Título da Fic: Death Angels
Anime: Weiss Kreuz x Gravitation
Casal: Aya x Omi/ Yuki x Shuichi
Classificação: Crossover/ Yaoi/ Lemon/ Angust/ Suspense.
Status: em andamento
Autora: Lady Anúbis.
E-mail: Freya de Nyord
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DEATH ANGELS
Capítulo I – Sons perigosos
A tarde vai se esvaindo, começando a trazer o vermelho do pôr-do-sol ao céu muito azul. "Se isso não é romântico, o que será?". Shuichi já está ali há algum tempo, tentando encontrar a inspiração perdida. O jovem cantor de cabelos cor-de-rosa, de 19 anos, mas que ele odeia admitir que parece mais jovem, está sentado, quase deitado no banco de madeira. Mas por que aquele parque? Foi ali que viu Yuki pela primeira vez e que lugar seria melhor para tentar escrever uma canção de amor para seu segundo CD?
Olha o sol descendo por trás das casas e lembra dos momentos em que ele e Yuki observaram isso juntos, da varanda do apartamento. Na verdade, ele se recorda que está enganado, sempre o fez sozinho, pois o loiro se trancava no escritório durante o dia todo, proibindo-o até de bater. No fim, se esforça para recordar os momentos românticos que passaram juntos, mas essa é uma tarefa difícil. Não pode realmente dizer que sua relação é romântica. "Por que ele tem sempre que ser tão frio?"Por ele seria diferente, mas tenta aceitar Yuki como ele é. Afinal, seu namorado sempre foi assim e entende o porquê, por isso não reclama de sua aparente frieza, pois acredita que no fundo ele o ama, só não consegue demonstrar. As coisas do passado... Elas o tornaram assim... O faziam acordar assustado durante a noite... Fizeram Yuki temer amar. Decide parar de tentar encontrar inspiração nisso, pois não ajuda muito depois da briga que tiveram de manhã. E por coisas tolas, como todas as suas brigas. Prefere não lembrar que saiu de casa chorando.
Mas ele tem um prazo para entregar essa música, com risco de ser assassinado por K, seu empresário. E aquele americano é maluco o suficiente para fazer isso. Por isso está sentado no parque observando a cidade e o sol se pondo. Mas nada lhe ocorre. Rimar... Rimar... "Coração com... Aflição... Irritação... Masturbação. Credo!" Com essa inspiração ao inverso não vai conseguir fazer isso nunca.
Mas um ruído chama sua atenção. Volta-se depressa, parecendo ouvi-lo por entre as árvores logo atrás do banco em que está sentado. Já está escuro e o vento sopra, movendo delicadamente as folhas. Só pode ser isso. O vento! Volta a olhar para o papel onde tenta insistentemente escrever algumas palavras, mas nada sai. Aquela maldita briga idiota não lhe sai da cabeça. E pensar que fora um papel com a letra de uma música, levado pelo vento, que fizera os dois se conhecerem.
Novamente um ruído. Desta vez Shuichi percebe uma forma movendo-se no arvoredo. Levanta-se e tenta enxergar melhor. Coloca o papel no bolso. É então que alguém se revela, aproximando-se devagar. O garoto recua, a escuridão ainda escondendo a identidade do homem.
- Shuichi Shindou. – A voz rouca fala de forma compassada.
- Quem é você? Como me conhece? – Shuichi está nervoso e com medo. Algo naquela voz o faz tremer.
- Eu estava a sua procura... – O tom é malicioso, como se o garoto fosse uma presa.
O jovem cantor não pensa duas vezes. Passa a correr, sem olhar para trás. Prefere nem saber se está sendo seguido, pois isso só aumentaria o medo que já está sentindo. Chega ao prédio, mas esquece completamente da senha para abrir a porta da frente. Toca o interfone, mas sem resposta.
- Droga! Justo agora eu tinha que esquecer essa porcaria de senha. – Ele grita, extremamente nervoso.
O desespero aumenta, pois começa a ouvir passos que se aproximam. No começo eles são lentos, mas começam a se apressar. "Droga... Droga... Yuki não ouviu o interfone?" Seu dedo continua apertando o botão da campanhia repetidamente. Shuichi treme, mas os números voltam para sua memória e ele consegue entrar, correndo para o elevador sem olhar para trás. Mal consegue acertar o buraco da fechadura da porta do apartamento, entrando esbaforido. Este está completamente na escuridão. Encosta na porta ainda sem ar. Sua cabeça roda e pensa com dificuldade. Não sabe bem porque, mas sentira muito medo. Algo naquele homem fizera seu sangue gelar.
Conforme se acalma um pouco e sua respiração começa a voltar ao normal, percebe que o apartamento está mergulhado em completo silêncio. Não há nem mesmo o contínuo ruído irritante do teclado que constantemente vem do escritório. Isso o preocupa, principalmente depois daquela briga.
- Yukiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! – Grita, andando depressa até a porta do escritório. Abre devagar, caso ele esteja trabalhando, mas fica paralisado quando encontra o cômodo imerso completamente na escuridão. Seus olhos ficam cheios de lágrimas, enquanto fecha a porta. – Por que você faz isso comigo?
Anda até a sala, a procura de algum bilhete que explique sua ausência. Mas não encontra nada. Isso não o surpreende, pois é típico do escritor. Senta no sofá e se curva pra frente, cobrindo o rosto com as mãos. Tudo isso o cansa demais. Seus sentimentos parecem sempre estar em uma montanha russa... "Por que você faz sempre isso comigo?" Seria mais fácil abandonar de uma vez essa relação difícil, mas não sabe viver sem Yuki e isso é o único fato de que tem certeza.
- Droga! Eu me esqueci! – Levanta-se e corre para o quarto. Procura no closet uma roupa legal. – Justo hoje tem essa festa! Não estou no clima.
Continua a procurar uma roupa adequada para uma "farra". Esquecera-se completamente da festa que a gravadora ia oferecer aos seus clientes mais importantes. E K o mataria se faltasse. Na verdade, todos os principais músicos da gravadora estariam lá. E ele ainda está ali, sem saber o que vestir.
Enquanto olha todas aquelas roupas novas que comprara para esses eventos, seu pensamento não sai da ausência de Yuki e do estranho encontro no parque. E o loiro lhe falta bem nesse dia, em que está com tanto medo! "Afinal, quem era aquele homem?" E ainda mais tem que ir a uma festa depois de uma experiência dessas! E Yuki Eiri sempre o deixa assim, sem qualquer aviso, pelos motivos mais banais. Segura uma camisa vermelha que ele lhe dera. "Posso dizer que ele me ama mesmo?"
Separa então uma camisa branca transparente e calças pretas de couro. Rapidamente toma um banho, se veste, completa o visual com alguns acessórios e está pronto. Olha-se no espelho, mas não consegue estar satisfeito com sua imagem. Sempre é assim. Quando briga com Yuki tudo lhe parece sem graça. Assim mesmo precisa sair. Chama um táxi e sai meio sem vontade. Do outro lado da rua, oculto pela escuridão, um homem o observa entrar no carro.
