Título: Pouco a Pouco

Resumo: Eles são totalmente diferentes e pouco a pouco se tornaram amigos. Mas personalidades conflitantes e passados obscuros podem acabar com um bom relacionamento... Ou tornar o mesmo mais forte e profundo.

Anime: Saint Seiya

Casal: Milo e Kamus.

Classificação: UA, YAOI, Romance, Drama, Comédia, Variação Mental...

Disclaimer: Todos os personagens de Saint Seiya pertencem a Masami Kurumada, Toei Animation e Bandai. Só estou escrevendo esse treco por que, num belo dia, uma idéia esquisita caiu do nada na minha cabeça contendo alguns personagens desta série. Doeu muito! Então resolvi escrevê-la para ver se me livro do trauma... Oo'

Uma breve explicação:...

Coloquei no meio da Fic personagens que não aparecem na série de TV ou no Mangá. Pode ser que eu invente mais alguns pais, mães, irmãos, tios, sogras, papagaios, patos, cachorros ou qualquer outra coisa viva que vá aparecer nesse treco. .

Orientação Psicológica (It's raining men!!! XD):

ISSAKI É FIC YAOI!!! OU SEJA, CONTÉM RELACIONAMENTO AMOROSO (ou de qualquer outro tipo mais caliente) ENTRE HOMENS.

Por tanto, se não gosta do assunto ou tem menos de 18 anos, não leia, por favor. Não vai ser bom pra você... T.T'


Doeu... Mas saiu... --'


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Pouco a Pouco

Capítulo 4: Uma Proposta Indecente...

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Mais uma vez caiu o costumeiro silêncio, mas pelo menos o clima havia subitamente passado de infeliz para surpreso, e Milo não pode esconder o tamanho de seu assombro ao ouvir aquela afirmação direta de Kamus.

– Primos?! – Exclamou o grego ainda perplexo. – Quer dizer que o cara cheio da grana é seu primo?

– Isso... – Respondeu parecendo pesaroso como se aquilo fosse um castigo.

– E ele é Russo?! – Indagou o loiro curioso. – Mas a sua família não é francesa?

– De minha parte sim... – E completou antes que o tagarela tivesse a chance de perguntar outra vez. – Mas tia Natássia casou-se com um empresário japonês e teve Hyoga enquanto moravam na Rússia.

– E hoje moram na Grécia... Credo! – Concluiu Milo, achando graça naquela salada de países envolvidos. – Sua família é uma bagunça.

– Obrigado pela parte que me toca...

O tom de ironia do ruivo era altamente notável, mas ao fixar sua visão no rosto do escorpiano com um de seus olhares mais que congelados, encontrou apenas a feição de alguém que parecia fazer um grande esforço para entender o pior dos problemas matemáticos existentes.

– Você... – O loiro pausou parecendo ponderar antes de perguntar. – Parece não gostar muito dele...

– Não é bem assim...

– Então como é?

– Não acha que está perguntando de mais sobre algo que não lhe diz respeito? – O semblante do francês não obteve um mínimo de alteração apesar de sua voz ter saído pouco mais alta que o normal.

– Ora, como não? – Presenteou-lhe com um de seus sorrisos mais sarcásticos. Quem o visse poderia jurar que havia roubado a mania de Shaka. – O menino é seu primo, dono da festa e quero desesperadamente entrar nessa, claro que estou interessado no garoto! – Tombou o corpo pra frente na mesa, ansioso. - Desembucha! Como ele é, onde se encontra e assim por diante!

– Você... não tem um mínimo de noção?... – Ouviu-se um suspiro cansado de Kamus enquanto este tentava manter sua calma.

– Por acaso alguma vez eu disse que tinha?

Por alguns segundos foi a vez do aquariano não saber o que dizer. Sua feição havia mudado consideravelmente observando aquela cara nada ofendida e completamente animada a sua frente. Parecia ter acabado de proferir um elogio sendo aceito com excesso de gosto pelo seu acompanhante.

– Olha... – Suspirou, tornando a resgatar nem que fosse um ínfimo pedaço de sua paciência. – Se você quer realmente ir a esta festa porque não telefona para Clarice? Ela lhe passou seu número achando que somos amigos... É -

– Clarice? O que ela tem a ver com isso? – Cortou-o.

– Continuando – Tentou não se irritar, mas estava ficando cada vez mais difícil segurar-se para não esganar o grego. – É ela quem está organizando tudo. Só precisa lembrá-la quem você é e vai poder conseguir quantos convites quiser se é isso o que -

– Peraê! – Mais um corte nas frases do aquariano, que apesar de não ter demonstrado sua raiva abertamente não deixou de apertar o braço de sua cadeira fazendo seus dedos ficarem brancos de tanta força que empregava. –... Será que não tem problema se eu ligar? Ela só me viu uma vez na vida, e eu nem conheço este outro primo seu...

Qualquer coisa. Simplesmente qualquer coisa. Estaria disposto a fazer de um tudo para se livrar de uma vez por todas daquela maritaca infeliz que no dia anterior ousou cruzar o seu caminho.

Inspirou... Expirou. Acalmou-se e pensou mais um bocado. Parecia que a festa de Hyoga até viria a calhar... Estava mesmo imaginando um jeito de "quitar" a ajuda que o grego oferecera-lhe com relação a sua prima na segunda.

– Deixe que esta parte eu mesmo resolvo... – Manifestou-se tirando o celular do bolso e voltando a sua pose friamente habitual. – Assim posso ficar tranqüilo de que realmente não esteja lhe devendo nada.

...o§O§o...

Aquele havia se transformado num dos dias mais irritantes que tivera notícias em toda sua vida. Como se não bastasse a mesma velha rotina chata de ter que aparecer quase todos os dias no colégio e agüentar boa parte daqueles puxa-sacos enquanto fazia o possível para manter as aparências, evitando de mandar todos à famosa PQP, ainda havia o fato de seu celular não dar um minuto sequer de trégua, pois já estava se aproximando do grande dia, o que o impedia de desligá-lo caso aparecesse alguma ligação que valesse a pena ser atendida.

A cada novo toque, apressava-se em olhar para a telinha azul do aparelho verificando o número correspondente a quem o solicitava, e bufava ao notar que não era nenhum daqueles que gostaria de responder.

Seu mau-humor começava a extrapolar os limites da sua impaciência, deixando-o ainda mais carrancudo que de costume e fazendo seu semblante demoníaco assustar até mesmo seu motorista que o levava de volta para casa.

– Droga!... – Exclamou mais uma vez enquanto guardava o telefone dentro de sua mochila.

Havia 5 números os quais ele atenderia. Para 2 deles o faria sem pestanejar. E apenas 1 era o único que não estava confirmado de ir à tão esperada festa de seu aniversário. Esperava que a pessoa lhe desse uma resposta satisfatória na última hora. Ou que pelo menos desse sinal de vida para que travassem uma batalha ferrenha como na maioria dos casos.

Sentiu que o carro parou. E mal esperou o motorista sair para abrir-lhe a porta. Somente abriu saída no veículo negro e murmurou um "Obrigado e bom resto de tarde pra você, George.", o que foi até um bem feito vindo de sua parte. Com certeza, nas condições em que estava, era capaz de dar um soco em qualquer rosto que aparecesse em seu caminho. Apostava que nem mesmo sua bela face num espelho ele perdoaria.

