Cap. 9 – Baile parte II

John ainda olhava para Harry dançando e conversando com a garota mais quente da festa. Depois olhou para si mesmo e suspirou desanimado.

-Não dá pra competir com aquela fantasia, não é? –Ao olhar para trás viu que era Neville que se aproximava.

-Nem fale. Está na cara quem ganhará o prêmio hoje. – Simas responde emburrado, já se arrependendo do bigode árabe ridículo e das roupas quentes que usava para compor sua fantasia.

-Eu não to nem aí pro prêmio, eu já ficaria feliz com a garota! – John resmunga ainda observando a ruiva, desconfiado de quem ela realmente seria.

-Bom, aquela realmente é incrível, mas há muitas garotas bonitas sozinhas. –Neville fala em tom sugestivo, mas mesmo que usasse uma máscara era possível ver o leve rubor de sua face.

-Tem razão, não adianta ficar se lamentando, até porque de certa forma essa noite é única e muitos casais que estão juntos hoje, não estarão amanhã. – Os outros rapazes olharam John com certo assombro, afinal o tom fora quase agourento.

-Então John, que tal assumirmos a fantasia de admiradores secretos e jogarmos nosso charme nas que estão sozinhas? – Aquela proposta de Neville Longbotton era assustadora, mas ainda assim parecia interessante.

-Ok, Neville. Quem ficar com a garota mais bonita é o vencedor da noite. –John decreta estendendo a mão, a qual Neville aperta com firmeza. Depois cada um vai para um canto, ambos a procura de uma presa fácil.


Ron Weasley se gabava demais. Esse era seu problema. Um de seus problemas, melhor dizendo. Já que também não sabia ao certo a hora de manter a boca fechada... Era por isso, em principal, que se metia em confusões mil.

A sua mais nova, entretanto, fora que se comprometera a ir ao baile de máscaras com 6 correspondentes suas... Era patética a forma como estava simplesmente conseguindo se virar.

Simas Finnigan decidiu que Ron era uma criatura insana. Obviamente, ele estava apenas com inveja por não ter tido tal brilhante idéia. Ele poderia estar se divertindo horrores com pelo menos três correspondentes distintas ao invés da adorável odalisca a sua frente.

Não que ele estivesse se queixando... Absolutamente! Sua odalisca era quente. Só parecia injusto que o ruivo pudesse se sair tão bem com seis garotas diferentes quando ele não podia ligar com um par de corujas. Simas não pôde evitar rir. Corujas assassinas!

O rapaz ponderou que Ron cada vez mais se expunha ao ridículo ou que tinha um desejo obscuro pela morte. Quer dizer, não havia maneira no inferno de acabar bem aquela ciranda. Uma garota era bom. Duas eram demais. Mas seis? Alguém certamente sairia morto; Simas poderia apostar todos seus galeões, sem sombra de dúvidas, que este alguém seria Ron.

E, francamente, que fantasia ridícula era aquela? O rapaz não podia deixar de notar a ironia em tudo aquilo, no entanto. Ronald Weasley vestindo um colã que tinha no peito um brasão de aranha? Se o colã não fosse suficientemente humilhante, o brasão seria a cereja no bolo. Ronald Weasley tinha horror a aranhas.

Observando mais uma vez seu companheiro de quarto, Simas decidiu que Merlin era bom, e que, numa hora ou em hora, Ron ia pagar por sua... gula. E que um pássaro na mão era muito melhor do que seis voando.

Sob esse pensamento o rapaz segurou a mão de sua acompanhante e com um sorriso genuíno lhe dispensou um beijo em sua palma.

-Você quer dançar? - sua garota sorriu e ele decidiu que a indecisão de Ron poderia ter lhe oferecido uma quantidade bem interessante e variável de garotas. Mas não poderia lhe oferecer um sorriso especial destinado só para Ron, como ele tinha conseguido apenas com um pedido para dançar.

Simas decidiu que era um sortudo por ter aquela única garota. Mas, principalmente, porque, havia uma grande chance de que, no fim da noite, ele fosse ver uma das cenas mais memoráveis ou, ao menos, hilárias, de sua vida. E não havia dúvidas de que era Ron que lhe proporcionaria isto.

Ron sorriu arrogantemente para Simas, com uma piscadela marota. Simas apenas acenou de volta, sorrindo apesar de si. O que é seu está guardado, Weasley. Divirta-se. Enquanto pode.

Afinal, quem ri por último, ri melhor.


Thiago estava um tanto irritado na mesa de bebidas, sua correspondente era burra como uma porta, sua amiga havia sido a responsável pelas cartas interessantes, aquilo logicamente não havia sido previsto pelas organizadoras do correio e isto o irritava ainda mais.

