Harry Potter e o Controle da Serpente

Ahhh, desculpem a demora.

Sabem como é... (eu e minhas intermináveis desculpas). Fazem SÓ quatro meses que eu não atualizo...

Juro que um dia ainda vou escrever a continuação desta aqui. Juro mesmo. E quando escrever e postar, vou mandar um e-mail pra cada um de vocês avisando xD.

Lembro que esse capítulo foi divertido de escrever. Ahh, os velhos tempos no Sobresites... que saudade... Capítulo dedicado ao Royal One por me lembrar desses bons tempos. E eu lembro de você sim xD.

Boa leitura e até a próxima.

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Harry Potter e o Controle da Serpente

-Capítulo Trinta e Três-

Como ele

Pouca gente percebeu o possível combate futuro entre os dois grifinórios, e Harry e Rony preferiram não espalhar a notícia. Apesar de soar bem como a prova definitiva sobre quem duelava melhor, era estranho ter que duelar contra o melhor amigo. As duas garotas não entenderam porque eles não estavam se falando direito no fim de semana.

Por outro lado, o resto do colégio estava animadíssimo. Havia pelo menos um representante de cada casa no torneio. Além de Harry, Rony, Teo e Justino, estavam também Neville – que andava arrasando os duelos do torneio e os corações das garotas -, Draco e dois patetas do sétimo ano da Corvinal – os amigos de Cho.

No torneio feminino, com Hermione e Moa derrotadas, as favoritas ao título eram a tal da Flávia Marsmont – que apesar do jeito mal encarado e a tendência a confrontos quando provocada, se provara "pacífica" na maior parte do tempo – e sua rival não menos intimidadora, Cho. Agora a ex-apanhadora parecia ter finalmente se conformado, e voltava a ser considerada normal por um psicólogo pouco experiente – apesar, é claro, de ninguém ter coragem de dizer isso para ela.

Apesar de diariamente más notícias da guerra chegarem, pouco abalava a população geral do castelo. Principalmente agora, início de Abril, semana das férias de Páscoa. Uma longa e maravilhosa semana sem aulas, sem AD, sem deveres, e principalmente, sem stress.

-Ah, que maravilha! – Mione se estendeu na poltrona.

Era segunda de manhã, o sol brilhava abafado, uma brisa quente corria pelos corredores, e apesar de absurdamente quente nos terrenos do colégio, era quase insuportável permanecer dentro do castelo. Quase todos os alunos estavam no pátio, conversando, jogando ifrisbees/i para Selda ir buscar, brincando, brigando, ou nadando com a lula que lentamente voltava ao normal.

-Vamos descer – sugeriu Rony – está muito abafado aqui.

-Tá bom! – Mione saiu num pulo da poltrona e já disparou pelo buraco do retrato.

Eles se entreolharam.

-Ela ta bem? – perguntou Rony.

-Deve ter batido com a cabeça quando caiu da cama – Moa sacudiu a cabeça.

-Ela caiu da cama?

-Sonhando... foi engraçado – ela deu de ombros.

-Tá, mas vamos?

-Acho que... – Harry olhou para a garota, um sorriso maroto na cara – vamos ficar. Pode ir.

Estavam há tempos procurando um momento e lugar para ficarem sozinhos, e só os três estavam naquele momento na torre da Grifinória.

-Ah... – Rony os olhou – Ah! Ta, então... Depois.

-'Té. – o casal sorriu quando o ruivo saiu.

-Enfim sós! – Harry se atirou na poltrona. Moa sorriu.

Teria sido a melhor manhã de sua vida se quando ela estava pela metade o retrato não tivesse aberto novamente.

Gina entrou rindo, atrás de um Rony vermelho.

-O que foi? – perguntou Moa, saindo do colo de Harry (cena normal).

-Hemione e Malfoy – a ruiva se sentou rindo na outra poltrona, com um Rony de cara amarrada na outra. – namorando, pra variar.

-Vem cá, quando é que você vai se declarar outra vez pra ela?

-De que adianta? – perguntou ele, contrariado – Deve haver uma barreira mágica neles, sei lá... será que é efeito de veela?

-Revertido? – perguntou Harry, dando risada – Sei lá, eu é que não sei!

-Talvez, o Draco é lindo! – murmurou Moa.

(:Nota da Autora: E quem é que não acha? Sorte da Mione! Aproveita ex-dentucinha!:)

-Ei! – Harry a olhou, indignado.

-Cala a boca Harry, ele é mesmo!

-Concordo Moa, dá até vontade de morder! – Gina piscou para Rony.

-Ah se dá! – Moa começou a rir ante a cara revoltada de Harry.

-E eu?

-Você... – Moa o olhou como se estivesse quebrando a cabeça – você só... ah!

-Como assim "ah"?

-Esquece! – ela riu.