Entrou na mansão de seu pai atravessando o imenso hall decorado em estilo clássico com passos estressados, o que não combinava em nada com as duas estátuas de feições serenas que pareciam guardar a entrada da sala principal. Recinto que guardava as duas imponentes escadas finalizadas em mármore branco que erguiam caminho para o segundo andar, onde se localizava seu quarto. Queria trancar-se lá dentro logo de uma vez, mas uma voz o despertou daquele hipnotismo em seu trajeto fazendo-o voltar à realidade.

Estava no segundo degrau da escada quando resolveu seguir aquela voz delicada ainda sem entender bem o que ela dizia por sua considerável distância, mas que mesmo assim estava guiando-o para a biblioteca.

A porta estava aberta, contudo, nem precisava entrar no local para saber quem estava de papo furado ali dentro.

– Ok, não se preocupe. Farei o possível apesar de achar que não vai ser tão difícil conseguir os convites... – A voz pausou mais uns segundos. – Tudo bem, eu entendo, apesar de não concordar. Mesmo assim falarei com ele. – Mais uma pausa para escutar. – Outro para você, Kamus, querido! Aproveita e manda um abraço pro seu amigo por mim... Até!

Desligou ainda distraída, mas bastou olhar para a porta da biblioteca e sobressaltar-se com o vulto a sua frente.

– Por, Zeus, Hyoga! Quer me matar do coração! – Voltou a relaxar no sofá onde estava. – Pelo menos avise quando estiver por perto...

O adolescente apenas continuou parado fitando o rosto pequeno e delicado da mulher, enquanto sua pálida figura recostava-se ao portal da entrada, ainda meditando sobre o que conseguiu captar da conversa que seus primos tiveram segundos atrás.

– Kamus tem um amigo na faculdade?! – Disse após um longo tempo de silêncio.

Clarice entendeu o porquê da pergunta perfeitamente, pois desde que o russo se entendia por gente, nunca ouvira uma palavra sequer sobre amigos que Kamus tivesse.

– Sim! – Respondeu abrindo-lhe um grande sorriso. – Não é maravilhoso, Oga? Nosso primo parece estar ficando sociável! O que já não era sem tempo...

– Eu... não acredito... – Balbuciou o loirinho antes de realmente voltar a si. Aquela história não podia estar certa. – Quem é esse cara?

– Alguém que ele conheceu o curso que faz. Parece que são da mesma turma este ano. O nome dele é Milo.

– Ele nunca comentou nada sobre isso com a gente!

– Vai ver porque eles se conheceram há pouco tempo. Mas o que importa? – Voltou a folhear o livro que ficara um bom tempo descansando em cima do sofá enquanto estava respondendo a ligação.

– O que importa? O que importa?! – Indagou em voz alta, mas que não transparecia aquela irritação apresentada ao voltar para casa. Parecia mais que estava inseguro e bastante preocupado com aquela notícia. – Precisamos descobrir quem é esse cara, onde mora, o que ele faz da vida, onde...

– Mas pra que toda essa neurose, garoto? – Voltou a pousar o livro no sofá.

– Clarice, por acaso já pensou na possibilidade de ser algum idiota qualquer querendo se aproveitar do nosso primo?

– Ah, pára com isso, Hyoga! Que preocupação mais boba. – Arqueou as sobrancelhas lançando um olhar macarrônico ao garoto. – Kamus tem idade e sabe se defender sozinho.

– Sei, sei... – Fingiu que concordava, tentando provocar sua ouvinte.

– E tem mais! – Retrucou Clarice que agora havia perdido toda sua vontade de ler. – Eu conheci o rapaz. Não me pareceu uma pessoa ruim...

– Você o conheceu?

– Sim...

– Quando?

– Ontem à tarde. Nós três almoçamos juntos perto da faculdade.

– E você só me diz isso agora? – Os olhos do adolescente se abriram completamente e o azul de suas íris ficou tão exposto à luz, que parecia ter ficado mais claro, quase branco. – Almoçaram ontem e você só me diz hoje?!

– Pára com esse interrogatório, moleque! Parece até que está morrendo de ciúmes...

– Ciúmes?! – Exaltou-se. – Eu não! Estou apenas preocupado com o Kamus.

Agora sim, parecia que havia arrancado a casca da ferida do garoto. Mas como não queria saber de uma outra briga com aquela cabecinha de vento mimada...

– Tenha calma!... – Suspirou nervosa. – Não quer saber por que ele ligou?

–... O que ele queria?... – Agora uma gota de esperança parecia ter voltado ao rosto do menino deixando-o um pouco mais corado e vivo.

– Nada de mais... – Deu de ombros. – Apenas me pediu para arranjar um convite para sua festa neste sábado, MAS... – Reforçou a palavra antes que o sorrisinho no rosto do garoto se alargasse muito. – Antes que você fique todo animado, o convite não é pra ele e fez questão de deixar isto bem claro.

–... Espera um pouco aí... – Replicou desconfiado. – Pra que ele quer um convite se não pretende dar o ar da graça?

– Bem... – Iniciou a garota já sabendo que algo naquilo tudo não iria prestar... – Ele disse que Milo era muito fã da banda Solaris, assim como você...

– Olha aí! Eu não falei?! – O Loirinho tornou a se exasperar. – Mal ficamos sabendo da existência desta "amizade" e o cara já está se aproveitando da situação!

– Ai, Hyoga... Pensa o que você quiser... Não vai fazer diferença mesmo...

– E mesmo que não seja nada disso... Olha que situação ridícula! – Disse Hyoga enquanto analisava os fatos. – Nosso primo liga para VOCÊ, pedindo um convite assinado para que um amigo DELE possa entrar na MINHA festa, sendo que o PRÓPRIO idiota que pediu não vai!

– Ok! – Falou Clarice com seu ar mais que cansado. – Vamos tentar explicar novamente a situação com todos os detalhes importantes incluídos.

– Como assim, detalhes importantes?

– O amigo dele gosta muito da banda Solaris, não é? E você sabe perfeitamente que nosso priminho querido odeia lugares lotados e barulhentos, certo? – Prosseguiu assim que o outro mostrou entender com um menear de cabeça. – Pronto! A parte do convite já está devidamente explicada.

– Certo! – Concordou desanimado. – Mas porque ele tinha de ligar pra você e não direto pra mim?

– Hyoguinha meu adorado, você conhece perfeitamente o temperamento do Kamus, não é, querido?... – Mais uma vez esperou que o outro concordasse para continuar. – Pois bem, pelo que eu me lembro de ontem, alguém parece ter batido o telefone na cara dele no meio de uma discussão...

Ops! Desta parte havia se esquecido completamente. Prova disso era que ainda estava esperando um telefonema do primo sendo que, para evitar maiores confusões, ele seria a última pessoa para quem o ruivo ligaria. Percebendo o seu grande fora levou uma das mãos a testa e deslizou a palma pelo rosto demonstrando total falta de paciência consigo mesmo.

– Pois então, você poderia aproveitar esta situação assinando um convite para o amigo dele amigavelmente... Tenho certeza que o Kamus apreciaria muito a sua boa vontade e acabaria esquecendo aquela briga de ontem.

