Olááá!!! xD
Minha primeira fic de FMA T.T ((emoção)) O início está uma droga, mas ao longo vai melhorando. Espero agradá-los então... REVIEWS!!!
Só lembrando que nenhum personagem de FMA me pertence, muito menos as músicas aqui publicadas.
Jiyuu eno Shoutai
Cap.1
O Sol batia no rosto do garoto deitado na cama. Abriu os olhos lentamente quando sentiu os primeiros raios solares tocarem seu rosto. A figura loira possuía, belos orbes dourados, pele branca, e em plenos 19 anos sua estatura era mediana, agora já não era o chamado "baixinho", beirava os 1.72 de altura. Na cama ao lado, um outro rapaz dormia tranqüilamente, era seu irmão mais novo, tinha cabelo loiro mais escuro, muito próximo ao castanho, assim como a cor de seus olhos, era Alphonse, 18 anos. Apesar de irmãos, não tinham muito em comum. O mais velho, temperamental, introvertido, às vezes chegava a ser um tanto 'frio', seus olhos transpareciam apenas dor e tristeza. O caçula sempre alegre e prestativo, delicado, simpático com todos a sua volta.
Edward sentou-se e mirou seu braço direito, cujo era de metal. Fitou-o por instantes, já ia fazer dez anos desde o acidente que culminou com a morte trágica de seus pais e um automail implantado. Aquela triste noite em que tudo ocorrera e que ele se culpava pelo fato. Se não fosse teimoso a ponto de conseguir distrair seu pai na direção do veículo ele com certeza teria visto o carro que vinha no sentido contrário e provavelmente teria desviado, salvando assim todos membros da família Elric. Mas não, tinha que brigar justo naquela hora, fazendo Hohenheim virar-se para acomodar os irmãos, para logo em seguida ouvir a esposa gritar um 'Cuidado' e dois faróis o cegarem, saindo da pista, para em seguida o carro capotar várias e várias vezes. Acordou dois dias depois em uma cama de hospital, sem ter noção do que na verdade ocorrera. Perguntou pelo irmão mais novo, quem as enfermeiras o informaram que milagrosamente saíra ileso de tal fatalidade. Já sobre seus pais, elas emudeceram, levando-o ao desespero. Sentia asco de si mesmo.
Cerrou os punhos em um gesto de dor e uma careta formou-se em seu rosto, ergueu uma última vez os olhos para visualizar a paisagem da cidade.
- Já está na hora de voltar – disse em voz baixa.
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Os campos verdes traziam a velha paisagem rural, o vento soprava calmo balançando levemente o cabelo da jovem loira parada a janela. Mirava o céu espantosamente azul, perdidamente. Soltava sorrisos solitários, como se estivesse lembrando de bons e únicos momentos. Para aos poucos ele se tornar uma expressão triste.
- Idiota.– murmurou.
- Falando sozinha, Winry? – perguntou a figura minúscula parada na porta do quarto.
- Vovó!? Er...não...é que eu... – gaguejou corando fervorosamente.
- Pensando neles novamente, imagino. – soltou a velha para dar outra tragada em seu cachimbo.
-... –
- Você se preocupa demais. Ed e Al prometeram que um dia voltariam, além do mais... – fez uma pausa. – Já tem outras preocupações, ou esqueceu que daqui três meses v... –
- Não! Não esqueci – completou melancólica.
Fez-se silêncio no cômodo.
- Vou à casa de Kaede-san – saiu sem encarar a velha, quem a observou atentamente.
- Jovens! Não sabem o que querem da vida... – a velha suspirou resignada.
- Trimm Trimmm - ((onomatopéia desgraçada x.x)) O telefone tocava, desceu para atender com o habitual tom de vendedora.
- Automails Rockbell! Pinako falando. –
- Olá! – saudou a voz do outro lado. – Queria encomendar um braço direito, pois o que possuo não me serve mais, teria como fazê-lo? – completou.
- Ora, ora...Não imaginei que voltaria a ligar, Edward Elric. –
- Descobriu rápido, velha, me surpreende. – disse usando o tom sarcástico de sempre.
- Huhu! E então 'chibi' por que ligou? –
- ORA SUA! SAIBA QUE EU CRESCI! HAHAHA! JÁ POSSO DOMINAR O MUNDO! – ò.o
Al e Pinako, gota.
- Caham... – interrompeu o caçula.
- Egh..., Bem..Sim, liguei para avisar que estamos voltando a Rizembool. É claro...se ainda houver espaço para nós. – completou em um meio sorriso.
