Cap dedicado à Leyla Poth
UFA!
Demorou mas chegou!
Tive que reler a fic, e escrever esse resumão, pq sei que a maioria nem lembra mais o que aconteceu.
Lembrem-se que a Flavinha parou de Betar, e me perdoem os erros!
Minha vida mudou bastante! Agora esta nos eixos novamente! Este é um presente de natal!
Finalmente o fim da famigerada "ao mestre com carrinho".
Nos capítulos anteriores:
Um estranho grupo, liderado pelo pai de Odete, a secretária de Hermione (Mione que é a atual ministra trouxa da Inglaterra), seqüestram Hermione e Severus, para que Odete tome o lugar de Mione por um tempo e dissemine uma doença causada por uma bactéria modificada (através de técnicas bruxas e trouxas) capaz de produzir um resíduo com traços do feitiço finite encantatem, que pode fazer com que todos os bruxos do mundo percam seus poderes.
O pai de Odete bolou este plano do mau, pois sua filha caçula, e posteriormente sua esposa, morreram por causa do interesse de Voldemort em ter Odete (uma animaga)em seu grupo de aliados na época da primeira guerra bruxa. Por causa disso, Odete sente-se culpada e ajuda o próprio pai a acabar com o mundo Bruxo.
Odete, com ajuda de trouxas e de Draco (que se deixou tornar trouxa) capturam Snape e Mione. Mione quase morre, mas o amor de Severus salva-a da morte certa quando Severus consegue realizar um feitiço de cura sem possuir varinha. Vendo o Sofrimento de sua amiga (quase filha) Hermione, Odete consegue enxergar o quanto é errado o que estava prestes a fazer, e a culpa a corroe, fazendo com que ela tome a decisão de libertar Mione e Severus. Porém, como sempre, Draco Malfoy arrepende-se de suas escolhas tortas, e chantageia Odete para que ela consiga uma poção criada por Severus que é capaz de devolver-lhe os poderes.
E assim, Snape foi libertado por um tempo, enquanto Mione é mantida como refém de Draco em um celeiro.
Snape chega ao castelo acompanhado de Odete, que havia se transformado em Mione. Ele tem que terminar a poção capaz de reverter o processo de "trouxalização" que mata a bactéria e torna inócuo o veneno com finite encantatem q a própria bactéria produz nos corpos infectados.
Snape chega ao castelo com roupas trouxas desleixadas do cárcere, se depara com Hagrid, Minerva e Potter, e este último acaba por perceber que Aquela que acompanha Severus não é Hermione Granger.
Capítulo vinte e nove (29):
A Rainha e a coringa.
Quando Harry Potter percebeu aquele nariz cumprido e fino, e os olhos de ratinho destoando totalmente do corpo daquela "Hermione" que seguia Snape, ele não teve duvidas que aquela não era sua amiga MIONE. Provavelmente era alguém que bebera poção Polissuco e estava tentando esconder algo muito importante, e pela companhia e pelas vestes de Snape, deveria ser algo muito terrível também.
Por alguns instantes Harry sentiu (como uma reação da infância desconfiada) que Snape estava "aprontando" algo. Mas ao mesmo tempo que apenas cogitou essa hipótese, sua consciência chata, como um daqueles anjinhos de desenho que fica no ombro direito avisou-lhe: 'Lembre-se de que não se deve julgar algo ou alguém antes de ter certeza do que esta havendo.' Assim, o diabinho que o instigava a por a culpa de alguma armação em Snape logo de cara, sumiu numa nuvenzinha de fumaça resmungando impropérios.
Potter ainda nutria um grande desgosto pelo relacionamento entre Mione, sua amiga, sua 'quase irmã' Hermione, e o Velhote! Como se já não bastasse saber que Snape e sua mãe foram namoradinhos de infância, agora a sua MIONE!
Harry bufou impaciente encostando-se em uma viga para se esconder até que Snape a e falsa Mione virassem o próximo corredor. Ele ainda não conseguia entender de onde viera aquele amor. Lembrou-se com sofreguidão do fatídico almoço na residência dos Weasleys, e como Hermione havia apontado o dedo para Snape com o rosto cheio de raiva acuzando o velho professor de tarado! – A essa lembrança Harry não conseguiu esconder o sorriso. Havia sido muito engraçado ver a cara de bobão do velhote quando Mione disse-lhe as travessuras de quando eles eram crianças contra o professor malvado! Lembrou-se de quando Hermione ateou fogo na capa de Snape achando que era o professor que estava tentando derrubar Harry da vassoura...