O garoto ainda permaneceu estático por algum tempo. Era impressão sua ou realmente tudo naquele dia estava de conspiração contra suas vontades? Pelo jeito haveria de abdicar de seu orgulho de adolescente para poder fazer algum tipo de média com o francês e contentar-se com o fato de ter um almoço comum, e sem graça, com o mesmo no próximo domingo... Sem contar que teria de ser anfitrião deste suposto "amigo" do Kamus já não achando que este talzinho fosse flor que se cheire, pois, afinal de contas, quem além de Clarice e ele mesmo conseguiam ficar perto daquele cubo de gelo por mais de 30 minutos sem dar-lhe um belo chute no traseiro? Sabia que o primo era muito arredio e costumava espantar qualquer pessoa em questão de segundos. Mas infelizmente, neste caso, parecia que não iria poder fazer nada.

– Ta legal... – Deu-se por vencido. – Eu assino os convites. Apenas peça a este tal de Milo para passar suas informações necessárias que eu...

Silêncio.

Um brilho adornou seu olhar e agora aquelas íris azuis de tonalidade intensa vibravam maliciosamente pela idéia que acabara de ocorrer-lhe. Um sorrisinho irônico instalou-se nos lábios rosados e pela primeira vez sentiu-se um tanto animado com aquela situação repentina.

–... Eu posso até assinar... – Encarou a prima mais uma vez sem conseguir esconder direito suas intenções. – E nem precisa ter o trabalho de pedi-lo as informações... Deixe que eu mesmo faço isso. É só me passar o telefone dele...

– Ora, tudo bem... Não acho que ele iria se importar de... Alexei Hyoga Yukida! – Exclamou assim que notou a expressão sarcástica no rosto claramente mais iluminado de seu primo. – O que é que você está aprontando desta vez?

– Nada, ué... – Fingiu-se de ofendido. – Por acaso eu tenho que estar constantemente pensando em fazer coisas erradas?

– Sei... – Replicou desconfiada. – E este sorrisinho esquisito na sua cara? Posso saber o porquê?

– Que saco Clarice! Será que eu sempre tenho de estar aprontando alguma coisa? – Voltou a seu semblante impaciente de sempre. – Faz um favor! Apenas dê-me o telefone do sujeito antes do anoitecer que eu mesmo quero resolver este assunto. – Falou enquanto saia da biblioteca e tomando o rumo anterior em busca de seu quarto.

Clarice ainda permaneceu algum tempo em silêncio apenas tentando adivinhar o que é que poderia estar se passando nas idéias contorcidas daquele garoto o qual conhecia perfeitamente. Suspirou pesadamente e mais uma vez aquela sensação inquietante de que alguma coisa daria errada tornou a assombrar sua cabeça.

– Esse moleque... – Pensou alto. – É bom ficar de olho nele...

...o§O§o...

Já saindo do restaurante, em direção ao estacionamento...

– Puxa! Eu nem acredito que vou num show da banda! – Exclamou o escorpiano sorrindo até as orelhas. – Estava esperando que eles voltassem para a Grécia, mas parece que se apaixonaram pelo Reino Unido... Não é pra menos, pois fazem muito sucesso por lá...

Kamus absteve-se de comentários. Não estava nem aí para as modinhas da atualidade, muito menos para bandas provavelmente produzidas para agradar a gregos e troianos no meio do mundo industrializado a que todos pertenciam. Estava mais interessado, mesmo, era em encontrar seu veículo com os olhos enquanto caminhava na direção do estacionamento.

– E você? – Perguntou o loiro ainda contagiado pela euforia. – Gosta do som dos caras?

– Nem faço idéia do que eles tocam. – Apertou o passo ao reconhecer seu carro no meio de vários outros.

– Mas com certeza já deve ter ouvido alguma coisa deles, não é? – Insistiu, andando um pouco mais rápido para acompanhar o ritmo do colega. – Seu primo é fã deles... Deve pelo menos conhecer o Single!

– Não costumo escutar música com meu primo. – Foi seco e cortante pra ver se acabava com aquele assunto nada-a-ver naquele exato momento.

– Hmm... – Ponderou Milo por alguns segundos. – Tive a esperança de ele ter apresentado pelo menos algum hit da banda... Mas pelo visto também não deve conviver muito tempo com o garoto. E se convive...

O comentário de alguma forma havia chamado à atenção do aquariano, pois este havia sido a primeira vez a qual voltava-se para o grego e o encarava abertamente como se o outro tivesse dito algo que não deveria.

– O que foi? – Perguntou o escorpião assustando-se com o súbito olhar do francês.

Ao perceber o leve semblante confuso que o observado apresentava, foi que Kamus resolveu não dizer nada. Muito menos para mandá-lo parar de analisar a vida alheia. Talvez o seu mais novo seguidor realmente estivesse com algum tipo de parafuso solto a nadar por entre seus miolos, impossibilitando-o de perceber que estava tentando afastá-lo com seu mais puro descaso.

– Não é nada... – Suspirou entediado voltando-se novamente para o automóvel.

Não sendo nada, Milo deu de ombros e olhou no relógio de seu celular. Tinha outro compromisso e já passava da hora de ir para o local marcado por ele, Shaka e Mu para que pudessem fazer as compras necessárias. Isso porque sabia muito bem que se deixasse nas mãos daqueles dois "naturebas", corria o risco de sofrer uma dieta vegetariana forçada, já que o indiano vivia reclamando do alto consumo de carne por parte dos dois gregos, os quais tinha certeza de possuírem grau suficientemente alto de colesterol para enfartarem. Aiória ficou de pegá-los de carro após o expediente e se o leonino supostamente notasse que faltava sua preciosa cota de proteínas diárias naquela compra, cabeças iriam rolar.

– Droga! – Exclamou chamando por acaso a atenção do ser pálido a sua frente. – Infelizmente o tempo passa muito rápido quando a gente está se divertindo. – Deu uma pequena pausa e em troca recebeu apenas uma expressão confusa daquele o qual nem sabia que estava importunando. – Bom, é melhor eu ir andando...

– Não vai querer uma carona?...

"Mas o que você está fazendo seu idiota?!". O aquariano perguntou-se mentalmente. Mas a verdade era que, de alguma forma, não conseguiu frear sua língua antes do estrago ter sido feito. Sua mente lhe dizia o tempo inteiro para cortar qualquer tipo de contato com aquele grego desde o dia anterior quando este entrara em seu caminho. Contudo, agora que fazia, em silêncio, um pequeno resumo de seu dia, viu que estava sendo impulsionado a fazer tudo o que nem passara por sua cabeça. Primeiro a situação ridícula do pirulito, sendo que nem fã de doces ele era. O convite para o almoço que pretendia recusar, mas quando deu por si já estavam no restaurante. E agora oferecia carona novamente? Ta certo que disse aquilo sem raciocinar... Mas desde quando ele deixara de pensar para falar?

– Desta vez vou recusar... – Disse o grego ajeitando sua mochila nas costas. – Tenho um compromisso e o local do encontro não fica muito longe daqui. Quero aproveitar pra esticar as canelas!

