A Segunda Grande Guerra foi impiedosamente devastadora. Não acabou somente com vidas e esperanças, despedaçou corações e separou famílias.

- Você estará em segurança com seus tios. – Lílian falava de forma calma. Uma calma que não chegava aos olhos marejados e ao coração apertado pela separação.

- Eu preferia ficar com vocês. – O menino franzino de cabelos negros e rebeldes e olhos impressionantemente verdes falou triste.

A força aérea britânica teve muitas vitórias, mas também algumas derrotas.

- Você não entendeu, moleque? Seu pai morreu! – O homenzarrão vociferava num misto de ódio e triunfo, como se ver Harry infeliz fosse o néctar dos deuses. - O avião dele foi abatido, e a sua mãe não dá notícias há semanas, desde a última blitz. Você não tem mais ninguém e só está aqui porque não podemos simplesmente por você para fora. Pelo menos ainda...

Mas o amor floresce mesmo nas ocasiões mais adversas.

- Mãe? – Uma ponta de esperança surgiu em seu peito fazendo –o conter a respiração.

- Acho que não.

A voz agradável que lhe chegou aos ouvidos, apesar de não ser a de Lílian Potter, fez com que sentisse um calor gostoso em seu peito, e a despeito da decepção que brevemente sentiu por não ser sua mãe, não pôde deixar de sorrir ao levantar-se e cumprimentar a bela garota a sua frente.

- Desculpe, eu... bem... o sol... – Corou levemente quando notou a expressão divertida com a qual ela o fitava. – Muito prazer, Harry Potter.

A garota de cabelos flamejantes tocou em sua mão ao retribuir o cumprimento e respondeu.

- Ginny Weasley.

Porém o destino tem que ser enfrentado.

- Por que você não fica aqui, em segurança? – Ginny tinha os olhos rasos d'água.

- Não posso. Você sabe que eu não posso. – Ele preferiu olhar o lago do que encarar os olhos castanhos que tanto amava

Decisões terão que ser tomadas.

O sorriso dele era pura saudade e Ginny não se conteve. Atravessou a distância que os separava e abraçou-o feliz. Não poderia ter desejado presente melhor naquele Natal. Beijavam-se de forma apaixonada enquanto Harry a rodopiava segurando em sua cintura.

- Gin... – a voz rouca de desejo não deixava duvidas de suas intenções.

- Sim.

E suas conseqüências enfrentadas.

- Você vai se casar com Neville?! – Sibilou furioso, enquanto ela tentava explicar. As lágrimas correndo livres pela face abatida.

- Você foi dado como morto.

- Você só estava esperando uma oportunidade para se dar bem, não é? – Agarrou-a pelos ombros bruscamente. – Por que não escolheu o Draco? Ele é mais rico que o Neville e ele eu consigo odiar...

- Eu tive minhas razões!

Tudo para não acontecerem mais... DESENCONTROS.