Piratas do Caribe e a grande maioria dos personagens não me pertence é claro (e infelizmente rs). Mas ainda assim ouso desbravar esse mundo tão lindo .

Essa é uma concepção de um futuro pós terceiro filme, tateando no escuro...Sem mais, vamos ao texto P.


Certa vez um velho muito velho que vivia a tropeçar no rum pelo cais de San Martin me disse com muita convicção que, tudo que acontece, tudo o que vivemos faz parte de um grande plano...
Na época não dei mais atenção a este ensinamento ébrio do que hoje em dia, mas às vezes – e isso acontece geralmente quando estou em um estado igualmente ébrio – acabo parando para pensar no que o senhor de San Martin me disse – ou quis dizer – naquele final de tarde.

Um pensamento rápido: Se assim fosse e a vida não passasse de um grande "plano", cada um dos nossos passos, cada encontro, cada suspiro, cada amanhecer, cada noite bem dormida ao lado de alguém - cada noite mal dormida também –... Tudo isso já teria sido premeditado há muito tempo por alguém ou alguma coisa disposta a jogar com nossa vida como se fossemos dados ou cartas e nada mais. E o pior é que não importaria nossos desejos ou feitos, por que não poderíamos fugir desse plano maior no final... Plano a que chamamos de destino. A vida é o que é, e nós somos o que nascemos para ser. Simples, limpo e ponto.

Sinceramente, tudo isso não passa de um monte de bobagens na minha opinião. Bobagens ditas por um velho bêbado em um cais de San Matin. Um velho tão velho que quando meu pai ainda era uma criança da minha altura – e não que isso seja difícil – ele já era velho. E já dizia bobagens regadas a álcool no velho cais de San Martin.

Eu acredito em coisas bem diferentes e nessas coisas eu penso mesmo quando estou longe das garrafas de rum de Tortuga. Eu acredito no "nosso". E que seja lá quem for que estiver olhando por nós – e se tiver mesmo – me permita a modéstia de acreditar que essa é a verdade. E em nome d'Ele mesmo me deixe jurar hoje, aqui e agora que tenho visto e acompanhado muitas pessoas mudarem desse jeito desde que deixei aquele cais naquela tarde...

E então "nosso" futuro – ou nosso destino, como preferir chamar – é conseqüência de nossas ações de hoje e não um passo a mais em um mapa de destino certo. Cada pegada que deixamos para trás marca a trilha pela qual iremos voltar um dia. E digo nosso com tanta vontade por que na verdade somos nós nossos donos. E somos nós que jogamos ou não com nossa vida.

Para cada atitude sempre uma conseqüência.

E agente conclui que a única coisa que existe é um ciclo.

E no final cada qual faz seu próprio destino.

Cabe a nós – e somente a nós – escolher o lugar que iremos ocupar nesta roda. E foi pensando exatamente assim que eu percebi que podemos ter a ilusão de que o futuro todo nos pertence. E o tempo não bastaria de brincadeira para as crianças do cais de San Martin, e o espaço todo só caberia na palma de nossas mãos.

E quem sabe o mundo todo poderia ser nosso...

... E a verdade é que só nos bastaria querer...


Aonde o Mundo Começa...

Abriu os olhos no buraco sujo aonde adormecera embaixo de uns trapos velhos que chamava de cobertor.
Odiava quando chovia durante a noite. Deixava seu único par de meias encharcado e ele acabava tendo que sentir os dedos empapados até o sol dar o ar da graça. Resmungou alguma coisa enquanto se sentava direito aonde costumava dormir.

Era um buraco de pouco espaço que só dava para alguém muito pequeno se enfiar e aonde guardava seus pertences quando os tinha. Era situado em um beco sujo e mal localizado perto da praça central da cidade, acessível apenas por uma escada de cordas improvisada pela qual ele rastejava para poder dormir com o mínimo de segurança. Antes havia uma escada de madeira mal feita, mas o tempo e os cupins pareciam ter mais fome do que ele e a escada acabou virando história há muito tempo. E a julgar pelo estado da corda de cânhamo, ela também iria virar dentro em breve.

