Segredos de um Malfoy Apaixonado

Observações: Contém lemon (cenas inapropriadas para menores de 18 anos), portanto, crianças, é de extrema responsabilidade de vocês esperem o papai e a mamãe irem pra cama antes de começarem a ler, para que depois eu não receba reclamações de pais desinformados falando que eu não avisei.

Observações 2: Capítulo sem betagem, me desculpem pelos erros.

Cap 8: Por você

-Harry...

-Já terminei essa parte, Mione.

-Está esperando o que para começar a próxima, então? – conte com Hermione para explorar os amigos e ela não decepciona.

-Sim senhora. – e como dizer não para aquela expressão de mãe que só quer o bem de seus filhos? Fui até as prateleiras do fundo para deixar os livros que já tinham sido usados e voltei com mais três livros para a próxima parte.

Aquele trabalho estava me saindo muito bom como uma terapia de esquecimento, mas foi só eu me sentar a mesa para as coisas começarem a dar errado. Nem cheguei a abrir o primeiro livro e vi Malfoy entrando na biblioteca.

Nossos olhos se encontraram e eu fiquei preso àqueles orbes claros por um breve momento, antes de levar um discreto pontapé na canela, gentileza de Hermione, que sorriu e disse num tom extremamente baixo 'você está se distraindo'. Balancei a cabeça em sinal de entendimento mas não deixei de acompanhar os passos dele.

Sabia que minha concentração havia ido para o espaço e que não tinha terapia que a fizesse voltar. Mas mesmo assim eu me esforcei para não deixar minha amiga perceber o que estava acontecendo.

Malfoy foi até as prateleiras do lado oposto ao que eu estava e saiu com um livro em mãos. Passou na mesa da Madame Pince e registrou a saída do livro, me olhando durante todo o processo sem discrição. Não ouviu uma palavra que a bibliotecária falou antes de pegar o livro e sair. Peguei o primeiro livro que vi em cima da mesa e abri em uma página qualquer.

Ainda estava meio incerto sobre o pedido que ele me fez, e foi justamente o fato de realmente parecer um pedido que me deixou em dúvida. As outras vezes em que ele queria se encontrar comigo, ele fazia questão de deixar explícita a 'ordem' em cada uma de suas poucas palavras, dessa vez ele foi mais cauteloso.

Eu sabia que estava sendo muito imparcial com ele. Ele me contou tudo que fez e eu, de alguma forma, distorci suas explicações, seus motivos. Estava claro pra mim que ele fez tudo isso para que eu prestasse mais atenção nele. No verdadeiro Draco Malfoy.

Não me culpem pelo meu comportamento estúpido, idiota e nada grifinório, eu não me fiz de vítima da situação e nem poderia. Olhem as coisas do ponto de vista que eu via naquele momento. Eu estava contando para ele exatamente o que me levou a me apaixonar, todas as coisas que eu pude observar e que me impressionaram em seu comportamento. Estava completamente vulnerável ali e o que eu recebi? Uma narração de todos os meus atos do ponto de vista dele.

Depois de pensar e repensar sobre o assunto, eu percebi que ele não quis realmente me fazer de bobo, mas ele o fez mesmo assim. Não foi intencional, mas ele conseguiu me fazer de idiota cego e apaixonado e o único culpado fui eu mesmo e não ele.

É uma atitude sonserina, eu sei, mas no fundo foi muito mais fácil culpar ele por todos os meus erros na vã tentativa de não me machucar. Mas agora que eu sei claramente o que aconteceu, talvez não seja uma má idéia me juntar a ele mais tarde.

-Harry… - Hermione me tirou de meus devaneios com um nada elegante beliscão no braço – Você quer, por favor, parar com isso e prestar atenção no que você está fazendo?

-Eu estou fazendo o trabalho Hermione.