-O que houve, maninho? O bolo te fez algum mal? –Thiago reconheceu o irmão em sua fantasia estilizada de pirata e então olhou para o bolo que parecia ter saído de um triturador.

-A garota com quem eu devia me encontrar não escrevia as cartas, era a amiga dela. E isso não importaria muito, se a tal não fosse tão burra e você sabe que eu odeio burrice. –Raphael riu com gosto, afinal a garota o fizera de idiota.

-E porque você não vai atrás da amiga? –Aquela pergunta soou em tom óbvio, fazendo Thiago pensar por um momento.

-Ela apontou a amiga, estava fantasiada de esquiadora que havia sofrido um acidente, uma fantasia bem engraçada. Mas ela já tava com outro cara. –Raphael bufou impaciente, então se aproximou do irmão.

-E daí que ela está com um cara? Você pode ir até lá e pegar ela dele, você é um Summer. Agora deixe esse bolo para lá e me diz onde os dois estão, eu arranjo um jeito de afastar o cara. –Thiago ainda se surpreendia com certas atitudes do irmão, de todo jeito eram métodos que explicavam o fato de ele ser sonserino.

-Ok. Deixa eu achá-los. –Responde conformado, sabia que o irmão não desistiria e poderia o meter em confusão se não cedesse.


Neville havia rodado pelo salão em busca da mais bela das garotas desacompanhadas, o que não era exatamente fácil já que a maioria se vestia de modo a cobrir-lhe quase todo rosto e corpo. Porém ficou estático ao ver um belo par de pernas expostas, seguindo o olhar pelas coxas torneadas deparou-se com um maiô que ressaltava a cintura fina, barriga reta e os seios fartos e firmes, nos braços havia algo que formava asas e o rosto estava totalmente coberto por uma máscara e um capuz em forma de cabeça de águia. Mas quem iria se importar com o rosto com um corpo daqueles? Ele que nunca fora dado a arroubos hormonais sentia um calor inexplicável e soube que aquela seria a sua garota.

Inflando o peito e adotando uma postura confiante, resolveu se valer de toda sua coragem grifinória. Afinal se o tímido Harry, motivado pelo anonimato, foi capaz de usar uma fantasia tão reveladora, porque ele não poderia ser um Don Juan, ao menos uma noite?

Aproximou-se por trás da bela garota, observando que realmente tinha asas e devia estar tentando se fantasiar de águia. Daquele dia em diante seria um apaixonado por aves, pensou consigo mesmo e riu silenciosamente.

-Nunca vi ave tão bela. –Neville fala em tom galante, sua voz baixa para que chegasse melodiosa ao ouvido da garota, que se virou lentamente. –Se não me engano, é uma águia, certo?

-Sabe com quem está falando? –A voz não era muito jovial ou amistosa, os músculos da garota haviam se retesado e ele teve que lutar para se manter firme.

-Não, mas esta noite não é para nomes, não devemos pensar no passado ou futuro, só no presente. –Neville tinha a voz firme e ao final se curvou graciosamente, tentando pegar a mão dela e beijar, porém ela recolheu a mão rapidamente.

-Saia! Se não sumir daqui farei aparar a grama do castelo com uma tesoura de jardinagem e sem magia! –Neville imediatamente ficou pálido e rígido, aquela era a detenção preferida de madame Hooch.

Erguendo a vista e se atendo nos olhos amarelos de falcão, não precisou de outro segundo para se virar e correr. Agradecia mentalmente pela máscara, pois caso contrário não saberia como olhar novamente para a professora, aliás, evitaria estar com ela novamente em qualquer ocasião. Mas também que ideia absurda era aquela de por uma professora vestida daquela forma? Belíssima forma! Porém não voltaria a pensar nisto nunca mais em sua vida, talvez pedisse a Hermione para usar um feitiço de memória nele!


Minerva McGonagall decidiu que realmente não deveria sentir-se especialmente chocada. Era Nimphadora Tonks, afinal. Mas ela sentia-se.

Observando uma muito grávida Tonks puxar o professor - definitivamente constrangido, mas não o suficiente para soltar as mãos da mulher que lhe sorria um sorriso de mil watts – Brian para a pista de dança.

A espontaneidade de Tonks nunca havia sido um – grande – problema para Minerva. E, se ela fosse um pouquinho honesta consigo mesma, todo aquele ar juvenil de Tonks era um ar fresco depois de um grande período de moderação, tristeza e perdas.

