Título: Odeio... Odeio Você!!!

Anime: Death Note.

Casal: Mello x Near

Classificação: Yaoi/ Lemon/ Angust/ Shota.

Status: Fic em Andamento.

Autora: Yume Vy

Beta: Evil Kitsune

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Aviso

Esta é uma fic shota, ou seja, mostra o relacionamento de personagens bem novos! Mello tem seus quinze anos e Near tem treze. E algo importante... Esta fic terá lemon, ou seja, sexo entre esses dois belos garotos. Se você não gosta do tema ou acha um absurdo por eles serem novos, peço, educadamente, que feche a janela no 'x' acima. Se você aprecia tal leitura, por favor, continue/o/

Outra coisa... A cor dos olhos de Mello e Near nesta fic, em específico, é a mesma da abertura da série, vista no capítulo 20 de Death Note. Pode até ser que as cores mudem quando eles realmente aparecerem como personagens fixos, mas como eu gostei da tonalidade que vi na abertura, a usarei aqui, portanto, Mello tem olhos verdes e Near dourados. Por isso, por favor, não me perturbem devido a esse fato! u.u

Esta fic NÃO É a continuação de 'O Último Bombom'.

Agora... Vamos a fic/o/

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Odeio... Odeio Você!!!

Novamente seus olhos verdes estavam sobre aquele ser... Fixos... Sem desviar sequer um segundo da figura quase etérea a sua frente... Como um predador que espiona sua presa... Esperando o momento certo para estraçalhá-la com seus dentes! Era assim que Mello estava... Era assim que o descreveriam caso o vissem agora, não que ele se importasse com tal coisa...

O jovem de cabelos loiros permanecia no mesmo lugar em que estava... Sentado na poltrona, vendo do outro lado da grande sala seu rival... A pessoa que mais odiava no mundo inteiro. Seus dentes se fechavam com força na barra de chocolate, fazendo alguns pedaços voarem, mas isso era insignificante... Tudo era insignificante e apenas derrubar aquela criatura maldita de cima de seu pedestal era importante!

Cada vez que nós mentimos acordados...

Depois de cada golpe que nós damos.

Cada sentimento que eu tenho...

Mas eu ainda não tenho sentido sua falta!

Near ainda continuava lá... Indiferente ao mundo que o rodeava, montando torres e mais torres com dados e legos como se estivesse em uma dimensão a par de tudo, onde ninguém poderia atingi-lo... Onde ninguém poderia... Tocá-lo. Por quê? Por que o maldito tinha que se manter tão distante... Daquela maneira que o tornava tão... Inalcançável?

Aquilo fazia o sangue de Mello ferver, correndo mais rapidamente pelas veias e artérias, adrenalina se dissipando entre os glóbulos vermelhos, chegando em cada célula cada vez mais rapidamente, fazendo sentir ímpetos de se erguer e quebrar tudo... Se aproximar dele e tocá-lo... Machucá-lo... Quebrá-lo com todas as suas forças, mas ainda assim ficava parado no mesmo lugar como uma sombra entre as sombras, sendo consumido por chamas negras que quase o levavam a insanidade e aquele pequeno ser continuava da mesma forma...

As mãos pequenas tocavam com cuidado os dados, empilhando-os, a mente presa em algo indecifrável a Mello! A pele era clara... Tão clara e macia que ele desejava mordê-lo até deixar marcas roxas... Os olhos eram de um dourado tão intenso quanto o mais refinado ouro, contendo mistérios que ele não conseguia desvendar... Suas íris esverdeadas ainda estavam fixas nele... Reparando no bonito cabelo de tom prateado como a lua e os lábios róseos para parecia convidá-lo a mais insana tentação.

"O que eu estou pensando?", Balançou a cabeça. Tinha que feri-lo, destruí-lo... Vencê-lo, mas como? Como? Se Near sempre parecia inverter o jogo e ganhar quando ele menos esperava?

Fechou os olhos e suspirou, apoiando a mão que segurava a barra de chocolate em uma grande almofada, tentando não se lembrar pela milésima vez do que aconteceu há uma semana, mas era em vão. As imagens ainda vinham a sua mente... Ainda o atormentavam e Near... Aquele maldito ainda o ignorava e isso o enlouquecia!

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Uma semana atrás.

Seus olhos estavam fixos nas peças de xadrez, esperando pacientemente... Ou tentando... Que Near jogasse. Havia desafiado o menino em um tipo de jogo que ele não teria que se esforçar muito fisicamente, porque Roger ameaçou colocá-lo de castigo caso fosse o responsável pela recuperação lenta do outro menino, que tivera febre alta nos dias anteriores. Devido a isso, xadrez seria um desafio que podia propor sem arriscar o próprio pescoço... Mas não estava conseguindo esperar.

Mello era um ser irrequieto, superativo e não era de sua natureza ficar parado no mesmo lugar e esperar Near jogar era pior que castigos, porque o menino de aparência delicada demorava tanto pra fazer as jogadas que quase o enlouquecia e novamente ele respirou fundo... Bem profundamente para conter seus ímpetos homicidas em relação ao pequeno à frente dele.

" Quer jogar logo, droga!", Esbravejou, não conseguindo se conter.

" Para jogar xadrez é necessário ser observador...", Falava sem alarme.

" Não ouse me explicar!", Rosnou as palavras, ameaçador, cortando-o.

Near enrolou os fios prata com um dos dedos, para irritação de Mello.

" JOGA LOGO!!!", Elevou o tom de voz, fechando os punhos, já vendo o momento que pularia em cima daquele menino e o esmurraria.

Cada colega de quarto mantido acordado...

Por cada suspiro e grito que nós damos.

Todos os sentimentos que eu tenho...

Mas eu ainda não tenho sentido sua falta!

Aqueles olhos dourados se ergueram apenas para fitá-lo por longos minutos, mantendo o silêncio da sala, algo perturbador para Mello enquanto o mesmo se via sob a mira daquelas orbes, esperando por algo que nem ele sabia o que era... E o loiro podia jurar que vira um ligeiro cintilar naquele olhar e... Seguiu o movimento da mão direita de Near, que elevou uma peça para colocar sobre outro local, retirando a que estava ali e trocando pela dele.

" Eu venci.", Disse inexpressivo, ainda mantendo os olhos em Mello, para só então desviar para o nada e voltar a fazer cachinhos no cabelo com o dedo indicador.

" O... O quê?", Piscou os olhos, saindo do torpor em que estava.

" Xeque-mate.", Falou o menino, apontando para a peça de xadrez, mostrando-se vencedor daquela partida.

" QUÊ?!", Gritou ao ver que era verdade. Ele havia perdido... Havia perdido mais uma vez para Near.