-Faz quase meia hora que você não sai dessa página e mantém os olhos parados em um único ponto. O que de tão interessante você achou aí? – ela pegou meu livro e começou a ler a parte onde eu estava, para em seguida franzir as sobrancelhas e olhar a capa do mesmo – Harry, querido. Esse livro pertence à minha parte da pesquisa. – ela disse no seu tom mais gentil – o que está acontecendo com você?

-Desculpa. Eu me distraí aqui. Nem vi que livro eu estava lendo, quer dizer, eu nem estava lendo. Desculpa mesmo, não estou mais no clima para isso.

-Foi o Malfoy não foi? Você conversou com ele?

-Eu conversei sim. Mas eu não sei se quero falar sobre isso agora. – falei quase ríspido e ela apenas me sorriu.

-Harry? – ela falou naquele tom que me fazia revelar meus segredos mais impróprios para o horário. Não que eu fosse fazer isso, claro.

-Eu sou um idiota, não sou? Eu ainda não acredito no que aconteceu ontem.

-Foi por isso que você não foi nas aulas? Você estava chateado?

-Na verdade a conversa rendeu mais do que eu planejei, depois eu não tive ânimo para ouvir mais umas broncas.

Contei a ela tudo o que havia acontecido e ela me ouviu com interesse. Olhou-me atravessado em alguns pontos, mas nunca me interrompeu. Ela gosta de falar, e foi exatamente o que ela fez quando eu acabei, e eu tive que ouvir tudo.

-Eu não acho que você foi um idiota completo, apenas um pouco irracional, mas não se culpe tanto. Sabe, você estava certo quando disse que, de uma maneira ou de outra, você estava sendo enganado, e você não tinha como analisar todas aquelas informações de uma vez só.

Hermione sabia o que estava falando, e o que eu sempre admirei nela é a capacidade de aconselhar, de te fazer ver que você está errado de uma maneira sutil. Ela sabe a maneira certa de te dar todas as broncas e ainda te fazer acreditar que as coisas ainda podem ser resolvidas. No fim foi o que ela fez.

-Você vai sim se encontrar com ele, ouvir o que ele quer falar e depois dizer a ele exatamente o que você disse pra mim. – olhei para ela meio aborrecido, questionando o que ela dizia – Insegurança Harry, esse é o seu problema.

-Não, não é. – eu disse, em um tom mais alto, o que fez Madame Pince nos olhar atravessado e dizer que da próxima nós teríamos que deixar a biblioteca, eu não esperei um segundo aviso.

Hermione veio atrás de mim, dizendo que eu estava fugindo da questão, mas eu não liguei. Ela me escoltou durante todo o caminho, não deixando de falar um instante do quanto esse ato era a prova de minha insegurança, mas só parou de verdade quando entramos no dormitório e encontramos Ron sentado na minha cama com um pedaço de pergaminho na mão.

-Hãn... Harry? Eu achei esse pergaminho no chão e... – ele torcia as mãos em seu colo, amassando o pergaminho no processo – Harry, porque diabos Draco Malfoy quer se encontrar com você e quando foi que surgiu essa 'intimidade' toda?

Porque as coisas aconteciam sempre quando menos eram esperadas ou quando simplesmente não podiam acontecer? E porque eu estava com vontade de simplesmente ignorar Ron e sair correndo dali?

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Hermione estava com o pergaminho na mão e olhava de mim para Ron, pensativa. Eu a olhei com um pouco de expectativa, como esperando que ela resolvesse todos os meus problemas por mim, e ela me jogou o pergaminho antes de falar.

-Acho que depois desse convite tão bem estruturado, você não tem porque evitar resolver as coisas entre vocês.

-'As coisas entre vocês'? E que merda isso significa?

A vontade de dar meia volta e sair ainda não estava completamente descartada, mas eu podia me aproveitar que Ron ainda estava calmo e explicar as coisas. Talvez seria melhor do que se ele descobrir de alguma outra forma. Isso se ele ainda não desconfiar de alguma coisa.

