Resumo: Quando as trevas voltavam a reinar sobre o mundo bruxo, as forças do destino entraram em ação e fizeram com que o Eleito chegasse à Mítica Ilha de Avalon, sendo marcado para sempre como o campeão dos Mistérios Antigos.
Quase um ano após a queda da Ordem das Trevas, quando finalmente o mundo bruxo começa a entrar nos eixos, um novo mal, ainda mais sutil, começa a rondar a vida do nosso herói e também a ameaçar a segurança e tranqüilidade de Avalon.
Avalon entregara uma de suas famosas Insígnias para o Eleito, agora é chegado o momento deste poder ser usado para proteger o último recanto da Deusa.
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TRAILER
Morrigan, filha e Sacerdotisa da Ilha Sagrada, fala...
Desde que saí da Ilha Sagrada de Avalon, muitas coisas aconteceram.
Anos e anos se passaram, tantas coisas aconteceram; mas, finalmente, o momento do duelo final chegara. O momento em que a profecia se cumpriria.
Assim como Harry pressentira esse momento, o Lorde Negro também o pressentira. Os dois bruxos se encaravam firmemente, raiva e desprezo estampados nos olhos verdes e vermelhos. Não havia nada e nem ninguém entre eles. Ninguém que pudesse salvar Harry e nem Horcrux para garantir a vida eterna de Voldemort. (...)
Dizem que o princípio e o fim das coisas estão no mesmo lugar.
E aquela história teria fim, no mesmo lugar onde começara: Godric's Hollow!
"... E um deve morrer pelas mãos do outro porquanto nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver..."
Coisas que nos fizeram chorar.
Das altas vidraças do aposento, uma fraca nesga de luz penetrava e dançava no ar, até finalmente iluminar o rosto sombrio da jovem que estava ajoelhada no chão de pedras frias. Havia uma bacia de prata à sua frente e ela encarava as águas mansas que estavam na bacia, totalmente compenetrada.
(...) Aos poucos, a superfície da bacia de prata começou a transformar-se: um homem de cabelos negros e desalinhados sentado num canto escuro e úmido surgiu no reflexo cristalino das águas. Ele parecia infeliz e miserável, mas tentava ocultar isso de todos os modos possíveis. Ela não sabia ao certo que lugar era aquele, mas conhecia o homem profundamente, mesmo que não fosse capaz de reconhecer as suas feições.
(...) E uma lágrima indesejada desprendeu-se de seus olhos e agitou a superfície do espelho d'água, fazendo com que a imagem desaparecesse...
E coisas que nos fizeram sorrir.
A locomotiva vermelha surgiu de uma curva, soltando fumaças brancas e repolhudas. No mesmo ritmo uniforme, deslizava sobre os trilhos, até desacelerar e estacionar na plataforma 9 ¾ da estação de King's Cross. Várias portas se abriram e estudantes ansiosos saíram dos seus compartimentos, inclusive uma jovem garota ruiva, acompanhada por outra garota, esta loira e de protuberantes olhos azuis e sonhadores.
-Gina! – a garota ruiva apurou os ouvidos e virando-se, conseguiu distinguir a figura de seus pais, acenando para ela. Logo a caçula Weasley estava sendo abraçada efusivamente por sua mãe e recebendo sorrisos orgulhosos de seu pai. – Oh, querida que saudades!
A saudade era o que mais incomodava Gina naquele momento. Mas o estado saudoso que estava dos pais fora rapidamente sanado. Uma pontinha de frustração começava a tomar conta dela, quando algo fez com que ela se desvencilhasse dos braços da mãe, ansiedade tomando conta de seu espírito.
-Harry! – A garota murmurou, um sorriso radiante se formando em seus lábios. Saiu correndo pelo meio da multidão que apinhava a estação, até encontrar o rapaz encostado numa das pilastras, o corpo semi-obscurecido pelas sombras projetadas ali.
-Você não achou que eu fosse perder essa, não é? – O olhar dele, apesar de estar um pouco mais sério, era o mesmo olhar límpido de sempre. – Parabéns pela sua formatura!
Após a queda do Lorde Negro,
buscamos reconstruir as nossas vidas da melhor forma.
Na penumbra, onde apenas um fraco raio de luar era capaz de penetrar no quarto, o homem permanecia acordado no meio da madrugada, apenas observando, maravilhado, a jovem que dormia despreocupadamente ao seu lado. Depois de tanta dor, de tanto sofrimento, era incrível o modo como as coisas finalmente começaram a caminhar em sua vida.
Medo? Sim, aquela situação lhe deu medo, um verdadeiro pavor. Mas foi só por um breve período. Só até ver o ventre de sua companheira crescer, só até ver a nova vida que ali se desenvolvia.
Ah, como ele a amava.
Só de imaginar que, em breve, teria o peso morno de um bebê em seus braços lhe enchia o coração de ternura.
Aquele seria o fruto do amor mais improvável que poderia existir...
Mas, uma das verdades que aprendi,
é que sempre existiu o equilíbrio.
-Nunca, nunca te esqueças quem tu és! – Dagda parecia muito sério, ao falar isso para Morrigan. – Uma vez que foste marcada pelas mãos da Deusa, tu sempre será a Sua Sacerdotisa.