Minerva realmente admirava aquela jovem mulher. Sua força e coragem. E como ela havia superado sua dor, encontrando no amor por seu filho um fio de esperança. Um fio suficientemente forte para fazê-la viver um dia de cada vez. E Nimphadora Tonks sabia viver.

Minerva riu e corou observando seu segundo casal favorito em negação: como Tonks havia prometido, sim, eles também estavam fantasiados. Terrivelmente precisos e, porque não dizer? Originais em suas 'fantasias'. Era uma escolha peculiar, mas tudo em Tonks gritava "não usual".

E lá estavam seus dois mais jovens professores dançando suavemente totalmente não adequados a música agitada – e aos casais ainda mais jovens – tocando. Ela com um coque sóbrio de seus cabelos muito negros e ele com sua cabeleira ruiva e longa livre. Eles sorriam e falavam e quase não se moviam. Suas roupas mágicas impecáveis, mais uma vez, enquanto a capa dela era de um belo, porém simples, tom lilás, as roupas dele eram de um carmesim espalhafatoso.

Minerva via contrastes e contrastes, mas isto não pareceu evitar (impedir) o erguer atrevido dos pés e queixo de Tonks, dispensando um beijo rápido, mas firme, nos lábios entreabertos de um professor Brian abobalhado.

Com seu sorriso inalterado, Tonks apontou para cima de suas cabeças – Minerva franziu a testa incerta sobre o que sentia ao momento, enquanto erguia os olhos para encontrar um visgo sobre a cabeça do casal.

Ainda presa às sensações a mulher decidiu nomeá-las.

Certamente, consternação: Dois professores beijando quando a principal função deles naquele lugar era impedir alunos de fazer exatamente aquilo?

Indignação: de quem foi a ideia estapafúrdia de por visgos num salão onde havia demasiados jovens que não poderiam controlar seus hormônios? – ela tinha certa ideia quanto a isso.

Choque: Brian e Tonks, respectivamente, estavam vestidos de Alvo Dumbledore e Minerva McGonagall.

Nostalgia: Senhor Deus, aqueles eram ela e Alvo Dumbledore.

E lá estava ela corando outra vez ao observar que a palavra do dia para Brian era "revanche".


Se alguém lhe perguntasse, Ron Weasley estava "muito bem, obrigado!" Apesar de sua roupa não-muito-máscula. Ele podia dizer que tinha seis garotas incríveis a sua volta, sorrindo e se exibindo para ele. Como poderia não estar satisfeito?

Ele riu alegremente. Havia dançado e conversado metodicamente em igual proporção com cada uma. Distribuído bebidas e elogios (porque ele era um cavalheiro). Ele não queria repetir o fiasco com as corujas.

O rapaz estremeceu só de pensar. Não, ele não queria. Porque definitivamente feitiços eram mais dolorosos que bicadas. E ele era esperto o suficiente para saber que meninas eram, de longe, muito mais cruéis que corujas. Muito mesmo.

Ron engoliu em seco lembrando-se de um caso especialmente desagradável que continha Hermione, uma varinha e pássaros. Ele nunca mais iria subestimar os outros. Principalmente garotas.

Ele sentia-se especialmente inteligente sob a conclusão. Hermione se orgulharia dele. Olhando a sua volta, Ron reconsiderou: não, ela não faria. Ainda mais quando ele estava em um encontro com seis garotas diferentes. Seis! Ele sorriu, que se dane Hermione e seus estúpidos conselho de contenção.

Hell, Yeah! Ele estava muito bem, obrigado.

Até agora.


-Você demorou – ela comentou ao se afastar.

Draco lhe ofereceu um sorriso torto. - Achei que estive se divertindo.

A morena sorriu também. – Está bem, você venceu.

-Então, eu acho que eu mereço um prêmio, você não acha?

Ela não pôde conter um sorriso zombeteiro. – Hei, amigo, por favor, não tente a sorte. Você sabe? Eu sequer conheço você.

-Se você ao menos me desse a oportunidade... – as mãos dele a puxaram delicadamente para si. Draco estava realmente satisfeito de não ouvir qualquer protesto desta vez, quando ele deslizou suas mãos para sua cintura.

-Eu gostaria de saber por que deveria lhe dar uma oportunidade – perguntou, ainda que suas mãos fossem ao encontro de seu pescoço. Voluntariamente.

Draco tentou não lhe oferecer um de seus típicos sorrisos arrogantes antes de dizer "querida, você já me deu uma chance, não vê?" – Eu pensei que eu merecia um voto de confiança por ter sido seu cavalheiro de armadura reluzente há minutos atrás.

-Você está me cobrando o favor de volta? – era um tom divertido.

Ele sorriu. – Se eu estiver, quais as chances de você considerar me dar esse 'passe livre'.