-Uma ova! O que ele tem que eu não tenho?

-Uh... beleza?

Rony começou a rir.

-Não faça essa cara! – ela e Gina riram alto.

Harry estava paralisado no sofá... chocado demais para raciocinar.

-Quer dizer que eu sou feio?

-Eu não disse isso.

-Eu sou feio... eu sou feio... – repetiu, levantando da poltrona.

-Peraí Harry... não leve a sério... – ela voltou a rir.

-Eu sou feio... eu sou... – ele cruzou a sala.

-Harry... o que vai fazer? – Moa olhou por cima do sofá. Harry metera a cabeça pela janela.

-EU SOU FEIO!!

-Ai! – ela meteu a mão na cara.

Possivelmente todos os alunos do pátio ouviram...

Gina fez questão de espalhar o ocorrido, foi a fofoca do dia... Moa recebeu muitos xingões das outras garotas por deixar um cara como Harry complexado... o que foi uma surpresa agradável para ele, não sabia que algumas de suas alunas andavam suspirando escondido pelo presidente da AD... e ele não relaxou, sempre que ela se distraía metia o dedo na ferida, deixando-a rubra e completamente envergonhada... não ligava para os gritos repentinos de "eu sou feio!" que ocorriam nos corredores toda vez que ele passava, se divertia mesmo com os vermelhões e ataques de patetice que ela ganhava...

Naquela noite o salão estava bem mais barulhento, as fofocas eram trocadas em voz alta, os alunos jogavam e conversavam animadamente, alguns poucos faziam lições, e até Hermione se dera ao luxo de perder três partidas seguidas de xadrez para Rony.

-Você não vai deixar ela em paz? – perguntou Mione, quando Moa se escondia numa almofada pela sétima vez depois do sétimo grito "eu sou feio!" do Trio M.

-Não, enquanto ela não admitir...

-Admitir o quê? Só se você quiser que eu minta! – ela o espiou por cima da almofada.

Sorriu...

-EU SOU FEIO!!

-Tá bom, ta bom! – ela se encolheu de novo – Eu admito, você é lindo, agora pára com isso!

-Como é? Eu não ouvi. – falou sadicamente, Rony e Gina começaram a rir.

-VOCÊ É LINDO!!

-OOOOOOAAAHHHHH!! – exclamou meio salão.

Moa parecia que iria desaparecer inteira por detrás da almofada...

-Viu, nem foi tão difícil... – sorriu, puxando a almofada que ocultava aquela crina castanha-avermelhada.

-Cala boca Harry... seu canalha, demente, louco, sádico...

-Ah, meu bem, eu também te amo! – a puxou pelo braço, quase a derrubando da poltrona.

Ela riu, vermelha.

-Ai! Sai, eca, o feio me agarrou!

-Linda...

"Beijão..."

-HUMMMMMMMM!!

-Gina, Rony... parem. – Mione sacudiu a cabeça.

-Agora que as surubas já acabaram... quando você vai estudar conjurações Harry?

-Surubas Mione? – perguntou Rony, de olho roxo.

Só porque ele puxara o pé de Harry, que caíra da poltrona com Moa no colo que só Deus sabe como acertou um pé na cara do ruivo...

-Tem toda a semana ainda Mione... dê um tempo. – espreguiçou-se, ainda sentindo as dores nas costas.

-Então anote na sua agenda de deveres! Onde foi que você a deixou?

Apertos na memória, que fim mesmo levara? Os dragões tinham comido... VIDA ETERNA AOS DRAGÕES!!

-Acho que ficou lá nos Dursley, eu estava meio apressado quando guardei as coisas no malão, por causa dos dementadores...

Moa soltou uma risada pelo nariz, Hermione olhou pouco convencida para Harry, mas não criou caso.

-Você me ajuda amanhã com as porcarias das conjurações? – perguntou baixinho para Moa, que ainda massageava o pé.

-Claro... e eu sou a cabeça oca...

-Não... você é linda.

-Eu sei...

-Eca que grude! Podem parar vocês dois!

De longe, a casa que mais era desordeira era a Sonserina, seguida de perto pela Grifinória com o Trio M, os sucessores de Fred e Jorge, composto por Marco Evans, Marcos Wellington e Maicon Iordanov, os três calouros grifinórios, aprontavam tanto que corriam boatos de que Filch estaria usando loção para manter os cabelos...

De tarde foram fazer uma visita a Hagrid, Selda, espantosamente grande, fez questão de pular nas roupas deles, e puxá-los pelas barras das vestes até a orla das árvores, onde Hagrid estava mexendo nos cavalos abraxanos.

-Ah, oi, Selda, senta, sua malcriada, senta! Vocês vieram na hora certa! – ele sorriu, empolgado.