- Muito bem. Creio então que encontraram o que foram buscar na Central... –
- Na verdade, não, por isso mesmo, preciso de um novo braço. – respondeu sem jeito.
- Entendo... Façamos o seguinte...Se chegarem até amanhã, não lhe cobrarei nada. – brincou.
- FALA SÉRIO??? – O.O
- Aham. –
- Certo, então nos espere, antes que possa dizer 'chibi', estaremos batendo à porta. –
-? –
-Tututututu... –
- Toc Toc -
- Impossível... – resmungou indo até a porta.
- Oye! Velha Pinako. Sentiu nossa falta? -
Parados a sua frente os irmãos Elric. Realmente Ed havia crescido, o rosto as feições continuavam as mesmas apesar de agora ser um homem. Quanto a Al havia crescido muito, em relação a Edward principalmente, parecia estar uma cabeça acima do outro, além disso os cabelos estavam curtos, fora isso matinha a mesma expressão angelical e serena.
- Isso realmente é uma surpresa. E você, realmente cresceu, porém não continua um tanto baixo para a sua idade? – não ia perder esta oportunidade.
Uma veia latejante formou-se na testa do rapaz que era contido pelo irmão mais novo que possuía uma gota enorme na cabeça.
- Ha! Corta essa, estou muito bem deste tamanho. – ignorou o comentário cruzando os braços.
- Pelo menos na Central as garotas correm muito atrás de você, Nii-san. – a fala do menor fez Ed enrubescer por completo.
- Alphonse... – ù.Ú
- Huhuhuhu, vamos, entrem. – disse a velha dando passagem aos recém chegados.
- Nossa...este lugar continua o mesmo...mas onde está Winry? – completou em pensamento.
- Bem, irei ao mercado comprar algo para o jantar, acomodem-se, os quartos são os mesmos. –
- Ok. – disse Ed.
- Vou com você Pinako obaa-chan! –
- Não precisa Al, descanse e... –
- O Al tem razão – interrompeu o ambarino – Está ficando tarde, e uma anã como você não dará conta de carregar todas as sacolas, ou já esqueceu que estou em fase de crescimento? – sorriu.
Ela só o encarou e assentiu.
- Vamos Alphonse. –
- Até logo Nii-san. – disse o caçula despedindo-se cerrando a porta da sala.
- Uahhhh – bocejou – Estou com sono, vou tomar uma ducha e dormir um pouco. – dito isso, o rapaz não tardou em subir as escadas.
Não tão distante da casa dos Rockbell aproximava-se a garota loira, que pelo seu estado atual não se encontrava de bom humor.
- Itaii! Minhas costas doem. – resmungou – Por que Kaede-san insiste tanto em tirar medidas de semana em semana? Vovó! Já cheguei! – disse abrindo a porta, sem obter resposta – Deve ter ido ao mercado. Bom! Vou tomar um bom banho e descansar, já que não foi um dia calmo. –
- Droga! Esqueci! – A jovem se desesperou ao perceber que não se encontrava sozinha. Havia mais alguém ali, com certeza era uma voz masculina seria...- Um ladrão!- Esperou ao lado da escada, onde o invasor não conseguiria vê-la. Esse desceu em alta velocidade, Winry apossou-se de sua chave inglesa acertando em cheio o crânio do desconhecido.
- Eu o matei? – foi seu primeiro pensamento enquanto cutucava o corpo do rapaz.
- Itai!- gemeu o indivíduo, fazendo Winry congelar. - Não seria mais fácil perguntar quem é, antes de atacar Winry? – disse enquanto esfregava o local amortecido.
- Nani? – o mirou confundida. – Braço mecânico, cabelo loiro, anão... Ed? – perguntou arregalando os olhos.
- Oi! Como vai v.."pow"- enquanto tentava saudá-la foi recebido com outro tiro de chave – EI! O QUE EU FIZ AGORA? – bravo, por novamente ter sido golpeado - Hã? W-Winry...está chorando? - ela encontrava-se cabisbaixa, pequenas lágrimas corriam por sua face. Sinceramente não era esta a reação que esperava da amiga.
- Winry? – arriscou.
- Idiota. – falou baixo.
- Hã? –
- Idiota, seu idiota, IDIOTA! – agora sim explodindo para deixar a mostra o rosto pálido onde a única cor presente era o vermelho dos olhos cheios de lágrimas.