Repetiu o ritual matinal de se ajeitar e se vestir com mais pressa que o normal. Hoje era dia de feira em San Martin o que significava muitos "clientes" e talvez um bom prato de sopa e pão fresco na Flecha de Prata. Nem podia pensar direito nisso sem salivar um pouco, fazia dias que não colocava algo sólido ou em bom estado na boca, geralmente era o que encontrava por aí e uns poucos goles de água.

Saiu do buraco e desceu pelo apoio carcomido até o chão que ainda estava molhado por causa da chuva que caíra na madrugada e não demorou muito para que Jess corresse na direção da praça central da cidade, aonde o dia estava começando a acordar.

-

- Capitão? – Gibbs batia na porta da cabine com força – Capitão...?
Jack ouvia distantemente a voz do Imediato. Estava abraçado ainda a uma garrafa vazia de rum em sua rede, balbucionando qualquer coisa em alguma linguagem mais difícil de entender do que a habital.

- Capitão Sparrow? Estamos aportando em San Martin...

San Martin... Eles haviam chegado então. Não sem tempo.

Haviam pegado uma tempestade pouco cômoda durante a madrugada e seria necessário reparar o casco antes de partirem novamente. E ele tinha pressa em partir.
Sempre a tinha.

- Capitão...?

- Pelos nove infernos Gibbs, não entrou água o suficiente em meus ouvidos para me deixar surdo! – a resposta do capitão viera irritada e impaciente. O Imediato meneou a cabeça e saiu de perto da porta da cabine dizendo um "desculpe" pouco audível.

-

Seu capitão estivera mudado demais desde que voltara.

Estava mais reservado e sério do que antes e de uma forma boa ele sentia falta do velho Jack de vez em quando, aquela excentricidade toda caminhando pelo convés gritando ordem e itinerários tão confusos para os marinheiros... O grande capitão Jack Sparrow já não parecia tão grande e essa era a verdade.

Gibbs se apressou em gritar as ordens aos marujos para descerem e cumprissem com suas obrigações. Uma parte iria até a feira de San Martin para arrumar mantimentos enquanto outra ficaria por ali para concertar o Pérola Negra o mais rápido que fosse possível.

Do jeito que andava Jack iria querer colocar o navio no mar ainda antes do sol se por e isso exigiria uma rapidez quase impossível dos novos tripulantes. Alias, ele precisaria dar um jeito nisso também. Estavam precisando de mais gente e o jovem Sr. Velasgos fizera o favor de cair ao mar em meio à tempestade da ultima noite e simplesmente desaparecer – e isso somava mais um à lista de carne nova que precisaria arrumar.

E Gibbs sabia que isso não ia ser fácil. Como das ultimas 2 vezes.

Não era mais tão simples como antes, houve uma época em que cada porto tinha ao menos três ou quatro garotos querendo fazer parte de uma história de Piratas. Mas as coisas não eram mais assim.

Não era mais desde que Jack mudara, o Pérola parecia estar em desgraça e ele mesmo assumia para si que já pensara em procurar outro barco para servir, algum barco que lhe desse as coisas brilhantes das quais sentia tanta falta.

Mas desistia rápido da idéia de deixar Jack. O capitão precisava dele mais do que nunca e isso incluía a vez do Kraken ou a dos canibais...

Suspirou mais uma vez e começou a descer a rampa que dava para o cais sem deixar de dar uma olhadela para a porta da cabine ainda fechada. "Pobre Jack" era o que sempre pensava quando tentava procurar alguma resposta para a decadência do amigo mas a resposta nem era tão difícil assim. Trinta peças de ouro para o primeiro idiota que lhe provasse que isso não era culpa de uma certa Sra. Turner que eles não voltaram a ver desde que partiram de Port Royal a 3 anos.

- Um dia para a caça velho amigo, nem mesmo você pode ganhar todas...



Gente, espero que curtam a fic, estou querendo mto fazer um trabalho bom mas sei q falta bastante caminho a percorrer ainda... rs
Desculpem-me os erros mas o sono, a pressa e a vontade de escrever os capítulos mais "interessantes" me incitam a deixar assim. Rs
É minha primeira fic de Piratas do Caribe e ainda tem bastante coisa pela frente.
Alias, vcs daqui escrevem mto bem, estou admirada...O.o
Bjos
E até a próxima
K