Capítulo 01 – O Reencontro.

Elise estava indo para uma batida, junto com um grupo de aurores, mas no caminho lembrou que havia esquecido uns relatórios importantes em cima da mesa. Pediu para Tonks ir indo na frente e voltou para pegar os papéis. Quando estava passando pelos corredores do Quartel General de Aurores, trombou com alguma coisa sólida.

— Cuidado! Olha por onde and... AHHHHHHHH! – Elise interrompeu a advertência com um grito ao ver com quem trombara.

Ao reconhecer a mulher que estava sentada no chão um sentimento de ódio se apoderou do seu corpo e ao ver a felicidade da mulher ao encontrá-la, sentiu enganada por anos. Quando a mulher se aproximou dela na intenção de abraçá-la ela a repeliu com brusquidão.

— Quem você pensa que é para chegar aqui e ir me abraçando? – falou Elise cega de raiva e ódio

A mulher parou e ficou olhando Elise paralisada pela sua atitude

— Eu não te dei esse tipo de liberdade, srta McCormarck! – continuou Elise.

— Lis? Você nunca me chamou de srta McCormarck. – falou a mulher

— Lis? – pergunta Elise possessa - Você não tem a permissão para me chamar assim.

— O que está acontecendo com você? – perguntou a mulher confusa.

— Para você eu sou a srta Beauregarth. – respondeu Elise. - O que está acontecendo comigo? Nada!

— Você nunca me tratou assim. – falou a mulher.

— Porque você nunca mereceu! – disse Elise. - Não fui eu que arrumei as minhas coisas, fui embora e deixei de dar noticias por 14 anos.

— Ah. – exclamou a mulher entendendo a reação da outra.

— E você ainda tem a cara-de-pau de aparecer 14 anos depois E ME CHAMAR DE LIS? – Elise se alterou.

— Você não tem noção do que fez? – continuou ela – Dos males que causou?

— Você está enganada Elise. – respondeu a mulher. - Evitei muitos males quando fui embora.

— Sério? – perguntou Elise sarcástica. - Como você sabe? Você não estava aqui para presenciar!

— Você estava em algum lugar se divertindo, enquanto todos pensavam que você tinha sido seqüestrada, tortura ou morta! – o ódio estava presente na voz de Elise.

— Divertindo? Você não tem noção do que está dizendo. – indignou-se a mulher - O que eu poderia esperar de uma filhinha de papai mimada? – falou ela se irritando. - Compreensão? Não!

— Mimada, eu? – pergunta Elise indignada.

— Você não é capaz de compreender.- falou a mulher – Sim, você!

— Não era eu que compreendia os seus problemas? Não era eu que te consolava? Não era eu que te ajudava? – perguntou Elise irritada. – E como você retribuiu isso? Indo embora e não dando noticias!

— Olha. Não vim aqui para ser agredida por você. Vim encontrar um amigo. Agora se me der licença...- falou a mulher

— LICENÇA? – perguntou Elise aos berros.

— É, LICENÇA!!!! – grita a mulher

— Lis, sai da minha frente! – mandou a mulher. - Estou sem paciência!

— VOCÊ ACHA QUE PODE ME ABANDONAR, NÃO DAR NOTÍCIAS E AINDA EXIGIR QUE EU TE DÊ LICENÇA? – perguntou Elise totalmente descontrolada. - E NÃO ME CHAMA DE LIS!

— E EU NÃO ME IMPORTO NEM UM POUCO COM A SUA PACIÊNCIA! – Elise continuou berrando. - VOCÊ NÃO É MAIS A RAVENAH QUE EU CONHEÇO!A RAVENAH QUE EU CONHEÇO, QUE ERA A MINHA MELHOR AMIGA, NUNCA ME ABANDONARIA E ME DEIXARIA SEM RESPOSTAS!

— A Ravenah que você conheceu morreu há quinze anos. – disse Ravenah. - Sou uma nova pessoa.

— SIM! E SE EU SOUBESSE QUE ELA VIRARIA ESSA PESSOA TERIA MORRIDO JUNTO COM ELA!

— Não me force a tirá-la do caminho. – disse Ravenah tirando a varinha.

— E o que você vai fazer? Me azarar? - disse Elise tirando a varinha da bolsa

— Se for necessário, sim. – respondeu Ravenah.

A última coisa que elas ouviram foi:

— Estupore!

E tudo ficou escuro.

Acordaram em um quarto branco e iluminado cheio de camas, que elas não conheciam.

Logo uma senhora de meia idade chegou com um copo cheio com um líquido fumegante e as obrigou a tomar. A poção tinha um gosto horrível, mas elas tomaram sob o olhar severo da enfermeira, que diz:

— O diretor estará aqui daqui a pouco!