- M-me desculpe...seja lá pelo que. – respondeu atônito enquanto sentiu-se empurrado, como algo se chocasse contra seu peito. – Winry... –
- Fiquei muito preocupada, pensei que tivesse morrido ou coisa parecida. Por que nunca mandou uma mísera carta? – disse enquanto apertava mais ainda o abraço em um gesto medroso, como se temesse que o loiro desaparece.
- Pra te ver desse jeito? – respondeu sério – Não queria que fosse correndo nos procurar como uma doida. Desculpe-me Winry. Ainda somos amigos, certo? – perguntou afastando-se levemente para mirá-la de frente, deixando transparecer um sorriso tímido.
- É claro, seu idiota! – sem querer bateu novamente com a chave na cabeça do amigo, derrubando-o.
- ITAIIIIII! SUA MECÂNICA MALUCA! QUER ME VER MORTO? – gritava enquanto se colocava em pé.
- Sinto muito...foi sem querer. – ç.ç
- Saia de perto! –
- Ah Ed! Deixa eu ver. – ela corria atrás do rapaz tentando ver o tamanho do estrago, enquanto esse apenas tratava de se esquivar. Nem notaram que já não estavam mais sozinhos.
- Mas que bela recepção, mas, por favor, tentem não destruir a casa, sim? – falou Pinako entrando cheia de sacolas, sendo ajudada pelo outro Elric.
- Gomen vovó.. – a loira parou bruscamente para encarar os dois parados na entrada, reconheceu imediatamente o acompanhante da anciã. - ALLLLLLLLL – correu para abraçar o amigo.
- Winry! – largou os pacotes no chão para retribuir o gesto da amiga.
- Nossa, você está ótimo! - Essa fala fez o jovem enrubescer.
– V-você acha? – disse um tanto encabulado.
- Com certeza! Garanto que as garotas correm atrás de você feito loucas. – sorriu. Agora sua cor já não era muito diferente a de um pimentão.
– N-n-não, na verdade...bem...hehe – tentando raciocinar.
Edward permanecia calado apenas observando a cena que se passava. Não lembrava da última vez que Al havia ficado tão rubro ou encabulado. Isso lhe fazia feliz, tinha que admitir, Winry sabia ser amável.- Na verdade você é quem está ótima Winry...Ei, ei, ei.- Reprimiu tais pensamentos.- O que é isso agora, essa doida quase me matou, mesmo tendo este belo rosto, ahh e que rosto.- Fechou os olhos.- Um rosto angelical e...Pare de pensar asneiras Edward Elric.- Parou seu olhar sobre ela deixando um pequeno sorriso escapar de seus lábios. Ela sentiu o olhar sobre si, virando-se para encará-lo e dedicar-lhe um sorriso doce e sincero.
- E você, Ed? – perguntou feliz.
- Hã, eu o que? – assumiu um leve tom rosado ao perceber que ela lhe dirigia a palavra.
- Arranjou uma namorada? – a cor pálida de Edward mudou do nada para o escarlate.
- Que tipo de pergunta é essa? – falou desviando o olhar.
- Ora, eu sou a sua melhor amiga, tenho o direito de saber...ou não – franziu a
sobrancelha.
- Como? Você? – apontou para ela.– Minha melhor amiga? –
- Pelo menos eu era... –
- Keh! Bem dito, era. Encontrei alguém melhor pra me aconselhar e ela não é maluca, muito menos fascinada por máquinas, e ao contrário de você ela é bonita... –
- Er...nii-san – Al o cutucou.
- Ah e também não é violenta, ao contrário da senhorita Rockbell... –
- Nii-san... – Al tentava chamar sua atenção.
- O que foi Al? – já sem paciência de ser cutucado.
- Obrigada por mostrar o quanto insignificante eu sou para você Edward Elric – disse ela cabisbaixa, já chorando – Com licença, vou me deitar. – e saiu deixando o maior dos Elric arrependido, às vezes tinha nojo de seu próprio orgulho.
- Nii-san, seu baka – repreendeu Al.
- Mas, que diabos, o que foi que eu fiz? –
- Vai atrás dela, agora! –
- Eu não, vá você. – sentindo-se ofendido.
- NII-SAN! – Ò.Ó
- Ta bom, já estou indo. – gota.
Cerrada no pequeno quarto estava Winry, abraçada a uma almofada deixando as lágrimas escorrerem. Pensava em como uma pessoa podia ser tão infantil, tanto tempo se passara e em nada ele havia mudado, continuava o "pequeno" Edward, egoísta e orgulhoso, sentia raiva de si mesma por se preocupar tanto por ele, e não receber ao menos um "obrigado" em troca. Apertou ainda mais o objeto em suas mãos na suplica de desvencilhar-se desse sentimento ruim.