-Ahn, Ron... Eu não sei como eu vou te contar isso, mas... – qual era a dificuldade de virar para seu melhor amigo e dizer que você era gay e que estava saindo com Draco Malfoy? Nenhuma, certo? – olha, cara, Draco e eu estamos... Hm... Bem...

-Ron, o que Harry está tentando dizer é que ele e Draco Malfoy estão... Eh... Eles estão, hm... – quando Hermione começou a falar eu fiquei até agradecido, mas agora... Ela parece estar tendo as mesmas dificuldades que eu.

-Hei, vocês dois estão me deixando confusos. Não precisa de toda essa encenação para me contar que Harry está saindo com Malfoy. – nem preciso dizer que eu e Mione entramos em estado de choque – Tudo bem, foi uma brincadeira... Não precisam fazer essas caras. Foi só pra descontrair... Harry, foi mal, cara, mas eu não pude me conter. Mas agora vocês podem contar o que queriam?

Olhei de relance para Hermione pedindo sua ajuda, mas ela ainda estava petrificada. Ron ainda esperava uma resposta, mas olhando nossas reações não foi difícil chegar a uma conclusão, e Ron parecia estar no caminho certo.

-Não é verdade, é Harry? – nesse momento eu já estava traçando uma possível rota de fuga caso fosse necessário – Me diz que isso não é verdade. Harry...

-A verdade, Ron, é que eu estou saindo com Draco.

-Não diga uma coisa dessas, Harry, as pessoas vão interpretar mal. E você não precisa ficar assim tão 'íntimo' só para tentar saber o que Malfoy anda aprontando. Pega leve porque as pessoas vão começar a falar.

Parei por um minuto e respirei fundo uma, duas, três vezes, pensando na melhor forma de fazer meu amigo entender o que eu estava querendo dizer.

-Eu não acho que vou precisar explicar o significado da expressão 'saindo com Draco' porque você não é tão burro assim, e eu estou começando a não me importar com o que as pessoas vão pensar, e meus amigos estão incluídos nisso.

Enquanto Ron se recuperava e absorvia minhas palavras, Hermione me deu um sorriso confiante, um sinal positivo e, silenciosamente, pediu que eu saísse.

Peguei a capa da invisibilidade e fiquei vagando sem rumo pelo castelo, desviando de alguns atrasados que passavam correndo com medo de serem pegos por Filch. Não havia me dado conta do meu caminho até sentir um vento frio contra meu rosto.

Da entrada do castelo não se podia ver muita coisa da floresta, mas eu sabia que não conseguiria conter meus impulsos. Pouco tempo depois eu já estava me embrenhando por entre as árvores, procurando aquele lugar que eu evitei com todas as minhas forças e atento a qualquer barulho que pudesse me dizer alguma coisa.

Não precisei ir muito longe para que o som de uma melodia triste, diferente das que eu estava acostumado, invadisse meus ouvidos e entorpecesse meus sentidos. Era bonita, mas trazia algo tão doloroso em suas notas que as lágrimas eram involuntárias e desciam sem pedir permissão.

Segui a melodia a procura de Draco e, sem surpresa, o encontrei sentado na mesma raiz da árvore que já fazia parte da nossa história antes mesmo de eu saber. Ele parecia inabalável, sério, tranqüilo, e o único sinal, a única coisa que mostrava seus reais sentimentos, era a melodia, que deixava transparecer toda sua melancolia através dos olhos azuis.

Aproximei-me distraidamente, atraído pelo seu olhar meio perdido, e me recostei em uma árvore a sua frente, completamente vidrado pela beleza daquela cena.

Percebendo minha movimentação, seus olhos se levantaram e se encontraram com os meus, brilhando de maneira rara e bela, fazendo meu coração falhar uma batida. Ele tornou a olhar para baixo, largando as cordas do violão e fazendo aquela sensação fria já tão conhecida, tomar todo meu corpo.