- Phunf – Harry bufou e resolveu que seria muito melhor acreditar em Snape, pois da última vez que batera de frente com o mestre, Hermione admitira que estava apaixonada pelo 'velho babão' e virara uma fera, e como resultado quase rompera a amizade com ele e com Rony. Portanto:
Inocente até que se prove o contrário – Pensou Harry seguindo de longe Snape e a falsa Hermione.
Harry sorrateiramente seguiu Snape até a porta do laboratório de poções, e quando Snape entrou com a cópia mal feita de Mione no laboratório, sem nem olhar a sua volta, o enxerido garoto que sobreviveu, meteu os olhos na fechadura e pois-se a observar pelo buraco da chave, e o que viu o deixou boquiaberto...
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À milhas dali, logo depois que Draco saiu do seleiro, Hermione encostou-se desajeitada contra o bico de um arado arcaico e sem perder um segundo, começou a trabalhar em romper as cordas que amarravam seus punhos contra o bico agudo do arado. Com sorte ela estaria fora daquela maldita fazenda do terror antes de amanhecer!
Ela queria se livrar e fugir, mas se talvez não estivesse tão cansada pelas adversidades que havia passado, poderia, só por prazer, esperar Draco-babaca-Malfoy em um canto escuro e dar uma gravata no safado mal acabado! Ou até mesmo um outro murro na ponta do queixo do imbecil trapaceiro! – pensou ela ao lembrar-se do soco que uma vez havia dado no louro quando descobrira que Bicuço (o hipogrifo de Hagrid) poderia ser sacrificado pelo ministério bruxo só por causa de uma denuncia estapafúrdia do maldito e mimado Draco!
Suspirou e ajeitou os punhos tencionando a corda e raspando com um pouco mais de força. Seria inútil querer bater no cretino. Pau que nasce torto sempre vai mijar fora da bacia. O que ela faria mesmo era se soltar e correr para os braços de seu Severus! Ela o queria! E estava cada dia mais lasciva. Lambeu os lábios pensando que aquilo que estava passando no momento não era nem metade do sofrimento que sentiu quando tomou a poção cavalar da esposinha de Hagrid para aumentar a libido.
Hermione lembrou-se do episodio com alegria - AHAHAHA. A força de vontade de Snape em recusar-se a ceder fora muito pior! Lembrou-se como ele se prendeu na cozinha e passou a noite toda sentado do outro lado conversando amenidades, e reagindo com grunhidos disfarçados sempre que ela lhe dizia algo sexy - ela lembrou-se fazendo piada para si mesma de forma a amenizar o medo que estava sentindo. No fundo ela sabia que tudo aquilo poderia acabar mal.
Chacoalhou a cabeça tentando afastar o mau presságio que acabara de acometê-la, e concentrou-se em romper as cordas que a prendiam.
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Draco saiu do seleiro sentindo-se um gênio. Iria ter seus poderes de volta, e se tudo desse certo, de quebra poderia ver a nojenta e petulante da Granger sem poderes para sempre!
HÁ! E hora-hora-hora! Quem diria. A mocréiazinha de seus tempos de escola estava intimíssima do professor Snape. Logo de Snape, que tanto a humilhara nas aulas de poções, com apelido de 'sabe-tudo' e várias outras tiradas sarcásticas! Bah! Era nojento!
Agora os dois estavam se enroscando como adolescentes na puberdade! – pensou Draco lembrando-se dos ruídos que houvira no porão à cerca de duas noites. - Mas que os dois se fod... Bem... Que danassem não é? Pois a primeira palavra que ele havia pensado, com certeza eles já haviam feito!
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Snape havia saído de perto de Potter o mais rápido que pode. Andou a passos rápidos, e arrastou Odete-mione pelos corredores do castelo sem nenhuma gentileza.
Entretanto, aqueles olhos verdes eram conhecidos. Snape percebeu a desconfiança nos olhos de Potter. Desconfiança era algo muito fácil de se ler nos olhos daquele enxerido, pois desde muito pequeno o garoto chato o havia importunado e lhe dado dor de cabeça por causa do comportamento obsessivo de herói, que teimava em colocar a ele (Snape) como o vilão mais ardiloso do planeta.
Abriu a porta do laboratório de poções de longe com um pequeno golpe de varinha.
-Vamos! – Snape apreçou Odete. E logo que a mulher entrou, ele seguiu-a e trancou a porta por dentro.