- Ed no baka... – disse enquanto secava as lágrimas. Alguém batia a porta do quarto. - Quem é? – perguntou.
- Sou eu Winry, Edward, abra a porta, por favor... –
- Saia daqui! – ordenou.
- Winry! Deixe de ser infantil e abra a porta. –
- Olha só quem fala, o senhor maturidade em pessoa – ironizou.
- Winry! Não me obrigue a entrar a força. –
-... –
- Um... dois.. e ... -
Ela abriu a porta, deixando a mostra a sua cara, que não era a das melhores. Os olhos estavam inchados e vermelhos, sua expressão era de total raiva misturada à tristeza. O ambarino sentiu uma pontada em seu peito ao ver a face da jovem em tal estado.
- O que quer? – falou mirando o outro lado.
- Bom...m...me...des...me desculpe, não tive intenção de falar tudo aquilo... –
- É, mas disse – ainda usando o tom gélido.
- É que, bem, é como se...como se interferissem na minha vida. Esse tipo de assunto não é o dos mais agradáveis para mim. Fiquei nervoso, irritado, sabe que sou péssimo para controlar meu temperamento. Então se puder me des...- sua fala foi cortada pela garota ainda "fria".
- Irritado? Você é, insuportável, grosso, estúpido, não mudou em nada. – desabafou.
- É...Eu sei – abaixou a cabeça. Deixando-a perplexa por tal ação.
- Aff...- suspirou – Tudo bem, eu te perdôo - disse ela, para que imediatamente o garoto sorrisse. – Mas, com uma condição...- ele franziu uma sobrancelha – Que me conte quem é essa sua nova amiga, e o por que de tanta irritação, se possível, quero que conte tudo o que aconteceu na Central durante todos esse anos. De acordo? –
-... –
- De acordo Ed?
- Fazer o que...- disse por fim, derrotado.
- Então entre. – ela o puxou pelo braço para dentro de seu quarto, o fazendo sentar na cama.- Conte-me tudo. –
- Tudo o que? –
- Não se faça de tonto, pode ir falando. Primeira pergunta. Por quê ficou irritado com a história da namorada? –
- Eu... bem... é que..fui traído...?- mentiu.
- ...- ela o mirava esperando que algo mais saísse da sua boca. – Detalhes...e por quê a incerteza no final da sua frase? –
- Não quero falar sobre isso. –
- Hm...certo – respeitou o pedido, já que ela também não queria iniciar uma nova discussão. – Segunda pergunta. Quem é a sua amiga? –
- Noa. – respondeu desinteressado, esperando que aquilo acabasse logo, já se sentia desconfortável.
- E..como se conheceram? – ainda curiosa.
- Ela é irmã de Rose..Era só isso? – desgostoso com a conversa.
- Bom... parece que você está realmente sem ânimo...então, era sim... – o.O
- Então eu já vou – saiu, cerrando a porta sem se voltar para Winry.
- O que deu nele? – disse para si aturdida com a atitude do loiro.
Descia as escadas lentamente, enquanto ouvia duas pessoas conversando no andar abaixo. Uma com certeza era de Pinako, já a outra, para ele soava totalmente desconhecida.
- Boa noite, Pinako! -
- Kaede! O que faz aqui a esta hora da noite? – perguntou surpresa.
- Winry-chan...eu esqueci de tirar as últimas medidas para o vestido.
- Vestido? Vai ter festa de gala em Rizenpool? – interveio Edward que agora se encontrava no primeiro patamar.
- Ora, ora! Edward Elric? Você cresceu menino. – falou a velha, parada na sala conversando com Pinako.
- A senhora me conhece? – O.Õ
- Se conheço? Huhu, meu jovem, eu fiz o vestido de casamento da sua mãe, e também vi você e seu irmão Alphonse nascerem. Não deve se lembrar de mim, porque fui embora quando tinha apenas três anos, mas lembro-me muito bem deste par de olhos dourados. – sorriu agradavelmente.
- Eu...não sabia. – o.o
- Muito bem, Pinako, poderia chamar a sua neta para a última prova? –
- Sim, claro. – e subiu.
- Egh! Desculpe, mas, vestido? Em que ocasião nos encontramos? – perguntou como se fosse um estranho.
- Você não sabe? –
- Não, por isso perguntei. – u.u
- Winry está noiva. –
- C-c-como é que é? – quase engasgando com a própria saliva. O.O
- Sim, já faz dois anos. – sorriu.