Near apenas se levantou em silêncio, virando-se e caminhando pelo salão de jogos, indo em direção a seus brinquedos. Estava quase terminando de montar um grande castelo com lego, e sem pressa, se sentou entre a 'construção', continuando a fazer aquilo que havia se proposto, tocando com delicadeza as peças, montando pouco a pouco sua imaculada criação.

Mello ainda estava no mesmo lugar, irritado. Como... Como ele podia vencer e ignorá-lo daquela forma? Odiava... Odiava quando ele fazia isso. Sem pensar duas vezes, bateu a mão no tabuleiro, jogando tudo no chão, cruzando o espaço que o separava de Near, chutando a 'grande obra' do pequeno, espalhando as peças para todos os lados, sentindo-se satisfeito enquanto o via com a mão no ar, segurando a pecinha que colocaria.

" Seu maldito! Desgraçado! Acha que pode fazer isso?", Esbravejou, seus olhos verdes faiscando de raiva e sua respiração descompassada devido ao alto teor de adrenalina contido em suas veias.

Near sequer dignou-se a olhar para Mello, apenas começou a recolher as peças, já arquitetando mentalmente como reconstruiria seu castelo, projetando algumas coisas de forma diferente para que ficasse melhor do que o que estava fazendo, fingindo que não via os punhos do loiro se fechando e apenas esperando que o mesmo explodisse como sempre fazia... Aguardando pacientemente todas as palavras... Toda a atenção que roubava dele...

"Ele vai começar...", Pensou enquanto girava uma peça entre os dedos.

" Você não vai falar nada?!", Perguntou irritadíssimo.

" Você quer que eu fale algo?", Perguntou sem fitá-lo, mas muito ciente de qualquer movimento feito pelo mesmo, afinal... Mello era o único capaz de despertar seu interesse... Além daquele que admirava, L.

" COMO VOCÊ PODE SER ASSIM?", Gritou, deixando toda sua raiva extravasar com aquelas palavras, apesar de ainda sentir que poderia explodir de tanta irritação. Por que ele não reagia como as outras crianças? Por que se mantinha impassível daquela forma?

" Não sei.", Falou apenas, deixando a peça no piso frio e levando os dedos aos cabelos, enrolando-os lentamente. Sabia que ele não iria embora tão cedo...

Mello sentiu a cabeça rodar. Ele só queria uma reação! Por que o menino não reagia a ele? Pouco se importava se Near era impassível a tudo e a todos, mas seu coração ansiava fazê-lo reagir... Fazê-lo demonstrar algo, um sentimento, seja ele qual fosse... Raiva... Indignação... Surpresa. Por que não conseguia tocá-lo? Por que não conseguia fazê-lo expressar uma emoção sequer?

"Eu sou inteligente! Isso não pode ser impossível pra mim!", Dizia a si mesmo em pensamento, tentando achar uma forma, uma solução... Tinha que haver uma resposta!

" Eu odeio... Odeio você!!!", Rosnou as palavras ameaçadoramente.

Near apenas terminou um cachinho prateado e começou a fazer outro.

" Maldito!", Odiava quando ele fazia aquilo. Detestava ser ignorado... Por ele!

"O que você realmente quer, Mello?", A pergunta se repetia em sua mente.

" Você não é humano.", Afirmou, deixando um riso de deboche escapar.

" Essa é sua conclusão?", A pergunta saiu desprovida de interesse, causando grande reboliço no coração daquele que o fitava em ira.

Mello segurou a gola de Near rapidamente, puxando o corpo menor com força, erguendo-o e aproximando seus rostos, seus olhos mostrando toda sua fúria insana. Como aquele pirralho podia ser tão arrogante assim? Ele ia permanecer impassível? Estreitou os olhos e empurrou-o contra a porta do armário que havia ao lado direito deles, vendo os olhos cor de ouro se fecharem por um segundo com o impacto sofrido, mas logo se abrindo para encará-lo sem esboçar nenhuma reação.

" E então?", O tom de voz era de desafio... Desafiava Near a se soltar ou reagir.

Near desviou o olhar como quem faz pouco caso, irritando ainda mais o loiro.

" Seu cretino arrogante!", Disse, soltando-o, para no instante seguinte, erguer a mão na intenção de deixar uma marca bem vermelha naquela face quase pálida.

" Isso lhe dá a vitória?", A voz de Near saiu baixa, mas atingiu Mello em segundos, parando a mão do mesmo a milímetros de atingi-lo.

" O que disse?", Voltou a segurá-lo pela gola da blusa, puxando-o tanto que o deixou na ponta dos pés, mas mesmo assim Near não estava mirando seus olhos.

" Você quer me machucar pra me fazer reagir.", Near disse, afinal, aquilo era a coisa mais óbvia do mundo. Mello queria uma reação de sua parte mesmo que para isso precisasse feri-lo, mas ele era humano e como todo ser humano... Ele sente dor. Seu frágil corpo captaria os danos, que através de seus nervos seriam levados ao cérebro e registrados, mostrando a ele aquela nada agradável sensação.

Somente quando eu paro para pensar sobre isso...

" Isso mesmo! Vou te mostrar o que é sentir.", Riu sadicamente, os olhos brilhando quase insanamente.

Near ergueu os olhos, mirando os verdes de Mello. Por que ele queria tanto fazê-lo demonstrar emoções? Aquilo não poderia ser bom! Como detetive o mais sensato era se mostrar frio a tudo para analisar com perfeição qualquer situação. Era o mais lógico não? Ou aquela era a forma que o loiro encontrara para vencê-lo?

"O que você realmente quer?", Mergulhou dentro daquelas íris que lhe lembrava a tonalidade de malaquitas lapidadas... Ou seria água-marinha? Tentando decifrar aquele que era um enigma tão complexo que o deixava perdido as vezes, sem saber por onde começar a desvendá-lo.

O germânico já estava prestes a erguer o punho e acertar o menino com toda a sua força para mostrar a ele o que era dor, mas então reparou nas íris claras fixas nele, como se... Near estava analisando-o? Sim, era isso. Ele tentava entendê-lo... Decifrar sua reação e... Não. Não ia deixar que aquele menino compreendesse sua alma. Olhou dentro daqueles dourados irritado e então algo lhe passou pela cabeça e o jovem sorriu.

" Sinta isso... Near.", Disse em tom melódico, aproximando-se dele.

" ...!", O pequeno garoto não compreendeu a rápida mudança de postura e expressão do outro garoto, intrigando-se.

" ... E me mostre se pode se manter impassível!", Terminou de pronunciar as palavras em um sussurro sensual.

"O que ele está planejando?", Near tentava antecipar o que Mello faria, mas era em vão. Não conseguia perceber as intenções dele.

