N/A: Então, gente, tem alguém ainda lendo essa fic? HAUHAIAHUAH

Sério mesmo, eu estou recebendo tão poucos reviews qe estou ficando desanimada. Eu não sei se essa fic tá tão boa qnto a primeira.Eu sei qe demorei bastante pra postar - o que não é do meu feitio - mas é que eu tava no terceirão e dps por motivos a parte, mas agora já está tudo tranqüilo e vou postar com mais regularidade. PROMETO.

Bom, hoje eu to meio sem tempo de agradecer uma por uma, mas como eu queria postar hoje, então lá vai: OBRIGADA A TOOOOOOODOS QUE COMENTARAAAAM!

Isso significa mto pra mim, mesmo. Eu tbém sei qe tem gento lendo, colocando nos fav. e tudo mais, e isso significa muuuito pra mim tbém. Vcs nem tem idéia. Isso é oq qe me faz continuar, o qe me impulsiona pra frente, por isso eu agradeço mto.

Quem ainda tá no anonimo, se pudesse deixar uma reviewzinha, é qe eu realmente gosto de saber oq o pessoal tá gostando e oq não tá, só assim eu posso fazer a fic ficar melhor.

É isso.

Agradecimentos especiais à Dani Sly que não me deixa desistir dessa fic NUNCA.

E realmente, não está nos meus planos desistir porque eu nunca desisto de um projeto meu, mas é sempre bom ter alguém ali do nosso lado nos apoiando. Obrigada por ser minha amiga, Dani! x)

ENJOY! XD

Capítulo dez

Saí afoito pelo corredor, deixando uma Mione atônita para trás. Eu precisava correr, correr mesmo. Afinal, eu não tinha muito tempo se pensava realmente em ir em frente com o meu plano.

Andei pelos corredores com uma expressão de culpado no rosto, mas acho que ninguém estava realmente prestando atenção. O stress das primeiras provas eram demais para alguém notar alguma coisa. Atropelou uma garota ruiva do segundo ano e isso só fez com que ele andasse mais rápido. Porque, primeiro: realmente não queria ser descoberto; Segundo: aquela cor de cabelos só me fazia lembrar do porquê estava quebrando as regras.

Entrei no quarto, não havia ninguém. Peguei minha vassoura e a Capa de Invisibilidade de Harry. Deixei um bilhete corrido e sai porta afora, já vestindo a capa.

Era agora ou nunca, e nem conseguia acreditar direito que realmente estava fazendo aquilo. Só que eu precisava. Precisava mesmo.

Saí pela porta da Academia, literalmente invisível. E de lá até os portões de Hogwarts eu só tinha uma pessoa em mente: Gina.

O vento nos meus cabelos, o calor da noite me abraçando. Meu coração deu um pulo. Há quanto tempo eu ão via as feições doces e delicadas da minha ruivinha? Voei pelos portões de Hogwarts e passei o mais longe possível do Salgueiro Lutador. Sobrevoei a torre da Sonserina - apenas para matar a saudade - e fui até a da Grifinória. Ela não estava no dormitório feminino. Voei mais um pouco para o lado e então a vi.

Gina dormia tranqüilamente em uma das poltronas com um livro de Poções no colo. Sorri cheio de ternura. Ela nunca fora muito boa em Poções e sempre que eu podia ajudava. Ah, que saudades que eu tava!

Lancei um feitiço para abrir a janela e entrei.

Retirei a capa e larguei a vassoura num canto. Aproximei-me e fiquei de joelhos em frente a ela. Gina ressonava baixinho, respirando pesado. O peito subindo e descendo rapidamente, demonstrando que ela estava em um de seus sonos leves.

Minha ruiva tinha dois tipos de sono, o sono pesado em que ela respirava levemente e devagar, não deixando nem uma manada de hipogrifos era capaz de acordá-la e o sono leve em que ela respirava pesado e rapidamente acordando com apenas um leve farfalhar de folhas do lado de fora. Essa era minha Gininha, cheia das peculiaridades.