Kamus resolveu não insistir ficando calado por alguns instantes, ainda ponderando sobre o ocorrido e, vendo que Milo também fazia parte deste silêncio levemente perturbador, colocou sua própria bolsa em cima do capô do carro e abriu-lhe um dos compartimentos tirando o livro que fora esquecido consigo.

– Aqui está! – Disse o ruivo estendendo-lhe o objeto.

– Obrigado... – Agradeceu apanhando-o de volta e parando os olhos na capa por alguns segundos antes de voltar-se para Kamus com um sorriso maroto nos lábios. – Bom! É nestas horas que se faz valer toda educação que minha família me deu!

O ruivo, por reflexo, recuou, mas estava exatamente entre o carro e o mesmo grego que o envolveu com seus braços fortes, apertando-o de encontro ao próprio peito. Kamus se sentiu altamente incomodado. Estava completamente preso pela pressão que os braços do outro faziam sobre os dele, sentia claramente o peito largo prensado contra seu tronco e não conseguia ver nada além daquela cabeleira loira que insistia em tampar-lhe a visão.

E assim ficaram durante algum tempo que parecia durar uma eternidade. Veio então uma sensação angustiante de estar amarrado e sufocando enquanto era envolvido, como se o mundo estivesse entalado em sua garganta. Seu cérebro deu completo branco o que simplesmente congelou-o no lugar e não sabia dizer quantos séculos aquilo ainda duraria. Sabia apenas que não estava sendo ameaçado, mas sentiu-se aflito, o que não fazia sentido.

– Valeu cara! – Disse o moreno ainda vibrante de alegria. – Por falar com a sua prima pra conseguir minha entrada pro show.

A voz brincalhona soou nos ouvidos do ruivo fazendo-o acordar de seu transe repentino. E antes que pudesse fazer algum movimento para se livrar sentiu duas mãos grandes, mas cuidadosas envolverem-lhe o rosto e em seguida um rápido prensar de lábios em sua testa.

– Nunca vou me esquecer disto, Kamus!

O aquariano ficou estacado durante mais algum tempo, sem sequer conseguir captar o resto das palavras que o grego despejara antes de dar as costas e sumir dali. Por vários minutos fez o que mais costumava fazer nestas situações sem respostas. Pensar até que conseguisse achar algum sentido em tudo aquilo que havia experimentado por conta de um gesto comum daqueles. Nada! Parecia que seu cérebro havia sido puxado da tomada tamanho o vazio que ainda se encontrava, tal como se tivessem passado uma borracha e apagado tudo sem direito nenhum de backup. Abriu a porta do veículo e sentou no banco do motorista ainda meio hesitante de para onde ir naquela ocasião.

Contudo... e aquele sentimento? Não se lembrava de quando, nem como e nem onde... Mas com toda a certeza, em algum momento de sua vida, provara da mesma sensação. Do mesmo jeito de quando estava no abraço de Milo.

...o§O§o...

Alguém morreria. Definitivamente alguém morreria naquela tarde e estava receosamente certo disso, pois quanto mais observava a cara impaciente e os movimentos nervosos que Shaka fazia ao jogar sua franja para longe de seus olhos, com mais medo ficava.

Sim, medo! Temia pelo pobre coitado causador de toda aquela ira estampada no cenho tenso e contrariado de seu companheiro. E enquanto o mesmo obrigava-se a conter o mau-humor em silêncio, com certeza imaginava mil e uma maneiras de despejá-lo dolorosamente em cima de Milo quando este resolvesse aparecer.

Mas enquanto Mu pensava num jeito de evitar um provável homicídio com requintes de crueldade, o loiro ao lado só conseguia formar uma única frase em sua mente. "Ele está atrasado!"

E ele realmente estava atrasado. Ou melhor, estava SEMPRE atrasado. E o infeliz ainda sabia perfeitamente que o precioso tempo do indiano era minuciosamente cronometrado. Se pudesse enfiar a mão no crânio daquele grego desmiolado, com certeza seria para ajustar os neurônios que controlavam sua noção de organização. Isto é, se ele tivesse alguma! Mas se não tivesse, instalaria. E o primeiro "upgrade" que faria incluía-se na parte que diz respeito à pontualidade.

Enfim avistaram ao longe uma figura morena alta, com seus longos cabelos ondulados e cacheados nas pontas.

Andava despreocupado, completamente distraído, enquanto observava divertido aquele monte de turistas cruzando de um lado para o outro disparando flashes por todos os cantos, registrando imagens que levariam como simples recordações pra casa. Num minuto estava se sentindo o verdadeiro Dono do Mundo, pois aquelas maravilhas eram Patrimônios Gregos. E como ele mesmo era um, sentia-se um tanto orgulhoso por ver que todos idolatravam uma coisa que era, de certa forma, sua. Sem contar que também estava experimentando a sensação de ser um certo ornamento embelezador de sua terra, já que várias pessoas estavam a fitá-lo bastante surpresas com sua presença.

"Verdade seja dita..." Pensou abrindo um largo sorriso aproveitando para deixar seu charme mais a vista do deleite de todos. "Meus pais estavam muito inspirados pelos deuses no dia da minha concepção!"

Porém, ao dar-se conta da presença de seus dois amigos parados à esquina mais próxima, o sorriso maroto morreu em sua face dando lugar a uma pontinha de aflição, enquanto apertava o passo na tentativa fracassada de demonstrar que viera o mais rápido possível.

Notou o rosto lívido do outro loiro que, no momento, não revelava uma única ruga de expressão. O que não era lá bom sinal, pois quando Shaka ficava muito sério, depois que algo nada agradável lhe acontecia, só podia significar uma única coisa... Que ele estava realmente pxtx...

Aproximava-se então com bastante cuidado, rezando aos Deuses gregos, Buda, Cristo e qualquer outro tipo de entidade forte o bastante para que o protegesse se possível, daqueles olhos azuis faiscantes que o miravam perigosamente...

...o§O§o...

Mais uma vez o quarto encontrava-se trancado...

Ótimo! Era o suficiente para discernirem que não estava disposto a tolerar torramento de saco pelo resto do dia. Não que todos entrassem ali apenas para contradizê-lo, mas, às vezes, o mínimo fato de olhar para a cara de qualquer pessoa, quando estava ansioso, o dava nos nervos. E para evitar ficar pensando muito nos últimos acontecimentos, limitava-se a jogar um de seus favoritos do playstation... Mesmo que já estivesse algumas poucas horas tentando passar do 7º jogador no modo de eliminatórias e a maldita máquina o barrasse no meio do caminho.

Desistiu desligando o aparelho de qualquer jeito sem retirar o CD e, logo em seguida, arrastou-se até seu leito onde sua mochila descansava esparramada.

Deitou-se de costas fitando um ponto qualquer no teto, o qual parecia fazer-lhe viajar na maionese de seus pensamentos, enquanto a tediosa preguiça de fazer os deveres de casa tomava conta de seu corpo aos poucos.

Dormiria se estivesse com sono ignorando seus afazeres, pois não tinha vontade nenhuma de fazer aquilo que era obrigado. Principalmente quando se resumia às coisas de colégio... Mas fazer o que? Ou fazia, garantia pontos e passava de ano ou seu pai, um autêntico senhor e empresário japonês, o crucificaria por estar sendo negligente com o próprio futuro. Talvez cortando seus privilégios... E isso definitivamente seria terrível.