-Por favor, não pare – pedi de maneira simples, o que o fez me olhar com uma esperança quase palpável e um sorriso discreto delineando seu rosto.

Pegou o instrumento e o ajeitou melhor em suas pernas enquanto eu me sentava bem a sua frente, ansioso por um momento que eu esperava secretamente já há algum tempo e admirado com toda a dedicação que ele tinha com aquele ritual, antes de começar a tocar.

Mais uma vez as lágrimas foram involuntárias e trouxeram surpresa aos olhos que me observavam atentamente.

O som ia chegando aos poucos e ia embora rapidamente. Eu já não escutava mais nada, apenas observava as feições de Draco.

Sua maneira de morder a língua em um ato de concentração ou o franzir das sobrancelhas quando começava a se perder. Quando vira o pescoço de um lado para o outro, movimentando os músculos, e os olhares atravessados que me da quando faço algo que tira sua atenção, como lhe sorrir carinhosamente.

Depois de vários minutos nessa apreciação muda, meus sentidos foram retornando pouco a pouco e fazendo com que eu voltasse a ouvir a melodia. Ele também parecia bastante distraído, como se estivesse tocando no modo automático.

Aproveitando de sua desatenção, me levantei lentamente e caminhei até ele, me sentando ao seu lado na árvore e o observando de perto. Quando ele finalmente se deu conta da minha presença, levei minhas mãos até as suas sob o violão e as segurei entre as minhas, fazendo com que ele parasse de tocar e me encarasse nos olhos.

-Eu achei que você não ia vir – ele falou primeiro, me dando coragem para começar a falar tudo que eu estava pensando enquanto ele tocava.

-E eu não ia – sorri de lado, sendo imitado por ele – Na verdade eu não faço a mínima idéia do que estou fazendo aqui, mas é que eu tive uma briga com Ron e saí do dormitório, quando dei por mim, minha mente havia me trazido sem que eu percebesse.

-Brigou com Weasley?

-Sim, eu briguei. E foi sua culpa se quer saber – ele me olhou com divertimento e ergueu as sobrancelhas numa dúvida muda – Ele leu o bilhete que você me mandou ontem. Você não poderia ter sido menos evidente naquele bilhete e ter escrito qualquer outra coisa que não desse a clara impressão de que você precisava me ver desesperadamente?

-Não, eu não poderia. Porque aí eu estaria mentindo e eu odeio mentiras.

Acho que perder completamente a noção de como se fala foi a mais insignificante das coisas que me aconteceram naquele momento. Fiquei paralisado por um bom tempo pensando se ele havia dito o que eu pensava que ele havia dito e se significava o que eu achava que significava, enquanto ele me olhava com um sorriso aberto brincando em sua face.

-Hmm... Eu... Bem, é que... – deu pra perceber que eu perdi completamente o dom da fala, se é que algum dia o possuí.

-Eu acho que você gostaria de escutar algumas boas explicações, não é mesmo? – ele perguntou inocente, tentando me ajudar com as palavras que não queriam sair.

-Isso. Eu acho que podemos começar por aí, sim.

-Olha, Harry. Eu não quero que você me entenda mal, que você pense que eu estava querendo brincar com você esse tempo todo, porque isso não é a verdade. Eu fiquei sim te observando durante alguns dias, causei várias situações para que você pudesse prestar mais atenção em mim, para que você não me ignorasse e tomasse a iniciativa de falar comigo. – ele dava intervalos de tempos em tempos para respirar profundamente e pensar mais um pouco no que dizer.

-Eu quis que você me visse tocando, para que você mudasse suas opiniões sobre mim, para que você tivesse vontade de me conhecer melhor e parasse de me classificar como o filhinho de papai mimado que você achava que eu era, ou ainda acha que eu sou, não tenho certeza. – lhe sorri afirmativamente, achando graça em suas palavras e em como ele sorria de lado.