— Não se levante, garota! Você ficou muito tempo desacordada, deve repousar. – A enfermeira disse para Elise que já estava se sentando na cama. Depois da bronca ela se deitou e aproveitou para perguntar:

— Onde eu estou?

— Na enfermaria de Hogwarts.- respondeu a enfermeira. – Vocês estavam desacordadas por isso o diretor as trouxe para cá.

Depois que a enfermeira disse isso, ela lembrou–se de tudo. E imediatamente olhou para a cama ao lado, que estava ocupada por uma mulher, que ela considerou sua melhor amiga por muitos anos. Quando seus olhares se encontraram Elise pôde ver a tristeza e ressentimento nos olhos da outra.

— Não queria que nada disso estivesse acontecido! Apesar de ter me afastado de tudo e de todos, você sempre foi e sempre será minha amiga. – disse Ravenah

— Você poderia ter me avisado! Eu era a sua melhor amiga! – disse Elise

— Você é a minha única amiga! – rebateu Ravenah

— Amiga? – perguntou Elise. – Amigas não se abandonam!

— Eu sei. No princípio eu quis entrar em contato, mas não pude. – Tentou argumentar Ravenah

— Não pôde? – perguntou Elise. – Se você me considerava a sua melhor amiga, você deveria ter confiado!

— Não queria você envolvida em meus problemas. – respondeu Ravenah

— Pensei que a nossa amizade fosse superior a isso! – falou Elise

— E, é. – respondeu Ravenah.

— É para isso que servem os amigos! Para se apoiarem nas horas difíceis! – disse Elise já alterada.- Por mais difíceis que sejam nossos problemas, nos SEMPRE DEVEMOS CONTAR COM OS NOSSOS AMIGOS!

— Acalmem-se senhoras! - tentou Madame Pomfrey

— CALA A BOCA! E NÃO SE META AONDE NÃO É CHAMADA! – gritou Elise.

— Lis, acalme-se. Ela não tem nada a ver com nossos problemas! – falou Ravenah.

— Quem você pensa que é, para mandar eu me acalmar? – perguntou Elise ameaçadoramente. - Você perdeu a sua credibilidade comigo no dia em que foi embora!

— Oh, Lis. Tenha dó. – falou Ravenah indignada. - Não deixei ninguém para trás. Só estava tentando poupá-la.

— E não me chame de Lis! Você não tem mais esse direito! Agora eu sou Senhorita Beauregarth para você! – avisou Elise.

— Me poupar? – continuou Elise ironicamente.

— Como quiser srta Beauregarth. – falou Ravenah

— Me deixar pensando que você havia morrido? – Perguntou Elise. - NÃO DAR NENHUM SINAL DE VIDA DURANTE ANOS, ERA O MELHOR?

— Fui embora por um motivo gravíssimo e me mantive afastada para que você não corresse risco. – respondeu Ravenah

— Risco? – perguntou Elise.

— E manter distância foi a única solução.- completou Ravenah

— Solução? Deixar seus amigos pensando que você morreu era a melhor solução? - perguntou Elise.

— Eu daria minha vida de bom grado para salvar a sua! – falou Elise.

— Pensa que não sei disso? – respondeu Ravenah

— Sabe, mesmo? – perguntou Elise.

— Sim. Eu sei! – respondeu Ravenah

— Você não sabe o que eu sofri! – disse Elise. - Todo comensal que eu capturava, eu perguntava se ele sabia alguma coisa sobre você!

— Eu achava que você estava sendo prisioneira ou estava muito machucada! – falou Elise. - Por isso não mandava noticias!

— Mas não! – o tom de Elise era desesperado - Você não mandou noticias por que não quis!

— A vergonha que tomou conta de mim era o único ferimento que eu carregava. Me consumia como uma chaga incurável. – argumentou Ravenah

— Vergonha? Não sabia que você tinha vergonha de mim? – falou Elise.

— Sim, vergonha. – falou Ravenah.

— Não tenho vergonha de você. Sua tola. – afirmou Ravenah.

— Sim! Eu sou uma tola! – afirmou Elise. - Uma tola que acreditou que tinha uma melhor amiga

— Eu nunca deixei de ser sua melhor amiga! – afirmou Ravenah. - Você sempre esteve em meu coração.

— Ah, claro. – respondeu Elise ironicamente.

— Você me privou da felicidade de saber que você estava viva! – disse Elise.

— Foi para o seu próprio bem. – respondeu Ravenah

— Bem? – perguntou Elise sarcasticamente

— Lis, cale-se. O fato é que eu fui obrigada a fazer algo que não queria. – informou Ravenah

— Ah, sério? – perguntou Elise ironicamente

— Fui obrigada a me casar.- Ravenah falou e sua voz saiu quase um sussurro..