Por fim, resolveu fazê-los. Abriu a mochila e apanhou seu material, enquanto decidia em ter de começar por geografia ou física. Geralmente pegava aquela matéria que mais odiava para se ver livre dela o mais rápido possível. Mas infelizmente estas duas empatavam e não havia como se concentrar nas duas ao mesmo tempo por serem completamente diferentes.

Resolveu começar por Geografia e... Aquela professora maluca só poderia estar brincando mesmo. Eram tantas perguntas que duvidava conseguir terminar todas até a aula que vem.

Andou em direção a sua escrivaninha ajeitando um pouco seus lápis e canetas para, enfim, sentar-se e abrir seu livro quando um papel no canto da mesma lhe chamou a atenção.

Era um bilhete. E pela letra bonita e redonda podia deduzir de quem era com toda a certeza.

"Oguinha, loirinho lindinho do meu coraçãozinho..." – Revirou os olhos logo após a primeira frase. – "Estive em seu quarto pra lhe passar o telefone do amigo de Kamus" – Seus olhos estreitaram perigosamente ao ler a palavra "amigo" naquele meio. – "Mas parecia que você estava tomando uma ducha e como tenho de sair agora à tarde, resolvi deixar o número anotado logo abaixo." – E lá estava o número daquele infeliz que ousava se intitular melhor amigo de seu primo. – "PS: Não faça nada que eu não faria... Ass.: Clarice. ¬¬" – E logo após ter lido e desprezado o conselho voltou os olhos àquela combinação de números mais uma vez.

Após algum tempo de silenciosa análise, voltou até sua mochila e lá de dentro tirou seu celular, enquanto um sorriso inconscientemente cínico fazia-se mostrar no rosto alvo do jovem russo.

– Não se preocupe priminha... – Ligou o aparelho voltando a sua habitual animação sarcástica, enquanto lembrava de quantas vezes aprontaram juntos pra cima do sempre sério aquariano. – Não vou fazer nada que você também não faria...

...o§O§o...

Enquanto isso, num certo carro partindo nervosamente em disparada ao Lar Doce... Lar?...

– Eu não acredito! Simplesmente NÃO ACREDITO! – Gritava um leonino possesso de raiva dentro de seu carro. – Desta vez, Milo, você se superou!

– Ah, não, Aiória! – Replicou o escorpiano sentado ao lado do motorista já perdendo o pouco de paciência que lhe restara. – Chega! Pra tudo tem um limite, e não estou a fim de continuar escutando, logo você me repreendendo desta forma! Pelo menos vira o disco, pxrrx!

– VIRA O DISCO MEU CXRXLHX! – Exaltou-se o leão. – VOCÊ QUE NÃO TEM SENSO DE RESPEITO PELOS SEUS AMIGOS NÃO TEM O DIREITO DE ME RESPONDER!! – Tornou a encher o peito para despejar mais uma remessa de palavras acusadoras. – Agora teremos de ficar 1 semana... – Apertou o volante até seus dedos ficarem com as juntas brancas. – 1 SEMANA SEM CAFÉ DA MANHÃ, ALMOÇO E JANTAR! TUDO POR SUA CULPA!!

– Er... Aiória... – Começou o ariano que temia por um acidente, já que o outro estava correndo muito. – Preste atenção no trânsito... Pelo amor de Buda...

– Não enche! – Sobrara até para o pobre e amedrontado ariano. – Não desvie o assunto pra proteger essa pxrrx de aracnídeo imprestável! – E sem que percebesse o grego de cabelos curtos ainda continuou resmungando coisas que Milo não gostara de ouvir.

– EU CHEGUEI POUCOS MINUTOS ATRASADO! NÃO TENHO CULPA SE A BARBIE NÃO SABE O QUE QUER DIZER A PALAVRA TOLERÂNCIA! – Exasperou-se o grego loiro.

– 10 minutos eu espero pacientemente... – Começou o indiano impassível feito uma estátua de mármore. – 20 minutos eu tolero, 30 minutos é mais que o bastante para uma advertência, agora, 47 minutos de atraso, senhor Milo Tyronepulos, é digno de punição... – Suspirou entediado, não se importando com a velocidade em que o veículo se encontrava.

– Shaka... – Murmurou um tibetano preocupado. – Você não está ajudando...

– Quem disse que estou querendo ajudar?... – Replicou um virginiano ácido.

– Shakinha, por favor, reconsidera sua decisão, vai! – Diz o escorpião virando-se no banco e mudando da água pro vinho.

– Para que? Pra você não tirar nenhuma lição proveitosa sobre o dia de hoje? – Deu o sorrisinho mais cínico da terra ao reparar na feição açucarada que o amigo lhe apresentava. – Ainda vai me agradecer por isso...

– Eu te odeio! – Voltou a se sentar virado para frente e ainda continuou resmungando baixo em seu canto.

– Eu me amo! – Falou o loiro esguio virando-se para o lado e sorrindo sarcasticamente a seu namorado, que lhe devolveu um sorrisinho forçado e tenso.

Assim continuaram seguindo. Um leonino literalmente rugindo no volante, ameaçando enfiar o carro no primeiro poste que encontrasse, um escorpião contrariado soltando veneno misturado com fogo pelas ventas, não agüentando mais ouvir protestos, um virginiano aparentemente calmo, provavelmente sentindo-se vingado e um ariano que não conseguia acreditar que seus amigos não tinham um pingo de senso ou noção de perigo.

Finalmente chegaram sãos e salvos nos domínios do conjunto. Mu deu graças aos céus quando o carro estacionou na vaga correspondente ao número do apartamento de seu companheiro e, saltando pra fora, escorou numa pilastra qualquer ainda meio ofegante, enquanto observava os outros três saírem calmamente emburrados de seus lugares como se nada de mais estivesse acontecendo.

"Definitivamente... eles não são normais". Pensou logo após resolver deixar de lado seu apoio para ajudar a carregar todas as compras escadas acima.

...o§O§o...

Ouviu o som do interfone e se perguntou quem seria o idiota que teria tido a idéia infeliz de incomodá-lo àquela hora da tarde? Principalmente no horário que aproveitava para fazer alguns exercícios físicos? Só podia ser brincadeira, já que todos aqueles que possuíam seu endereço evitavam surpreendê-lo em seu apartamento sem pelo menos algum aviso prévio.

– E essa agora?... – Impacientou-se largando de lado um dos aparelhos que usava para fazer abdominal. – Espero que ao menos seja importante.

Saiu do quarto em que havia transformado numa espécie de mini academia e dirigiu-se ao cômodo em que ficava o aparelho, desejando que fosse algum engano por parte de uma pobre alma que vinha visitar algum de seus vizinhos. Mas, desta vez, teria de se conformar, pois a visita era realmente para ele e não podia se dar o luxo de mandar aquela pessoa embora.

Aproveitando o tempo que a visita levaria para alcançar o seu andar, foi ao banheiro e passou pelo menos uma água fria no rosto e no tórax. Olhou no espelho e achou que não estava nem um pouco apresentável, mesmo assim teria de servir. Vestiu a mesma camisa que se encontrava em cima da cama, a mesma que usava antes de começar a malhar escondendo o peitoral em sinal de respeito, contudo, permaneceu de short. Para quem estava chegando, não era necessário encher-se de pudor.