-Mas o que eu queria de verdade era mostrar para você como eu me sinto. A maneira como você mexe com alguma coisa em mim que eu não faço a mínima idéia do que seja, mas que eu não consigo, e nem quero, ignorar. Porque pela primeira vez na vida, eu sinto que alguma coisa está faltando, e eu estou quase certo que é você. – lhe sorri ternamente ante a escolha das palavras, percebendo o quão embaraçoso era para ele dizer tudo aquilo na minha frente.

-Eu errei, Harry! E eu não falei tudo isso para provar o contrário e muito menos para justificar meus erros. Só estou te mostrando meus motivos e querendo que você acredite neles.

-Eu... Eu não... Malfoy, eu...

-Eu não esperava menos de você, Harry – frisou meu nome, sorrindo – E apenas Draco é o suficiente.

Eu sorri, sincera e genuinamente, fazendo Draco suspirar.

-Sem problema, mas eu acho que você não deveria abandonar completamente o 'Potter' – sussurrei o sobrenome de maneira arrastada e sexy, numa bela imitação de Draco, fazendo o loiro gargalhar abertamente.

-Nunca, 'Potter' – ele disse, se aproximando de mim e encostando nossas testas, me fazendo fechar os olhos de antecipação e suspirar quando nossos lábios se encontraram, mas o olhar confuso logo depois quando aquele beijo que eu esperava não aconteceu.

Aquilo fez Draco sorrir ainda mais, com uma expressão adorável. Mas o desejo voltou rapidamente quando minha confusão deu lugar a uma expressão maliciosa, que fez seus olhos azuis escurecerem e seus lábios vermelhos ficarem cada vez mais tentadores.

Não me segurei ante aquela visão e circundei sua cintura com um dos braços, segurando seus cabelos com a outra mão, os puxando levemente apenas para sentir toda sua entrega ao momento. Encostei de novo nossos lábios, dessa vez vendo toda minha antecipação de momentos antes estampados em sua face, mas não lhe neguei aquilo que nós dois queríamos.

Nossos corações batiam em sincronia, na trilha sonora perfeita para nossos lábios e línguas que encenavam uma dança sensual em meio aos gemidos que saíam de nossas bocas.

Desci minha mão um pouco por seus pescoço e acariciei os últimos fiozinhos de sua nuca, afastando nossos lábios e começando uma exploração deliciosa por toda a extensão de seu pescoço, fazendo com que seus gemidos aumentassem de intensidade e com que um arrepio subisse por toda sua pele.

Marquei cada pedaço de carne exposta naquela região e terminei com uma mordida que quase não foi sentida, mas que foi protestada com outra, em maior intensidade, no meu ombro.

-Harry – o ouvi dizer meu nome de maneira sensual, passeando a ponta de seus dedos pelas minhas costas em uma carícia suave.

-Hn – respondi seu chamado de maneira automática, quase não prestando atenção em suas palavras.

-Eu quero você – aquilo foi tudo que consegui ouvir antes de me separar dele e olhar dentro de seus olhos, que ofuscavam minha visão e me tiravam os sentidos.

Ele se arrastou mais um pouco e acariciou meu rosto ternamente, me abraçando apertado enquanto sussurrava em meu ouvido – Você não me quer? – perguntou baixo, mordendo o lóbulo da minha orelha em seguida.

Saí de meu torpor para o puxar mais contra meu corpo, o apertando contra mim e o beijando o mais intensamente que eu pude, mostrando naquele beijo tudo aquilo que eu queria, tudo o que eu sentia.

-Eu quero, Draco – eu disse meio desconcertado devido ao beijo – Eu quero você mais que tudo. Mas...

Ele me interrompeu com outro beijo de tirar o fôlego me olhando maliciosamente quando nos desgrudamos.