— Casar? – perguntou Elise confusa. - Obrigada?

— Sim. Obrigada. – respondeu Ravenah

— Com quem? – perguntou Elise curiosa. - Por quem?

— Porque você não me contou? – inquiriu Elise deixando a curiosidade de lado.

— Meu avô deu a minha mão em casamento ao filho de uma grande amiga. E eu não tive como me desvencilhar desse compromisso. – esclareceu Ravenah.

— Sei... – falou Elise ironicamente.

— Lis! Isso não importa agora. – cortou Ravenah.

— Claro que importa! – insistiu Elise.- Porque você não me contou?

— Porque ele é o que você mais abomina! – afirmou Ravenah. - Não contei porque minha família exigiu segredo. Só as famílias sabiam.

— Mas eu sou mais do que sua família! – disse Elise - Você nunca se deu bem com seus pais. E para quem você chorava as sua magoas, e reclamava das brigas que tinha em casa? Para a idiota da Lis aqui!

— Que mesmo sendo a pessoa mais próxima que você tem, não soube do seu casamento! – continuou Elise.

— A situação é mais complicada do que imagina. – falou Ravenah. – E você não é idiota.

— Complicada! Para mim nada quem vem de você é complicado. – informou Elise. Mas parou de falar quando sentiu uma pontada relativamente forte na cabeça, por isso fechou os olhos.

— Lis, você é o melhor que eu tenho nessa porcaria de vida. – disse Ravenah e ao ver Elise fechando os olhos se preocupou. — Lis, você está bem?

— Mesmo assim você me deixou de fora, Venah! – disse Elise com uma voz fraca, ainda de olhos fechados.

— Quer que eu chame aquela senhora? – perguntou Ravenah preocupada com o silêncio repentino da amiga.

Elise não respondeu. E quando Ravenah se aproximou e tentou tocá-la ela disse:

— Não chega perto de mim! – Ravenah ignorando as palavras da amiga continuou se aproximando.

— Ravenah! – disse em tom de aviso. - Não ouse me tocar!

— Lis... por favor... eu só quero ajudar. – tentou argumentar Ravenah preocupada

— Agora você se preocupa? – perguntou ela ironicamente. – E não me chame de Lis! Já falei! – disse Elise.

— Desculpe, é a força do hábito. – Justificou-se Ravenah

— Onde você estava quando eu quase morri e fiquei semanas no hospital? – perguntou Elise.

— Estava na Escócia quando você se feriu.- respondeu Ravenah - E, quando soube de seu acidente vim imediatamente para Londres, saber como você estava.

— Você veio me ver? – perguntou Elise surpresa

— Sim! – respondeu Ravenah alegremente

— Por que depois de casar você não voltou? – perguntou Elise

— Voltar? – perguntou Ravenah

— Sim! – respondeu Elise impacientemente - Voltar para os seus amigos, para a sua casa!

— Casa? Não tenho mais casa. Meu pai me deserdou. – informou Ravenah

— Deserdou? Por que? – quis saber Elise.

— Não quer me ver nem coberta de ouro.- Ravenah começou a explicar - Meu casamento não foi consumado.

— Você nunca se deu bem com seus pais, já era de se esperar que um dia vocês fossem brigar! - informou Elise.- Você não consumou? Que bom! Pelo menos o seu marido não a obrigou a consumar!

— "Meu marido" e eu fizemos um trato. Assinaríamos os papéis, mas cada um viveria sua própria vida. – disse Ravenah

— Vocês não moram juntos? – perguntou Elise

— Não. Nunca vivemos debaixo do mesmo teto. – informou Ravenah

— Que sorte, viu? – falou Elise. - Mas se você não ficou morando com seu marido e nem voltou para casa, onde esteve esse tempo todo? - Ravenah permaneceu em silêncio.

— Meus pais são comensais da morte! – informou ela

— O QUE!! – exclamou Elise surpresa. - Venah, você está brincando comigo, não está?

— Fui deserdada por não me tornar uma comensal da morte. – esclareceu Ravenah

— Que absurdo! – Disse Elise. - Seus pais te renegaram porque você não queria torturar, matar, dominar?

— Queria que tudo isso não passasse de brincadeira. – desabafou Ravenah. - Triste sina a minha, não é mesmo?

— Você não tem culpa dos pais que tem! – consolou Elise - Família não se escolhe!

— E para piorar meu "marido" também é um comensal! – informou Ravenah

— O que?? – Elise não pôde contem a surpresa.- Para piorar você casou com um comensal??