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A festa não é muito diferente de todas as outras em que tinha de estar para a promoção do grupo. Sempre acontecem no apartamento luxuoso que a gravadora tem para esses eventos, cheio de salas com sofás e pequenas mesas. Festas repletas de clientes interessados em música, mas principalmente, em músicos. E é uma prática usual entre estes clientes comparecer em busca de companhia. Aproveitam-se dos jovens músicos aspirantes ao estrelato, que acabam cedendo desejosos da influência deles. É claro que na maioria das vezes é uma ilusão. Shuichi já vira muito disso. "Tive sorte, pois não sei se conseguiria se prestar a esse papel."
Ele também é um artista novato. E a amizade com Ryuchi fora um bom ponto de partida. Este é um amigo que nada pede em troca, pelo contrário, o vocalista do Bad Luck que o venera. Mas mesmo assim o garoto também já fora muito assediado nestas festas. Aprendera a escapar com maestria das "mãos bobas", das "encoxadas" e convites inconvenientes.
Hiro, o guitarrista de sua banda e eterno amigo, se diverte com o jeito dele nas festas. Brinca que Shuichi se parece mais com um peixe, sempre escorregadio e difícil de se pegar. Mas o ruivo também tem suas dificuldades com os homens e mulheres que infestam estes eventos. Como seu amigo de infância diz sempre, as festas são feiras de troca, onde se barganha o sexo pela fama, mas só os ingênuos acreditam nisso. "O ramo da música é mais difícil do que se pode imaginar." Balança a cabeça ao pensar nisso. Shuichi passeia pela festa, de uma sala a outra, sem desejar parar em lugar algum, com um copo na mão, que nunca é bebido. Usa esse truque para que não o tentem embebedar. Criatividade esta que não é de sua autoria, mas uma dica valiosa de Ryuchi.
No fim, a roupa que escolheu é mais do que adequada, pois os olhares de todos haviam parado nele quando chegou. A camisa transparente o deixa sensual, ressaltando a calça de couro sob ela. E, pelos olhares, o consideram um garoto bonito. "Mas eles despem qualquer um com os olhos." Que adianta a opinião dos outros? Só queria ouvir isso de Yuki, pelo menos uma vez. "De novo pensando nele?" Procura afastar tal pensamento de sua mente e tenta curtir a festa. Esta tenta promover uma nova banda, mas que o rapaz teme que não vá emplacar. São jovens, mas não estão preparados para sobreviver nesta "selva".
O assédio sexual não é o que desagrada mais ao rapaz. Ele odeia ver como as drogas rolam fácil. E esta é a maior armadilha para os jovens músicos. E logo se depara com isso na festa, ao entrar em uma sala bastante lotada, pois vê alguns rapazes consumindo cocaína sobre a mesa de vidro, que o olham oferecendo o produto e algo mais... E isso faz com que ele se afaste. Quer distância dessas coisas, apesar delas serem de facílimo acesso.
Tenta se divertir, mas não consegue. Todas aquelas pessoas, aquela música, tudo começa a cansá-lo. Vê Hiro cercado por um bando de mulheres de meia idade, parecendo interessadas demais no belo ruivo. É difícil para elas não ficarem fascinadas pelos longos cabelos vermelhos, 1,78m e corpo esguio. Shuichi sorri do apuro em que o amigo se encontra. Afinal, sempre fora assim também na escola. Hiroshi era o ídolo das garotas. Elas se tornavam amigas de seu jovem amigo Shu somente para poderem se aproximar dele.
Naquela sala também está K, que o cumprimenta com um meneio de cabeça, sua aparência se destacando no meio de todos. O americano de longos cabelos loiros, amarrados em um rabo de cavalo, indiscutivelmente sobressai entre todos com seus 1,90m. Ao lado dele, está Fujisaki, o tecladista da banda, um tanto sem jeito em meio à festa. Ele é sério demais para um lugar desses. Se não fosse membro da banda nem estaria ali, obrigado que fora a ir pelas ordens de K, que não aceita um "não" como resposta. Afinal, Suguru só tem 16 anos e normalmente seria barrado.
Shuichi percebe então que Sakano, o produtor da banda, vem em sua direção. Isso o faz sair rápido daquela sala, aproveitando-se de um gordo cliente que atrapalha a passagem do estressado executivo da NG. Evita os amigos, pois não quer que ninguém perceba a angústia que está sentindo. "Não quero encher eles de novo com minhas brigas com o Yuki." Entra em uma sala mais reservada, onde um homem e uma mulher se atracam em um beijo pra lá de caliente. Ali é a ante-sala dos quartos, reservados para os encontros íntimos dos clientes. "Credo! Preciso sair daqui."
Não sabe dizer o que, mas algo em sua percepção o faz recordar do estranho encontro daquele início de noite. O homem o havia chamado pelo nome e estava ali há algum tempo, pois ouvira aquele ruído antes do confronto. "O que ele queria dizer ao afirmar que me procurava?" A simples lembrança o faz tremer. Queria ter dividido essa experiência com Yuki e seu bom senso habitual.
Sente então alguém chegar por trás e o segurar pelos braços. Seu copo cai. Ninguém o vê, nem o casal que se atraca a alguns metros. De longe consegue ver Hiro tentando se livrar de suas fãs. Quer gritar e chamá-lo, mas nada sai. O homem mais alto usa uma das mãos para tapar sua boca e o outro braço o envolve, ainda se colocando por trás dele. Está totalmente a mercê deste homem e ninguém pode ajudá-lo. "Ninguém sente minha falta? Ninguém vem me procurar?" Mas sabe que ele mesmo havia se afastado de todos. O terror se apossa de todo o seu ser. Se vê puxado para um dos quartos. Andando para trás, tropeçando várias vezes, logo está na escuridão. O atacante aproxima os lábios de sua orelha.
- Eu disse que o procurava. – O homem sussurra de forma fria.
O corpo de Shuichi treme todo, apavorado por reconhecer aquela voz rouca e sibilante que ouvira horas atrás. O homem tira a mão de sua boca, mas o garoto não consegue dizer nada, paralisado. Fica ali parado, enquanto sente que o atacante tira algo da jaqueta. Sente o contato frio da lâmina em suas costas.
- Você vai sentir o que senti. Você vai estar em meu lugar por um instante. – O sussurro vai acompanhando o trajeto da faca, que corta a camisa e a pele, percorrendo as costas de cima a baixo, bem devagar. Os gemidos de Shuichi parecem não sair, a dor sendo menor que o pavor. – Esse foi só um aviso. Vou ter sua vida em breve.
Seja quem for aquele homem, ele parece ter uma razão para tudo aquilo. Roça a barba por fazer no rosto suado do rapaz e o solta. Desaparecendo como surgira. As pernas de Shuichi fraquejam e ele cai de joelhos. Só então consegue soltar a tensão que o paralisara. Começa a chorar, sentindo a dor em suas costas. "O que é isso? O que está acontecendo?" Um casal aos beijos entra no recinto e percebe o garoto ali, sentado no chão, cheio de sangue e corre para pedir ajuda. Várias pessoas correm para o quarto, inclusive K, que vem acompanhado por Hiro, ficando perturbados a visão do jovem naquele estado.
- Shuichi, what happened? – K, nervoso, esquece e fala em sua língua. Ajoelha e observa as costas feridas, enquanto Hiro o abraça forte. – Quem fez isso?
- Eu...não sei... – Os soluços o impedem de falar. Só quer continuar ali nos protetores braços do amigo. – Yuki...