O loiro ainda o segurava com a mão esquerda, mas os dedos da mão direita se afrouxaram, espalmando sobre o peito dele, parando sobre o coração, ainda mirando os olhos âmbar enquanto sentia as batidas bem abaixo de sua mão... Tão controladas! Molhou os lábios e subiu, acariciando de leve o pescoço e percorrendo os dedos pelo ombro, descendo pelo braço do pequeno e envolvendo o pulso suavemente, parando com o polegar sobre a artéria reparando novamente no ritmo cardíaco.

Near rapidamente ficou bem ciente da mão que tomava seu pulso. O que Mello queria com aquilo? Voltou suas íris cor de ouro para as orbes verdes um pouco confuso, afinal... O que o loiro faria e qual seu objetivo? Parecia um desafio... Mello queria saber se podia sentir algo e se manter impassível ainda? Mas era um pensamento ilógico da parte dele, pois...

"Para Mello uma reação minha seria uma vitória, então...", Piscou os olhos novamente, tentando achar algo que pudesse explicar o outro... As ações e falas dele.

Mello deliciou-se ao reparar no brilho de confusão daquele olhar dourado, aproximando-se mais e finalmente... Lentamente... Tocando os lábios pequenos e róseos com os seus, sentindo o calor da boca de Near. Rapidamente entrelaçou seus dedos nos fios prateados da nuca dele, para mantê-lo no lugar e beijou-o devagar, aproximando seus corpos, prensando-o contra a porta do armário, continuando o ato.

Near realmente estava surpreso! Se fosse seguir o padrão normal de comportamento de Mello, o lógico seria concluir que o chocólatra o espancaria para ver se ele se manteria impassível, mas no momento o loiro... O beijava. E isso era completamente ilógico! Sentia os lábios dele nos seus, os dedos em sua nuca agora aplicavam uma carícia gostosa e reconfortante, enquanto sentia algo molhado pedindo passagem para logo depois invadir sua boca com uma delicadeza que o impressionava. E só então... Só agora se dera conta... Aquele era seu primeiro beijo! Aquele ato tão falado em poemas, livros e peças, descritos como algo a se ter com quem se gosta... E era Mello... Mello quem lhe roubava a primícia de seus lábios.

O loiro sentiu-se vibrar internamente quando conseguiu invadir a boca pequena. Deliciava-se ao perceber que Near estava um pouco desnorteado e provavelmente por isso é que permitia sua invasão. Parou o beijo por um instante, vendo a face ligeiramente corada e ele teve que se segurar para não gritar 'yes' por ter conseguido essa vitória e então fitou a boca entreaberta e não resistiu, mordendo o pequeno lábio inferior e puxando sensualmente, para no instante seguinte reiniciar o ato, porém com mais intensidade, sentindo-se explodir de satisfação ao captar a aceleração do ritmo cardíaco sob seus dedos... E ele foi obrigado a aprofundar ainda mais o beijo.

Eu odeio tudo sobre você!

Por que eu te amo?

Eu odeio tudo sobre você!

Por que eu te amo?

A sala... O Instituto... O mundo... Tudo desapareceu ao redor deles à medida que o beijo se tornava mais intenso e apaixonado. A mão de Mello que até o momento estava entrelaçada nos fios prata desceram, enlaçando a cintura delgada, puxando-o mais para si, enquanto embriagava-se com o doce perfume que se desprendia do corpo delicado. Ainda mantinha-se tomando o pulso dele, saboreando o descompassado do pequeno coração, que apenas o impelia a continua... A não parar jamais!

Near sentia que sua mente girava... E ele nem sabia o porquê. Bem, na verdade sabia... Era culpa de Mello! Nunca esperou que o loiro fizesse isso, mas ele continuava a tomar seus lábios... Invadindo-o... Dominando-o... Não deixando que pensasse direito ou que conseguisse controlar as batidas de seu coração, bem como o ritmo de sua respiração. Sentia um leve gosto de chocolate naquela boca quente que devorava a sua em um beijo inexplicável e então tudo acabou repentinamente...

" Humm...", Mello mordeu os lábios, observando Near atentamente.

O menino de cabelos prateados puxava o ar pela boca... O peito pequeno subia e descia de acordo com a descompassada respiração... A face sempre alva e impassível agora estava corada de uma maneira que só poderia ser definida como... Adorável! E os olhos âmbar... Estes brilhavam de uma forma inexplicável, mas Mello sabia que aquilo só significava uma coisa... Near sentiu tudo... Tudo o que proporcionou através de um simples beijo e nada pôde fazer pra se manter impassível a isso... Não pôde se manter indiferente a ele!

"Mello...", Near tentava recompor sua respiração, mas aquilo não estava parecendo uma tarefa fácil. Piscava os olhos, ainda perdidos naquelas intensas sensações... Nas primeiras sensações e emoções realmente valiosas para ele e...

" Eu venci!", Ele sussurrou, rouco, sorrindo a Near.

" ... 'Venceu'?", Os olhos dourados piscaram sem compreender ainda.

" Sim.", Pronunciou aquela palavra com um prazer ímpar.

Near começou a recompor-se, vendo Mello curvar-se sobre ele.

" Eu fiz você sentir... Você não pôde se manter impassível... Você reagiu... Near. Por isso... Eu venci!", As palavras eram depositadas ao pé do ouvido de Near, roucas... Sensuais... Mostrando todo o prazer que Mello sentia por ter arrancado uma reação daquele que sempre se mantinha indiferente a tudo.

" ...!", Near se manteve em silêncio. Não havia como rebater aquelas palavras... Porque elas eram verdadeiras. Mas por que doeu quando ele disse que venceu?

Mello se afastou, olhando novamente naqueles orbes surpresas, mas assim que os mirou sentiu como se facas tivessem atravessado seu peito, ao captar, por um segundo naquelas íris... Decepção. Piscou, mas já era tarde... Near novamente não mostrava nada no olhar, mesmo que ainda estivesse docemente rubro e com o coração descompassado. Como... Por que? Ele viu mesmo aquilo nos olhos dele?

" Sinta o gosto da derrota!", Riu, ignorando aquela parte de seu coração que insistia em jogar em sua cara que ele disse algo muito indevido, afastando-se, ainda fitando aquela face alva.

Near o olhou. Sentia apenas decepção... E o gosto de Mello em sua boca.

" Ele é bom?", Sorriu sarcástico, deixando uma gargalhada escapar.

" Me diga você.", A voz saiu baixa e firme, no que parecia um desafio a Mello.

" Há! Pirou?! Eu venci... Você perdeu! Simples assim.", Mello disse debochado. Provavelmente Near não estava aceitando bem sua derrota, mas isso apenas o divertia mais... Muito mais!

" Não vai soltar minha mão?", Indagou o jovem, já em seu estado normal.

" Hã?!", Mello piscou os olhos e então suas íris claras desceram para ver do que Near falava e só agora se dera conta de que ainda segurava a mão do menino... Na verdade eles estavam de mãos dadas, seus dedos entrelaçados e num impulso, soltou a mão dele como se tivesse sido queimado.