Ergui a mão, incerto e nervoso sem nenhum motivo real. Aproximei-a da face clara e sardenta de Gina, passando o dedo indicador pela maçã do rosto dela. Ela suspirou fundo, ainda dormindo. Senti a textura avelulada sob meus dedos, memorizando cada curva das quais eu havia sentido tanto a falta. Passei os dedos pelos seus braços desnudos, acariciando-os com carinho. E, tirando com cuidado o livro de seu colo, estreitei-a entre meus braços sem aviso.

- Ãhn.. o..quê? - bocejou Gina, ainda sonolenta.

Olhei-a, sorrindo feliz.

- Draco..? - começou ela, sem entender. - É você mesmo? - perguntou, tentando achar foco devido ao sono.

Olhou-me nos olhos, olhou para os lados, apertou forte meus braços e então olhou-me de novo. E aí foi que eu achei a mesma Gina de sempre, talvez apenas um pouco diferente de como eu a havia deixado. Aquele tipo de diferença que o passar dos anos grava na gente, mas quando ela sorriu... Ah, quando ela sorriu...Era a mesma Gina de sempre. Era a Gina que eu amava.

Senti suas mãozinhas atravessarem meus cabelos e me abracarem pela nunca. E então seus lábios colarem-se aos meus em um beijo doce e cheio de saudade. Aquele beijo de quem ama, de quem quer cuidar e de quem nunca, mais nunca mais quer te deixar ir embora. Um beijo leve, delicado, só que com muita, muita paixão.

Alisei seus cabelos, puxando sua cabeça mais de encontro a minha, um perfeito encaixe. Senti seus braços descerem e abraçar-me pela cintura, mais apertado. Seu nariz grudado no meu pescoço, causando-me arrepios. E então o olhar, o olhar de pura paixão acompanhado de um beijo avassalador.

Um beijo, no começo, de surpresa. Eu sentia os lábios quentes pressionandos os meus, os dentes arranhando-os sensualmente. E depois - quando a surpresa já havia passado, movi a boca, abrindo os lábios pra receber uma língua ágil e mais ousada do que eu me lembrava na última vez.

Eu sentia meu corpo desaparecendo, inteiramente grudado no dela, encaixando-se e se apertando tanto... Cai no chão com ela por cima de mim. Uma sensação de flutuar no peito. O toque das mãos dela em meus braços. Não havia o que falar, era como se a saudade falasse por nós. Senti um gosto bom de cereja vindo dos lábios dela, o contato dos seios dela em meu peito, tão bom...tão bom.

Abri os olhos e tudo o que vi foi o pequeno nariz batatinha dela. O contorno suave das sombrancelhas e as sardas salpicadas pela face toda. Ela abriu os olhos também, apartando o beijo. Um olhar brilhante e amarelado, e eu sentia apenas o coração batendo forte debaixo da camisa - por ela. E então os lábios se aproximando novamente.

Um beijo tão mais íntimo, tão mais...do que qualquer outra vez. A certeza de que nos amávamos mesmo depois daquele tempo todo, que podia ser pouco, mais parecia tanto...tanto. O beijo terminou; mas continuamos abraçados, como se aquilo fosse tudo o que nós estivéssemos supostos a fazer.

- É verdade mesmo? - sussurrou ela, algum tempo depois. - É verdade, Draco? - repetiu, apertando-me novamente de encontro a ela.

Ela estava ajoelhada, uma perna de cada lado do meu corpo - eu estava sentado. Ela tinha uma expressão tão fofa de incerteza, e a testa grudada na minha, suando juntos.

- É sim, amor. - murmurei com os lábios bem perto dos seus. - É sim.

- Ah. Draco... - suspirou ela, novamente com o nariz grudado no meu pescoço. Eu podia sentir a sua respiração. - Eu senti tanto a sua falta, minha doninha loira.

Eu ri, divertido.

- Você não faz idéia. - murmurou ela, com um olhar molhado.