Não consegue expressar tudo que sente, imerso em um redemoinho de emoções fortes. Aquela voz rodeia seus pensamentos, mantendo-o imerso em medo. E aquelas palavras ecoam em sua mente: "Você vai sentir o que senti. Você vai estar em meu lugar por um instante.". Aquilo lhe parece familiar. Anseia os braços de Yuki, com ele se sente seguro. Sente seu corpo sendo carregado, mas seus olhos não conseguem ver. Ele se volta para dentro de si. Quieto e seguro.
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Shuichi abre os olhos devagar, sentindo um leve toque em seu rosto. Logo os dedos que acariciavam sua pele se afastam. O rapaz está de volta ao apartamento, deitado na cama de Yuki. O rapaz tenta clarear a visão a fim de perceber quem está ali a seu lado. Aos poucos a imagem vai se definindo e encara o belo homem loiro de olhos cor de mel.
- Yuki! – Tenta se levantar, mas este o impede.
- Pode ficar deitado aí mesmo. Quem disse pra levantar? – Ele fala de forma autoritária. – Pensei que não ia acordar mais.
Um leve sorriso se esboça naquele rosto sempre tão sério. Isso emociona Shuichi, que começa a chorar. É como se tudo que passara voltasse de uma vez à visão de Yuki a seu lado. Mas não chora como habitualmente faz. O loiro percebe que aqueles soluços são muito mais profundos. Senta na cama e puxa o garoto para si, abraçando-o com força.
- O que aconteceu? Me disseram que alguém te atacou na festa, mas não me contaram mais nada. – Na verdade, Yuki fizera até K tremer com sua expressão ao perguntar quem fizera isso.
- Não sei... Foi o mesmo de antes... – É difícil entender suas palavras em meio aos soluços sentidos.
- O que você quer dizer com "o mesmo de antes"? – A expressão de Yuki muda instantaneamente. Levanta o rosto de Shuichi e o encara. – Se acalme e me conte tudo!
O fogo naqueles olhos dourados faz o rapaz parar de chorar. Tem medo dele quando seus olhos estão assim. "São pura vingança." Senta-se para poder vê-lo melhor. Teme contar tudo, pois não sabe o que Yuki pode fazer. Shuichi lembra-se muito bem como o loiro reagiu depois dele ter sido estuprado. Nessas horas vê um lado seu que conhece pouco.
- Um pouco mais cedo, no parque, um homem estranho me chamou pelo nome e disse que me procurava. – O rapaz ainda funga tentando controlar suas emoções.
- E quem era o cara? – Ele parece claramente preocupado com isso. É óbvio que não fora um ataque casual.
- Não sei. Não consegui ver o rosto direito, mas ele parecia me conhecer. Corri pra casa. Tava morrendo de medo. – A voz de Shuichi fica ofegante só pela lembrança daquele encontro.
- E eu não estava aqui... – Os olhos de Yuki mudam de expressão imediatamente. Fitam o garoto com culpa. Saíra naquele dia apenas para magoá-lo. Tenta não ser assim, mas instintivamente faz de tudo para afastá-lo. "Eu não mereço que ninguém me ame desse jeito", esse é o seu pensamento sempre que Shuichi se aproxima, com seu jeito super hiper mega romântico.
Apesar de querer dizer a ele que não se importara, Shuichi não consegue disfarçar a sua expressão, que deixa claro o quanto precisara dele naquele momento. Decepção era o que sentia naquela noite ao procurá-lo no apartamento. Isso o faz começar a chorar novamente.
Desta vez Yuki apenas o abraça. Quer tanto afastá-lo, mas ao mesmo tempo quer protegê-lo. Esse garoto é tão irritante, mas se sente tão vazio quando ele está longe... É como se toda aquela loucura romântica o puxasse das trevas. Não quer admitir, mas neste último ano com Shuichi foi que começou a ver luz depois de 6 anos de completa escuridão. Estreita-o ainda mais em seus braços. Quer tanto dizer isso a ele, mas simplesmente não consegue. Espera que ele saiba, pois tem certeza que nunca conseguirá falar.
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- Em hipótese alguma, Manx! – Aya está realmente nervoso. Se há algo que o tira do sério é alguma surpresa com relação a uma missão. – Você me diz que o cliente quer nos conhecer e como fica o segredo de nossas identidades?
- Aya, entenda, é imprescindível que os conheça. Ele que vai colocá-los lá dentro. – Ela se aproxima com cuidado, pois nunca o vira tão bravo. – Vocês podem recusar se quiserem, mas...
- Então recusamos! – Ele dá as costas a ela em sinal de profunda reprovação. – O nosso anonimato é essencial para aquilo que fazemos.
- Aya, me escuta um minuto... – Ela anda até ele e toca seu braço, fazendo-o se voltar. - Esse americano já nos serviu muito no passado, em missões que salvaram muitas vidas, inclusive as suas. Temos uma dívida de gratidão. Por favor, apenas o ouça. Juro que ele é de confiança...
- Mas como você quer que confiemos nele se nada sabemos deste homem. Não gosto de trabalhar assim, completamente no escuro. – Ele tenta se acalmar, adotando uma atitude mais firme. – E nós somos assassinos, não guarda-costas. Desde quando a Kritiker nos envia pra ser babás de alguém?
- É um caso delicado, espero que entenda. Mr. K tem sido um bom colaborador da organização. Se ele nos pediu ajuda nesse caso... Sendo como ele é... Sabemos que K costuma resolver sozinho as coisas, se recorreu à Kritiker é por que o caso é complicado. – A moça se afasta devagar. – E ele sabe que vocês trabalham para nós, mas não exatamente o caráter dessa função.
Yohji toca no ombro do amigo, deixando claro que a decisão está nas mãos dele, como líder do grupo, e que o que decidir o loiro está dentro. O ruivo entende a intenção e diminui sua atitude desafiadora. Olha para seus companheiros e percebe que todos concordam com isso. Eles já se conhecem tão bem ao ponto de se entenderem apenas pelo olhar. Aya então acena afirmativamente para a secretária do Pérsia.
Percebendo que a aceitação de suas condições é total entre os Weiss, Manx sobe as escadas. Aya se afasta, decidido a precaver-se para qualquer surpresa. Vai até o seu quarto e volta vestido com sua roupa de missão, surpreendendo seus companheiros ao voltar. Percebem com clareza com tudo isso desperta o líder dentro dele. É sua obrigação protegê-los. Omi observa sua postura, imponente e assustadora dentro do casaco preto, mas treme ao perceber por baixo desse a bainha da katana. Seus olhares se encontram por alguns segundos, o suficiente para perceber o quanto tudo isso afasta o Ran que o ama e trás a tona Aya, o assassino.
A secretária desce as escadas devagar, suas pernas longas sempre mexendo com o lado playboy de Yohji, mas volta acompanhada. O homem loiro, de rabo de cavalo, cerca de 1,90m, desce as escadas resoluto. O americano parece um tipo perigoso, portanto o ruivo já o observa em estado de alerta. Para ele é muito difícil confiar nas pessoas. Os dois homens se encaram. A moça se coloca entre eles, conhecendo muito bem o temperamento dos dois.
- Mr. K, este é Aya Fujimiya. – Nenhum dos dois faz qualquer movimento no sentido de se cumprimentarem, apenas um meneio de cabeça.