Near agora olhava para outro ponto, dando a entender a Mello que uma pecinha do chão era muito mais interessante do que ele... E isso irritou o loiro. Como aquele maldito podia agir com tamanha arrogância mesmo tendo perdido? Sentiu seu sangue ferver dentro das veias... Não ia deixar o garoto acabar com seu gosto da vitória!

" Olhe pra mim!", Disse irado, segurando com força o queixo de Near, obrigando-o a fitá-lo nos olhos de novo.

Near permitiu que seus dourados se encontrassem com os verdes de Mello, esperando que ele falasse ou fizesse algo, mas nada mais poderia chocá-lo agora. Ainda sentia o gosto dele em seus lábios e o perfume sobre sua roupa e pele... O loiro ainda parecia mergulhado dentro de seus olhos e sentiu-se um pouco ansioso para que ele fizesse algo, gritasse... Qualquer coisa!

" A vitória é minha e ponto final!", Rosnou as palavras ameaçadoramente como se alguém tentasse roubar isso dele e era como se sentia em relação ao que Near disse.

Cada vez que nós mentimos acordados...

Depois de cada golpe que nós damos.

Cada sentimento que eu tenho...

Mas eu ainda não tenho sentido sua falta!

Sem pensar, Mello novamente puxou Near para si, com força, abraçando-o e tomando aqueles lábios doces, erguendo o menino e deixando-o na ponta dos pés, ouvindo-o deixar um suspiro escapar e isso apenas o fez aprofundar mais o beijo, entrelaçando sua língua na dele, sentindo seu pequeno rival corresponder ao ato. Sua mão desceu pelas costas delicadas, acariciando e sutilmente entrando debaixo da blusa branca, sentindo a textura da pele... Tão macia e quente! Queria continua devorando aquela boca... Bebendo da mais insignificante reação dele, mas não... Precisava vencer o jogo! Parou o beijo quando viu que ele precisava de ar e sorriu.

" Viu só... Near?", Mordeu o lábio inferior do menor e afastou-se.

Near apoiou-se na porta do armário, respirando fundo.

" Isso é o gosto da vitória!", Falou e virou-se rapidamente, saindo da sala, deixando para trás um doce menino de face enrubescida.

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Mello voltou de seu devaneio, piscando os olhos ao escutar um barulho, mas logo sua atenção se fixou naquele que continuava em um mundo à parte de tudo... Brincando dentro de uma redoma de cristal... Ignorando tudo ao redor. Por quê? Por que ele tinha que ser assim? O que o levava a se isolar? E também... Por que aquela criatura tinha sempre que vencer?

Trincou os dentes quando as imagens relacionadas aos dois beijos que trocaram vieram-lhe a mente de novo. O plano era perfeito! Sua vitória estava assegurada... Era só necessário fazê-lo sentir... E ele fizera isso muito bem! O beijara... Tomara aqueles lábios doces com os seus, fazendo o pequeno coração acelerar absurdamente e aquilo fora tão bom! Vê-lo reagindo... Sentir a boca pequena se abrindo pra ele... Near correspondendo... A face corada! Aquilo era o paraíso... Aquela era sua vitória, no entanto...

"E é por isso que eu te odeio!", Mello pensou, revoltado.

"No fim, Near venceu! Que ódio!!!", Fechou a mão na barra de chocolate, despedaçando-a e praguejando baixinho por isso.

Somente quando eu paro para pensar sobre isso...

Sim. Aquele menino indiferente vencera. Por quê? Simples. Ele obteve uma pequena vitória... Mas ela lhe trouxe algo que não queria... A partir do momento que provou daqueles lábios... Ele ansiou por mais e agora tudo o que pensa é em beijá-lo de novo, abraçar o corpo menor, morder cada pedaço de pele exposta para embriagar-se daquelas reações demonstradas por Near.

Aquilo o matava! Por que tinha que ficar se lembrando daquela face corada? Da respiração entrecortada e do ritmo acelerado do pequeno coração? Ia enlouquecer! Sim, com certeza ia! Levou a mão aos cabelos, deixando a barra de chocolate para lá... Nem seu amado vício estava conseguindo acalmá-lo! Bem... Nunca ia acalmá-lo, porque...

Sua atenção foi chamada ao notar um movimento de Near... O menino havia deixando de lado seus legos e apenas observava o que montou por longos segundos que para ele pareciam horas... E então se mexeu, erguendo os braços e entrelaçando os dedos enquanto se espreguiçava, arqueando as costas e jogando a cabeça para trás majestosamente... Suas íris água-marinha percorreram todo o corpo delicado e Mello teve que morder os lábios ao notar a pele clara... O umbigo a mostra...

"Ele tá me provocando!", Aquela era a única explicação decente que Mello encontrava. Near estava provocando-o! Como ele podia ser tão maldito?

Insuportável... Near era completamente insuportável! Levantou-se num rompante, fazendo barulho, atraindo por um segundo a atenção do garoto que logo relaxava o corpo e voltava aos seus malditos brinquedos. Odiava aquilo também! E por isso... Estava na hora de dar um basta em tudo, quebrar aquele maldito e esmagá-lo no chão, porque o odiava... O odiava profundamente.

Cruzou o espaço que os separava e em segundos já estava em frente a Near e sem esperar por nada, abaixou-se e pegou o pulso dele, puxando-o, fazendo assim o menino fitá-lo e o ergueu, trincando os dentes pra conter toda sua força e ira, afim de não esmagá-lo tão cedo e acabar com a graça. Os olhos com a tonalidade de um dourado como as chamas do sol piscaram intrigados e isso apenas o deixou mais enlouquecido.

" Seu maldito! Você faz isso de propósito, não é? Eu sei que sim.", Praticamente cuspiu as palavras, puxando o garoto para perto e retirando-o do meio de todos aqueles brinquedos inúteis, arrastando-o dali.

" Mello...", Pronunciou o nome baixinho, enquanto sentia-se sendo puxado.

" Eu odeio você!", Apertou o pulso de Near com força.

"O que...?", Sua mente rapidamente se dividia entre raciocinar sobre o que ocorria e como caminhar entre as peças dos legos sem se machucar.

" Odeio... Odeio você!", Falava irado, Mello.

Near conseguiu desviar de algumas peças espalhadas pelo chão e não se machucar, seguindo Mello sem opção. A declaração de que o loiro o odiava não era importante, mas o que foi dito antes... O que ele quis dizer com 'você faz de propósito'? Não entendera. O que ele fazia de propósito? Ignorá-lo? O lógico seria pensar isso, mas aquele a sua frente não seguia as regras 'normais' de comportamento, então deveria ser outra coisa, mas... O quê?