A campainha do apartamento toca, mas o aquariano nem se deu o trabalho de verificar pelo olho mágico quem era. Apenas escancarou a porta sabendo que não precisava fazer nenhum convite para entrada daquela garota excêntrica a qual tinha como prima.

– Ola, Kamus! – Disse Clarice virando-se para o rapaz e apertando-lhe a bochecha. – Gostou da surpresa?

– Oi, Clarice... – Respondeu sem muito ânimo, massageando o lado do rosto assim que foi solto. – A que devo a honra de sua presença? Pela sua cara vejo que não é nenhuma emergência...

– Bom, se Maomé não vai à montanha a montanha vai a Maomé. – Respondeu analisando o local a procura de um lugar para sentar. – E como você não vai à nossa casa...

– Você me vê em quase todas as reuniões de família... – Teve coragem de exibir-lhe um sorrisinho sarcástico.

– Que são marcadas a cada 6 meses. – Deu um tapinha leve na nuca do mais novo. – Não tem vergonha nesta cara, não?

–... – Fuzilou a garota com os olhos gelados pelo atrevimento.

– Sem mais ironias, priminho... – Nem deu importância porque, para ela, cara feita só podia ser fome. – Não vai me oferecer nada pra beber?

– Quer dizer que a conversa será longa... Era o que eu temia. – Suspirou mostrando todo seu enfado. – Do que é que você precisa me convencer desta vez? – Dirigiu-se a cozinha a procura da geladeira. – Alguma nova estratégia em mente? Alguma chantagem pronta para o momento?

– Kamus... não precisa ficar 24 horas na defensiva. – Respondeu a prima ainda na sala, já se acomodando num belo sofá. – Não vim convencê-lo de nada. Apenas estou aqui como família. Sua prima, quase irmã, se é que você já se esqueceu... Não vejo nada de errado em parar alguns instantes da minha vida para fazer-lhe uma visita e conversar como nos velhos tempos.

Estancou na porta do refrigerador assim que ouviu as sentenças nada amigáveis vindas do cômodo deixado há poucos instantes. Belo tapa verbal o que havia levado. Porque tinha de ser tão desconfiado até mesmo com relação a pessoas as quais ele mesmo poria a mão no fogo por elas? Era realmente uma vergonha...

–... Voltando hoje da faculdade... – Engoliu parte do orgulho que sempre o obrigava a dizer aquilo que não deveria. – Parei para abastecer e perto do posto de gasolina havia uma lanchonete com ótimos sucos naturais...

– Seria perfeito!

– Só um minuto...

O jovem pegou o primeiro recipiente que viu pela frente despejando seu conteúdo em uma jarra adequada, sem nem parar para perguntar qual sabor seria o favorito da moça, e aprontou dois copos com pedrinhas de gelo em cima duma bandeja prateada. Sem mais demoras levou tudo para a sala e lá encontrou a prima com o semblante pensativo.

– Algum problema? – Perguntou o ruivo enquanto colocava a bandeja na mesa de centro que ficava em frente ao sofá onde a moça estava acomodada.

– Nada de mais é que... – Olhou para o suco, depois bem fundo nos olhos do aquariano e disse. – De repente me deu uma vontade louca de... comer pizza quatro-queijos com coca-cola light...

§O§

– Mas como você é chato! – Retirou mais um pedaço da pizza que a esta altura do campeonato encontrava-se fria. – Se você não fosse tão jovem, diria até que era o pai do Hyoga... Ou talvez o pai do pai do Hyoga!

– Foi apenas uma pequena observação. – Explicou-se preparando os braços para arrumar a bagunça que haviam, ou melhor, que Clarice havia feito ao comer.

– Dizer a uma garota que ela come de mais, não é a coisa mais inteligente em uma conversa sadia, sabia? – Abocanhou a quatro-queijos com tudo.

– Só porque disse a verdade? – Fez um gesto significativo apontando para a garota que agora virava a garrafa do refrigerante na boca sem se importar com a falta de educação. – Terminei faz um bom tempo e você continua beliscando pizza até agora! E vai mais devagar que não estou a fim de levar ninguém para o hospital hoje.

– Ora, vá se catar Kamus! – Mais um ponto em comum entre aquele ruivo insensível e seu priminho loirinho: Os dois adoravam irritá-la. – E não sou eu quem como demais, é você quem come muito rápido, fedelho!

– Olha só quem fala...

O aquariano continuou observando divertido, enquanto juntava a bagunça de papéis engordurados deixados pelos cantos ao redor da mesa de centro. Decididamente sua prima era uma peça rara e por mais que ela mostrasse o seu "lado negro" a sua frente, não conseguia se chocar. Seria possível que aquela ali ficasse embebedada com coca-cola?

– Hum!... – Fez um sinal para que o outro a esperasse engolir e prestasse atenção. – Conversei com Hyoga sobre aquele convite pro seu amigo de ontem...

Kamus, de alguma forma, sentiu seu estomago pesar e não era por causa de azia ou má digestão, pois isto significava que não podia esconder de si mesmo o quanto sua consciência pesava naquele momento.

– Ele não aceitou muito bem... – Pegou mais um chumaço de guardanapos começando a limpar o canto dos lábios. – Se bem que, no lugar dele, eu também não aceitaria e provavelmente não olhava na sua cara por um bom tempo. Mas parece que o loirinho vai assinar sim... – Após a limpeza apoiou os cotovelos sobre a mesinha, cruzou os dedos e alojou seu queixo nas mãos, tendo visão perfeita do rosto pálido e sério do rapaz a sua frente para que observasse suas mudanças de expressões. – O que é que ele não faz por você, heim?

Estava demorando... Sabia que aquela visita não seria apenas para jogar conversa fora, e por mais que não quisesse, já estava preparado para qualquer tipo de ataque. Permanecendo o mais frio que pode armou-se de seu silêncio fixando o olhar num ponto qualquer, pois com toda a certeza não havia nada que pudesse dizer para que a prima mudasse de idéia.

– Qual o problema agora, Kamus? – Incitou-o. – Queria apenas saber sua opinião sobre esta nobre atitude dele?

–... – Continuou ignorando-a.

–... Tudo bem... – Suspirou inconformada. – Apesar de este seu silêncio me entristecer profundamente... – levantou-se.

– De que adianta a gente começar a discutir, sendo que não vamos chegar a lugar algum com isto? – Questionou em tom baixo ainda focado em qualquer canto que não fosse o rosto muito alvo e inquiridor da mulher. – O que você quer que eu diga?

Clarice apenas deu as costas, catou sua bolsa e preparou-se para voltar a sua casa, já que no pé em que estavam não haveria conversa alguma. Dirigiu-se a porta sem ao menos olhar para trás, abriu-a, mas antes que atravessasse parou.

– Não preciso que me diga nada... Prefiro que preste contas à sua própria consciência.

Assim deixou o apartamento e dentro dele alguém que tentava, mas que nunca conseguia enganá-la.

...o§O§o...

Tarde dos infernos aquela que havia passado...

Sofreu horas sendo alvo constante da ira de um leão descontrolado que só faltava arrancar sua couraça de onde estava, tamanha sua indignação. Já pensava em juntar alguma graninha extra pra comprar aparelhos de musculação, pois com a tromba que Aiória estava, era bem capaz de não poder entrar no quarto do amigo enfezado por alguns dias, se não meses...