-Passe livre? – ela riu desta vez. – Não acha que é pedir demais, fantasma? Eu estaria disposta a lhe dar uma chance de recomeçar, esqueceríamos tudo. E tornaríamos a ser novamente desconhecidos.

-Mas falar sobre o chocolate era meu melhor truque – ele fingiu um tom de lamentação.

Ela riu suavemente. – Eu acho que não poderia esquecer o chocolate de qualquer forma – Arwen lhe segredou ao ouvido.

Draco achou que este era o melhor momento para realmente jogar seu maior blefe:

-Arwen – sussurrou, satisfeito com o arrepiar dela. - Me desculpe... bem, por beijá-la sem permissão. Já que eu realmente não me arrependo de beijá-la.

-Oh, não? – ele podia senti-la recuar, mas a segurou com firmeza.

-Não. Você tem um sabor muito bom para eu ter qualquer arrependimento quanto ao beijo em si. Só... bem, eu só deveria ter sido menos impulsivo e ter lhe pedido permissão e é apenas por isso que peço desculpas.

-Você sabe, você é muito galanteador. Mamãe disse para tomar cuidado com rapazes como você.

-Rapazes como eu? – indagou apertando-a contra si levemente.

-Sim – ela riu. – Que têm o dom de fazer nossas pernas geleia.

O sorriso dele foi inevitável e ela suspirou fundo. – Por favor, me diga que você não está sorrindo arrogantemente agora – pediu enquanto seu queixo ainda descansava no ombro dele.

-Eu não posso evitar, querida. Mas se a faz sentir melhor, eu devo lhe dizer que é incrivelmente difícil resistir ao meu charme – ele se afastou apenas para que ela o fitasse e soubesse que estava brincando.

E Draco foi agraciado com o riso dela. – Você também é incrivelmente modesto, devo dizer.

Ele deixou sua testa tocar a ela, antes de lhe oferecer uma piscadela. – Eu tento não me gabar, mas eu também sou um extraordinário beijador.

-Hm, eu ouvi dizer...

-Só ouviu? Eu acho que tenho negligenciado a senhorita – comentou lhe lançando um olhar divertido, a morena mordeu levemente o lábio inferior, para conter o riso. – Hei, por favor, não faça isso – murmurou tocando levemente sua boca com o polegar. – Ou eu acabarei levando um novo tapa de uma linda elfa enfeza por outro beijo roubado.

-Talvez, apenas talvez, esse fantasma deva reparar melhor os sinais. Essa elfa não o deixaria se aproximar tanto, se não lhe-

Os lábios dele a interromperam com destreza.


Raphael, ao melhor estilo pirata, cambaleia pelo salão. Em sua mão havia uma garrafa de run vazia e ele cantarolava uma antiga canção pirata que falava de run e mulheres. Ao avistar a esquiadora, riu notando a perna falsa pendurada e as manchas de sangue que pareciam ter sido feitas com geleia de framboesa ou algo semelhante, mas logo reassumiu o papel e caminhou até lá, fingindo tropeçar e cair sobre o cara vestido de médico trouxa.

-Foi mal, doutor! Sabe onde tem um pouquinho de run por aqui? –O rapaz sacudiu a mão espantando o mau hálito.

-Cara, como você conseguiu ficar bêbado numa festa cheia de professores? –O rapaz levanta Raphael e olha para os lados, vendo os professores em suas fantasias chamativas em todos os cantos, mas nenhum os olhando.

-Melhor tirar ele daqui. Leva ele até o banheiro da murta e deixa ele lá, vai dar tempo pra ele melhorar. –A garota sugere parecendo não querer que Raphael fosse punido por algum professor.

-Tudo bem, eu já volto. –O rapaz não parecia animado, mas não iria negar um pedido de uma garota de quem estava afim.

-Vai me levar até o run? –Raphael pergunta com a voz totalmente enrolada, era uma atuação digna de um prêmio.

-Ao run e as garotas. –O rapaz emenda e Raphael solta um grito de guerra pirata, o que faz o rapaz acelerar o passo.


Após rodar o salão duas vezes, John ainda não havia conseguido achar uma garota que o impressionasse, seu consolo era que pouco tempo antes havia visto Neville sair correndo após falar com uma bela garota. Desanimado, decidiu parar e observar o movimento no salão, recostou-se a parede e fechou os olhos por um momento.

-Ei! Cuidado com a espada. –Ao ouvir a voz feminina ao seu lado, John se vira rapidamente, sua intenção era olhar a garota, porém foi inevitável que o olhar caísse em seu decote, visto que tinha que olhar para baixo para ver a pequena garota. –Atrevido! –Ela exclama ao mesmo tempo em que lhe atirava no rosto o conteúdo de seu copo, que após experimentar notou ser suco de abóbora.