-Mas nada, Potter. Não queira bancar o grifinório chato e certinho, coisa que você não é, com algo que nós dois queremos. – sorri entorpecido com suas palavras e me deixei levar pelo momento, sabendo que mesmo que eu não quisesse, eu não conseguiria resistir ao loiro.

-Tudo bem, não está mais aqui quem falou. Eu só acho que aqui não é o lumpfppdm – ele me calou com mais um beijo, que poderia me tirar a sanidade, e se levantou, me puxando pela mão logo em seguida.

-Vem, vamos para outro lugar. Eu também não quero correr esse risco – pegou o violão, murmurando o feitiço para encolhê-lo, e guardando-o na mochila, para pegar minha mão e me conduzir para a trilha já conhecida até o castelo.

O caminho foi um pouco embaraçoso porque ele não soltou minha mão um minuto, nem mesmo sei se ouviu meus protestos quando tentei lhe avisar sobre os quadros, que já começavam a cochichar sobre a cena, ele continuou fazendo o caminho como se não houvesse mais ninguém, apenas nós dois.

Paramos em frente à Sala Precisa, onde ele me deu um sorrisinho cínico e comentou, chegando mais perto – Pelo menos para certas coisas você é útil, Potter. – e me guiou para dentro da sala.

Meu rosto se cobriu de um vermelho intenso quando olhei para a enorme cama de dossel no centro da grande sala e isso só fez Draco soltar uma gargalhada para logo depois me abraçar por trás, começando uma trilha de beijos pelos meus ombros e terminando com alguns sussurros inaudíveis ao pé do ouvido, que me faziam estremecer e apertar os olhos, respirando profundamente.

-Calma Harry, nós ainda nem começamos. – falou, me virando de frente e começando a desabotoar os botões da minha camisa, ao que eu não protestei. Só o que pude fazer foi trazer sua boca para mais um beijo, que eu já estava com saudades.

Agarrei-me em seu pescoço e o puxei para mais perto, dificultando seu trabalho. Ele parou por um instante para pegar a varinha em suas vestes e murmurar um pequeno feitiço, que livrou a nós dois de nossas camisas, para logo em seguida grudar nossas bocas novamente.

Não era um beijo doce, contudo também não era rude. Era urgente e exigia muito mais do momento, mas nada que nós não estivéssemos dispostos a dar. Ele sabia o que estava fazendo, o que estava pedindo, e eu, de maneira nenhuma, poderia ignorar esse pedido.

Quando o beijo parou e nós nos encaramos, a expressão entregue dele, tão perdido nas sensações, explodiu em mim uma vontade de tê-lo sempre ali, em meus braços. Mas era um sentimento novo, um gosto maravilhoso de descoberta, a maneira surpreendente de se descobrir apaixonado, de amar uma pessoa mais que a própria vida, e ver esse sentimento refletido de maneira cristalina nos olhos dessa pessoa.

Acariciei seu rosto ternamente antes de inverter as posições, prensando seu corpo contra o colchão e escutando um gemido satisfeito. As coisas nunca me pareceram tão certas como naquele momento.

Pressionei seu quadril ao meu e ele arqueou as costas, jogando a cabeça para trás e me dando livre acesso ao seu pescoço, que eu ataquei sem restrições com beijos, mordidas e um carinho mais leve, o fazendo suspirar e grudar ainda mais nossos corpos, com o apoio de suas pernas, me deixando preso a ele.

Desci com os beijos por todo seu corpo, parando em pontos estratégicos como um de seus mamilos e seu umbigo, escutando gemidos entrecortados nesse último como sinal de que ele não duraria muito se eu continuasse com aquela tortura, mas eu pouco me importei com esse detalhe, apenas desci mais um pouco, chegando onde ele mais queria.

Seus suspiros e gemidos contidos, me diziam que ele estava gostando, mas eu queria que ele perdesse o controle, que ele gritasse, que ele enlouquecesse de prazer. Parei com meus movimentos, escutando um pequeno protesto em forma de grunhido, e busquei em seus olhos a resposta que precisava para seguir em frente.