- Pode apostar que eu faço. - murmurei de volta, sorrindo de leve. - Você é que não tem idéia do que é ficar preso naquela Academia sabendo que eu não vou poder encostar em nenhum fio de cabelo seu por um bom tempo.

Gina olhou-me com aqueles olhinhos amendoados, como que esperando o que viria a seguir. Eu sorri, enigmático.

- Eu deveria estar louco quando achei que poderia ficar tanto tempo longe de você. - suspirei, dando-lhe um beijo na testa.

Repeti a mesma frase que havia dito naquele primeiro dia, na estação de trem. Como se aquilo fosse alguma espécie de senha para alguma coisa, sei lá. Ela pareceu entender.

Sorriu. Pareceu pensar por alguns instantes e então arregalou os olhos.

- Você está aqui mesmo. - disse, após uns momentos de silêncio. - Você está aqui mesmo. Não está?

- Estou. - respondi, erguendo uma sombrancelha. - Do que você está falando, amor? Porque não to entendo nada.

- O QUE, POR MERLIN, VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO AQUI? - gritou ela, só para tapar os lábios com os dedos logo depois, provavelmente com medo de ter acordado alguém. - Eu achei que estivesse sonhando. - acrescentou, em um tom de voz sussurrante.

- Eu achei que você já tivesse entendido à essas alturas: eu não consigo viver longe de você, ruiva. - murmurei, segurando-a pela cintura, quase com possessividade.

Ela sorriu, corando violentamente.

- Eu ainda faço isso com você? - maliciei, apenas para vê-la corar mais.

Aproximei meu rosto do seu, mordendo-lhe a orelha, sentindo-a estremecer perante ao meu toque. Passei um braço pelo seu pescoço e o outro continuou preguiçoso em sua cintura.

- É reconfortante saber que algumas coisas nunca mudam. - murmurei entre seus cabelos, aliviado.

- O que poderia ter mudado? - perguntou, com um tom preocupado.

- É idiota o que eu vou falar... eu me sinto idiota na verdade... - comecei, sem jeito. - Mas, algumas vezes eu chegava a pensar que talvez você não gostasse mais de mim.

- Como, por Merlin, você podia pensar uma coisa dessas, Draco? Eu te amo, seu tolinho. - sorriu, beijando-me a ponta do nariz, me fazendo rir. - Eu te amo demais.

- Então a Sra. Vírginia Convencida Weasley nunca teve dúvidas do meu amor por ela? - perguntei, erguendo uma sombrancelha.

- O mesmo quanto eu te amo, lembra? - ronronou ela, agora dando pequenos beijinhos molhados no meu pescoço.

- É... acho que agora estou lembrando. - fingi, rindo da sua carinha de emburrada.

- Muito engraçadinho, Sr. Malfoy. - sorriu, sentando-se em meu colo, com a cabeça em meu ombro. - Tem certeza de que não vai se encrencar por isso? - perguntou, temerosa.

- Não se eu não for pego! - gracejei, abraçando-a ainda mais.

- DRACO! - exclamou, indignada. - Você sabe que eu não quero que isso aconteça, você deu muito duro pra entrar lá...

- Não se preocupa, amor, só mais um pouquinho, tá? - pedi, beijando-lhe o pescoço.

- Não me provoca, Draco, é capaz de eu pedir pra você ficar pra sempre. - murmurou, um pouco ofegante.

- E é capaz de eu ficar. - rebati, com a voz levemente rouca. - Merlin, como eu te amo!

Ficamos em silêncio por alguns momentos, apenas apreciando a companhia um do outro. Há quanto tempo não ficávamos assim, apenas quietinhos aproveitando o silêncio sem constrangimento. Eu gostava dessas horas, pois provava o quanto o nossos amor e companheirismo falava mais alto do que qualquer outra coisa. Estávamos plenamente sintonizados, e isso me fazia de uma maneira ou de outra me sentir orgulhoso, uma coisa boa dentro de mim, sei lá. Mas, sabíamos que a minha visita não duraria para sempre e por isso havia algumas coisas que precisávamos conversar.