Teve, além disso, de ouvir um baita sermão digno de missas em manhãs de domingo por parte de Mu que tentava, mas claro que em vão, colocar um pouco de juízo em sua cabeça. E também para pedir que não odiasse Shaka por aquela decisão demasiado exagerada, pois ele também havia provocado e pedido por isso.

Mas a pérola de todas as pérolas, com certeza era quando topava com o próprio virginiano pelos cantos do apartamento e o via exibindo-lhe aquele sorriso afiado e cruel. Vontade de torcer aquele belo e longo pescoço não lhe faltava. Mas para que criar uma guerra quando esta poderia certamente terminar em genocídio?

Milo acabou se jogando na cama pela décima vez após perder a paciência com seu objeto de estimação, o computador. E olha que não era problema com velocidade na rede ou falta de memória. Era mais porque todos estavam contra ele.

Francamente, aquilo não era justo...

Pelo menos foi o que passou por sua mente no súbito momento rancoroso em que estava...

Na verdade... tinha total consciência de que estivera errado e agora sofria apenas as conseqüências da sua tão displicente responsabilidade com relação a tempo. Desde pequeno sempre achava que tinha todas as horas e minutos a seu dispor, o que acabava por prejudicar os que estavam a depender de algo que o próprio viesse fazer antes.

Agora que pensava... sentia-se um completo idiota, pois o fato de quase nunca se importar em esperar algo ou alguém, não significava que o resto do mundo também não desse importância.

– Imbecil... – Xingou-se num desconfortável sussurro que o chamara a atenção. – Não adianta muito se arrepender depois que a burrada está feita...

Agora que sua consciência pesava mais ou menos uma tonelada convertida em arrependimentos incômodos, conseguiu atinar para o possível fato de pedir desculpas sinceras ao virginiano, mesmo que aquela punição merecidamente imposta não tivesse a mínima redução de tempo.

Endireitou-se na cama preparando-se psicologicamente para bater a porta de Shaka quando ouviu uma músiquinha eletronicamente baixa, engraçada e familiar soar em algum canto escondido de seus aposentos.

O celular...

Perfeito, identificação de objeto irritantemente barulhento concluída. Problema agora era encontrá-lo no meio daquele "muquifo" que de longe poderia ser chamado de cômodo, tamanha a desordem que abrigava.

Virou-se pra um lado, contorceu-se pro outro. Levantou travesseiros, lençóis e peças de roupas que ainda estavam espalhadas na cama. Pegou a mochila e apertou o ouvido conta a pobre coitada esperando ouvir o toque mais alto. Definitivamente não se encontrava ali porque continuou o mesmo sonzinho tocando distante e abafado.

Abafado...?

Olhou para o chão, perto da mesa em que estava o computador. Ali jaziam suas calças emboladas num canto como se estivessem prontas para serem jogadas no cesto de roupas sujas. Até suou frio! Não seria a primeira vez que teria o aparelho limpinho, brilhante, cheirando a amaciante barato e completamente fora de funcionamento.

Pegou a jeans desenrolando-a e libertando o pequeno telefone, o qual guinchou tremulamente em suas mãos como se estivesse censurando-o por seu puro descaso consigo ao deixá-lo sozinho em qualquer lugar.

Finalmente mirou o visor e... Mas que raios de telefone era aquele?

– Alô?

–... – Quem quer que fosse parecia estar hesitando.

– Tem alguém na linha?...

Por acaso você que é o... Milo?

–... Ele mesmo? – Estranhou a voz firme e principalmente o tom com que falara o seu nome. –... Com quem falo?

Aqui quem fala é o primo do Kamus, Hyoga.

– Hyoga? – Ficou ainda mais intrigado. Esperava que Clarice ou Kamus fizessem o contato. Sem pensar direito, disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça. – Você que é o garoto meio japa, meio russo, né?

... Pelo jeito meu querido primo andou falando sobre mim para os "amigos" dele...

– Verdade... – Confirmou meio aéreo. – Ele falou um bocado!

Tenho até medo de saber o que ele disse...

– Não se preocupe! Travado e chato do jeito que ele é... – Completou como se conhecesse o ruivo há muitos anos. – Sem contar que, comentários de família não são dos melhores... Falo por experiência própria.

Tem razão... Ele é muito chato mesmo. – Concordou, apesar de que por dentro queria esganar aquele que ousava se aproximar de Kamus. – Não sei como você, que é amigo dele, o suporta.

– Bah! Chato por chato conheço piores... E pode ter certeza que me incluo no meio deles. – Soltou uma gargalhada leve e descontraída.

Sei... Mas mudando de assunto...

– Diga.

Ouvi de meu primo que você gosta da banda Solaris e que queria ver o show... É isso mesmo?

– Isso mesmo! – Respondeu de imediato. – Os caras mandam muito bem!

Eu sei... – Replicou com todo seu enfado já imaginando o tremendo mala com quem estava falando. – Sabe... eu estive pensando e acho que nós dois poderíamos sair lucrando.

– Sair lucrando?... – Se pelo celular o grego pudesse ver aquele brilho malicioso e suspeito nos olhos do jovem russo provavelmente não teria perguntado. – Como?

Você quer ver o show e eu quero meu primo na festa, então... – Fez uma pequena pausa apenas pelo suspense e um sorriso diabólico brotou em seus lábios rosados. – Proponho que se você conseguir convencer meu primo de ir à festa mesmo, eu libero o seu convite. O que você acha, topa?

– Claro filho! Qualquer coisa pela Solaris... – Mais uma vez falou sem pensar até que, segundos depois, achou que aquela conversa começava a tomar um rumo completamente bizarro. – Mas... Espera um pouco... E se eu não conseguir fazer o ruivo comparecer?

Bem, nesse caso, Milo, creio que não teria como liberar a entrada. Veja bem, queremos coisas distintas ligadas ao dia e a festa. Você convence meu primo a ir, eu fico feliz e libero seu convite e assim você fica feliz. No final, saímos lucrando. Se Kamus não for, eu fico chateado, e você não poderá ver o show e ficará chateado também.

–... Perdão?... – Um pequeno espaço de tempo enquanto a ficha cai. – Espera um pouco? Você só pode estar me zoando...

Não. Não estou lhe... zoando. Estou sendo prático. Meu primo teima em me fazer essa desfeita de não estar comigo em meu aniversário, Milo. Ele é uma pessoa especial pra mim. – começa a fazer uma voz triste para convencer. – Você faz idéia do que é ter um primo como modelo a ser seguido e este se recusa a compartilhar de um momento tão especial? Sei que minha abordagem com você não está sendo correta, mas espero que me entenda.

–... – Milo ainda permaneceu atônito por alguns instantes, apenas escutando o que o garoto dizia.

E então, aceita? – Tirou o loiro de seu devaneio.

– Olha... Puxa... Essa me pegou de surpresa... garoto. – Respirou fundo pra tentar recolocar a cabeça no lugar. Era sonho ou seu dia parecia estar piorando? – Eu... posso tentar... Se bem que não garanto nada... – Passou nervosamente uma das mãos entre os cabelos. – Você sabe que seu primo não é coisa fácil... Por acaso, eu não tenho alguma outra escolha?...