Ao observar o laboratório poeirento sentiu ódio de si mesmo. Como não havia terminado a poção! Poções sempre estiveram em primeiro lugar em sua vida, e de repente haviam sido colocadas em segundo plano. Ele sabia o porque. O nome deste 'porque' era Hermione. Ela o havia hipnotizado. Ele estivera tão compenetrado em ama-la, que havia deixado de lado o trabalho ao qual havia sido incumbido de cumprir pelo próprio ministro da magia! (o Sr Weasley). Agora estava ele em pé a frente da bancada, com uma poção inacabada, alguns rascunhos que poderiam nortear o termino da tal poção, mas que na verdade não estava nem perto de ser confeccionada no estado de perfeição que ele tanto prezava.
Todo o trabalho cru. Trabalho, que com um pouquinho mais de empenho já estaria a muito tempo terminado. E agora o maior desafio: terminar de criar uma poção, em que um bom projeto criativo que gerasse um resultado 100% eficaz demandaria meses!
- A-a-algum problema? – questionou Odete aflita, já sem conseguir manter a face de Mione no lugar da sua. – Você precisa de ajuda?
- Sim preciso – disse Snape destilando veneno – FIQUE QUIETA!
O estranho homem de preto apoiou as duas mãos na bancada, fechou os olhos e começou a por a mente para trabalhar. A imaginação voava em possibilidades de combinações de ervas e ingredientes que produziam reações diferente quando juntos. Pensou nas possibilidades.
Em química, um cientista teria o mesmo comportamento ao imaginar qual seria a reação de milhares de possíveis de combinações entre compostos químicos ácidos, básicos etc.
Não era fácil, mas Snape já possuía um esboço, e havia cogitado durante muito tempo todo tipo de forma de potencializar a poção que havia imaginado quando Mione recuperou os poderes com uma carga de energia durante uma aparatação...
Então começou a juntar caldeirões, e diversos vidros de ingredientes em sua mesa. O primeiro passo ele sabia: Criar uma base para aplicar feitiços extremamente energizantes, capazes de produzir algo como um choque no organismo de quem tomasse.
O problema maior era esse: deveria criar uma base que impedisse que a energia introduzida na poção através de magia, se desprendesse do liquido antes que a poção já estivesse circulando pelo sangue do paciente. E além disso, teria que colocar um ingrediente que agisse como um imã para essas bactérias, para que quando todas elas morressem, pudessem ser capturadas e expurgadas do corpo da vitima.
Colocando o esboço de sua poção sobre a bancada, Snape começou, quase que mecanicamente, o preparo da base de ingredientes e feitiços que se seguiria.
Enquanto realizava o procedimento, sua mente vagava para o encontro de Hermione. Ele a amava tanto. Amava mais do que poderia descrever. Hermione o fizera recuperar o poder de amar. Severus lembrou-se do episódio fatídico em que seus sentimentos foram expostos pelo repugnante Potter e como Hermione enfrentou amigo para defende-lo. Como ele havia ficado dilacerado, e esmurrado o console da lareira. Lembrou-se de todo o carinho que Hermione, e como ela havia curado suas mãos e arrumado sua sala, e em como ela se entregou a ele. Como havia sido maravilhosa. Como o havia entendido. Como ele se sentiu a vontade em dizer que ela era sua primeira mulher! Maravilhosa. Sua deusa. Lembrou-se de tudo com carinho, e como um anuncio para voltar a realidade, a base para a poção começou a borbulhar. Agora era tudo ou nada. Ele colocaria os ingredientes e a base mágica para que o primeiro protótipo da poção fosse testada.
- Tomara que seu esteja certo – Snape disse para o caldeirão borbulhante ao acrescentar o primeiro ingrediente.
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Na fazenda, Hermione sentiu um solavanco, e as cordas lacearam. Estava solta. Finalmente.
Hermione não tinha em mente o que exatamente iria fazer, mas sabia que não poderia simplesmente sair correndo. Severus voltaria em breve, e ela não podia deixá-lo sem saber o que fazer, principalmente com Draco a solta. Então decidiu-se. Iria para algum lugar escondido nas redondezas da sede da fazenda, e rezaria para encontrar Severus antes de Draco.
Sorrateiramente correu entre árvores e arbustos, e se escondeu o mais próximo que pode da porta dos fundos da sede da fazenda.
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Snape havia terminado. Aparentemente era uma poção razoável.
Ao sair de sua sala, Odete seguia-o, mas ele percebeu que não estavam sozinhos. Por Merlin, aquele garoto não deixava de ser bisbilhoteiro.