— Exatamente. – confirmou Ravenah

— Amiga, por que você não me contou tudo isso desde começo? – perguntou Elise. - Passar por tudo isso sozinha deve ter sido horrível!

— Como eu havia dito. Tive vergonha – lembrou Ravenah.

— Eu iria te apoiar sempre! – falou Elise.

— Não tive coragem. – disse Ravenah

— A nossa amizade é mais forte, sempre! Não importa as circunstancias! - falou Elise - Nah! Você deveria ter voltado para casa! Eu iria te acolher com o maior prazer! Você poderia ter poupado tanto sofrimento!

— Achei que seria o melhor a fazer. – falou Ravenah envergonhada.

— Você e suas idéias malucas! – falou Elise. - Coloca uma coisa nessa sua cabecinha oca!A MELHOR COISA A SE FAZER É: NUNCA, NUNCA SE SEPARAR DOS AMIGOS E DAS PESSOAS QUE TE AMAM!

Elise terminou de falar isso com lagrimas nos olhos. Finalmente sua querida amiga estava do seu lado. Sã e salva!

O diretor entrou na enfermaria e encontrou as duas senhoras abraçadas.

— Boas Tarde! Eu sou Alvo Dumbledore, diretor de Hogwarts.

— Boa tarde! Eu sou Elise Marie Beauregarth.

— Olá, sou Ravenah Ellora McCormarck-S...

— O que Venah? – perguntou Elise

— Como? – Ravenah se fez de desentendida

— O quê que você ia falar? – perguntou Elise

— Não ia falar nada. – respondeu Ravenah

— Ia sim! – insistiu Elise. - Você ia dizer o nome do seu marido!

— Não ia não. – Resistiu Ravenah

— Toda vez que eu pergunto, você foge da pergunta. – afirmou Elise.

— Impressão sua. – falou Ravenah

— Não é impressão minha,não! - rebateu Elise. - Eu te conheço a tempo demais para me deixar enganar!

— Ravenah Ellora McCormarck-Snape. – Ravenah falou

— Snape? – perguntou Elise surpresa. - Você casou com Severus Snape?

— Sim. Snape. – respondeu Ravenah

— Eca! Que falta de sorte! – exclamou Elise.

— Você o conhece? – perguntou Ravenah. - Ora, mas, por quê?

— Senhoras! Esse não é um assunto para ser tratado aqui. – Dumbledore se fez presente.

— Sinto muito, senhor. – desculpou-se Ravenah. - Mas, esse é um assunto que não merece atenção!

— Por favor, me acompanhem até o meu escritório – convidou ele.- Parece que a senhorita Beauregarth ainda deseja discutir esse assunto

— Insisto. Esse assunto não merece atenção. – falou Ravenah

— Vamos logo para o escritório do diretor, Venah. Esse assunto ainda não acabou. – falou Elise.

— Está bem. – cedeu Ravenah

E elas se dirigiram até o escritório do diretor. Quando chegaram lá, foram convidadas a se sentar.

— Senhoras, me desculpe a intromissão, mas porque esse interesse em Severus Snape? – perguntou Dumbledore.

— Diretor, a minha amiga aqui, se casou com Severus Snape e eu expus a minha opinião sobre o assunto. – falou Elise simplesmente.

— Mas, ela não parece conhecer o marido que tem. – continuou ela. - Não sabe que ele é conhecido por toda a Inglaterra.

— Estou fora da Inglaterra a anos. Como posso saber dele? – perguntou Ravenah.

— Ele é seu marido! – disse Elise. - É um comensal da morte

— Sim, é! – respondeu ela. - Não fique me lembrando disso a toda hora, Lis.

— Isso já é motivo o suficiente para eu não gostar dele. – respondeu Elise.

— Ai, ai, ai. – disse Ravenah.

— Ele faz coisas terríveis a mando daquele sem nariz mal amado. – lembrou Elise.

— Por favor, vamos mudar de assunto. – pediu Ravenah.

— Senhoras por favor! Não falem do que vocês não sabem. – falou Dumbledore. - Eu concordo com a senhora McCormarck , é melhor mudar de assunto!

— Me desculpe diretor, mas eu não entendo porque mudar de assunto! – Elise falou. - A Venah sempre foge quando o assunto é o seu marido ou o seu casamento.

— Ela não viveu aqui na Inglaterra para presenciar as barbaridades cometidas pela laia do marido dela. – falou Elise.

— Lis! Por favor, deixa isso para lá. – pediu Ravenah.

— Por isso ela quer que eu deixe para lá! – disse Elise.

— Senhora McCormarck, já percebi que não vamos fazer a sua amiga mudar de idéia. – falou Dumbledore. - Então vamos falar sobre Severus Snape.