- Mione não está nada bem. - disse, de repente, deixando Gina com um semblante sério.

- O que aconteceu? - perguntou, preocupada.

- Ela não está lidando muito bem com as colegas de quarto, não está conseguindo se adaptar e fazer amizades. - expliquei em linhas rápidas.

Gina ficou em silêncio, esperando que eu continuasse.

- Eu não sei o que fazer, ruiva. O que eu posso fazer? Não sei como as garotas fazem amizades. - desabafei, exasperado. - No meu caso foi muito fácil, o Quatrolho era meu colega de quarto e acabamos reencontrando um colega de Quadribol dele da época de Hogwarts... E basicamente foi isso. A Mione acaba andando com a gente, mas não é a mesma coisa...

- Deve ser difícil pra ela não ter nenhuma garota com quem conversar. - murmurou Gina, compreenssiva. - Ela deve está se sentindo muito mal.

- Você sabe como é a Mione, é difícil pra ela deixar suas emoções transparecer...Mas hoje cedo, quando eu estava com ela, ela não parecia muito bem. - expliquei, angustiano. - Nada mesmo. E ainda mais tão longe do Bagulhão... Não é fácil, nós dois sabemos disso, né, ruiva?

- É. - suspirou, preocupada. - Lucy e eu nos apoiamos, além do que temos todos os nossos colegas de Hogwarts. Mione era tão amiga da Luna, e agora que ela tá longe...bom, deve ser pior ainda. Pobrezinha! Imagina como ela deve estar se sentindo, Draco...

- O que eu faço? - perguntei, sem jeito.

- Obviamente você não pode se sentir culpado por isso, Draco. Não é sua culpa se ela não conseguiu achar colegas de quarto decentes. - rosnou, indignada. - Faça o que você pode fazer, que não é arranjar amigas pra ela e sim ser amigo dela. Dê todo apoio que puder, você e os garotos. É tudo o que você pode fazer.

- Tudo? - perguntei, agoniado.

- Tudo, Draco. - sorriu, misteriosa. - Eu sei que carinha é essa, Sr. Malfoy.

- Do que você está falando? - perguntei, erguendo ambas as sombrancelhas.

- Você e esse olhar de quem quer mudar o mundo. - explicou, olhando-me fundo. - É uma das coisas que eu mais admiro em você, sabe? - sorriu, carinhosa.

Eu apenas fiquei observando-a, abismado. De onde ela tirava essas coisas? Era como se ela me conhecesse mais do que eu me conhecia. E mais, ela sempre achava coisas boas em mim. Coisas que eu nem imaginava existir dentro de mim.

- Só que você não pode tentar consertar tudo sempre. - advertiu, olhando-me séria. - Não pode, Draco. Às vezes as pessoas tem que fazer as coisas por si mesmas.

- Eu só... - comecei, sem jeito e sem o que dizer também.

- Você não pode controlar tudo amor. - comentou, um pouco mais suave. - Eu sei que você adora seus amigos e sempre os quer ver felizes. Mas algumas vezes a felicidade deles não depende do que a gente pode fazer por eles e sim de como podemos apoiá-los para os mesmos fazer o que eles podem, entende?

- Quando foi que você ficou tão esperta? - gracejei, olhando-a no fundo dos olhos.

Ela riu, mordendo meu nariz.

- Sério. - repeti, fitando-a intensamente. - Quando foi que você passou a saber tanto de mim?

Ela corou, nervosa.

- Eu... mesmo quando eu namorava com o Finnigan... - começou ela, apertando uma mão contra a outra. - Bom, eu te observava...

Olhei-a, sem acreditar.

- Eu te olhava com a Pansy, com os garotos... Eu te olhava, Draco. - sorriu ela, toda corada e sem jeito. - Eu sempre te olhei, só que eu só fui me dar conta disso muito tempo depois.