Mello parou repentinamente e apenas fitou Near, puxando-o num ângulo de quase cento e oitenta graus, jogando-o no aconchegante sofá, pronto para espancá-lo até a morte! Ninguém o provocava e saía vivo pra contar a história, principalmente seu rival e ele terminaria com aquela disputa agora e pouco se importava se seria disciplinado depois.

" Eu o odeio! Sempre vou odiá-lo!", Falou as palavras ameaçadoramente.

" Hum...", Near apenas levou a mão à cabeça, sentindo-se um pouco zonzo.

Mello abriu a boca para demonstrar em palavras o quanto o desprezava enquanto pretendia socá-lo, mas seja lá o que for que queria dizer morreu antes de chegar a seus lábios quando viu Near se mover, levando a mão a cabeça, parecendo meio zonzo... Erguendo uma das pernas e apoiando-a no estofado e tentava se levantar. O loiro sentiu a respiração falhar quando percorreu o corpo menor com os olhos, reparando na blusa erguida devido ao modo que ele caíra... Quase deitado. A calça pérola era larga e provavelmente um ou dois números maiores e por isso era mais baixa na cintura, deixando nesse momento o umbigo dele a mostra...

" Mello?", Near chamou, intrigado com o olhar... Estranho do outro sobre si.

Mello despertou de sua contemplação, fitando os lábios de Near.

" Deseja mesmo me espancar pelo visto.", Near disse sem expressar medo. Ainda sentia seu pulso doendo e Mello provavelmente terminaria o que começou.

" Desejo...", Sua mente não estava registrando exatamente o que Near falava, não ouvindo o que ele disse no final... Sua mente estava fixa nos movimentos dos lábios... Aqueles malditos lábios... Naquela tentação...

Near parou, vendo que Mello não parecia escutá-lo.

" Você... Como você pode...", Sussurrou as palavras, sem desviar os olhos dos dele, aproximando-se como que hipnotizado por aquele pequeno ser, sentindo dentro de si um reboliço de emoções...

Eu odeio tudo sobre você!

Por que eu te amo?

Eu odeio tudo sobre você!

Por que eu te amo?

O germânico apoiou o joelho direito no estofado entre as pernas de Near e a mão estava espalmada bem ao lado da coxa do menino, levando os dedos da mão esquerda aos fios prateados, puxando-o com força e tomando aqueles lábios com intensidade... Abrindo-os... Invadindo-o por completo... Sentindo aquele gosto único de novo após uma semana e tudo o que ele queria era mais... Muito mais daquele menino que odiava acima de tudo!

Near ficou surpreso... Novamente... Novamente estava sendo beijado por Mello! Sentia que ele segurava-o com força e devia estar sentindo dor, mas estranhamente seus neurônios captavam apenas os lábios dele nos seus e a língua quente dentro de sua boca, vasculhando, brincando... E quando se deu conta estava correspondendo, fazendo o mesmo que o chocólatra, sentindo seu coração se acelerar rapidamente e percebeu-se torcendo para seu ar não acabar tão cedo.

"Oh! O que eu estou pensando?", O menino se questionou, mas tudo se dissipou rapidamente e não havia mais espaços para pensar enquanto mergulhava naquelas sensações proporcionadas por aquele que sempre dizia 'eu te odeio'.

" Uhmmm...", Mello sequer percebeu que gemeu dentro do beijo, mas captou pequenos arrepios percorrendo o corpo menor e isso apenas o fez aprofundar mais o ato.

Deslizou o joelho que estava apoiado no sofá, flexionando-o e puxou o corpo menor, fazendo-o ficar sentado sobre sua coxa esquerda, cada perna de Near de um lado de seu quadril, enlaçando a cintura delicada por debaixo da blusa pérola, novamente sentindo o calor da pele macia e tenra, afrouxando os dedos da mão esquerda e iniciando uma carícia em lentos movimentos circulares na nuca de Near, prensando-o contra o encosto acolchoado, prensando as costas do menino gênio contra o sofá, fazendo assim o baixo-ventre do pequeno aproximar-se de seu abdômen, sem deixar os lábios dele um segundo sequer... Saboreando... Provando-o cada vez mais.

" Ahmm...", Near puxou o ar com força quando sua boca foi abandonada.

O garoto de cabelos prateados respirava descompassadamente, seu coração batia tão forte que achava que sairia pela boca! Como pode apenas um beijo causar tamanha devastação em sua alma? Sentiu seu corpo sendo abraçado com mais força por Mello e então se deu conta dos lábios dele... Em seu pescoço. Beijos eram distribuídos por sua pele, bem como pequenas mordidas... Sentia os dentes do loiro passando de leve e então a língua serpenteando por todo o local, subindo até o lóbulo de sua orelha, que foi prontamente sugado, causando uma falha em sua respiração.

Mello sentia a adrenalina correndo rapidamente por seu corpo, uma euforia intensa gritava em cada célula de seu ser, enquanto tinha aquele menino em seus braços... Bem ali no seu colo. O gosto dele era delicioso, viciante... O perfume suave o envolvia e tudo o que conseguia pensar era que Near parecia a mais tentadora de todas as frutas proibidas e ele ansiava profundamente mordê-la e devorá-la por completo. Desperto por esse pensamento, ele envolveu possessivamente o corpo menor, colando-os o máximo que podia e fitou a face bela, mordendo os lábios com força ao percebê-la enrubescida.

"Ah! Como ele pode ficar tão lindo assim?", Maravilhou-se com aquela suave expressão de prazer demonstrada por Near. O menino não devia ter noção do quão tentador ficava assim!

" Mello...", Near ainda tentava controlar sua respiração.

" Sim?", Respondeu em um sussurro, sua voz uma oitava mais baixa.

Near queria indagá-lo sobre o que ele fazia, sobre o porquê de tudo aquilo... Mello não o odiava? Por que o beijava e o tocava dessa forma? E o mais importante... Por que permitia? O que tornava aqueles toques tão perfeitos e extasiante? Nunca se importou com isso... Sempre se manteve distante... Sempre esteve dentro de sua redoma de cristal, mas Mello sempre tentava rompê-la e agora estava ali...Quebrando suas barreiras de gelo... Estilhaçando tudo a fim de tocar sua alma... Chegar a seu coração! Isso era perigoso... Tão perigoso e ainda assim...

" Humm... Near...", Lambeu a bochecha rósea, mordendo a maça do rosto, suas mãos adentrando por dentro da blusa pérola, erguendo-a, arranhando de leve a pele clara e macia, sentindo-o arrepiar-se e isso apenas fez com que uma onde elétrica subisse por sua coluna e ele se voltou para aqueles lábios, tomando-os novamente.

Mello moveu-se, virando um pouco de lado e empurrando o corpo de Near, deitando-o no sofá e olhando-o de cima, achando-o ainda mais adorável! A face enrubescida, os lábios entreabertos puxando o ar, os braços jogados ao lado do corpo, os fios prateados ligeiramente desarrumados e os olhos brilhantes que mostravam um misto de inocência, confusão e... Aceitação. Ah! Ele era simplesmente lindo!

