelo prazer de matar uma sangue-ruim.

Draco lançou um feitiço que não atingiu Dolohov em cheio, mas fez com que o homem tombasse de dor.

Mais Comensais avançavam naquela direção. Entre eles, Lucius Malfoy.

O loiro tentava mantê-los afastados para que Hermione pudesse recuperar sua varinha. A garota lançou-se ao chão e desviou de um feitiço enquanto se levantava, a varinha em punho. Entre a chuva e os feitiços, Draco conseguia sentir o pânico da jovem ao ver tantos deles aproximarem-se.

Foi quando seus olhos se encontraram e ele conseguiu ver sem necessidade de Legilimência o que ela estava escondendo.

O que ele devia ter visto há meses atrás.

Hermione Granger estava grávida.

E estava prestes a morrer.

Draco viu, como que em câmera lenta, Dolohov levantar-se do chão e apontar a varinha para a morena enquanto gritava Avada Kedrava.

Sem pensar, Draco venceu os poucos metros que os separavam, e pôs-se na frente dela, recebendo em cheio o jato de luz verde.

Ele caiu imóvel, e seu corpo bateu no chão enlameado do cemitério.

Hermione sentiu como se o som do mundo tivesse sido desligado.

Não escutou mais nada. Nem o grito de Lucius, os feitiços dos membros da Ordem. O último grito de Voldemort quando harry finalmente o destruiu.

Tudo aquilo era nada.

Só o que ela ouvia era a chuva.

Tudo que ela enxergava era o rosto a sua frente.

Caiu de joelhos e tomou a cabeça dele em suas mãos, colocando-a em eu colo.

Por longos minutos permaneceu imóvel e sem reação, as sensações passando por seu corpo sem deixarem marcas, apenas penetrando em sua consciência que tudo que eles haviam esperado e aguardado não aconteceria.

O depois não existia.

Não para eles.

Um misto de angústia e dor a dominou por completo, pondo um fim em seu desespero letárgico fazendo-a reagir ainda que sua reação fossem as lágrimas.

Harry aproximou-se dela e juntos choraram suas perdas, abraçados em meio a chuva.

- Que tipo de vitória é essa, Hermione? Que não traz alegria, mas deixa um abismo vazio no lugar da raiva? – indagou Harry, sufocado pelo peso de seus próprios sentimentos – Que tipo de vitória é essa? – repetiu.

- É a conquista da chance de termos uma segunda chance, Harry. – ela respondeu, ainda chorando, mas com a voz suave, afastando-se um pouco do moreno e colocando a mão direita sobre o ventre.

Observando o gesto, Harry conseguiu sorrir. Havia destruído Voldemort, não com uma simples maldição, mas induzindo-o a afogar-se em seu próprio desespero e desistir de viver. Isso havia conduzido Harry a uma escuridão dentro dele mesmo que o rapaz jamais pensou ter de enfrentar. Mas agora, vendo Hermione ali, disposta e com um motivo para recomeçar, ele sentiu aquelas sombras começarem a se dissipar.

Havia, sim, um depois.

Havia um futuro a ser delineado e um mundo a ser reconstruído.

E ele não queria desistir. Não mais.

Deu o primeiro sorriso aberto em meses e olhou nos olhos de Hermione.

- Você está certa. – ele disse, ainda sorrindo.

- Eu não sei se consigo sozinha. – a morena declarou, com voz embargada.

- Você não está sozinha. Nós sempre vamos estar ao seu lado. – e dizendo isso, colocou a sua mão sobre a dela, contra seu ventre, ambos sorrindo e compreendendo que a escuridão nunca dura para sempre.

O fim havia chegado.

E o primeiro passo em direção ao novo começo já havia sido dado.


N/a: Era isso, pessoal, a terceira e última parte! -

Esperam que tenham gostado. Então por favor, review!!! E façam uma maluca mais feliz, como as meninas já fizeram! Agradecimento especial às meninas que deixaram review nos outros dois capítulos, à Sweet, à Pâmela e à Paty!!!

Amanhã, tem fic nova aqui: Além do Espelho. Uma D/Hr, mais leve, embora eu não garanta até quando. - Beijos pessoal, a até a próxima!!!