- Ela não é muito nova? –
- Dezenove, é uma ótima idade. – seus olhos brilharam. Enquanto Edward possuía uma gota na cabeça.
- E quem é o noivo? –
- Ah, sim, Tasukihiro Seta, conhece? –
-...não. –
- É o filho do antigo General Tasukihiro Akashi. Agora é um dos homens mais respeitados desse país. -
Instantaneamente a imagem do rapaz lhe veio à mente, seria o mesmo por quem ela havia se apaixonado no ginásio? Ou se enganava?
- Seta? –
- Ele mesmo. –
- Mas ele é quatro anos mais velho! –
- Meu caro, amor não tem idade. – ela continuava com a mesma postura sonhadora.
-... –
- Você está bem? – perguntou preocupada ao notar o tom pálido do rapaz.
- Sim..estou. Senhora Kaede, foi um prazer enorme conhecê-la, mas, se me der licença, irei dar uma volta. – fez um pequeno cumprimento para logo em seguida retirar-se da casa. No mesmo momento Winry descia.
- Boa noite Winry-chan! –
- Boa noite Kaede-san. –
- Vamos a última prova? –
- Claro – sorriu.
Vagava pensativo, as palavras da velha haviam o deixado confuso. Nunca se vira a imaginar a sua Winry casando... sua? Sim sua, sua AMIGA Winry casando, mas por quê não lhe contara nada? Como ela mesma havia dito "Tinha o direito de saber". Parou em frente ao rio, e deitou-se na grama úmida para visualizar as estrelas. Elas possuíam um brilho estranho naquela noite, assim como a Lua parecia mais redonda. Isso lhe trazia velhas lembranças, boas, divertidas, de um tempo em que não existiam preocupações. Cerrou os olhos, voltando ao tempo em que aquilo ainda era possível.
Era uma noite calma, muito bela por sinal. Em frente aquele rio que corria tranqüilamente duas crianças encontravam-se deitadas na grama a sua beirada.
- Ed? – chamou a menina.
- Hum? –
- Está acordado? –
- Sim, apenas pensava, por quê? –
- Não...é que, como está o Al? –
- Ficará bem, mamãe disse que não foi um corte fundo. –
- Entendo...Sorte a dele, que você estava lá para protegê-lo daquele cão. –
- Hã? –
- Eu queria ter alguém para me proteger... –
- Baka!E a vovó serve para que? –
- Ela não estará aqui para sempre...- fez-se silêncio. Os dois permaneciam sérios, cada qual com seus pensamentos.
- Já sei! – exclamou o loirinho em um salto chamando a atenção da amiga que o encarou curiosa.
– Winry, quando crescermos vamos nos casar, assim eu te protegerei! – disse apontando para si mesmo, com um ar heróico.
Os olhos da menina arregalaram-se.
– Nunca! – respondeu virando a cara.
- E por quê não? – perguntou sentindo-se ofendido.
- Porque eu não quero um garoto mais baixo que eu! –
- NANI?! OLHA SÓ, EU AINDA VOU CRESCER, E SEREI MAIS ALTO QUE VOCÊ! É UMA PROMESSA! -
- Não... - ¬¬
- WINRY! – ò.Ó
- Uahhhh. – bocejou se acostando ao corpo do amigo. – Obrigada Ed. – falou para logo em seguida adormecer.
Um pequeno sorriso formou-se em seus lábios, aquelas memórias lhe traziam uma grande paz interior como desejava que isso fosse sempre.
- O que faz aqui, a essa hora? E neste frio? – perguntou docemente a voz as suas costas.
Abriu os olhos lentamente e virou-se para encontrar Winry que o fitava com meiguice.
- Apenas tomando um ar... – respondeu.
- Ar? Já passa da uma da manhã... – disse irônica.
- Tanto assim? – o.o
- Você não apareceu para o jantar...estava acabando de organizar minhas ferramentas e não o encontrei no quarto, imaginei que estaria aqui. – falou enquanto sentava ao lado do ambariano ainda deitado.
- Acho que perdi a hora... –
- No que pensava? –
- Hã? Na-nada em especial. – respondeu desviando o rosto.
- Sei – soltou desconfiada – Hmm.. será que...ah lembrei! – exclamou assustando um pouco ao silencioso Edward que apenas a fitou confuso.