- Eu não acredito que você me olhava. - murmurei, ainda muito abismado pra falar qualquer outra coisa. - Eu não acredito que você me olhava e eu ficava sofrendo lá...

Ela riu, ainda sem jeito.

- Você devia gostar de me ver sofrer, né? - perguntei, beijando-lhe a bochecha direita.

- Eu não tinha idéia, Draco. Sério... - murmurou ela, sentindo meus lábios no seu pescoço.

- Eu realmente sempre quero fazer as coisas do meu jeito, né? - perguntei, de repente, deixando-a desprevenida.

- De um jeito ou de outro, sim. - respondeu, dando mais acesso ao seu pescoço. - Só que não necessariamente isso seja uma coisa ruim, sabe?

- Não? - perguntei, erguendo uma sombrancelha.

- Você tem um coração de ouro, Draco. E não é um clichê dito da boca pra fora. - sorriu. - Acredita em mim.

Eu sorri também. Como não sorrir para a garota mais maravilhosa de todo o universo bruxo?

- Então, fora a Mione, como estão as coisas na Academia? - perguntou, interessada.

A imagem de Fleur passou pela minha mente, mas afastei-a rapidamente. Ela não merecia nem sequer ser mencionada para a minha ruiva.

- É difícil, você sabe. Eu treino e estudo o dia inteiro. Estou sempre me exercitando. Quando não é o físico, é a mente mesmo. - ri. - É puxado e eu chego morto de cansado no meu quarto tendo que ler uma pilha de livros antes de dormir, mas, vale à pena.

- Eu vejo que vale. - comentou, sorridente. - É só ver o tom orgulho da sua voz.

- Eu gosto de lá, pequena. - disse, sonhador. - É uma das melhores coisas que já aconteceu na minha vida.

E a imagem do meu pai veio na minha cabeça. Porque desde que eu entrara na Academia e as cobranças começaram a aflorar eu não conseguia parar de pensar nele? Há tanto tempo que eu não me preocupava com o que ele ia pensar... Desde Hogwarts, quando eu conhecera Quatrolho e o jeito tão despojado dele levar os estudos... Porque agora?

Eu e o meu pai não tínhamos o melhor relacionamento do mundo, mas...bom, não era algo o qual eu gostava de pensar. Afastei todas aquelas idéias da minha cabeça, eu estava com a minha ruiva agora.

- Doninha, acho que tá na hora de você ir. - riu, beijando-me os lábios com delicadeza. - Eu realmente não quero que você se encrenque por mim causa, amor.

- Tá bom, ruiva. - respondi, meio contrariado. - Se você quer que eu vá...

- Você sabe que não é isso. - cortou, ríspida. - Para de fazer drama, vai. - acrescentou, levantando-se comigo e me abraçando pelo pescoço na ponta dos pés.

- Você sabe que eu te amo, não sabe? - perguntei.

Olhos nos olhos. Lábios nos lábios. Seus seios roçando levemente em mim tornando ainda mais difícil minha partida.

- Eu te amo. - sussurou ela entre meus lábios.

O caminho de volta foi no mesmo estilo escondido e amedrontado da ida. Caminhei pelos corredores envolto pela Capa de Invisibilidade e entrei no quarto sorrateiramente, só para encontrar Mione sentada em minha cama como um fantasma. Estava escuro, mas não o bastante para eu não perceber que ela tinha lágrima nos olhos.

Em nenhum lugar eu via sinais de Quatrolho ou Oliver. Os dois provavelmente deveriam estar estudando na biblioteca, ainda eram onze horas e teríamos ainda muitas provas pela frente. Seria uma semana difícil, e chegar ali na Academia novamente, só fazia meu estômago se revirar de nervoso, porque eu havia passado um tempo com a Gina o qual eu deveria estar usando para estudar.

Balancei a cabeça, espantando aqueles pensamentos.

- Mi...? - chamei, vendo-a se levantar e vir de encontro a mim. - Você...?