-Desculpe, espere! –Fala se recobrando do choque e a segurando pelo braço, impedindo-a de sair e a virando para si. –Não foi minha intenção, eu só queria olhar para você e me desculpar pela espada, mas meus olhos acabaram indo pro lugar errado. –Fala sem jeito, a máscara que lhe cobria somente os olhos permitia que ela visse as bochechas coradas. –A propósito é uma bela fantasia. –Diz depois de reparar que ela se vestia de duende.

-Certo, agora me deixe ir. –Fala ainda mal-humorada e tentando puxar o braço dele.

-Não, por favor, deixe que eu me redima. Irei buscar mais suco para você e algum doce, o que acha? –A garota era baixinha, mas pela voz e pelo decote não parecia ser tão nova, talvez sexto ou sétimo ano.

-Tudo bem, mas só porque é um horror chegar perto daquelas mesas. –A garota parecia contrariada, mas ao menos havia lhe dado uma pequena chance.

-Não se preocupe, logo volto. Porque não me espera naquela mesa? –Sugere apontando para uma mesa vazia mais ao fundo do salão.

-Pode ser, mas não demore. –Ela parecia de mau-humor e não era só por sua causa, talvez houvesse se decepcionado com seu correspondente.

John apenas acenou que sim antes de se afastar, teria que ultrapassar um monte de gente que se aglomerava perto das mesas. Havia se tornado o principal ponto de conversa por ser mais silencioso que onde as mesas estavam e ainda perto da comida e bebida.


Thiago estava próximo da garota com quem realmente se correspondera, suas mãos tremiam e por isso as pôs no bolso de sua roupa de guarda da armada marítima, era justamente o oposto da fantasia de seu irmão, uma boa mostra das personalidades destoantes.

-Olá! –Não queria que soasse tão tímido, mas estar fantasiado não lhe dava segurança nenhuma.

-Oi. Eu não sei ao certo o que quer, mas eu já estou acompanhada. –Ela fala de forma clara, mas tentando não ser agressiva ou mal-educada.

-Eu sei. Vi seu acompanhante sair com um amigo. –Não era tão bom com mentiras, mas achou que falar que era um amigo o pouparia de qualquer outra explicação. –Pensei então em lhe fazer companhia, talvez conversar um pouco.

-Nada além de uma conversa aconteceria, não sou esse tipo de garota. Entende? –Ela fala em tom sério, parecendo ser uma garota séria e leal.

-Claro. Na verdade, gosto de sua atitude. –Thiago fala com um sorriso satisfeito, era definitivamente a garota com quem se correspondera.


O baile já chegava perto da metade, pelo menos era o que Neville calculava, em breve haveria o concurso de fantasias e então todos tirariam suas máscaras. Suspirou desanimado, afinal se não conseguia uma garota sem que soubessem quem ele era, imagine sabendo.

-Sua correspondente não apareceu? –A voz fina o fez virar até se deparar com um elfo doméstico. Pelo menos foi o que pareceu a primeira vista, pois logo notou ser alguém fantasiado de elfo doméstico.

-Não. –Responde olhando os detalhes da fantasia, ficando assombrado com a precisão. –É uma fantasia incrível! Talvez vença o concurso... quer dizer, eu no primeiro momento até achei que fosse mesmo um elfo doméstico, até a voz é muito parecida. –Ele estava visivelmente admirado e isto fez a garota sorrir orgulhosa.

-Deu um bocado de trabalho mexer na minha voz, os farrapos foram fáceis e a máscara também, mas os braços e pernas deram um trabalhão! –Ela parecia ansiosa por falar, talvez ninguém a houvesse elogiado, afinal quem gostava de elfos domésticos? Geralmente as pessoas nem os enxergavam.

-E você pode me contar como fez tudo? –Neville arrisca e pelo sorriso que vê ela abrir, sabia que conseguira conquistar a atenção dela. Poderia não vencer a aposta, mas ao menos não ficaria sozinho durante a festa.


-O que você pensa que está fazendo?

Ron girou sobre os próprios pés, fazendo graça para as meninas a sua volta. Mas o sorriso charmoso (que não podia ser visto sob a máscara) e olhar arrogante que estavam em seu rosto simplesmente evaporaram ao observar a pessoa a sua frente.

E ele havia se transformado no palerma que usualmente era quando apenas pôde gaguejar um:

-Des-desculpe?

A garota virou os olhos e deu um passo a frente, ultrapassando o espaço pessoal dele como se ignorasse seu significado, deixando Ron prestes a ter um ataque cardíaco apenas com seu cheiro.