- Quando éramos crianças, vínhamos aqui durante a noite, e se bem me lembro, foi aqui que você disse quando cresceríamos casaria comigo e então eu recusei. Depois disso prometeu que seria mais alto que eu, e pelo visto esta promessa conseguiu cumprir. –
- Keh! Baka. – podia –se notar um leve tom vermelho sobre as suas bochechas.
Ela manteve os olhos fechados ainda sorrindo, aproveitando ao máximo aquele terno momento.
- Está concretizando seu sonho, fico feliz por isso. Agora terá alguém para te proteger... – falou vagamente enquanto observava a Lua.
- Do que está falando? – o mirou confusa.
- Winry, por quê não me contou que está noiva? – sentou-se ainda com o olhar perdido.
- Como? – o.O
- Por quê não me contou? Como você mesma disse antes, somos amigos e eu tinha o direito de saber. –
- Ah! É que...bem...esqueci. – gota.
- Nani?! – virou-se bruscamente encarando a expressão abobalhada de Winry. – Sua doida! Fez toda aquela cena, me questionou sobre minha vida pessoal e ainda tem a cara de pau de dizer que esqueceu de contar que está noiva? – veia pronta para saltar da sua testa. – Ha! Corta essa. – já tomando a postura original.
- Me desculpe, fazem menos de cinco horas que vocês chegaram, não há como contar tudo na hora... –
- Não estou brabo com você, apenas...apenas fiquei, chateado, essa sensação de ser sempre o último a saber me incomoda. –
- Sinto muito, de verdade. –
- Aff...tudo bem, esqueça. – nenhum dos dois voltou a se pronunciar por longos minutos.
- E então? –
- Então? –
- Como começaram? – foi mais específico, ganhando em troca um olhar espantado da loira. – Que foi? Só estou curioso. - ¬¬
- Certo...mas com uma condição. – Edward franziu a testa, e logo após sentiu como ela se aproximou ao seu corpo, apoiando a cabeça em seu ombro. – Quero que seja meu apoio. –
Surpresa! Nenhuma outra reação poderia vir do ambariano que se via estático perante a atual situação. -...preciso me acomodar melhor, se incomoda? – encarou-o.
- Faça o que quiser... – respondeu ele, desviando o olhar, tentando encobrir o tom rubro de sua pele.
- Então já posso começar. – disse largando um grande suspiro. – Foi na véspera do Baile de Formatura, quando eu estava no primeiro ano do colegial... -
Era a última aula do dia, mas aquele período parecia não ter fim. Já não prestava mais atenção na chata aula do professor de álgebra. Para ela aqueles números eram todos iguais, não possuía o mínimo interesse neles, os sabia decoro há muito tempo. Parou de brincar o lápis e virou-se para o lado para ver do que os colegas falavam, mais ninguém suportava ficar ali "enjaulado". Não foi nenhuma surpresa o tema principal da conversa, o Baile de Formatura, as garotas gabavam-se uma das outras, por causa dos pares que haviam arranjado, a cor e o modelito do vestido, o penteado, aquilo era uma questão de vida ou morte para elas. Porém com ela era diferente, estava com a mínima vontade de ir ao tal baile, sem animação, sem por quê de ir. Ouviu o sinal tocar, e viu como a "manada" de alunos saia em direção aos corredores. Ajeitou seu material e fez o mesmo que os outros, mas de uma forma mais civilizada.
- Winry-chan! – corria a jovem na sua direção.
- Oi Sheska. – respondeu sem nenhuma alegria em sua voz.
- E então, já tem companhia para o baile? –
- Já te disse que não irei. –
- O QUE?! VOCÊ TEM QUE IR! – chamando a atenção de todos ao redor, constrangendo a loira.
- Me dê um por quê de ir. –
- Porque sim! Rockbell! Arranje um par para o baile! E isto é uma ordem! – seus olhos faiscavam.
- Vou ver o que posso fazer... – com medo da amiga.
- Ótimo! – retornando ao tom doce. – Te vejo mais tarde. – despediu-se a deixando sozinha.
- Maluca...- falou para si. Ao virar- se para colocar os livros no armário, levou um grande susto.Era...ele...Ele...ELE! O garoto mais lindo de todo colegial: Tasukihiro Seta.
- Cuidado! – exclamou ele, segurando alguns livros que estavam prestes a cair.
- Me- me desculpe, sou tão patética... –
- Não, tudo bem. – sorriu timidamente, coisa fora do comum para alguém tão popular. -
Rockbell-san...Posso falar com você um minuto? – porém não obteve resposta, ela parecia estar no mundo da Lua. – Rockbell-san...? –
- O que? Falou comigo? – acordando do seu transe.