Morrigan assentiu, um sorriso fraco nos lábios, e caminhou em direção ao lago. Retirou os sapatos, colocou os pés na água fria e respirando fundo, elevou as mãos ao rosto. Deixou os pensamentos fluírem livremente, como o fluxo inexorável de uma queda d'água que não pode ser contido. Aos poucos, sua mente foi ficando vazia de qualquer pensamento e ela só era capaz de sentir a brisa do lago acariciando o seu rosto. A sua respiração foi acalmando e quando sentiu que estava em sintonia com o poder que havia dentro de si, fez o chamado silencioso.
De longe, Severus observava com espanto o modo como a jovem se transformara. Como agora ela parecia alta e poderosa, distante como uma divindade.
Depois de alguns momentos, surgiu do meio das brumas, uma barca revestida num dos extremos de preto e prateado e que deslizava pela superfície das águas escuras do lago. A Sacerdotisa pareceu despertar de seu transe, olhou para trás e vendo o sorriso encorajador de Dagda, relaxou a sua postura.
Ela ainda era uma Sacerdotisa da Ilha Sagrada...
Para que o bem possa reinar, o mal deve existir;
Hermione tremia, quando apontou a fotografia estática que estava sobre a mesa do escritório. A visão era medonha, surreal... era impressionante o modo como as pessoas podiam ser perversas.
-Eu encontrei isso nos arquivos do St. Mungus. – Depois de um tempo, ela conseguiu explicar para os amigos. – Engraçado que não é o primeiro assassinato misterioso que aparece por aqui nos últimos meses, mas parece que ninguém deu importância a isso. Como se, após a queda de Voldemort, não fosse mais existir maldade.
Assim como tem de existir a noite sombria,
para que com o amanhecer, as trevas dêem lugar à luz.
-Temos preparado a garota para profetisa desde que Eriu morreu. – A Grã-Sacerdotisa explicou. – Essa é uma tarefa árdua, ser entregue à doce loucura divina, sem saber se o que se vê é verídico ou apenas uma ilusão criada por uma mente hiperativa.
Morrigan escutava com atenção, o rosto sisudo totalmente inexpressivo.
-Mas o que a noviça viu nas águas do Poço Sagrado foi de uma força impressionante. Passamos dois dias tentando trazê-la de volta à Luz, sem que ela esboçasse reação. – A Senhora de Avalon umedeceu os lábios finos e continuou falando. – Em breve, os véus que protegem Avalon do mundo real estarão vulneráveis e poderão fazer com que a entrada para a Ilha Sagrada seja mais fácil de ser conquistada. Mas não é isso o que me preocupa. O que me preocupa é o que possa acontecer se esse fato for de conhecimento de pessoas maldosas.
Portanto, o caminho que leva às Trevas,
pode ser o mesmo caminho que leva à Luz.
E então, a jovem noviça parecia ter sido tomada pela irresistível força que rege o universo, pelos desígnios da Grande-Mãe que desde a criação deste mundo detém a sabedoria de todas as coisas. Da boca dela começaram a aflorar palavras proferidas cheias de posse, como se fosse ela a prever aquelas coisas:
-Em meio às estrelas, encontra-se a estrada que pode levar ao caminho perfeito dos deuses ou à perdição de seus pecados...
Só depende do desejo do seu coração...
-Eu sinto repulsa por você, mais do que isso até! – Tremia de alto a baixo, mas não era apenas de nervoso, mas por uma mescla de ódio, raiva e asco. Apontou um dedo ameaçador em direção da outra pessoa, o olhar dardejando indignação perigosamente. – Um ser mesquinho, arrogante...
-E você vai fazer o que contra mim? – interrompeu com desdém, um sorriso perverso lhe distorcendo as feições. – Me matar? Isso não seria muito nobre, vindo de uma pessoa como você, que sempre abominara essas coisas!
Mas o sorriso perverso em seu rosto foi logo apagado quando sentiu as faces se aquecerem, quando um tapa ali foi desferido. A dor física parecia não lhe incomodar, mas a expressão debochada ficou ainda mais evidente, quando tocou o rosto, como se nada tivesse acontecido.
-Maldito seja!
"O TEMPLO DAS ESTRELAS"
-Então você acha que de alguma forma os assassinatos tenham a ver com a tal premonição? – Harry indagou.
-Nós não temos como ter certeza. – A Sacerdotisa suspirou e apoiou o rosto entre as mãos. – Mas o modo como tudo aconteceu, os símbolos, as datas... tudo me faz crer que ambos os fatos estejam relacionados.
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N/A: Sim, senhoras e senhores, Morgana Black finalmente voltou ao mundinho de Avalon...D
Apesar de estar bem animada com esse projeto novo, confesso que ainda estou insegura. É bem mais assustador continuar uma história do que começar uma nova, onde ainda não se tem expectativa...
De qualquer modo, fico MUITO feliz em saber que vcs, leitores, me cobraram tanto por essa história, sempre me animando. É super gratificante saber que meses depois de ter concluído "O país das fadas" eu ainda receba comentários de lá e que só o resumo dessa fic tenha recebido comentários. (é quase apavorante...rs) D
Enfim, vamos ver no que vai dar, né?
Obrigada a todos e nos vemos no prólogo!
See ya!