O cliente também analisa o homem a sua frente. Jovem, talvez uns 20 anos, mais ou menos com 1,78m, magro, mas de corpo definido. Ele é o tipo felino, lindo e perigoso. Admira seu estilo, sua forma de se mover. Tudo nele faria as garotas e os garotos delirarem. "Que presença forte!" Nem percebe o quanto sua observação detalhada incomoda o rapaz, acostumado que K está em analisar as pessoas com cuidado, sempre procurando algum potencial.
- Este é Ken Hidaka. – O jovem moreno vem até ele e estende a mão com gentileza, apertando a do americano com força.
Seus olhos recaem no jovem moreno, provavelmente também com cerca de 20 anos, mais ou menos com 1,75m, corpo atlético. "Ele é forte! Com certeza deve se exercitar bastante. Acho que já foi um atleta." Faz o tipo ingênuo. As garotas gostariam disso. Não parece nem um pouco perigoso, mas sabendo que trabalha para a Kritiker, prova que as aparências enganam. Observa-o com sua atitude despreocupada, agora sentado no sofá. Na verdade, ele é o único naquela sala que não está tenso com sua presença.
- E este é Yohji Kudou. – O loiro dos Weiss acena para ele com a cabeça.
O loiro está de pé, talvez um pouco mais velho que os demais. "Esse sim tem malícia em seu olhar." Sua postura exala sexualidade. Mesmo não sendo sua opção, K não deixaria de notar um homem desses em qualquer festa. Magro e o mais alto, sua expressão é de alguém matreiro, que conhece muito bem as baladas e as pessoas. O cigarro no canto da boca lhe empresta um ar cafajeste, mas acredita que também é um belo disfarce, pois percebe que há nele um ar protetor com relação aos outros. As garotas matariam para ver ou ter um homem desses.
- Mr. K, quero te apresentar Omi Tsukiyono. Nosso homem do computador. Ele faz as investigações. – O arqueiro vem até ele e aperta sua mão com um sorriso.
O garoto não tem 18 anos, com certeza. Tão jovem e já levando uma vida dessas! Certo que K também já fazia muita coisa com seus 18 anos. E coisas nada comuns para alguém de sua idade. Observa-o com cuidado. Ele lembra em muito o Shuichi, aparentando ser bem mais novo do que realmente é, carinha de anjo e olhos altamente expressivos. A diferença é que os seus são profundamente azuis.
Mas as semelhanças param aí. Shuichi é altamente passional, deixando-se levar pelas emoções, e este garoto aparenta ter aprendido a lidar com elas bem cedo. Não que não veja nesses olhos todo o fogo dos sentimentos que movem o vocalista do Bad Luck, mas de forma mais contida, quase secreta. E isso é de se esperar, sabendo que por trás desse anjinho há mais um homem da Kritiker e sabe no que isso implica. "Shuichi com certeza vai gostar dele." Seus olhos então descem até suas pernas, expostas pelo short, e ficam parados nelas por alguns instantes. As pernas são um assunto à parte. Elas são macias, bem torneadas, atiçariam a libido de qualquer um... Nem gosta de imaginar a reação dos clientes vendo um garoto de pernas tão lindas entrando numa das "festas" da gravadora. E as garotas...
- Muito bem. Temos muito o que conversar, não é Mr. K? - Aquele olhar começa a incomodar o líder dos Weiss, que coloca a mão sob o sobretudo, principalmente por perceber a demora daqueles olhos sobre as pernas do seu garoto. Normalmente ele não estaria armado no porão durante uma reunião de missão, mas assim que Manx falara da particularidade dela, preparara-se para tudo.
- Perfect! Vocês são perfeitos para o trabalho. – A expressão analítica se transforma e o homem parece ficar rapidamente de bom humor.
- Perfeitos pra quê? Por que essa missão exige que nos conheça? – Aya ainda não confia no americano.
- Pelo jeito você é o líder. – K estende a mão para o espadachim, que a aperta relutante, atendendo ao apelo do olhar de Manx. – Sou o empresário de uma banda de rock. Deve ter ouvido falar do Bad Luck. Estão em primeiro lugar nas paradas.
- Bad Luck?! – Omi avança e se aproxima do homem com olhos de admiração, enquanto os demais continuam sem saber quem são eles. – Eu adoro a música. Escutamos muito no intervalo da escola.
O ruivo afasta o garoto com uma atitude nervosa, ainda desconfiado da verdadeira natureza dessa missão. Afinal, o papel dele é zelar pela segurança de todos. "Depois daquele olhar quero ele bem longe do Omi." Além disso, como um empresário musical pode ter prestado tantos serviços à Kritiker?
E o homem a sua frente percebe toda a gama de suas emoções, admirando-o por isso. Ele então resolve assumir uma atitude mais tranqüila, a fim de acalmar o rapaz. Senta-se no sofá, ao lado de Ken, e fica a vontade, demonstrando que nada devem temer.
Yohji se coloca então, logo atrás do sofá, trocando olhares também desconfiados com Aya. Ele pode parecer o tipo "não estou nem aí", mas se preocupa tanto com os companheiros quanto o ruivo. Também não confia nas intenções de Mr. K, mas prefere observá-lo do que confrontá-lo.
- Pedi a ajuda da Kritiker porque tenho um problema grave. O vocalista da minha banda foi atacado há 15 dias por um desconhecido durante uma festa. Não foi um ataque comum, creio que ele corre risco de perder a vida. Eu poderia ter contratado guarda-costas ou coisa do gênero, mas não quero alarmar o garoto. Ele teve um colapso nervoso depois do ataque, temos um CD pra gravar e shows marcados.
Percebendo que a história pode ser longa, Omi e Manx também se sentam, Aya e Yohji mantendo-se de pé. O espadachim assume seu lugar logo a frente do homem, encostado na parede. Analisa bem as expressões do americano. Desconfia de homens tão sorridentes, com aquele sorriso caído nos cantos da boca, sinal de que há muito mais por trás dele do que se possa imaginar.
- Ele é um bom garoto e ficou apavorado com o ataque. Acredito que o homem é do meio musical e prefiro que ninguém saiba o que vocês estão fazendo.
- Como tem certeza que o atacante é do ramo musical? – Omi o observa, já assumindo novamente sua posição analítica dentro do grupo. – Não poderia ser um fã maluco?
- Naquela festa só entraram pessoas ligadas ao mundo da música. Clientes, convidados, músicos e funcionários da NG. O atacante não poderia penetrar na festa. Esses eventos têm um forte esquema de segurança na entrada. E depois do ataque simplesmente se misturou com os demais. Se eu pego o maldito que fez isso com ele...
K saca instintivamente a sua arma, apontando para o garoto que está a sua frente. Os olhos de Omi se arregalam, numa expressão de surpresa e medo. Aya reage depressa, desembainhando a espada, colocando a lâmina sob o queixo do empresário. Aquele momento se torna extremamente tenso, com os dois homens paralisados em suas posições. São dois predadores profissionais que não querem estar nesta posição, mas não querem ser o primeiro a recuar.
- Ele sacou a arma por reflexo. Mr. K tem fixação por armas. - Manx se aproxima devagar, se colocando entre eles. Só então percebem que essa situação é ridícula e precisam terminar com isso, mas a arma carregada continua apontada para o arqueiro, que não consegue se mexer.
- Vamos abaixar ao mesmo tempo. – K quer baixar a arma, mas nunca faria isso com um katana em seu pescoço. Os dois recolhem suas armas. O loiro olha para o seu adversário e ensaia um sorriso sem graça. – Err...Desculpe. Me empolguei.