Virou e subiu uma escada, com Odete em seu encalço. Quando virou novamente para subir por mais um lance de escada, ele agarrou Odete pelo pulso, puxou-a de costas e tapou-lhe a boca. Imóvel ele esperou.
E como mágica Harry Chato Potter apareceu. Snape colocou a bruxa velha atraz de si, e com um olhar faiscando avadas quedavras, ele colocou-se na frente de Harry.
- O que quer me seguindo senhor Potter?
Harry havia, mais uma vez, sido pego de surpresa. A única coisa que poderia fazer era dizer a verdade.
- Achei estranho você andando por ai com alguém disfarçado de Herminone. – Disse Harry.
- Não que você tenha algo a ver com isso, mas é uma questão que a própria Ministra me pediu para resolver. E você tem razão, esta não é Hermione – Severus pensou rapidamente, não podia enganar Harry, a verdade havia sido o caminho e a solução dos problemas do passado, então, deveria agir com a verdade. Quem sabe o Cretino que Sobreviveu pudesse ajudá-lo?
- Muito bem senhor Potter, sei que você não conseguirá dormir se não souber o que está acontecendo, então, quem sabe você possa me ajudar? Mas para isso, o senhor precisará daquela sua fabulosa capa, a qual sempre achei que o senhor não merecia possuir.
Harry respirou profundamente. Será que aquilo era uma cilada? Será que o professor havia achado uma forma de se vingar?
Não. Ele tinha que dar esse voto de confiança.
- NÃO! – Suplicou Odete – Mais uma pessoa inocente não! E se ele for visto? Vao matar minha Hermione!
-Cale a boca mulher! Essa situação foi você que criou! – Repreendeu Snape.
Harry ficou estático. As coisas estavam naquele pé?
- Professor, é hora de dizer o que está acontecendo.
- Não há tempo para isso. Eu explico no caminho. – Disse Snape puxando Odete. Harry seguiu-o. E estarrecido ouvia os desdobramentos mais bizarros dos últimos tempos. Um trouxa havia sido capaz de criar uma bactéria capaz de acabar com o mundo Bruxo. Isso era terrível.
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Draco voltou para o celeiro. Estarrecido viu que Hermione não estava mais lá. O que faria agora? Aquela vaca!
Saiu desvairado a procura da maldita bruxa.
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Severus Aparatou-se com grande dificuldade. Em um braço tinha Odete, e em outro Harry Potter, que por não saber onde ficava a fazenda, teve que ser levado por Snape.
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Draco viu quando Snape e Odete surgiram no jardim, e correu para eles.
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- ME DÊ MINHA POÇÃO! – Gritou Draco. Aquela altura não fazia mais a menor diferença se todos soubessem o que estava acontecendo. Jogou-se contra Snape, mas encontrou um punho duro no meio do caminho.
Harry desferiu o golpe com tanto prazer, e com tanta força, que sentiu um estalo de dedo quebrando-se na cara de Draco.
Draco caiu no chão estatelado.
Odete, correu louca pelo campo em direção à sede da fazenda.
Mais que depressa o pátio dos fundos estava repleto de capangas.
Pierre surgiu lívido.
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?! – ele gritou ao ver Snape solto, sozinho no pátio (Harry estava ainda sob a capa), e Draco estatelado no chão. Aquele Bruxo era sem duvidas muito poderoso. Então concluiu: Snape havia fugido, subjugado Draco.
Sacou um revolver e disse para Snape:
- Não sei se você sabe o que é isso, mas se der um passo, vai descobrir.
- ALGUÉM, VÁ VER O QUE ESTÁ ACONTECENDO LÁ DENTRO! – Pierre ordenou, e mais do que rápido, um capanga entrou, averiguou o porão, e voltou com a notícia.
- A ministra fugiu.
- IDIOTAS – Ele berrou. – Você vai me pagar, sua aberração!
Engatilhou a arma.
- NÃO – Hermione gritou. Saiu de seu esconderijo.
- NÃO! VOLTE! VOLTE! – Implorou Snape.
- Não faça isso! Hermione pediu!
Tudo ficou confuso.
Pierre apertou os dentes. Acabaria com os dois.
- Hermione – Pare com isso! – Snape implorou.
- Não! – Pediu Hermione.
Seus olhos transbordavam lágrimas. Seu choro copioso partia o coração de Snape. Onde estava o Maldito Potter? ONDE?!
Um disparo, e Hermione jogou-se contra Snape.
- MALDITO!