— Ela sempre foi muito teimosa. – afirmou Ravenah.

— Ravenah! – repreendeu Elise

— Ora, Elise! – falou Ravenah. - Não disse nenhuma bobagem!

— Eu conheço Severus Snape desde quando ele tinha 11 anos. - começou Dumbledore ignorando as ultimas palavras das senhoras.

— Conhece? – perguntou Ravenah.

— Desde o dia em que ele entrou pelas portas do Grande Salão para o jantar de inicio de ano. - disse Dumbledore. - Lembro quando o chapéu seletor o selecionou para a Sonserina quase que imediatamente.

— Lembro que nas primeiras semanas ele já se destacava em todas as matérias e tinha um certo fascínio por Defesa Contra as Artes das Trevas e uma certa habilidade para preparar poções. – continuou Dumbledore.— Acompanhei a estadia dele aqui em Hogwarts durante 7 anos. Ele sempre foi um aluno aplicado. Mas sempre uma pessoa fechada, sem amigos e sem expressar emoções.

— No seu 5º ano ele começou a andar com uns alunos diferentes, um grupo seleto da Sonserina. Grupo que, mais tarde virou um grupo de comensais da morte. – disse Dumbledore. - Quando saiu de Hogwarts nós todos sabemos que virou um comensal da morte.

— No ano de 1980, antes da queda de Voldemort, ele veio até mim, e disse que estava arrependido do que tinha feito e estava disposto a fazer tudo contra o Lorde das Trevas. – Dumbledore continuou a contar. - Eu o obriguei a fazer um voto perpetuo, que estabelecia que ele sempre deveria ser fiel a mim e sempre me obedecer.

— Como é que é, diretor? – perguntou Elise. - Ele "voltou" para o nosso lado?

­— O quê? – perguntou Ravenah

— Sim, minhas caras senhoras. Severus Snape voltou para o nosso lado. – respondeu Dumbledore. - Pouco tempo depois de fazer o voto, Voldemort matou os Potter e " morreu" ao tentar matar Harry Potter.

— Depois que Voldemort sumiu, Severus passou a dar aulas aqui em Hogwarts. – disse Dumbledore. - Eu precisava mantê-lo sob a minha atenção e precisava de um professor de poções, matéria em que Severus sempre se destacou.

— Ele dá aulas aqui? – perguntou Elise. - De poções?

— Ele é professor? – perguntou Ravenah. - Eu nunca poderia imaginar. Meu marido é um professor de Hogwarts!

— Sim! Severus dá aula aqui a 15 anos. – respondeu Dumbledore.

— Eu nunca poderia imaginar uma coisa dessas! Parece que eu o julguei errado! – disse Elise arrependida.

— Sim minha cara, você julgou Severus erroneamente. – disse Dumbledore

— Me desculpe, diretor. – falou Elise.

— Que nada, minha cara! Errar é humano. – falou Dumbledore. - Agora, vocês podem me responder uma pergunta?

— Pode perguntar diretor! – disse Elise.

— Pergunte diretor. – Disse Ravenah

— Nos que as senhoras trabalham? – perguntou ele. - Nunca tinha visto as senhoras por aqui.

— Eu sou auror e trabalho no Ministério da Magia. – falou Elise.

— Sou pesquisadora com vastos conhecimentos em poções e feitiços, uma excelente duelista e exímia conhecedora das Artes das Trevas.

— Que bom! – disse o diretor. - Vejo que estou falando com duas senhoras cultas e preparadas.

— Senhorita Beauregarth, você acredita no Profeta Diário? – perguntou Dumbledore

— Antigamente sim, diretor. Mas hoje em dia eu não acredito em nem uma palavra. – falou ela. - Por mais que o Ministério negue, eu acredito sim que Voldemort retornou, e que Harry Potter está falando a verdade!

— Então você não me acha um velho senil e maluco, que perdeu a sanidade? – perguntou Dumbledore sorrindo.

— Claro que não diretor. – Elise se apressou a responder. - Acredito no senhor também.

— Acho que o Fudge está obcecado pelo poder – disse ela. - E não quer assumir que Voldemort voltou para não aterrorizar a população e perder o cargo.

— E, por favor diretor, não diga isso para ninguém. Senão eu posso perder o emprego e até ser presa. – pediu Elise.

— Pode ficar tranqüila senhorita Beauregarth! Eu não vou comentar nada. – disse Dumbledore. - E fico muito feliz em saber que acredita em mim e no Harry.

— Quando estive na Romênia, ouvi rumores de que Voldemort estaria recrutando gigantes, dementadores, inferis e mais uma vasta gleba de criaturas para se juntarem ao seu séqüito de comensais. – disse Ravenah.