"Ah, Near! Não me olhe assim...", Mello pensou. Se ele continuasse a olhá-lo daquela maneira, acabaria não resistindo e...

O loiro mordeu os lábios, pensando por alguns instantes e abaixou-se, cobrindo o corpo menor com o seu, novamente tomando posse daquela pequena boca com gosto do paraíso, invadindo-a e deixando seu peso se fazer presente sobre o corpo dele lentamente, segurando os pulsos do garoto, erguendo-os acima da cabeça, devorando aqueles lábios de maneira quase enlouquecida, percebendo que Near tentava puxar os braços, mas não ia deixar... Não permitiria que ele fugisse!

"Ele é meu!", Foi o pensamento que cortou sua mente quando percebeu que precisava tocá-lo, beijá-lo... Precisava tê-lo entregue para si por completo.

" Mello... Pare...", O sussurro de Near saiu quase inaudível. Seu coração batia rápido demais... Cada beijo, mordida e lambida que Mello lhe dava, deixava por sua pele um rastro quente, entorpecendo seus sentidos, mas... Aquilo não era certo... Não ali, não naquele momento... Alguém podia...

" Não quero.", Foi a resposta rouca dada por Mello.

Sem esperar por uma resposta de Near, Mello passou a beijar e morder o pescoço alvo, sugando alguns pontos da pele, sentindo o pulsar rápido da artéria bem abaixo de seus lábios... Que o provocava... O instigava cada vez mais a continuar... E ele não iria parar! Foi distribuindo beijos pela face alva e chegou à boca, mordendo-a de leve e olhando languidamente dentro daquele oceano brilhante e perdido. Moveu o quadril lentamente, sem deixar de fitá-lo, deixando um sorriso escapar.

" Sabe o que estou fazendo com você... Near?", Mello sussurrava provocativamente as palavras no ouvido de Near, ainda se movendo lento sobre o corpo menor a fim de atiçar cada célula daquela pequena criança.

" Não, eu... Eu não entendo...", Disse baixo, sentindo-o morder o lóbulo de sua orelha. Não entendia... Por que Mello fazia isso com ele se o odiava? Não se beija... Não se toca quem odeia daquela forma...

" Não entende!?", Riu sarcástico, não acreditando no que ouvia, segurando as duas mãos dele com uma sua e descendo a que agora estava livre, colocando novamente debaixo da blusa, deslizando sobre a pele tenra e tocando o pequeno mamilo, apertando de leve, sem deixar de fitá-lo.

" Mello... O que você... Está fazendo?", Queria entendê-lo... Desejava compreender o que se passava entre eles no momento. Sabia, tinha consciência de que aqueles toques era algo íntimo feito entre amantes, mas... Eles não se amavam... Ou amavam?

Somente quando eu paro para pensar...

Sobre você, eu sei!

Somente quando eu paro para pensar...

Sobre mim, você sabe...!?

A pergunta pegou Mello de surpresa! Não acreditava na inocência daquele que o provocava de propósito, atiçando seus mais insanos desejos... Desejos proibidos, mas quem disse que se importava? Se ele não entendia, iria fazê-lo perceber a medida que fosse sentindo, pois queria vê-lo sentir... Queria ver aquelas reações mais e mais. Queria mais vitórias! Ansiava fazer aquele garoto impassível gemer até não suportar o prazer que ele lhe daria... Ele e mais ninguém!

Abaixou-se para beijá-lo de novo, mas ouviu o som de vozes. Imediatamente ergueu a cabeça, recordando-se no mesmo instante que a casa estava vazia devido a uma competição amistosa de alguns esportes feita por Roger, que ele não quis participar por não se sentir disposto e Near... Porque não podia se esforçar tanto. Provavelmente ela acabara há pouco e...

"Droga!", Levantou-se frustrado, quebrando o contato físico com o corpo de Near e lamentando internamente por isso.

Near continuou na mesma posição, fitando Mello... Braços erguidos acima da cabeça, blusa semi-aberta deixando seu abdômen a vista, lábios entreabertos e avermelhados pelos longos beijos que trocaram e olhos escurecidos brilhando em inocência e algo mais que não podia ser definido em palavras por aquele que o vislumbrava.

"Ele está fazendo de novo...", O loiro pensou, enquanto mantinha as orbes presas aquela tentação.

Near moveu-se lentamente, desviando o olhar do garoto viciando em chocolate, sentando-se, flexionando uma das pernas e mantendo a outra esticada, inconscientemente voltando a enrolar os fios prateados com o indicador, ouvindo as vozes das crianças mais altas conversando sobre como fora bom os jogos, percebendo que foi por também tê-los ouvido que Mello parou.

" Eu odeio você!", Disse irritado. Odiava Near por provocá-lo descaradamente assim, sabendo que no momento não poderia fazer nada por mais que quisesse.

Near o fitou e Mello só podia interpretar aquele olhar como um 'se você diz...'.

"Eu odeio... Odeio! Odeio! Odeio você!", Gritava internamente, fechando os punhos para se controlar, vendo que seu rival desviara o olhar, mirando as almofadas como se elas fossem muito interessantes e aquilo o irritou! Como ele ousava dar mais atenção a míseras almofadas?

" Vamos terminar nossa conversa depois, seu pivete!", Rosnou ferozmente.

" ...!", Near continuou na mesma, mas sentiu o coração falhar uma batida.

"Near está...", A boca de Mello se abriu em surpresa, mas ele quase pulou no instante seguinte quando a porta se abriu repentinamente e três crianças entraram afobadas, chamando por ele.

" Que é?", Perguntou nervoso, tentando acalmar as batidas de seu coração.

" Ahh! Você tinha que ter participado, Mello! Foi incrível!", Disse um menino todo contente.

" Ah! Não tenho paciência pra isso!", Disse, saindo da sala logo em seguida, irritado e de muito mau-humor. Precisava de seu chocolate e era agora!

Near viu Mello saindo da sala e ouviu as crianças resmungando que o loiro sequer as ouvira, mas não se importou com isso. Lentamente se ergueu e abandonou o cômodo, caminhando em direção ao seu próprio quarto... Sentia-se estranho... Seu corpo, sua mente... Estava confuso, precisava pensar e entender o que se passava entre eles... Em todos os sentidos!

Eu odeio tudo sobre você!

Por que eu te amo?

Você odeia tudo sobre mim!

Por que você me ama?

Seus passos eram lentos e leves, andava como se estivesse flutuando, tamanha leveza em seu caminhar, sendo notado pelas outras crianças, mas não via nenhuma... Nenhuma delas era capaz de chamar sua atenção, de adentrar em sua mente e coração... Eles não podiam atravessar a barreira que criara, apenas uma pessoa conseguia... Mello!