- Nunca se "empolgue" diante de um assassino. Esse é um conselho de amigo, Mr. K. – O ruivo finalmente relaxa, mas a visão daquela arma apontada para Omi o levara ao limite.
Pela primeira vez K ouve a palavra "assassino" relacionada a eles e se surpreende. Manx não revelara em absoluto a natureza do trabalho dos rapazes na organização, mas jamais imaginaria estes garotos como assassinos. Encara os olhos violeta que ainda faíscam, percebendo de precisa ser mais cauteloso. Talvez os jovens sejam muito mais letais do que poderia imaginar.
- É... hãããã... E há também a imprensa, não quero que isso vaze. – O americano procura mudar de assunto. O líder dos Weiss tem o mesmo tipo de olhar que vira em Yuki Eiri. - Somente eu estarei ciente que suas identidades são um disfarce.
- E basicamente que disfarce será esse? – O ruivo continua a olhá-lo. Os dois analisando um ao outro.
- Vocês serão a nova banda de rock que represento. Vão abrir os shows do Bad Luck. – Sua expressão é divertida, observando com cuidado a reação de seu adversário.
- Ahn?! – Yohji é o único que expressa em palavras aquilo que todos sentem.
- Mas não somos músicos! – Ken já se levanta nervoso.
- Mas vocês têm o visual. Acreditam realmente que todos são músicos de verdade? – A gargalhada de K ecoa no porão, enquanto quatro jovens continuam parados ali, surpresos demais para falar.
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Os quatro Weiss estão no porão reunidos. No centro da sala estão uma guitarra, uma bateria e um baixo. Omi anda de um lado para outro, acertando alguns detalhes nos instrumentos. Sua expressão é séria, a mesma que sempre tem quando prepara uma missão. Ele vai do computador para os instrumentos e destes para o PC. Então parece que a certo momento está satisfeito com os resultados de seus preparativos e se volta para os três.
- Pronto! Já está resolvido. – Coloca a cópia de um dossiê nas mãos de cada um deles. – Enquanto Mr. K ainda está tentando conseguir a lista das pessoas presentes na festa, decidi me adiantar um pouco. Estas são as informações que coletei sobre os membros da banda, alguns músicos e funcionários da gravadora. Se ele acredita que o atacante é do meio, então pode ser um desses.
- Até o presidente da gravadora?! – Yohji olha incrédulo para o garoto.
- Se vocês lerem o dossiê... – Olha com uma expressão contrariada para o loiro. – Notarão que o presidente tem uma obsessão pelo namorado do vocalista. Já houve alguns problemas entre eles.
- Ah!... – O loiro evita aqueles olhos azuis que parecem censurá-lo por ter interrompido.
- E Mr. K contratou um compositor para escrever nossas músicas. - Omi anda até os instrumentos e segura o baixo. Liga alguns controles atrás. - Quanto aos instrumentos, consegui estes que são computadorizados. Vamos passar por músicos com facilidade. Só temos que tomar cuidado com o tecladista do Bad Luck. Suguru Fujisaki é bastante desconfiado e perfeccionista. Ele pode perceber algo, então treinem muito bem fingir tocar.
- Não preciso disso. – Aya se levanta do degrau da escada em que estava sentado. – Eu vou tocar.
Os demais o olham surpresos e em seguida se entreolham. "Aya toca?" É o pensamento que passa pela mente dos três. Eles realmente não conhecem nem uma pequena porcentagem das várias facetas do espadachim. Mas a maior surpresa está nos brilhantes olhos azuis. "Ele nunca me contou isso." Isso o deixa um tanto contrariado. "O que mais não me contou?"
O ruivo anda até os instrumentos e pega a guitarra. Segura-a com firmeza e começa a dedilhar algumas cordas. Sua expressão não parece nada satisfeita. Mexe no instrumento tentando afiná-lo.
- Não gostei dessa guitarra. Temos que conseguir outra. – Só então percebe como os outros o olham intrigados. – Que foi?
- Você sabe tocar! Onde você aprendeu? Você já tocou em público? E você é bom mesmo? – Ken está claramente fascinado com tudo aquilo. Fica empolgado com a habilidade não conhecida do líder dos Weiss.
- Você... Sabe tocar? Por que nunca me disse? – Omi está realmente chateado.
- Tenho que lhe dizer tudo? – Logo se arrepende do tom que imprimira em sua voz. Resolve falar disso, mais para desfazer a expressão decepcionada nos olhos do seu garoto. – Tudo bem... Desculpe, Omi. Não tinha porque contar uma coisa dessas. Estudei no Conservatório de Música desde os cinco anos. Depois da morte de meus pais nunca mais toquei.
- Então temos apenas que decidir quem vai tocar os demais. – Omi tenta disfarçar como as palavras do ruivo o afetaram, já que haviam prometido que sua relação não interferiria jamais em seu trabalho.
- O mais importante é quem vai cantar. – Yohji já faz uma expressão isentando-se de tal atribuição.
- Eu não canto nem no chuveiro. – Ken também foge rápido desta tarefa. – Você canta Omitchi.
- Eu? Eu... Não...
- Já ouvimos você cantando no banheiro. – Yohji não o deixa resistir ou desistir. – E não há uma forma de fingir cantar... Não nesse caso.
- Não olhe pra mim. Não há mais ninguém aqui que possa cantar. – O espadachim também já o ouvira cantar e sabe muito bem que ele tem potencial.
- Mas... Eu... Não consigo cantar em público. – "Então não tem jeito! Vou ter de cantar." Omi senta-se desconsolado. O importante é pensar no rapaz que corre perigo, pois se parar duas vezes para refletir vai desistir da missão.
O espadachim então começa a tocar, apesar de estar insatisfeito com o som que sai do instrumento. E a música que surge dos dedos finos e delicados sobre as cordas é algo que seus companheiros nunca poderiam imaginar. Um antigo blues ecoa no ambiente, o rosto de Aya transformado pela melodia. Ela parece dominar todo o ser do espadachim, que irradia uma energia que os outros não conhecem. O som é sensual e a melodia triste, como se fosse um lamento por algum amor perdido. E todo o corpo do ruivo parece acompanhar as nuances da música.
Nem mesmo Omi já o vira assim. E esta nova faceta do ruivo o fascina. Tocando aquela música com tanta delicadeza Aya lhe parece ainda mais sexy. Os olhos violeta então se levantam e encontram os do garoto que o observa, deixando-o corado. Os olhos do espadachim estão famintos, como se aquela música o tivesse possuído.
- Yohji e Ken, vocês tem o que fazer. Peguem o instrumento que preferirem e vão treinar. – Omi os vai dispensando discretamente.
Mas Ken parece hipnotizado pelo talento do amigo. Nunca imaginou ele tocando uma guitarra, muito menos daquele jeito. Ele está fascinado pelos sons, pelo ritmo e como tudo isso o afeta. "Isso então que é blues?"
- Ken, vocês tem de treinar. – Já é evidente a irritação de Omi. Olha para Yohji, que se diverte com a cena. O garoto faz um sinal que o loiro entende muito bem. É melhor tirar o moreno do porão antes que o chibi o mate.
- Vamos treinar, Ken. – Puxa o rapaz pelo braço, tentando fazê-lo levantar-se.
- Mas... Mas... Eu quero ouvir... – A insistência do loiro o faz sair da sala aos tropeções, deixando pra trás os instrumentos.