— Ah! Isso é um fato muito triste! – disse Dumbledore. - Voldemort está aumentando cada vez mais o seu exercito e Fudge se recusa a ver isso!

— Portanto sei que Voldemort está de volta e não há por que acreditar que o senhor, senhor diretor esteja senil. – falou Ravenah

— Muito Obrigado senhora McCormarck, - disse Dumbledore.- Ou seria senhora Snape?

— A senhora realmente casou com Severus? – perguntou o diretor.

— Snape. – respondeu ela. - Sim senhor.

— Eu não sabia disso. – falou ele.

— Ambos fomos obrigados a isso. – esclareceu ela.

— Faz muito tempo? – perguntou o diretor

— 15 anos.

— Eu acho um absurdo algumas famílias obrigarem seus filhos a se casar! – disse Dumbledore. - E você mora com Severus?Ou pelo menos mantêm algum contato?

— Uma única vez ficamos debaixo do mesmo teto e isso foi no dia de nosso casamento. Após a cerimônia nunca mais nos vimos. – respondeu Ravenah

— Ah sim! – falou o diretor.

— O único contato que ele mantêm comigo é um envelope com dinheiro que ele manda através daquela coruja soturna. Até hoje não entendi o porque dele me enviar sempre somas polpudas para eu me manter. – falou Ravenah.

— O Severus é assim mesmo, bem tradicional. – disse o diretor.

— Até hoje me pergunto o porque disso. Culpa talvez? – perguntou Ravenah

— Não posso te responder, senhora Snape. – disse Dumbledore.

— Ele soube que meu pai me deserdou e que eu fiquei na penúria. – disse ela.

— Então ele ajudou a sua esposa. Nada mais justo. – falou Dumbledore.

— Já que meu avô me deixou uma enorme fortuna, mas só posso dispor dela depois que tiver um filho. Filho desse matrimônio tão duramente imposto pelas nossas famílias. – falou Ravenah

— Então você e Severus tem que ter um herdeiro? – perguntou Dumbledore.

— Exatamente. – respondeu Ravenah.

— Complicado! – disse Dumbledore. - Presumo que você deve saber que Severus não é uma pessoa fácil?

— Sei que não é. – disse ela. - Percebi isso no pouco tempo em que estivemos juntos.

— Diga-me senhor diretor, ele não estaria por aqui? Ou estaria? - ela fez a pergunta cheia de receio.

— Não, Severus não está aqui. Está em sua casa. As aulas ainda não começaram. – respondeu o diretor.

— Ufa! Que alívio! – Ravenah falou.

— Por que é um alivio Venah? – perguntou Elise.

— Não sei qual seria a reação dele quando me visse. Como o diretor mesmo disse, ele não é uma pessoa fácil. – respondeu Ravenah.

— Ele deve ser uma pessoa fechada. – falou Elise

— Sim, Senhorita Beauregarth ele é! – respondeu Dumbledore.

— Senhoras. Eu gostaria de me desculpar. – disse Dumbledore mudando de assunto.

— Se desculpar, diretor? Por que? – perguntou Elise confusa.

— Te desculpar porque, diretor? – perguntou Ravenah.

— Minhas caras jovens, eu fui obrigado a usar um feitiço de estuporamento em vocês. - explicou o diretor. - Vocês iriam apelar para as varinhas no meio de um corredor cheio, do ministério da magia. Poderiam machucar alguém!

— Que nada, diretor! - disse Elise. - Nós é que passamos dos limites.

— Isso mesmo. Se o senhor não entrevisse não sei o que teria acontecido. – Disse Ravenah.

— Mas, nada justifica a violência - disse Dumbledore, mas elas não souberam se ele se referia a briga delas ou ao fato de ele ter as estuporado.

— Sim, diretor - disse Elise.

— O senhor tem toda a razão. Nada justifica a violência! – disse Ravenah.

— Que bom que concordam comigo. - disse Dumbledore. - Vocês estavam brigando no ministério. E eu suponho que vocês já se conheciam?

— Sim, diretor. Estudamos juntas na Academia de Beauxbatons. - disse Elise.

— Então, eu presumo que vocês são amigas! - disse Dumbledore.

— Sim, diretor. - respondeu Elise envergonhada. - Nós somos melhores amigas desde que estudamos em Beauxbatons.

— Nos tornamos amigas já no primeiro dia de Beauxbatons.- disse Ravenah. - Uma amizade que eu tinha a certeza que perduraria para todo o sempre.

— Ah sim! Amizade é um sentimento muito bom. - disse Dumbledore.