Ainda assim aquilo era estranho! Abriu a porta de seu quarto, adentrando no cômodo, para fechá-la em seguida, encostando-se a mesma, ficando parado. Ele não gostava de muita coisa que Mello fazia, mas ainda assim o admirava por ser quem era e tinha consciência... O loiro simplesmente o odiava!

"Mas se ele me odeia... Por que me beijou?", Perguntou-se mentalmente, levando a ponta dos dedos aos lábios, tocando-os de leve, pensativo.

Fechou os olhos, atordoado. Sentia-se zonzo devido à quantidade de pensamentos que permeavam sua mente! Era tanta coisa... Tantas possibilidades... Hipóteses... Teorias... Mas nenhuma delas era capaz de satisfazê-lo.

"Como você consegue se tornar um enigma tão grande pra mim?", Suspirando, o menino caminhou até a cama, lentamente deitando-se nela. Estava cansado... Não sabia o que fazer... Na verdade, não sabia o que pensar.

OOO

A água caía abundantemente, escorrendo pelo corpo delineado do loiro ainda em formação, mas já mostrando definição muscular. Sua cabeça estava erguida e logo ele a balançou, fazendo os fios dourados espalharem gotículas pelo box de vidro fumê. Mello levou as mãos ao rosto, retirando a franja da face e descendo, percorrendo o pescoço e as deixando descansarem ao lado dos quadris.

Os olhos eram mantidos fechados e apesar da água que caía em seu corpo ele não prestava atenção nisso... Sua mente estava impregnada com as imagens de seu mais recente encontro com Near. Sem perceber um sorriso se desenhou em seus lábios quando a recordação da face de seu rival lhe veio a mente... Ele corou... Sim! Near ficou corado quando disse que 'conversariam depois'.

"Hummm... Ele sabe o que eu vou fazer... O que eu quero 'conversar'!", Um riso malicioso abandonou a boca de Mello ao pensar nisso. Seria tão divertido!

Deixou que a água molhasse de novo seu rosto, sentindo como ela estava morna. Suspirou, seus músculos relaxando, então ergueu a cabeça e inclinou-se ligeiramente para trás, encostando-a no azulejo frio. Sua mente divagando... Projetando imagens do que poderia ter acontecido caso não tivessem sido interrompidos.

"Mello... O que você... Está fazendo?".

A voz de Near ao dizer aquelas palavras estava tão suave e ainda assim apresentava uma ligeira rouquidão que o tirava do sério... Riu ao imaginar que até mesmo a mais impassível das criaturas apenas precisava do incentivo adequado para perder o controle e mostrar suas fraquezas e fora ele quem fizera isso! Ainda sorrindo permitiu que sua mente continuasse, enquanto inconscientemente fazia círculos imaginários no abdômen com a ponta dos dedos.

Depois de escutar a pergunta, deixou que uma rouca e baixa risada fosse ouvida e abaixou-se, novamente tomando aqueles lábios quentes, invadindo a boca deliciosa, enquanto suas mãos voltavam ao que fazia, apertando o pequeno mamilo entre os dedos e voltando a mover seus quadris languidamente de encontro ao de Near.

" Mello...", O suave gemido foi ouvido como um tormento alucinante.

Ele precisou atacar aquele pescoço delicioso como um vampiro atrás do sangue tão vital! Passava a língua circularmente sobre a artéria sentindo a aceleração dos batimentos cardíacos e isso quase lhe tirava a sanidade, apenas por saber o quanto podia afetá-lo. Ergueu-se um pouco e manteve as duas mãos dele seguras acima da cabeça e lambeu os lábios, descendo a outra mão pelo peito em formação, deixando que seus dedos tocassem de leve aquele abdômen lisinho até chegar ao membro, apertando-o por cima da calça branca suavemente.

" Uhmm... Me-Mello...", Ouviu o lânguido gemido, baixo e tímido enquanto a face sempre tão impassível se tingia de um pecaminoso vermelho.

" Hummmm... Near...", Os olhos de Mello estavam fechados e ele mordia o lábio inferior sutilmente, seus dedos tocando de leve a ereção que já ostentava, enquanto sua mente mantinha-se mergulhada em seus mais profundos desejos.

" Você gosta... Near?", A pergunta saiu rouca, com um toque de malícia, enquanto ele continuava com a massagem, agora mais forte. Queria atiçar ao máximo a libido daquele menino, afinal, apesar da aparência, Near estava entrando na adolescência e como todo adolescente seus hormônios também estavam agindo...

" Uhhmmm...", Aqueles gemidinhos era deliciosos e ele ansiava por mais.

As roupas dele rapidamente sumiram e Mello tocava Near sem nenhum impedimento, sentindo o calor da pele dele, a textura suave e tenra... Ah! Ele era delicioso! Colocou-se entre as pernas roliças e macias, sentindo o roçar entre seus membros levando-o a um delírio completo.

" Humm... Você quer?", Perguntou no ouvido dele, mordendo o lóbulo.

" Aahhh... Mello... Uhhmmmm... Simmm...", A voz de Near saiu baixa e arrastada enquanto aquelas pernas roliças e delicadas envolviam sua cintura, prendendo-o a si, dando-lhe total liberdade para continuar...

" Ahhmmm... Sim... Eu te darei tudo... E você vai pedir por mais... Hummm... Sim, eu farei você pedir... Se derreter só pra mim... Uhmm...", Mello mordia os lábios, murmurando sensualmente as palavras, enquanto sua mão executava um lento sobe-e-desce sobre o próprio membro, deliciado com o que imaginava.

Novamente tomava aqueles lábios deliciosos num beijo voraz, seus quadris se moviam contra os de Near e ele se extasiava com o calor do corpo menor... Tão apertado! Investia cada vez mais profundamente, desejando tocá-lo por inteiro... Não conseguia mais parar os movimentos... Embriagava-se com os gemidos pedintes que saíam daquela boca e ele responderia a cada um daqueles pecaminosos pedidos... Indo mais fundo, mais forte, mais...

" Ahnnn... Ne-Near...", O nome do rival saiu quase inaudível, sua cabeça jogada para trás, encostada na parede, a água morna caindo em seu peito e descendo sinuosa por tudo seu corpo, sua mão movendo-se velozmente, fazendo mais pressão sobre o membro enquanto sua respiração acelerava-se rapidamente...

" Ahhmmm... Assim eu... Não agüento...", A voz suave e baixa soava pecaminosamente infantil a seus ouvidos e ainda assim banhada em languidez e luxúria, arrancando-lhe a sanidade.

" Não agüente... Venha...", Depositou as palavras contra a pele dele, mordendo o pescoço suculento... Vendo-o se render, derretendo-se em seus braços.

" Aaahhhh... Mello...", E se deliciou com o longo gemido emitido por Near.