- É...bem na verdade, só criei coragem agora. Você sempre andava acompanhada daquele garoto loiro, e agora, presumo, eu, que ele não estuda mais aqui, então...fica mais fácil... –
- O Ed? Ele...se mudou com o irmão para a Central. – disse assumindo um tom melancólico, fazendo o rapaz moreno parado a sua frente sentir-se mal.
- Hum...Voltando ao assunto. Queria saber se, se talvez...será que não gostaria de ir ao baile comigo Rockbell-san? – Automaticamente ambos assumiram um tom avermelhado na face.
- P-p-p-poderia repetir? – era muito visível o rubro de sua face.
- Quer ir ao baile de formatura comigo? – sorriu assumindo o mesmo tom dela.
- Ah...Tasuki-kun...eu... –
- ELA VAI SIM! – falou a voz atrás da loira.
- Sheska?! – os grandes orbes da loira tomaram-lhe metade da cara ao vê-la ali.
- Sério mesmo? –
- Eu... –
- Claro que vai. – disse novamente interrompendo. – Winry estava apenas esperando pelo seu convite Seta-san. –
- É? Legal. – alargando ainda mais o sorriso. – Então combinado, sábado eu passo às oito horas na sua casa. Tchau. Rockbell-san, Shimagawa-san. – fez uma breve reverência e saiu caminhando radiante, em conseqüência do ocorrido.
- Sheska! O que foi isso? –
- Ora! Eu te fiz um grande favor, deveria me agradecer. E não se faça de tonta, sei muito bem que está caidinha pelo Tasuki há séculos. – no seu rosto um sorriso pícaro mantinha-se intacto.
- Não é verdade! – sua cor não era muito diferente da de um tomate.
- Ahhhhh, não negue, da pra ver nos seus olhos. –
- O fato de eu o considerar lindo, não quer dizer que estou apaixonada. – fingindo indiferença.
- Eu não disse "apaixonada", e sim CAIDINHA. – falou entre risos.
- Pare de tirar conclusões precipitadas. – bufou, trancando o armário.
- Pra quê tanto nervosismo assim, se, trata-se apenas de um garoto "lindo" – enfatizou.
- Você não tem mais nada pra fazer? – já tomando a porta de saída.
- Pare de fugir do assunto...o que pretende fazer? Agora terá de ir ao baile, já tem vestido?-
- Posso comprar um pela tarde. – respondeu sem emoção.
Sheska sabia ser chata quando realmente queria. Winry foi questionada sobre todo tipo de assunto relacionado ao baile. Também recebeu dicas do que fazer e o que não fazer. Sua cabeça estava preste a entrar em erupção, será que ela conseguia manter-se em silêncio por cinco minutos? Nunca imaginou que o caminho de volta se tornaria tão longo, e quando finalmente encontrou-se em sua residência apenas subiu e jogou-se na cama, para que pudesse desfrutar de alguns momentos de paz naquele dia horrível.
Enfim o dia do baile havia chegado, e a garota aguardava ansiosamente pela chegada do acompanhante, aquele seria seu primeiro baile, seu primeiro...encontro. Isso fez com que seu nervosismo apenas aumentasse e que seus ouvidos ficassem concentrados apenas no timbre dos ponteiros do relógio. Milhares de pensamentos vagavam por sua mente, mas estes foram interrompidos pelo som da campainha. Agora sua avó falava harmoniosamente com o visitante, para em seguida chamá-la.
- Winry! Seu amigo, Seta já chegou. –
- Já desço! – avisou do quarto.
Deu os últimos retoques, para em seguida descer as escadas, este o iniciou vagarosamente, fazendo o parecer um verdadeiro ritual. Usava um vestido negro que ajustava perfeitamente ao seu corpo, havia deixado os cabelos soltos, sendo assim, cobriam quase todas suas costas, sua maquiagem muito simples, porém era algo que não deixava de realçar os traços de seu rosto. Seta a olhava encantado, não acreditando na própria sorte.
- Você está linda! – foram as únicas palavras que conseguiu pronunciar.
- Obrigada – sorriu tímida.
- Então vamos? – oferecendo o braço.
- Sim. – proporcionando um dos mais belos sorrisos que ele já vira.
- Divirtam-se. – falou a velha Pinako.
- Obrigada vovó. –
- Boa noite Pinako-dono. –
- E cuide bem da minha neta senhor Tasuki. –
- Cuidarei. – abrindo a porta para que Winry acomoda-se no assento.