— Um amigo é um bem muito precioso. - disse Dumbledore. - Ele sempre está ali para o que der e vier. Nas horas boas e nas ruins. E nós sempre devemos confiar neles, pois uma mentira pode estragar uma amizade.

— Eu escondi algo que me envergonhava. E com isso fiquei afastada de minha melhor e única amiga por 15 anos. – disse Ravenah.

— E foi melhor para ambas se afastarem? Passar tudo sozinha, sem sua melhor amiga foi mais fácil? - perguntou Dumbledore sabiamente.

— No momento que decidi me afastar juro que pensei que essa era a única alternativa. A saudade começou a me consumir já na primeira semana. – disse Ravenah. - Então decidi me ocupar. E comecei a fazer pesquisas para grandes escritores bruxos a respeito de feitiços e poções.

— Em nenhum momento você se arrependeu de deixar a sua melhor amiga fora de tudo? - perguntou Dumbledore.

— Em todo o momento. – respondeu Ravenah

— Mas a senhora deve ter tido seus motivos, estou certo? - perguntou Dumbledore.

— Sim eu tive. Os piores possíveis. – falou Ravenah

— Mas, sua amiga não deve ter entendido seus motivos,certo? - perguntou Dumbledore. - Deve ter pensado que você a abandonou?

— Eu quis que ela pensasse dessa forma. – disse Ravenah

— Porque você quis que ela pensasse que você a tinha abandonado? - perguntou Dumbledore.- Para protegê-la?

— Sim. Ela corria perigo estando perto de mim. – disse Ravenah. - E, o único jeito de afastá-la foi eu ir embora da Inglaterra.

— Se a amizade de vocês é verdadeira, eu suponho que ela iria se arriscar sem pensar para salvá-la - disse Dumbledore - E você não queria que ela se arriscasse por você.

— Não valho o sacrifício. – disse Ravenah. – De ninguém.

— Não fale assim, minha jovem. - disse Dumbledore.

— Quando me rebelei contra suas idéias absurdas. Eles a ameaçaram. – disse Ravenah tristemente.

— Eles queriam que eu fosse como eles. – disse Ravenah.

— Como assim como eles? - perguntou Dumbledore

— Comensais da Morte. – esclareceu Ravenah.

— Meus pais achavam que ela me influenciava. – falou Ravenah.

— E eu suponho que você achou que sua amiga iria julgá-la por causa dos seus pais? - perguntou Dumbledore

— Não. – respondeu Ravenah. - Meus pais poderiam ser trasgos que ela me aceitaria da mesma forma que sempre aceitou.

— Mas se eu bem me lembro, você disse que foi embora por vergonha - disse Dumbledore. - Se ela te aceitaria da mesma forma, porque você teve vergonha?

— Vergonha de ser filha de pessoas que sentem prazer em destruir, torturar e matar. – respondeu Ravenah. - E, obrigada a me casar com alguém como eles.

— Ah sim! Severus. - disse Dumbledore.

— Eu vi o que eles fazem com os pobres trouxas. – falou ela.

— Venah! Você sabe que tudo isso era irrelevante. - disse Elise. - Nunca me importou a sua família.

— Você corria perigo. Não tive alternativa. – falou Ravenah

— Eu só me importo com você! - disse Elise. - Entenda isso de uma vez por todas.

— Melhor correr perigo perto de você, do que ficar segura sem você! - disse Elise. - Mas agora já passou e nós não podemos mudar o passado, não é?

— Isso é uma grande verdade. – respondeu Ravenah

— Só me prometa uma coisa: nunca mais me deixe de fora! - disse Elise.

— Nunca mais. – prometeu Ravenah

— A amizade de vocês é muito importante. - disse Dumbledore. - não deixem nada, nem ninguém atrapalhá-la.

— Me responda uma coisa, senhor diretor. – disse Ravenah

— Claro! Senhora Snape. - disse o diretor.

— Por que eu seria tão importante para Voldemort? Por que faziam tanta questão que eu fosse para o lado dele? São perguntas que até hoje não achei a resposta. Meus pais disseram que eu tinha meu destino traçado.

— Eu não sei por que o Tom estaria interessado em você, mas irei descobrir - disse Dumbledore.

— Tom? – perguntou Ravenah. - Quem é Tom?

— Oh! Desculpem-me senhoras! - disse Dumbledore - É a força do hábito

— Tom Marvolo Riddle é o verdadeiro nome de Voldemort. - esclareceu Dumbledore.

— Ah, sim. Entendo. – disse Ravenah.

— Sabe, eu fui seu professor por 7 anos. - disse Dumbledore.- Eu que fui buscá-lo no orfanato onde morava.