Oh meu Merlin, ela cheira tão bem.

-Eu disse: o que você pensa que está fazendo?, você não pode me ouvir bem? – indagou, próxima ao seu ouvido.

-Eu tenho ouvidos muito bons.

Ela riu suavemente, era um riso rouco e quente e lá estava Ron apenas tentando não bancar o idiota. Sem muito sucesso. – Você é engraçado. Mas ainda não me respondeu.

-Eu acho que não entendi sua pergunta – ele disse devagar, esforçando-se para não escorregar em suas palavras. O corpo dela estava tão perto do seu e tudo que ele podia pensar é que ele queria escondê-la de todos os olhares que sabia que ela havia recebido até chegar ao lado dele. Esse pensamento competia seriamente com o de tocá-la. Mais bem prendê-la em um abraço e não soltá-la mais.

-Eu pensei que eu tinha um encontro com você, homem-aranha.

-Nós... nós temos.

-O que eu vejo, no entanto, é que você já tem companhia – ele podia ver a insatisfação em seus olhos azuis. – Na verdade, eu acredito que tenha demasiada companhia.

-Eu...

-Você sabe o quê? – ela se aproximou novamente, seus lábios tocando seu ouvido. – Eu não gosto disso.

-Você não-

-Não tente se justificar – ela o cortou secamente, afastando-se um passo. Ron cerrou os lábios para não protestar pela distância. – Vou lhe contar uma coisa sobre mim: eu não gosto de competição – ela sorriu o que ele podia chamar de 'um sorriso leviano'. - Eu não gosto de dividir. E quando eu decidi que você seria meu par neste baile, você só será meu. Estamos entendidos? - Ron só pode assentir. Ela acariciou com a ponta de suas enormes unhas o lado do rosto dele. – Bom menino. Agora, eu lhe darei – ela ponderou. – dois minutos para se despedir de suas... adoráveis companhias. Ou eu farei por você. E, querido, você não vai querer isto – ela dispensou um beijo exatamente sobre sua boca.

Ron ficou parado por um minuto inteiro observando sua única acompanhante se afastar. Ele podia sentir seus lábios ainda queimando, e era uma coisa estúpida porque ela apenas o havia beijado sobre a máscara – ok, de pano, mas ainda assim, não poderia ser considerado sequer um beijo de verdade. Então, por que ele sentia-se tão tonto?

Bem, quem poderia culpá-lo? A garota que se afastava era a coisa mais incrivelmente quente que ele vira em... a quem ele estava tentando enganar? Ela era a coisa mais quente que jamais vira. Talvez apenas Fleur, e seus poderes perversos de meia-vella, se equiparavam ao que ele sentia ao momento.

Mas havia justificativa. A garota estava com roupas de couro negro que aderiam perfeitamente ao seu corpo; era indecente apesar de ele ter certeza que ela não mostrava quase nada de pele além de seus ombros e um pouco de seu colo - ele achou que era um milagre ainda ter seu rosto intacto, porque muito provavelmente ele merecia um soco ou dois porque seus olhos não conseguiam desviar de seu busto. – Suas botas até os joelhos e... Deus misericordioso, o que era aquelas pernas? Então havia seu rosto. Perfeito. Mesmo sob aquela máscara. Os lábios muito, muito vermelhos contrastavam belamente com sua pele tão branca – não era por menos que o ruivo ainda sentia sua boca queimar, não apenas sua boca em verdade... -, e seu sorriso e riso. E sua voz incrivelmente sexy. Ron não sabia se poderia pontuar tudo sobre aquela perfeição, ainda não sentia como a si mesmo enquanto, tolamente, tocava com o indicador e dedo médio o local que ela havia o beijado.

Piscando os olhos, ele percebeu que só tinha alguns segundos para dispensar educadamente todas as outras garotas que, absurdamente, pareciam tão incrivelmente sem brilho e relevância agora quando, há minutos atrás, elas eram - todas elas - as criaturas mais sensacionais ou incríveis ou engraçadas ou simplesmente adoráveis que já conhecera.

Quando Ron se voltou para elas. Ele percebeu o quão incrivelmente ferrado estava.

Que Merlin o ajudasse.


Eu nunca te vi tão adorável quanto hoje á noite
Nunca te vi brilhar tanto
Nunca vi tantos homens perguntando se você queria dançar
Eles estão em busca de um romance rápido
De uma pequena chance
E eu nunca tinha visto esse vestido que você está usando
Ou essas luzes em seus cabelos
Aquele fisgar nos seus olhos
Eu estava cego

Harry guiara Lilith até quase perto do lago da lula gigante, o céu estava estrelado e a noite era agradável, porém a planície do lago fez com que um vento frio a atingisse, fazendo-a estremecer.