O salão encontrava-se totalmente adornado de maneira simples. A banda tocava uma música agitada enquanto alguns alunos ali dançavam animados. Aos poucos os amigos de Seta aproximaram-se para cumprimentá-lo, e perguntavam quem era a bela moça que o acompanhava, nesses momentos ela tinha vontade de sumir. Mais e mais se aproximavam, a elogiavam, transformando-a em um pimentão ambulante, para ela a causa de tudo aquilo era a quantidade de gente acumulada em um único espaço.
- Rockbell-san! Quer dançar? –perguntou ao perceber que ela não se encontrava nada confortável com a situação.
- Pode ser. – sorriu, sendo conduzida até a pista central, assim pelo menos se afastava da grande massa humana que a cercava com inúmeras perguntas.
Começaram a se movimentar de acordo com o ritmo rápido que ali soava. Ela ainda pode visualizar a amiga Sheska dançando com seu par, ninguém menos que o capitão da equipe de corrida Kurama Mizawa, dançava freneticamente mostrando a todos com quem estava. Logo percebeu a razão para que ela fosse ao baile. Aos poucos o ritmo foi diminuindo, tornando-se lento, os outros casais ao redor começaram a aproximar os corpos. Apenas eles dois continuavam inertes no centro do salão.
- Me concede esta dança? – perguntou aproximando-se do ouvido dela.
Winry apenas assentiu, colocando as mãos nos ombros de seu par, enquanto ele envolveu sua cintura. Sentia-se calma, feliz, podia ouvir as batidas do acelerado coração de Seta, porém o seu já não estava muito diferente. As respirações próximas e descompassadas, os lábios tocaram-se levemente, em um beijo tímido, que aos poucos foi se transformando em um beijo apaixonado, terno, romântico. Ficaram assim por um tempo, até que a necessidade de respirar os separou, mas para a surpresa de Winry, por um pequeno instante a pessoa que viu fora...Edward? ((óbvio que ela não contou a ele está parte de que o viu)). Voltou a si quando ouviu a voz de seu par.
- Rockbell-san.. –
- Não precisa me chamar assim, Winry já está bom. – sorriu envergonhada.
- Win..ry – disse com certa dificuldade. – Já faz muito tempo que eu venho...bem lhe observando...e...bom...eu...gosto de você, realmente, mas...acho que deve estar sentindo-se incômoda com tudo isso, e por eu estar indo...depressa demais...-
- Desculpe...não entendo... –
- Quer namorar comigo? – foi direto.
Ela ficou em silencio por alguns instantes. – Seta...- raciocinou, sendo certo ou não tinha de lhe dar uma resposta, aliás, aquela era uma oportunidade talvez única, e também não podia negar a grande sorte por aquele garoto declarar-se apaixonado por ela. – Eu aceito. – ambos sorriram e voltaram a se beijar.
- Ed! Está dormindo? – perguntou.
- Não, apenas pensava. –
- Em que? Posso saber? –
- Ainda não consigo acreditar que a minha melhor amiga, a minha irmãzinha, vai casar. – sorriu.
- Irmãzinha? – franziu a testa.
- Aham. – encarando-a.
- Ed...- ela fez uma cara séria. – Você não tem cara de ter uma irmã. – com essa ele praticamente capotou.
- E o que isso tem a ver? - ¬¬'
- Brincadeira, seu bobão!-
- Sei...- voltando a sentar-se normalmente.
- Ed? –
- O que? –
- Quer ser o meu padrinho? – perguntou fitando os belos orbes do rapaz.
O jovem se viu surpreso com tal convite.
– Posso pensar no caso... – a resposta dele fez Winry sorrir enquanto se acomodava melhor.
- Ei, ei, ei! Já é hora de entrar e dormir! – acanhado com tal "apegamento" que ela estava proporcionando.
- Ah, deixe de ser chato. Quero dormir aqui, está tão bom. – deixando-o mais vermelho.
- Keh! Garotas! – dando-se por vencido.
- Ed! –
- Que é agora? –
- Obrigada. – agradeceu, para em seguida adormecer. Ele a fitou um pouco confuso com aquilo.
- Idiota, não precisa agradecer. – sussurrou, pegando-a no colo e dirigindo-se a casa, subiu as escadas e levou-a até o quarto, depositando-a na cama e a cobrindo, saiu desejando uma boa noite ou pelo menos o que restava dela. Depois rumou para o seu próprio quarto, desejando que aquela noite conseguisse dormir.
Continua...