-O que foi Hagrid? – perguntou Mione, observando o tonel de vinho na frente de um Bush inquieto – Por que tanto vinho, pretende deixar os cavalos em coma?

-Não. – Hagrid fechou o cercado e foi seguido até o outro lado da cabana, onde a égua tordilha estava amarrada – Panquecas. Finalmente. Ele não é lindinho?

Demorou um pouco para Harry reparar no bichinho fino e cor de creme que estava entre as coxas da égua. Se aproximaram um pouco, e ele pôde ver um potro, grande demais para sua idade, recém nascido. Era do tamanho de um cavalo médio comum, tinha as pernas compridas demais em comparação com o corpo, e pareceria com um potro tamanho-e-família comum se não fosse pelas pequenas asinhas desprovidas de penas dos lados da cernelha. Olhou-os com curiosidade antes de voltar a mamar.

-Quando foi Hagrid? – perguntou Mione, sorrindo encantada.

-Ontem á noite. – ele olhou com orgulho para mãe e filho. – De madrugada. Eu escutei os relinchos perto da floresta. Vou construir um cercado do lado da minha casa, preciso deixar os dois seguros com os outros onde eu possa estar de olho, andei achando manticoras na floresta, e eles gostam de potros novos. Vai ser um arraso nas aulas!

-O que é aquilo que ela está comendo? – perguntou Rony, apontando a massa avermelhada dentro da manjedoura onde a égua comia.

-Alimento suplementar. Só para garantir entendem? Olímpia falou que me dará ele se for um filhote saudável. E será ótimo ter um abraxano jovem e puro, rendem muito dinheiro quando servem de garanhões. E esse vai ser um, o Buck.

Eles observaram por alguns minutos Buck e Panquecas, e entraram na cabana, onde Hagrid preparou seu chá fumegante, e sentaram-se para conversar.

-...eles estão fazendo da floresta uma base particular. – falou Hagrid, contrariado. – Estão trazendo e fazendo tudo o que os retardados das trevas poderiam fazer. Feitiços anti-localização e mapeação, ilusionamento, e coisas do gênero, os dementadores andam livres por ali, me admiro que ainda temos sol todo dia, quimeras, manticoras, serpentes e outras criaturas associadas às trevas, a floresta está sofrendo um desequilíbrio sem igual. Eu mesmo não me arrisco a entrar, e alguns centauros tomaram juízo e saíram daqui, subiram as montanhas, em busca de outra floresta que ainda esteja intocada.

-Quando? – perguntou Rony.

-De noite, eles preferiram manter sigilo. Estão bem desgastados, estão perdendo o encanto da espécie. Os outros também não estão muito satisfeitos com Você-Sabe-Quem, mas ainda o servem na esperança de algum dia a promessa ser cumprida.

-Que idiotice – Mione sacudiu a cabeça.

-É – comentou Hagrid – mas eles não são o maior de nossos problemas. Estou mesmo preocupado é com os trasgos e alguns gigantes que têm aparecido aqui na floresta também. E também tem Grope. Com tantos gigantes, ele tem se disfarçado na floresta. Foi realmente um milagre que você não tenha encontrado nenhum durante a volta da fortaleza Harry. Vários. Uns vinte acho. Tenho medo de que reparem que Grope não faz parte deles e o ataquem.

-Mas ele não poderia servir de espião para vocês? – perguntou Moa.

-Nam, mal sabe falar inglês e é muito burro para isso. Mas tem dado alguns sinais de amistosidade, acho que já não atacaria um homem desconhecido se esse chegasse muito perto, está se acostumando a viver com outras criaturas e a se submeter a elas. Também, depois das surras que levou...

-Surras?

-Dos outros gigantes, ele se esqueceu que não é o maior de sua espécie, e agora os outros fizeram questão de lembrar isso de novo para ele.

-Mas eles não podem matá-lo podem? – perguntou Rony, meio preocupado.

-Se quiserem... – Hagrid suspirou num lamento – nada impede.

Os ovos de Páscoa da Ordem foram vorazmente consumidos, e só para divertir a noite seguinte, Fred e Jorge haviam misturado um pouquinho de pó de espinha no chocolate caseiro...

-Moa... você está com um tomate enorme no nariz – sorriu, com dezoito erupções na cara.

-Você não está muito melhor – ela meteu um espelho na frente da cara.

-Será que não tem um feitiço pra isso? – perguntou Mione irritada, também olhando-se num espelho.

-Você quer ficar igual ao Neville, Mione? – perguntou Rony, um verdadeiro cacto, apontando para o grifinório que tentava retirar a aparência de cereal que tinha...

As espinhas não saíram em três dias... isso rendeu muitas horas com Pirraça cantando "Espinhenta! Espinhento!" enquanto atirava coisas como gizes e chicles mastigados neles...