Ele pegou uma de minhas mãos e me puxou para perto, levando dois dedos meus à sua boca e os envolvendo com sua língua, com movimentos circulares, umedecendo cada pedaço.

Preparei seu corpo para a invasão e, quando encontrei o lugarzinho mágico dentro dele, escutei o primeiro grito abafado, que enviou ondas de prazer ao meu próprio corpo apenas de observar suas reações. O toquei naquele mesmo ponto vezes sem conta, fazendo seus gritos chegarem em forma de melodia aos meus ouvidos.

Quando ele já estava pronto, segurou minha mão e se afastou, me dando um sorriso torto, provocante, que me excitou mais, e me empurrou de costas na cama.

Observei, extasiado, o momento em que Draco sentou em meus quadris e começou a massagear meu membro lentamente com as duas mãos, parecendo uma criança com seu brinquedo favorito. Lindo!

Mas alguns minutos naquela lenta tortura e meu corpo já não agüentava mais. Pousei minha mão sobre as suas e apertei os dentes, não conseguindo pronunciar nenhuma palavra inteira, apenas grunhidos desconexos, que ele entendeu com um sorriso e apoiou uma das mãos novamente em meu peito, me mantendo deitado.

Ele saiu de cima de mim por breves segundos, apenas tempo de se posicionar de maneira correta e, logo já estava sentado novamente, cobrindo completamente meu membro inchado.

Apertou os dentes por conta da dor e eu me levantei, apertando seu corpo ao meu e beijando seus lábios. Ele se agarrou a mim, puxou os fios de cabelo no meu pescoço e aprofundou o beijo, sua língua dançando com a minha, incitando, me levando à insanidade. Nos afastamos apenas quando o ar faltou, ambos ofegantes, ainda colados um ao outro.

Começou a se movimentar, num ritmo moderado, apenas sentindo o que estava acontecendo e me deixando sentir também. Era melhor que voar, era melhor que qualquer outra coisa, era como pertencer a alguém. E eu pertencia a Draco.

O movimento foi se tornando mais forte, mais rápido, os lábios finos desceram pelo meu pescoço, beijando, mordendo, marcando cada pedaço de pele exposta e as unhas se afincaram em minhas costas para depois as mãos puxarem meus cabelos. E, quando as investidas começaram a atingi-lo bem onde ele queria, ele já não tinha mais forças para se movimentar.

Segurei em suas costas e o apoiei no colchão, abrindo suas pernas e as colocando em volta da minha cintura, em nenhum momento saindo de dentro dele. Ele soltava suspiros, gemidos e palavras soltas, falando meu nome uma vez ou outra e apertando os olhos. Era uma visão deslumbrante.

Recomecei os movimentos, vendo-o tentar acompanhar e depois desistir, arqueando as costas e gemendo meu nome agora sem parar.

Agarrei seu membro e comecei a bombeá-lo na mesma velocidade das minhas investidas, levando a outra mão até seu rosto e o acariciando, fazendo-o abrir os olhos e me encarar com aquela expressão perdida em sensações.

'Draco...' Eu consegui pronunciar, na mesma situação que ele, sentindo o fim se aproximando.

Com uma estocada mais firme, ouvi seu grito estrangulado e senti sua semente sendo jorrada entre nossos corpos enquanto me perdia naquele momento. Era como se jogar de um precipício... Para cair em mar aberto. Tudo a nossa volta simplesmente desapareceu, eu não enxergava, não escutava, havia perdido todos os sentidos e o mundo se resumia a Draco e eu. Àquele momento.

Deixei que meu corpo caísse sobre o dele, exausto, respiração pesada, completamente alheio a tudo.

Meus sentidos voltaram com força total no momento em que senti seus braços ao redor de minha cintura, me apertando para em seguida acariciar meus cabelos e puxar minha boca para um beijo lento, doce, que eu retribui com prazer, apoiando minhas mãos em cada lado de seu rosto.