Aya então começa a imprimir ainda mais emoção à guitarra. Seu corpo se move ao ritmo da música, cada vez com mais lascívia."Como esse ruivo pode ser tão sensual?" Observa como a calça preta justa delineia suas pernas, fazendo-o parecer ainda mais alto. Seu tórax definido bem marcado por uma camiseta preta sem mangas. O guitarrista move-se cada vez mais perto do jovem, o ritmo sexy da música e seus movimentos felinos deixando-o ainda mais bonito. Omi engole em seco, enquanto tenta controlar sua respiração ofegante. Observa o movimento de seus quadris, que se movem lentamente, seus ombros que se contraem, seus braços que parecem agarrar a guitarra cada vez com mais força. Se o garoto não soubesse que ele estava apenas tocando, poderia dizer que aquilo era sexual.
O ruivo sente a música penetrando por todo o seu ser. Todo o passado sendo esquecido, envolvido pelo ritmo do lamento negro do sul norte-americano. Aquilo evoca dentro dele toda aquela sensualidade de Nova Orleans e sente um ardor subindo por suas coxas. Olha para o garoto com fome, fome de tê-lo em seus braços, de beijá-lo e... Ataca com mais paixão a guitarra, como se estivesse tocando o seu chibi. Ele está ali em seus braços, tocando-o, dedilhando-o cada vez com mais ânsia.
A cabeça do espadachim continua abaixada, acompanhando o movimento dos dedos sobre as cordas. Ele ainda se move como uma pantera negra, seus cabelos ruivos caindo sobre o rosto transformado pela cadência do blues. O rosto então se levanta, revelando os olhos violeta novamente por entre os fios de fogo, que fitam ainda mais gulosos o rosto angelical de Omi. Continua encarando o garoto e se aproximando, o som da guitarra assumindo um tom quase predador. O pequeno começa a recuar, instintivamente sentindo-se ameaçado, mas ao mesmo tempo, hipnotizado pelo calor que emana daqueles olhos. Rapidamente se sente encurralado pela parede as suas costas, a guitarra a poucos centímetros dele.
E com a mesma sensualidade de antes, Aya vai se afastando devagar, chamando Omi labialmente. O som da guitarra também parece chamá-lo a vir até ele. E o garoto encara isso como um desafio e um sorriso sensual surge nos pequenos lábios vermelhos. Aceita o chamado do homem e da guitarra.
A guitarra então pára. Ela é colocada no chão bem devagar, enquanto as mãos finas vão enlaçando a cintura do garoto a sua frente. Aya o puxa de forma brusca, tomando seus lábios com o ardor que tivera a música. Omi agora é a única melodia que ouve. O som de sua respiração, das batidas de seu coração, de seus leves gemidos. Toca-o como fizera com o instrumento, dedilhando aquela pele macia com cuidado e carinho. O ritmo de seus corpos agora os embala. As mesmas mãos que tocavam a guitarra, agora percorrem seu jovem corpo com delicadeza, descendo até suas coxas, avançando por entre suas pernas. Sente o quanto suas carícias excitam o garoto e sorri maliciosamente.
- Pena que temos que ir. - Aya então se afasta devagar. Volta mais uma vez dando um delicado beijo naqueles lábios deliciosos. – Temos que treinar. Mr. K está nos esperando amanhã cedo.
- Que droga! – Omi fica ali, ainda sedento pelos beijos e o toque do homem que se afasta. Observa-o, ainda babando, enquanto este sobe as escadas. Tenta controlar a respiração, ainda descompassada pela excitação. Pior é conter aquilo que está preso em sua calça. "Você me paga por isto."
ooOoo
- O quê? Vamos ter que cuidar de novatos? – Fujisaki fala com insatisfação. Mas a pistola .45 encostada em sua cabeça faz com que ele se cale.
- Algum problema, folks? – Mr. K olha para todos, com aquele sorriso que sempre tem nos lábios ao apontar uma arma para um de seus músicos. Todos os demais apenas acenam negativamente com a cabeça. O próprio tecladista nega qualquer descontentamento. – Eles são bons e vão abrir os shows pra vocês.
Shuichi, pelo contrário, se mostra entusiasmado. Desde o ataque ele não sente tanta energia, voltando a seus surtos de alegria que tanto o caracterizam.
- E como são eles? – Seus olhos violeta brilham com uma curiosidade infantil.
K fica satisfeito com sua mudança. Não gosta de ver dia após dia o pequeno Shuichi chegando silencioso, com medo de tudo, mais deprimido do que em todas as vezes em que ele e Yuki se separaram. É como se o corpo e a alma do jovem músico não estivessem no mesmo lugar.
- Eles tocam um som mais pesado, um pouco puxado pro metal... São bem jovens, como vocês, e nunca tocaram em público. Foram indicados por um amigo que tem uma gravadora pequena no interior e me disse que são muito promissores. Precisam ser trabalhados. Por isso, Fujisaki... – O olhar do americano para o jovem tecladista é tão cortante quanto a katana que tivera em seu pescoço dias antes. – Nada de ficar procurando defeitos neles. Eu vou investir num talento bruto.
Aquele olhar é muito bem entendido, fazendo o garoto engolir em seco com grande dificuldade. Percebe que criticar essa nova banda "pode ser prejudicial à saúde". Fazer isso com Shuichi é fácil, pois ele é tão passional que toma isso com um desafio, mas enfrentar Mr. K é perigoso.
- Muito bem. Devem estar me esperando em minha sala. – Ele se dirige à porta. – Já volto com eles.
Assim que o empresário sai, Fujisaki volta a respirar. Ele parece mais indignado do que deveria estar. Hiro observa isso com estranheza, enquanto Shuichi sequer percebe. Já está em mais um de seus surtos hiperativos de animação, o que deixa seu melhor amigo feliz.
ooOoo
Os Weiss estão inquietos na sala de K, esperando pelo momento de conhecerem os músicos de verdade a quem devem enganar. Talvez essa tenha sido uma das coisas mais difíceis que já se dispuseram a fazer em uma missão. Mas o nervosismo de nenhum deles é maior que o de Omi, suas mãos geladas e suadas, os olhos sem brilho, um andar vacilante. Ele nem dormira.
- Você está bem Omi? – Ken se aproxima, tentando fazê-lo parar de andar de um lado para o outro, o que já o está deixando tonto. – Não adianta ficar assim.
- Deixa ele, Ken. – Aya permanece de cabeça baixa, concentrando-se na música que tocará em alguns minutos. – Ele está nervoso. É normal. Você não está?
- Sim, mas... – Percebe que não tem argumentos. O ruivo está certo.
- Mas você não treinou, Omi? – Yohji levanta o rosto em sua direção. – Tive que ouvir você cantando a noite inteira. Você sabe que eu tenho sono leve e...
- Cala a boca, Yohji. Deixa ele em paz. – O espadachim já começa a se irritar com o interrogatório que apenas deixa o seu garoto mais nervoso. – Dane-se que você não conseguiu dormir. Quando é por causa das suas baladas você não se importa.
O playboy percebe que o melhor que tem a fazer é calar-se. Conhece muito bem esse olhar "shine" de Aya e prefere não se arriscar. Ultimamente ninguém pode mexer com o pequeno arqueiro, pois o ruivo se torna um leão raivoso.