" Sim... Se derreta... Se derreta pra mim!", Gemeu, acelerando o ritmo com o qual se masturbava, mordendo os lábios com mais força, sentindo arrepios percorrer todo seu corpo, subindo por sua coluna, fazendo seu baixo-ventre formigar perigosamente e ele não pôde mais resistir...

" Ahhmmm...", Gemeu baixo, trincando os dentes e fechando os olhos com força, explodindo de prazer, mas não parando de mover a mão, ainda imaginando se mover entre as pernas roliças de Near, sentindo as forças abandonarem seu corpo e suas pernas tremerem.

Mello abaixou a cabeça e apoiou-se na parede fria, respirando descompassadamente, o sêmen escorrendo por entre seus dedos e lentamente seus olhos se abriam, mirando as gotas que caíram no piso claro e se dissolviam na água. Normalizou sua respiração e permaneceu em silêncio, parado, os fios loiros caindo sobre seu rosto, encobrindo parcialmente seus olhos.

Lentamente Mello ergueu a cabeça, voltando a escorá-la no azulejo frio, deixando um longo suspiro abandonar seus pulmões. Abriu os olhos, mirando a ducha de água morna, vendo as gotas caindo uma após a outra seguidamente... E tudo o que ele sentia era um grande vazio e uma terrível insatisfação. Por que todo o prazer que acabara de sentir parecia tão... Insignificante?

Frustrado, Mello deixou que a água limpasse seu corpo, erguendo a mão e fitando-a, vendo os vestígios do sêmen sumir por entre seus dedos. Suspirou e só então pegou o xampu, derramando sobre as mãos e levando aos cabelos, ensaboando, enquanto mantinha-se pensativo e distante. O que estava acontecendo? Ele não sabia explicar... E isso apenas o deixava irritadiço. Acabara de sentir prazer, mas... Tudo parecia tão... Sem propósito agora.

"Droga, é uma merda mesmo!", Praguejou internamente, removendo dos fios dourados toda a espuma, para em seguida passar o condicionador e massagear o couro-cabeludo, retirando o excesso logo depois.

" A culpa é toda daquela maldito!", Rosnou feroz, desligando a ducha.

Pegou a toalha, possesso e começou a se enxugar, extremamente irritado. A culpa de tudo isso era Near e por isso odiava profundamente aquele pirralho, porque ele sempre arrumava um jeito de vencê-lo e agora se aproveitava de sua inconstância hormonal para tirá-lo do sério. Ah! Como o odiava! Tudo bem que seus hormônios tinham uma parcela de culpa, mas...

" Arrgggg!!! Como eu odeio você!", Xingou, jogando a toalha com ódio como se a mesma tivesse alguma culpa. Vestiu a peça íntima e a calça preta, virou-se para o espelho embaçado e passou a mão no mesmo, vendo seu reflexo. Ficou se olhando por algum tempo, quieto e então colocou a blusa de manga longa, pegando a escova e penteando os cabelos lentamente.

Eu odeio... Você odeia.

Eu odeio... Você me ama!

Eu odeio tudo sobre você!

Por que eu te amo?

Não compreendia o porquê de sua própria irritabilidade, mas sabia que era culpa de Near, afinal era sempre culpa dele! O odiava tanto, mas... Aqueles lábios... Queria beijá-lo, estar perto dele... A todo o momento... Senti-lo corresponder a sua paixão e... Que tipo de raciocínio era aquele? Realmente não devia estar em seu estado normal... Com certeza era falta de chocolate ou algo do gênero. Desde quando o amava?

"Amar? Não! Eu realmente devo estar ficando louco.", Assustou-se com seus próprios pensamentos, fitando o espelho, afinal...

" Eu odeio... Odeio você!", Disse observando seu próprio reflexo, mas no fundo havia uma pergunta que pairava em sua mente... Aquela era mesmo a verdade?

Continua...

OOO

Nyahhhh!!! Mais uma fic de Death Note com Mello e Near foi iniciada/o/

Na verdade essa era pra ser uma fic em capítulo único, mas já estava passando de 30 páginas e eu resolvi que seria melhor dividi-la, principalmente porque resolvi mostrar o que vai acontecer depois do lemon. Sim, ele logo ocorrerá! XD Na verdade começa no próximo capítulo. Whuahuahuahuahua...

Eu ia lançar antes a continuação de 'O Último Bombom', no entanto, estava com a idéia pra essa fic, mais precisamente da cena que ocorrerá no lemon e então... A Aiko me manda a música 'Poison' de Alice Cooper e a Anúbis me manda a 'I Hate Everthing About You' de Three Days Grace... Aí foi minha perdição! Me empolguei tanto que comecei a escrever a fic dia 05 por volta da meia noite e meia e fui escrevendo... Nos dias seguintes só pude escrever a noite e terminei três dias depois. E só não acabei antes porque passei mal... ¬¬ Mas estou gostando tanto do resultado/o/

A música que vocês vêem aqui é a tradução de I Hate Everthing About You de Three Days Grace. Quando eu vi essa letra, eu pensei 'é a cara do Mello' e fui obrigada a colocá-la aqui! O interessante é que mesmo quando se fala na música 'mas eu ainda não tenho sentido sua falta' parece exatamente o contrário! Por isso ela é... Simplesmente perfeita para eles!!! Além de ser uma música linda e empolgante/o/

Dedico essa fic a Aiko Hosokawa e a Lady Anúbis, porque se elas não tivessem me passado as duas músicas eu não teriam entrado em 'modo on' e escrito essa fic tão rápido! XD Muito obrigada as duas! \o/

Muito obrigada a Anúbis e a Maiga por me atuarem no MSN, enquanto eu perguntava se algumas cenas estavam boas! XDD E valeu por corrigir a tradução da música pra mim, Anúbis! o//

Agradeço a Evil Kitsune por betar a fic pra mim! Estava com saudades da sua betagem e seus comentários durante a mesma! Adoooooooro você!

Apenas por curiosidade... As comparações que faço dos olhos com pedras preciosas. Eu adoro fazer isso! Como os olhos do Mello são um verde mais claro na abertura, não podem ser comparados com esmeraldas, que tem um tom mais intenso, por isso comparei as íris dele com Malaquita e Água-Marinha, que são pedras preciosas num tom esverdeado mais claro e que tem ligeiros traços azulados também. Quanto aos olhos de Near os comparei com Âmbar, que apesar de ser 'tida' como pedra preciosa, na verdade não é uma pedra e sim resina fossilizada proveniente de antigos pinheiros.

Quanto àqueles que leram, peço que deixem suas opiniões e comentários sobre a fic, eu preciso de reviews sabe... Sem eles não tenho motivações pra continuar a escrever e... Sem comentários... Sem fic! u.ú E neste caso significa... Sem lemon! XD

07 de Março de 2007.

21:30 PM.

Yume Vy