- Me abraça, Draco. - pediu, chorosa. - Só me abraça, por favor.

E abracei-a forte, trazendo-a bem perto de mim. Senti suas lágrimas molharam minha camisa, e trazendo-a comigo para minha cama embalei-a até que ela estivesse calma o suficiente para enfim desabafar.

- Mi, o que aconteceu? - perguntou, baixinho, como se ao elevar meu tom de voz eu fosse quebrá-la ou algo do gênero.

- Eu troquei de quarto. - respondeu ela, fungando um pouco.

Fiquei em silêncio. Lembrei das palavras de Gina me dizendo que eu não podia controlar tudo. E por mais que eu sentisse a dor de Mione dentro de mim, era uma dor que ela teria que lidar sozinha e o máximo que eu podia fazer era ampará-la e apoiar qualquer decisão que ela tomasse.

Assenti, com um aceno de cabeça.

- Eu sei que é besteira minha chorar por isso. - acrescentou, ligeira. - Só que eu sinto como se eu tivesse fracassado, entende?

- Como assim? - perguntei, confuso.

- É como se eu não fosse boa o bastante pra fazer amizade com ninguém.

O que era aquilo que tínhamos com ser bom o bastante? Porque aquele sentimento de frustração estava me atingindo também? Porque a imagem do meu pai ficava piscando na minha mente? Eu entendia o que Mione queria dizer, por mais que eu entendesse por outro ângulo.

- Você sabe que isso não é verdade. - adverti, sério.

- Eu sei. - respondeu, balançando a cabeça com um sorriso fraco no rosto. - É só que...eu não consigo evitar, entende?

- Em que quarto colocaram você?

- De uma garota um ano mais velha que eu, mas ela também é caloura.

- Você não conhece ela?

- Não, aparentemente nossos horários são todos trocados. - respondeu, mais calma. - E quando eu fui deixar minhas malas no quarto ela ainda não estava lá.

Observei-a atentamente. Ver a Mione daquele jeito, tão frágil... Era surreal. Ela que sempre fora tão forte e sempre estivera forte na minha frente. Era terrível sentir-se impotente.

- De qualquer modo, ela estava sozinha no quarto, porque a colega de quarto dela acabou de ser transferida para a Academia da França, os pais dela vão se mudar pra lá, algo assim... - murmurou, distante. - De qualquer jeito, espero que eu consiga fazer dar certo dessa vez.

- Você sabe que não é obrigada a fazer dar certo, não sabe? - perguntei, temeroso.

Mione assentiu.

- Não mude seu jeito de ser, Mi. - pedi, olhando-a nos olhos. - Você é maravilhosa do jeito que é.

Ela sorriu de leve.

- Onde você estava? - perguntou, após algum tempo.

- Em Hogwarts. - respondi, em um tom meio envergonhado.

- Você é louco, sabe disso, não sabe? - brincou ela, um pouco mais feliz.

- Louco por ela. - respondi, um pouco mais distante, pensando em uma certa ruivinha sardenta que me fazia perder a cabeça.

Aquela era a melhor noite que eu tivera em muito tempo. Deitei um dos braços para trás da cabeça e abracei Mione com o outro, aconchegando-a na cama também.

- Eu sinto muito a falta dele, Draco. - murmurou Mione, com a cabeça recostada em meu peito. - Chega até a doer. Quando é que isso vai passar?

- Sinto muito, Gênio, mas acho que não vai passar até você colocar as mãos nele de novo. - sorri, compreenssivo. - Literalmente. - acrescentei, malicioso.

- DRACO! - exclamou, extremamente vermelha.

Eu só ri, observando um ponto qualquer no teto.

- Eu sou Gênio agora, é? - perguntou, erguendo uma sombrancelha.

- Taturana não combina mais com você. - respondi, mostrando a língua, brincalhão.

Mione torceu o nariz, desgostosa.

- Que seja. - deu de ombros. - Qualquer coisa é melhor que Taturana.