- Fiquei a noite inteira assistindo clipes, analisando a forma como cantam, a performance, o estilo... – O desconsolo na voz de Omi é evidente. - Mas isso não me tranqüilizou.
O espadachim se aproxima devagar, ficando diante dele, sua mão tocando de leve o rosto angelical. Os olhos azuis então se erguem até encontrar as preciosas violetas que o fazem tremer.
- Música não é uma questão de análise e lógica. A observação pode até ajudar, mas... – A mão de dedos finos se coloca sobre o peito do pequeno, sentindo de leve as batidas do coração juvenil, que se acelera com este toque. – Tem de procurá-la aqui dentro. A música vem do coração, não da cabeça. Alguém que toca com a cabeça pode ser bom, mas só alguém que toca com o coração é um músico.
Estas palavras deleitam o jovem Weiss, seus olhos brilhando de fascinação por cada nova faceta deste ruivo maravilhoso, que vai se abrindo aos poucos, como as rosas que ele tanto ama.
- Nossa! Falou bonito. – Yohji o observa com admiração. Tocando o braço de Ken que, de tão nervoso, sequer ouvira tudo que rolara nestes últimos minutos.
A entrada de Mr. K os faz gelar. Este é o momento que mais temiam. Principalmente Omi. E diante do "Bad Luck", de quem é um inconfessado fã. Aya se afasta de Omi, assumindo novamente sua atitude defensiva de sempre diante do americano.
- Já preparei o ambiente pra vocês. Contei exatamente a história que criaram. Os instrumentos já estão no estúdio. Espero que tenham ensaiado aquela música que combinamos. – Olha para o arqueiro com um sorriso enigmático. Já vira outros músicos assim nervosos antes da primeira apresentação. Isso é um estado normal. Quer dizer... Shuichi nunca ficou assim. "Mas quem disse que ele é normal?" – Vai dar tudo certo, garoto.
- Conseguiu aquela lista de convidados? – Aya procura tornar isso o mais profissional possível, pois não são verdadeiros aspirantes ao mundo musical. – E já pensou em como podemos manter os olhos no vocalista fora da gravadora sem levantar suspeitas?
K olha para o espadachim com um sorriso estranho nos lábios. Aya é parecido demais com ele! Sempre analítico, profissional e... Sem meias palavras.
- Tenho a lista, como prometido. – Olha mais uma vez para Omi, que ainda treme de medo e excitação. – E criei a forma perfeita de vigiá-lo o tempo todo. Mas... É melhor irmos.
ooOoo
- Não entendo como vocês aceitaram isso assim. – Fujisaki tenta fazer seus companheiros de grupo se rebelarem contra a opressão. – Vamos ser babás de um grupo inexperiente? E vão abrir o nosso show! Podemos nos prejudicar com isso.
- Diz isso pro Mr. K. – Hiro dificilmente perde a paciência, mas até ele se irrita quando o tecladista fica reclamando desse jeito. – Ou você só é valente quando ele está ausente?
- Mas nós também não começamos abrindo o show do ASK? – Shuichi diz isso sem olhar para os dois, pois sua atenção está na porta por onde o novo grupo vai entrar. – Todo mundo tem um começo!
- Mas eles são caipiras que vamos ter que carregar. – Hiro e o tecladista trocam um olhar que queimaria qualquer um que se colocasse entre eles. – Mas vocês sempre fazem tudo que o americano quer.
- E você nunca nos deixa esquecer que é primo do dono da gravadora. – O guitarrista odeia perder a calma, mas Fujisaki o está irritando como nunca.
- Eu nunca fiz isso... – O garoto se sente magoado com tal afirmação. Olha para Shuichi em busca da confirmação de sua inocência. – Já fiz, Shuichi?
- Será que vamos nos dar bem com eles? – O vocalista sequer se importara com a briga dos dois, a expectativa o deixando com o coração apertado. Isso quebra o clima da discussão, os dois concentrados nos olhos violeta que brilham observando a porta, a ansiedade fazendo estes apertarem-se.
Como todo bom americano, Mr. K gosta de espetáculos e mesmo neste caso não seria diferente. Ele entra sozinho no estúdio, deixando os quatro Weiss do lado de fora. Os membros do "Bad Luck" se levantam, na ansiedade criada por todo esse suspense. Shuichi continua agitado, doido para conhecer seus novos companheiros de palco. Para ele, o seu verdadeiro mundo, onde pode ser ele mesmo.
- Quero que os recebam bem. – Lança um de seus olhares de showbiz para Shuichi, fazendo com que este fique ainda mais ansioso. Ele então abre a porta devagar e os rapazes entram. – Este é o "Death Angels".
Os olhares dos Weiss estão temerosos, como não ficavam diante dos bandidos mais mortais. Aqueles são profissionais que podem descobrir seu truque em um instante. Apenas Aya permanece impassível, sabendo que só a confiança sempre os fez ser bem sucedidos em todas as suas missões. Ele avança decidido, ficando diante dos músicos com toda a seriedade que o caracteriza e, de repente, em um momento que assusta aos seus companheiros, o ruivo se esforça com muita dificuldade para sorrir. Não que um sorriso seja inédito em seu rosto, mas ele consegue fingir muitas das emoções em uma missão, menos esta. Não um sorriso feliz como esse.
- Prazer em conhecê-los. - Ele, sem qualquer cerimônia, age mais rápido que Mr. K e se apresenta, voltando um olhar irônico para o americano, que o observa com certa raiva. Aquele é seu papel e Aya o está usurpando propositalmente, apenas para provocá-lo. – Meu nome é Aya, guitarrista da banda.
Ele se aproxima de Hiro, identificando depressa ser ele o seu equivalente entre os músicos, aperta a mão do ruivo do Bad Luck, que sorri, soltando-se diante da atitude espontânea do outro. Sorri de forma marota ao perceber que o rapaz havia usado essa apresentação para provocar o americano, sem qualquer reação violenta desse, o que faz com que respeite o espadachim.
Os demais Weiss continuam sem entender a atitude de Aya, só percebendo sua verdadeira intenção quando notam seu olhar na direção de K. Animados com essa idéia de tomar o controle daquilo que vão fazer, como estão acostumados, eles também se adiantam e começam a se apresentar. Omi se coloca diante de Shuichi, os dois se olhando detalhadamente, tão parecidos... E tão diferentes. A altura e a juventude dando-lhes um ar quase infantil, mas os olhos tão distintos. As safiras tão sofridas, adultas, mas ao mesmo tempo com o brilho de sua gentileza e amor. As ametistas emotivas, decididas, mas cheias de um entusiasmo exagerado, quase insano.
Shuichi sequer se move, nervoso que está com aquele ser envolto em uma aura quase angelical. Não sabe muito bem o que fazer e emudece, coisa da qual Yuki gostaria de obter o truque. Fica sem jeito, até corado, sem saber como agir. Sua impulsividade anulada por este sorriso brilhante e estes olhos que praticamente parecem penetrar até as profundezas de seu ser.
- Eu sou o Omi. Sou seu fã absoluto. – Estende a mão de forma nervosa na direção do seu ídolo.
Diante disso o jovem cantor do Bad Luck volta a ser ele mesmo. Ao invés de apertar a mão a sua frente, Shuichi pula em cima de Omi e o abraça com força.