Snape sentiu o corpo da mulher contra o dele. Suas frágeis mãos pendendo ao lado do corpo, ele segurou-a pelo tronco, e sentiu uma umidade quente e pegajosa. Foi lentamente abaixando. O semblante de Hermione ficava ameno. Não havia dor naqueles olhos castanhos.
Ele olhou-a. Seria aquele o fim? Pobre mulher. Por quê?
"Por que" era a única palavra que rondava a mente de Severus.
Levantou o rosto para olhar para Pierre. Seu ódio transbordou.
- MALDITO! – Gritou.
Harry, que até o momento lutava para manter Hermione embaixo da capa da invisibilidade, devido ao dedo quebrado já perdia a disputa.
Hermione, que até então havia sido mantida por um feitiço de cordas invisíveis, presa por Harry, consegui se libertar. Harry era péssimo com feitiços. Com sua própria varinha tirou também o feitiço que a emudeceu.
Num rompante saiu de debaixo da capa. Severus passava as mãos pelos cabelos de Odete, sua cópia. Viu quando Sanpe beijou a testa de Odete. E viu o semblante de Odete aparecendo. Os olhinhos pequenos, o nariz grande e pontudo.
Hermione tapou a boca, reprimindo um soluço de choro.
- Sinto muito – Snape falou, agora olhando para a verdadeira Hermione. – Não era para ser assim. Não sei porque ela fez isso. Ela sabia que eu estava protegido por um feitiço, que a bala não iria me machucar. Eu... Simplesmente não entendo.
Pierre ainda assimilava a cena. Não havia matado Hermione? Duas Hermiones? Quem era aquela? Não! NÃO! NÃO PODIA SER!
- NÃO! FILHA!? – Gritou Pierre.
O revolver caiu no chão.
Naquele momento ele havia morrido. Como aquilo havia acontecido?
- p-pai... – Odete arquejou.
- Odete! – Pierre jogou-se a frente de Snape, com o corpo de sua filha entre eles.
- P-pai... Por favor, me aceite assim como eu sou?... – Ela pediu. Sua voz era apenas um sussurro.
Uma dor, assim como uma faca invisível torceu-se no peito de Pierre.
O sangue do seus sangue. Carne da sua carne. Nunca havia aceitado-a do jeito que ela era.
- Eu fui o culpado. Meu Deus. Meu Deus! – Pierre clamou.
Odete soltou lentamente o ultimo suspiro.
Snape levantou-se.
Pierre agora estava agarrado ao corpo sem vida de Odete.
Hermione era amparada por Harry.
Snape afastou-se da cena. Agradeceu a Deus por aquela deitada não ser Hermione. Era egoísta de sua parte, mas depois de tanto ter-se doado, ele se permitiu tal pensamento.
Pegou Hermione pelo braço. Apontou a varinha para os capangas e disse:
- A polícia especial foi chamada e está chegando. Não sei como vocês vão explicar tudo isso. Mas agora que a Ministra está solta, todos vocês irão para a cadeia. Isso que vocês fizeram é crime tanto no mundo bruxo quanto no trouxa. Conspiraram para atentar contra a vida da ministra... Vão pagar como terroristas.
- Vamos, Hermione, você tem que concertar esse meu dedo. Acho que o murro que dei no Draco foi tão forte que quebrei um osso. – Disse Harry sôfrego.
Snape jogou um feitiço sobre os presentes, que congelaram. Não sairiam de lá até que a policia especial (que agia entre o mundo trouxa e o bruxo) estivesse lá para prende-los. Em seguida desaparataram para o castelo. Hermione ainda estava em estado de choque.
E tudo tinha o seu fim.
Odete descansava. Pierre aceitou-a. Pagaria duas vezes: Preso, e tendo que conviver com a culpa de ter matado a própria filha. Ele que havia acusado Odete de ter sido a culpada da morte da irmã e da própria mãe, teria que conviver com a culpa verdadeira. Carregaria o sangue da própria filha nas mãos.
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Chegando ao castelo, Hermione sentiu-se impotente.
Por que tanta intolerância?
Era uma questão que não havia resposta.
Tanto Bruxos quanto Trouxas sempre padeceriam por uma irracionalidade imbecil de uma suposta superioridade.
Bruxos, trouxas, negros, brancos, gays, heteros, ou qualquer que fosse a diferença... Todos humanos. Todos carne. Todos ossos. Por que tanto ódio? A diferença é assim tão ruim?
Ninguém tinha a resposta, muito menos ela. Então, Hermione entregou-se a um sono digno. Havia uma vida para viver depois daquilo tudo. E ela agora tinha Severus.
Era o suficiente. De sua parte lutaria uma batalha por vez.