-Você não está com frio? –Pergunta já que ele não vestia praticamente nada.

-Não muito, você está? –Responde parando e olhando para ela.

-Um pouquinho. Pensei que podíamos voltar pro castelo... –Ela ia sugerir, mas ele a envolve com os braços e as asas.

-Fica mais quentinho assim? –Ele sussurra ao pé do ouvido dela que estremece.

-Sim, mas pode melhorar. –Ela murmura quase ronronando enquanto virava o rosto para o lado, logo depois alcançando os lábios dele.

A dama de vermelho
está dançando comigo
Com as bochechas juntinhas
Não há ninguém aqui
Só você e eu
É onde quero estar
Mas eu mal reconheço essa beleza ao meu lado
Eu nunca esquecerei o jeito que você estava essa noite

Harry apertara o abraço com a mão direita, abaixando-se um pouco sem quebrar o beijo para passar o braço esquerdo sob as pernas dela e ergue-la nos braços. Imediatamente Lilith envolveu seu pescoço com os braços, aprofundando o beijo, completamente absorta nele. Percebendo isto, Harry começa a bater suas asas, a força do movimento os erguendo suavemente no ar.

Eu nunca te vi tão deslumbrante como hoje
Nunca te vi brilhar tanto, você estava fabulosa
Nunca vi tanta gente querendo estar ao seu lado
E quando você se virou para mim e sorriu
me fez perder o ar
Eu nunca tive uma sensação dessas
De total e completo amor
Como sinto essa noite

Ao romper do beijo, Lilith continua a beijá-lo no rosto, seguindo até o pescoço, uma de suas mãos descendo até o tórax dele, arranhando-o levemente e fazendo-o gemer.

-Gosta quando fa... O que é isso? – Ela começa a falar em tom provocante, mas então se assusta ao abrir os olhos e ver que só havia neblina abaixo deles, o que a faz se afastar, mas sendo segura rapidamente por Harry.

-Calma, está tudo bem. – Ele diz em tom calmo, tentando passar-lhe segurança. – Eu fiz uns testes antes do baile e posso sustentar o voo por bastante tempo, estava até carregando algo bem mais pesado que você.

-Ainda assim, eu não imaginei que você falava literalmente quando disse que me levaria ao céu. – Ela se abraçara mais a ele, que notou o quanto estava tensa.

-Sei que preferia que houvesse uma vassoura por perto... –Ela maneou a cabeça positivamente. –Mas confie em mim, jamais te poria em perigo. Agora, olhe pra frente, veja a lua. –Harry erguera os olhos para frente e Lilith o seguiu. –Lindo, não é?

-Sim, incrivelmente lindo. – Ela responde parecendo encantada ao ver o brilho da lua refletir nas nuvens sob seus pés, fazendo com que elas parecessem fios de prata.

-Queria que fosse perfeito, melhor que em qualquer sonho que você pudesse ter. – sussurra com o rosto bem perto do dela, fazendo seu hálito morno acariciar-lhe a pele.

-E qual exatamente seu objetivo? – Pergunta de modo suspeito, como se achasse que ele tinha más intenções por trás de seu gesto.

A dama de vermelho
está dançando comigo
Com as bochechas juntinhas
Não há ninguém aqui
Só você e eu
É onde quero estar
Mas eu mal reconheço essa beleza ao meu lado
Eu nunca esquecerei o jeito que você estava essa noite

-Quero que decida ficar ao meu lado, em uma bela e densa nuvem. Haverá momentos escuros e frios, porém sempre haverá uma luz, mesmo que tênue, para nos lembrar de nossos mais belos momentos. – Harry fala em tom profundo, fazendo referência à noite, a lua e as estrelas. – Porém, minha promessa, e esse foi um jeito de mostrar que cumpro tudo o que prometo, é de dias quentes e tranquilos, cheios de vida, como os dias de primavera. – Desta vez seus olhos passavam que aquilo era uma promessa, algo que pareceu fazê-la perder o fôlego. – Então Lilith, abandona sua vida e vem pro céu comigo? – Harry sorriu charmoso e desafiador, ao que ela correspondeu de igual forma antes de beijá-lo apaixonadamente.

-Agora que fez sua proposta, porque não descemos e então você me deixa mostrar um pouco do inferno? – Harry sentiu um frio na espinha diante da proposta, o que quase o fez vacilar no voo.