Eu sei que Kamus tem um gênio difícil, se fosse fácil não recorreria a você que parece ser o único que ele ainda tem por perto. Clarice me contou que você é espontâneo, criativo... Não acho que vá ter problemas. – Respirou fundo. Eu particularmente já não tenho mais como convencê-lo. Por tanto, desculpe-me por agir dessa forma, mas é pegar ou largar.

– Bom... Já que sou a sua última esperança... Sabe... Tenho outros amigos que adorariam entrar nessa... – Sorriu malicioso. Já que estava se fxdxndx, com um pouco mais de incentivo atazanaria o ruivo de um jeito que este provavelmente iria querer morar dentro de uma boate. – E como teu primo é parada dura, além do meu, vou querer mais oito ingressos. Assim poderemos contar 10 pessoas felizes... O que acha?

Foi inevitável franzir o cenho com aquela contraproposta, mas se por algum acaso tudo saísse nos conformes, valeria a pena ter mais meia dúzia de penetras pra suportar.

– Tudo bem Milo... Acho que não será problema. – Concordou mesmo torcendo o nariz praquele tipo de pedido. Mas infelizmente para ter a presença do seu parente exclusivamente anti-social no sábado, teria de pagar com algo que pudesse equivaler o mesmo para o outro. – Só peço que você me dê os nomes, com o número das identidades de cada pessoa que você pretende levar para que eu possa personalizar os convites e informar a segurança. Quando você terá a confirmação que Kamus aparecerá na festa?

– Confirmação? Bom... Não sei ao certo... Estamos na terça-feira, né? – Coçou o couro cabeludo ainda um pouco nervoso. – A festa é no sábado... Provavelmente teria estourando até sexta a tarde para lhe dar uma resposta... Dois dias e meio acho que são suficientes. Nomes e identidades eu te passo assim que o Kamus me der uma resposta... E claro, se for positiva.

– Tudo bem, ficarei esperando a sua resposta positiva e os nomes, Milo. E... – Pensou mais um pouco antes de continuar. Afinal, precisava encenar direito ali. – Obrigado. Falamos-nos depois.

Desligou o aparelho e logo em seguida jogou-o longe, pois, de alguma forma, já não agüentava mais escutar a voz daquele cara a quem Kamus algum dia dera o título de "amigo" ou qualquer coisa próxima. Sem contar o nervosismo que sentia por estar dependendo de uma pessoa que mal conhecia e por quem sentia um ciúme quase insuportável. Coisa que não admitiria nem sob a pior das torturas. Contudo, para sua infelicidade, a situação pedia medidas drásticas.

Enquanto isso... Num outro canto da cidade...

– Moleque desgraçado! – Bradou quase atirando o telefone longe. – Ainda por cima desliga na minha cara? Qual é a dele afinal?!

Milo sinceramente não entendia como é que as coisas ruins conseguiam acontecer de uma única vez com ele. Energias ocultas, e se duvidarem extra-físicas, em conluio com alguma força suprema extraterrestre, haviam combinado um terrível motim para seu final de tarde. Talvez até mesmo para o resto de sua bendita semana.

E agora, pensando bem, se nem mesmo a família do próprio cara conseguira convencê-lo, quem foi que disse que justo ELE conseguiria? Ta certo que confiava em suas artimanhas quando se tratava de animar alguém pra sair com ele. Mas isso apenas funcionava com determinados tipos de pessoas e algo lhe dizia que com aquele ruivo carrancudo não aconteceria o mesmo.

No entanto, pensando bem outra vez, o que Milo em certos casos conseguia fazer com perfeição graças a sua autoconfiança, porque não? Se estava na chuva era pra se molhar, e do jeito que a coisa andava, considerava-se encharcado dos pés a cabeça. Se conseguisse grudar o resto da semana naquele ruivo, talvez acabasse por deixá-lo mais molhado que casco de barco em beira de praia.

Perfeito! Agora tudo estava decidido.

Convenceria o colega na base de seu poderoso carisma ou da sua famosa e inabalável persistência natural.

Não importava qual fosse à arma vencedora, o importante mesmo era quebrar a cabeça dura do aquariano e entrar de qualquer forma nos embalos daquele sábado à noite.

-

Continua...

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Uia!

Óia eu aqui com a cara de pau traveis, sô!

Ô dificuldade soltar este outro! Ficava faltando dois parágrafos pra terminar e o bicho não saia de jeito nenhum... Nem com laxante! Curuis! XD

Pois é... Neste capitulo não teve números e notinhas de rodapé! Mesmo por que o rodapé aqui é mais embaixo. Acabou que neste capítulo não coloquei nada muito esquisito... Bom... Também num vi nada que fosse muito difícil entender, sacumé né?

Desculpem o atraso! XD
depois de mais mil anos enrolando Washu resolve dizer algo que preste

E lá vamos nós com agradecimentos à turma do apoio moral, emocional, conceitual, mensal, semanal, anual e muhau outra vez!

Litha (Muieh dos infernos que me ajudou muito pra terminar o cap. 4, principalmente a parte do Hyoga no telefone com o Milo. Uma salva de palmas pra ela! Clap, clap, clap!), Bela (Que postou o capitulo 5 de Caminhos Nefastos e me deixou roendo as unhas até os cotovelos de novo com a fic.), Blanxe (Que me passou uma música ótima do The Trax que não paro de escutar e que foi quase trilha sonora pra terminar o cap. E também outra que tá me fazendo roer os cotovelos .), Musette, Ilia (EU NÃO ACREDITO NO QUE ELE FEZ!!! Tinha de ser o Milo mesmo. XD E pra água não estragar vou tacar sal sim!), Sin (Crewbacca e princesa Léia 4ever), Jessi, Narcisa, Shakinha, Allkiedis, Patin, Anne L. Mouton, Hokuto-chan, Mii, Tanko (adoro o Deba por que ele é legal, mas o desgramado num sai .')Ansuya, Bia, Paula-chan, Mandy e Dark Wolf!

VALEU PESSOAS! XD

Uia! Terminei!!! Aleluia! XD

Milo: Você só terminou o capitulo 4 Washu...¬¬

Kamus: pois é!... -.-'

Washu:... estraga prazeres, vocês dois... #.#

Bjins e t+

WashuM (sem sono as quase 5 da matina...)

'Litha se infiltra para deixar suas patinhas no capítulo e olha para o testamento de 'rodapé' de Wa-chan...'. Pohh, eu vim do Makai, logo, vim de algum tipo de inferno, né?! XD... A parte do Hyoga foi... Interessante. Recebi uma cartinha 'amorosa' do Milo por isso, hehe. Que mané palmas, o quê... Quero ver tu desempacando, afinal, Mizuki é empacadora de fics da família e eu sou a desempacadora, oras U.U Hey, Wa-chan... O que foi que Kamus sentiu quando foi abraçado pelo grego, hein, hein, hein? 'sai correndo e se esconde'.

'Washu volta do sono perdido e responde litha: "GERAAAAAAAAAAAAAALDOOOOOO!!!..." e depois pensa...: "Na realidade... nem eu mesma sei! XD"'

21/08/2007

16h07min sei lá quantos segundos... .