— Eu o chamo de Tom porque é o seu nome, e não o nome que ele criou para aterrorizar as pessoas. - disse Dumbledore.

— Nossa! Eu não sabia que você o conhecia assim diretor. - disse Elise.

— Sim, eu conheço o Tom melhor do que qualquer pessoa. - disse Dumbledore. - Melhor até do que o seus comensais mais íntimos.

— Ele nunca teve amigos e, nunca vai ter. -disse Dumbledore. - Alguns comensais acham que são amigos dele, mas eles só têm servos.

— No dia que ele não precisar mais deles ele irá matá-los. - disse Dumbledore. - Por mais que ele esteja cercado de gente o servindo, ele sempre será sozinho.

— Puxa! Eu nunca iria imaginar isso. - disse Elise. - Então quer dizer que Voldemort nunca teve amigos?

— Sim, senhorita Beauregarth. Tom nunca teve amigos. - disse Dumbledore. - As pessoas se aproximavam dele por medo de serem contra ele.

— A solidão constrói ditadores e pessoas de personalidade duvidosa. No caso de Voldemort, a solidão esculpiu um ser de atos indescritíveis. Tendo por guia o mal. – disse Ravenah.

— Sim! - disse Dumbledore. - Eu não poderia ter dito melhor.

— Se Voldemort não tem amigos, como ele tem tantos seguidores? - perguntou Elise. - Os comensais acham que são amigos do 'Lorde", não acham?

— Sim! Tom não tem amigos, mas finge que é amigo dos comensais para ter as suas lealdades. - disse Dumbledore. - ele é um oclumente bom o suficiente para manter a sua farsa, para fingir que é amigo.

— Então os comensais não lutam pela mesma causa que Voldemort e sim por ele. – perguntou Ravenah.

— Não posso afirmar nada. - disse Dumbledore. - Mas a maioria acha que o Tom vai dividir o poder quando consegui-lo

— Isso eu duvido muito. – disse Ravenah. - Quem tem o poder, nunca quer dividi-lo.

— Como se o Tom dividisse alguma coisa. - disse Dumbledore. - Ele só quer um monte de pessoas para comandar e conseguir o poder

— Quem muito tem, mais quer! – falou Ravenah.

— Para ele, todas as pessoas são descartáveis - disse Dumbledore. - E o amor é para os tolos.

— O maior erro de Tom, foi não acreditar na força do amor. - disse Dumbledore. - E se continuar assim, isso será a sua ruína.

— Ele não entende, que as pessoas fazem coisas por amor, se arriscam e até se sacrificam. - disse Dumbledore. - Ele como bom sonserino, tira o corpo fora e se salva.

— Mas vale lembrar que o amor verdadeiro é um sentimento raro. Hoje em dia as pessoas deixam a nobreza do amor e se entregam a sentimentos falsos e não entendem que o vazio que sentem jamais será preenchido. – lembrou Ravenah.

— Sim. - concordou Dumbledore. - Algumas pessoas não sabem o que é o amor.

— É triste pensar que um sentimento tão nobre é vulgarmente trocado pela obsessão pelo poder. – falou Ravenah

— As pessoas hoje em dia estão mais preocupadas com o status social do que com o sentimento. - disse Elise. - Por isso casamentos são arranjados, e pessoas são obrigadas a conviverem, sem compartilhar nenhum sentimento.

Estavam conversando quando o quadro do ex-diretor Fineus Nigellus falou:

— Está na hora, diretor.

— Minhas caras senhoras, receio que a nossa conversa tenha que ficar para outro dia - disse Dumbledore. - O dever me chama!

— Já está ficando tarde, nós temos que ir. - disse Elise.

— Concordo! – disse Ravenah

— Diretor, você poderia nos emprestar a sua lareira?- perguntou Elise.

— Mas é claro! - respondeu o diretor. - Fiquem a vontade.

— Até mais, diretor! Tenha um bom dia!- Elise disse isso, pegou um punhado de pó de flu, falou " Ministério da Magia" e sumiu nas chamas verdes.

— Foi um grande prazer conhecê-lo senhor Dumbledore. Espero poder reencontrá-lo um dia. E, desculpe pelo transtorno. - Ravenah caminhou até a lareira apanhou um punhado de pó de flú, antes de dizer seu destino olhou nos olhos do diretor, que lhe sorriu ternamente. - Ministério da Magia!

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PRIMEIRO CAPÍTULO DA FIC!!!!! ESPERO QUE VOCÊS GOSTEM. SE GOSTAR, DEIXA UM COMENTÁRIO! SE NÃO GOSTAR, DEIXA UM COMENTÁRIO E SUGESTÕES. Beijos Fefa Black