'Eu te amo, Harry.' Ele disse, apenas para fazer o tempo congelar e meus sentidos me abandonarem mais uma vez. E, quando eu fiz menção de retrucar, de questionar, de perguntar se realmente havia escutado o que escutei, ele apenas pousou um dedo em meus lábios e me empurrou no colchão, deitando a cabeça em meu peito e fechando os olhos, ronronando com o cafuné que eu lhe fazia. Havia adormecido.

'Eu também amo você, Draco. Amo mesmo.' Eu disse, sorrindo, beijando o topo de sua cabeça e o seguindo em seu sono, sabendo que noite nenhuma se compararia àquela.

Notas da Bibis: Alguém ainda lembra dessa fic? Pois é, eu sei... Eu sei que demorei séculos para atualizar isso aqui, mas nesses... hmmm... Seis meses que eu fiquei sem atualizar, foram acontecendo coisas atrás de coisas relacionadas ao meu estudo e ao meu estágio, larguei tudo para uma mudança radical, e tudo isso combinado com uma falta de inspiração prolongada... Acho que não preciso falar mais nada... Mas agora já está tudo resolvido, Bibis não é mais mineirinha de Belo Horizonte, agora ela é moradora de Copacabana... Sim... Rio de Janeiro... E, quem sabe, agora termine em paz a faculdade... Muito obrigada a quem aguardou o capítulo, a quem cobrou também (Sanae, Juliana Guerreiro, Nanda Weasley Malfoy e Karin)... essa cap saiu graças a vocês), a quem ameaçou de morte (Bel, sua louca), e espero que tenham gostado do lemon...

E respondendo às maravilhosas reviews que recebi no último capítulo:

Carolzita Malfoy: Você sempre me deixa nas nuvens com seus reviews, mesmo os 'não criativos' rsrsrs... Não se preocupe com isso. Beijos.

DWO3: Harry é apenas um pouco impulsivo, mas não deixa de ser um tapado. Mas melhora um pouco nesse capítulo. Beijos.

Ge Black: Caramba, eu amo seus review a quinta potência. E como você mesma disse, ele pode ter todas as qualidades grifinorianas, mas continua sendo 'burro como uma porta'. E o Draco te perdoa. E como vê, o capítulo 9 está no ar antes do 'fim da raça humana', apenas com um pouco de atraso. Beijos.

Jake Halliwell Riddle: Contratempos à parte, tudo já foi resolvido e eles estão as boas de novo. Espero que tenha gostado desse capítulo mais que demorado e obrigada pela review. Beijos

Felton Blacktorn: Momento 'ninguém diz Potter como o Malfoy' desse capítulo em sua homenagem. E esqueça essas idéias homicidas, matar o Grifo em pleno andamento da fic não seria muito útil, aguarde apenas mais um capítulo. Beijos.

Sanae-chan: Já estava com saudades de suas reviews tão animadoras. E não se preocupe, eu sei perfeitamente bem como a falta de tempo é uma coisa chata, mas útil em nossas vidas. Vê-se perfeitamente pela demora desse capítulo, rsrsrs. Beijos, lindinha!

Nanda Weasley Malfoy: Bem, como eu posso me desculpar pelo atraso? Eu não desisti da fic, e nem poderia com tantos reviews maravilhosos que estou recebendo, mas tempo é realmente um problema a parte em nossas vidas. Espero que não tenha desistido de esperar e que tenha gostado do capítulo. Beijos.

Juliana Guerreiro: A CAMPANHA FAÇA UMA AUTORA FELIZ deu resultado e eu escrevi metade do capítulo sem parar depois que recebi seu review, mas aí o tempo começou a faltar e a inspiração foi embora junto. Mas valeu, adorei seu comentário e espero que a demora tenha valido a pena. Beijos.

Beijos a todos

E até a próxima (sem promessas).