- Tenho certeza que vamos nos dar muito bem. Eu sei disso. Posso te apresentar todo mundo na gravadora e no mundo da música. – O entusiasmo destravando completamente a sua língua. O que o arqueiro rapidamente percebe. – Vamos ser amigos. Vamos ser sim... Eu sei disso.
- Calma, calma... – Omi o afasta e segura seus braços. – Assim você fica sem fôlego.
- Desculpa... – Shuichi respira fundo, diminuindo o ritmo, tentando voltar ao normal. – Alguma coisa me dizia que ia encontrar um amigo neste grupo novo. E eu adoro novidades.
Novamente Aya se adianta, percebendo que K vai pedir que comecem a tocar e toma a sua guitarra. Devagar os primeiros acordes vão saindo dela, primeiro testando o som, afinando para seu gosto. Todos se voltam para ele, sentindo que o ruivo sabe muito bem o que está fazendo. Displicentemente, os acordes vão se tornando notas e um leve solo de guitarra vai se formando, invadindo o ambiente de forma sensual. Omi engole em seco, lembrando muito bem da última vez que ouviu este toque do seu espadachim.
A música vai surgindo. Aquela que ensaiaram um bom tempo, mas individualmente, o ruivo olhando para Omi como se o chamasse a acompanhá-lo, complementando a música que já vai se infiltrando nos demais. O talento do guitarrista é evidente e a força de seu olhar para o pequeno loiro deixa clara a intensidade dos sentimentos que os unem. Isso surpreende a Shuichi, que fica ainda mais fascinado, pensando em como as semelhanças entre os dois são ainda maiores, a imagem de Yuki vindo a sua mente instantaneamente. Não se lembra se o seu loiro já o olhara desta forma. "Com certeza não!"
Hiro olha para Fujisaki, um olhar vitorioso diante da expressão espantada no rosto adolescente. Respeita ainda mais o outro ruivo, percebendo seu talento, já imaginando trocar muitas figurinhas com ele. E nada como ser bom o suficiente para calar tanto Mr. K quanto o tecladista arrogante.
Omi se deixa levar pela música, esquecendo aos poucos que não estão sozinhos no estúdio, começando a se aproximar do sensual ruivo que o desafia a tomar o microfone e acompanhá-lo. Como se a música completasse tudo aquilo que têm juntos. É mais uma coisa que podem dividir. Ele segura o microfone, olhando diretamente para o seu amado, deixando a melodia fluir de seu coração e sua voz sai, de forma natural, demonstrando a potência e a beleza dela. Levemente rouca, quase inacreditável vinda daquele pequeno ser quase etéreo, de olhos brilhantes, que se transformam depressa. Logo ele se vê dominado pela música, deixando seu corpo acompanhar toda a sua intensidade.
Ken e Yohji já haviam se colocado em seus lugares, tendo aprendido bem como colocar seus instrumentos em sincronia com os demais integrantes do grupo. Logo o conjunto todo toca de forma harmoniosa, a voz de Omi se sobressaindo, a guitarra de Aya baixando de tom, dando espaço para o vocalista brilhar, como deve ser.
Shuichi, fascinado pela música e pela voz do seu novo amigo... "Afinal, já somos amigos! Eu acho..." Nota como ele acompanha a música com movimentos fortes e sensuais, fazendo com que se lembre de si mesmo. Ama o palco, a música, sentindo-se sempre como se fosse possuído por algo que o transforma. Deixa de ser o Shuichi e se torna o vocalista do Bad Luck.
Assim que terminam, Shuichi corre para Omi, cumprimentando-o de forma entusiástica, deixando o arqueiro corado. Ser elogiado por seu ídolo é algo que não esquecerá tão cedo. "Será que vou conseguir dormir essa noite?" Olha para o seu ruivo, que sorri para ele, orgulhoso de sua performance, a qual tinha certeza estar escondida nas profundezas de sua timidez.
- Vocês deviam pensar em mudar de profissão. - Mr. K aproxima-se do ruivo e coloca a mão sobre seu ombro. Fala baixo para que apenas eles dois possam ouvir. – Seria seu empresário com prazer. E nem usaria a .45 para isso.
- Prefiro o meu ramo. – Aya sorri sarcasticamente. – É menos perigoso.
Os dois riem juntos. Mr. K cumprimenta o jovem arqueiro.
- Sua voz... Maravilhosa. – O rosto de Omi parece uma pimenta. – Cante assim no show e terá um sucesso em suas mãos. Não acha Shuichi?
- Claro! – O entusiasmo novamente o deixa meio que sem palavras.
- Como ele é menor de idade e está na cidade sem os pais, vou deixá-lo a seus cuidados. Vai levá-lo para sua casa e ficar com ele o tempo todo. – O americano dispara depressa, deixando todos espantados. Então essa é sua solução?
- Eu? Mas... – Olha para Omi que tem seu rosto angelical ainda corado pelos elogios. – Eu... Mas... E o Yuki?
- Eu converso com ele. Sei que nos entenderemos. – K já começa a pensar nos métodos e argumentos que usará com o escritor. – Fique tranqüilo. Assim você cuida do garoto.
- E você vai confiar em mim???? – O jovem de cabelos cor-de-rosa ainda olha incrédulo para o empresário.
- Claro que confio, Shuichi! – Mr. K diz isso sem muita convicção, percebendo como Hiro e Fujisaki o olham com estranheza.
- Obaaaaaaaaaaaaaaa!!!! – Orgulho estampado em seus olhos violeta.
Se ele não terá que enfrentar a fúria de Yuki, que o expulsaria de casa pela enésima vez, levando consigo o pequeno vocalista vindo do interior, então tudo bem. Vai adorar ter alguém para falar daquilo que move sua vida, que é sua vida. Percebe que o loirinho e o seu ruivo se olham um tanto entristecidos pela separação. Sente certa inveja disso. Yuki não tem ciúmes dele. Nunca teve. Nunca sentiria sua falta como Aya sentirá de Omi. Fica feliz por eles e conseguirá um jeito de ser cúmplice desse amor. De ajudá-los a se amar. Como gostaria de ser amado por Yuki.
- Um dia... Quem sabe... Um dia. – Sussurra para si mesmo.
Continua...
ooOoo
Yume Vy, minha querida amiga, essa fic é um presentinho para você. Dedico esse texto a pessoa que me ensinou a "florear", a tornar o texto mais rico, mais detalhado, onde as emoções dos personagens se tornam tão palpáveis... Que passamos a fazer parte da história. Te amo, amiga do coração, e me inspirei em você para fazer esse seu presente. Espero que goste dele e este singelo agrado consiga manter sempre um sorriso em seu rosto.
A idéia desta crossover me agrada, pois Gravitation foi meu primeiro contato com o mundo yaoi, onde me encontrei... E daí para as fics foi um passo. Então sinto que tenho uma dívida de gratidão com Shuichi e Yuki, por terem aberto o caminho para eu voltar a escrever. E quem não ama o jeito romântico e maluco do pequeno vocalista do Bad Luck e não torce para que o escritor loiro finalmente supere seus traumas e admita o quanto o ama?
E me animei ao pensar em ver os Weiss em um palco... Uhuuuuuuuuuuuuuuuuu! E é claro que isso não vai faltar! Nos próximo capítulos, é claro! Por isso se aventure a ler mais.
Espero que gostem e COMENTEM!!!!!!!!!!!
29 de Março de 2007
02:27 PM
Lady Anúbis