Eu nunca vou esquecer o jeito que você estava essa noite
A dama de vermelho
Minha dama de vermelho
Minha dama de vermelho
Eu te amo


Quando os alunos começaram a vaiar repentinamente, porque a música havia subitamente parado, Tonks tomou a frente da situação, subiu na mesa dos professores (com incrível destreza para uma grávida, é bom ressaltar) e apontando a varinha para sua garganta - executando o feitiço sonorus – ela gritou.

-Hei! Já chega – não era segredo que a professora Tonks estava sofrendo de alguns... distúrbios hormonais e que ela com uma varinha era realmente um perigo constante. Então, não foi realmente uma surpresa o silêncio sepulcral instalado no salão principal. A mulher sorriu muito satisfeita consigo mesma. – Espero que estejam se divertindo, porque eu estou! – os alunos gritaram e aplaudiram animadamente. – Ok. Ok. Eu acho que levarei isso como um 'sim'. Mas eu tenho uma pequena surpresa para vocês. Yeah! Eu irei anunciar agora nosso casal vencedor do Baile de Máscaras. Eu sei, meus queridos, eu sou uma ótima pessoa – todos riram sob o riso dela. – Então, chega de papo, e vamos aos vencedores! Professora Minerva, gostaria de me ajudar? Eu quero dizer... a verdadeira professora Minerva – acrescentou divertida.

Minerva McGonagall suspirou, mas se adiantou à mesa dos professores. Tonks ofereceu a todos um sorriso que só podia ser qualificado como 'perverso'. Ela esfregou as mãos e esperou que McGonagall lhe desse a cédula que havia sido expelida da urna.

A mulher mais nova pigarreou lançando um olhar para o pergaminho em sua mão. – Uau! Isso é interessante – ela deu uma risadinha. – Vocês querem saber não é? Hei. Eu não estou ouvindo: vocês querem saber quem é o casal mais quente da noite ou não?

-SIM!

-Bom, bom – ela aplaudiu divertida. – Por toda noite, nossa pequena, mas muito eficaz urna... eu preciso mesmo dizer 'mágica'? Bem, ela é. Continuando... Nossa pequena urna esteve recebendo cédulas como esta aqui – ela balançou o resultado ligeiramente, seu sorriso cada vez maior. – por toda noite. Para agora, como vem, expelir o resultado. Eu quero dizer, enfeiticei a urna para que quando o tempo de votação terminasse, ela nos desse um resultado. Isto. – Mostrou novamente a cédula. - Esta é a decisão de vocês.

-Apenas mostre o maldito resultado, professora!

Tonks franziu o cenho e fez beicinho, mas finalmente assentiu. – Como vocês sabem cada aluno foi fotografado na entrada do baile por nosso querido professor flitwick barra papai Smurf – ela apontou, antes de aplaudir. – e nossa querida Madame Pince com o elegante colã de letras, não é criativo?, - sorriu carinhosamente para a mulher que ao momento estava corada de vergonha. – Madame Pince catalogou os nomes sob as fotos. Todas as fotos e imagem estavam no painel no canto no salão. Tudo isso, claro, para facilitar a escolha. Então... O casal mais sexy de Hogwarts é... – ela pausou novamente, e não pode evitar rir sob os resmungos de seus alunos. – Ok, Ok. Nossos Rei e Rainha do baile são... Arcanjo e Lilith! Venham aqui e recebam seu prêmio!

Todos aplaudiram. Mas ficaram os alunos começaram a ficar inquietos quando ninguém se pronunciou. Os murmúrios foram crescendo e todos olhavam a volta em busca do casal mais sexy da noite. Não havia sinal deles.

O sorriso de Tonks era muito mais do que apenas 'malicioso' quando ela cantarolou calmamente:

-Anjo e Lily beijando debaixo da árvore, primeiro o amor, depois o casamento, e então Lily empurrando o carinho de bebê.

Os olhos de Minerva se estreitaram e Tonks pigarreou:

- Desculpe...


Continua


N/A(Mione): Não me matem. Eu sei que eu sumi (yeah, a culpa é minha. De novo ). Espero que curtam o capítulo, apesar de tudo!

N/A(Lílian): Não acho que tenha qualquer coisa que possamos dizer além de desculpas. Eu realmente sinto muito pelo atraso e espero que o capítulo caprichado os agrade.

N/A²: O Draco mudou a tática, foi de mancinho e conseguiu dobrar sua elfa. Rony estava se virando bem até aparecer uma correspondente durona, exigente e muito provocante, será que ele conseguirá se livrar ileso das outras e conquistar sua mulher-gato? O Harry se deu bem! Ganhou o concurso e ainda ta com a garota dominada, porém será que tudo continuará bem quando as máscaras caírem?