Conseguiu dominar a técnica das conjurações e transfigurações completamente depois de três noites de treino... descobriu que só estava errando devido ao stress da múltipla-jornada, e que sua cicatriz doía menos quando não estava irritado.

-Talvez ela doa com as suas emoções também, e não só com as de Voldemort – sugeriu Mione quando ele contou isso aos amigos, sexta de noite.

-Era só o que me faltava... espero que doa nele também! – falou contrariado.

-Mas não doía antes não é? Cavalo na E Cinco! – Rony ergueu os olhos do tabuleiro de xadrez e o encarou – Quero dizer, antes era pouco, agora tem sido direto não é?

-Sim, e daí? Antes era um escândalo quando doía e agora ninguém mais liga.

-Talvez esteja aumentando – comentou Rony, ordenando que seu cavalo comesse o bispo histérico de Moa – A-há, toma essa!

-Isso ta na cara, Voldemort não podia me possuir antes e agora pode.

-E se continuar aumentando, o que pode acontecer? – perguntou Moa, avançando com a torre.

-Não sei, mas isso não me preocupa... Vamos a Hogsmeade amanhã?

-Não seria uma boa Harry... – Mione contou os pontos do tricô – você sabe que não deve sair.

-Não vou me prender por isso... até os professores vão!

-Mas...

-Deixa Mione, é Páscoa! – Rony desviou seu rei da jogada perigosa.

-Tá, depois da desgraça não diga que eu não avisei... mas pelo menos não se enfie no mato de novo!

-Eu estava pensando em ir para o Três Vassouras... com a turma.

Eles não responderam, e por algum tempo Harry ficou observando Moa e Rony jogando.

-Eu desisto, não dá pra te vencer! – murmurou Moa, se largando na poltrona em seu colo. Rony arrumou as peças outra vez com um sorriso convencido.

-Não tenho culpa de ser bom.

-Não, você que é muito ruim mesmo – falou olhando Moa.

-Ei, você nunca me venceu! – murmurou Rony, olhando-o desafiadoramente.

-Esquece Rony, acho que eles não te ouviram – murmurou Mione sem erguer os olhos do tricô.

-Isso é patético...

"Olha quem fala, seu pacóvio!"

"Sou me... pa o quê?"

"Tolo... burro... imbecil... estúpido..."

"Ta! Eu entendi!"

"Cretino... bobo... palerma... otário..."

"Hum... feio também não?"

"Não chega a fazer parte... então não comece!!"

-Em vez de usar esse palavreado porque não diz logo melóide hein Moa? – perguntou Rony, interrompendo a festinha. – Fica mais simples. E daí retardado entra junto na descrição.

-Peraí, vocês deram pra pegar no meu pé hoje né? – perguntou, metendo uns cascudos em Moa.

-Ai! Você é mau!

-Sou. – sorriu.

-Ai... – Rony revirou os olhos – Harry, te desafio para uma partida!

-Vambora!

Talvez porque estivesse concentrado, ou talvez porque pensasse melhor com os hormônios em folha, o fato é que conseguiu obter uma bela vantagem inicial comendo os dois cavalos (opa, comendo não!) de Rony e cercando os bispos, assim sendo prendendo os piões que liberavam as torres e ferrando por vários minutos o jogo do amigo... e era um milagre alguém vencer Rony no xadrez, depois de alguns minutos já tinham até público, um estranho silêncio e apostas clandestinas correndo ao redor deles.

-Rainha na F 2! – mandou Rony, suando, protegendo o rei e a torre ao mesmo tempo.

-Cavalo na G 4...

-Credo, o suspense aqui é tanto que dá até pra pegar... – Moa fez um gesto de quem agarra o ar...

Até que...

Sorriu, avançando com sua dama:

-Xeque Mate.

O único gesto foi a queda do queixo de Rony... demorou vários segundos para que os outros terminassem de avaliar a jogada e se dessem conta de que o jogo acabara e o tabu fora finalmente quebrado.

-Eu te amo! – Moa se jogou no seu pescoço.

-Amém!! – Simas e Dino começaram a recolher o dinheiro das apostas (eles foram os únicos que apostaram em Harry... que fé!).

-Que milagre! – Gina e Neville pularam empurrando os outros e abrindo espaço no grupo.

-Neville... você está pisando no meu novelo!! – avisou Mione irritada, puxando a linha.

Mas o patetão não ouviu...

-Pegou pesado Mione... – comentou dando alguns tapinhas no rosto dele.

-Mas desfez vários pontos, e eu avisei!

-Ãh? Onde estou? – perguntou Neville com a mão na cabeça.

-Foi um senhor estuporante... – Moa e Rony abafaram risadas largados preguiçosamente no sofá.

-Afinal pra quem você está tricotando Mione, no meio do verão? – perguntou erguendo Neville.

-Pro Draco, inverno que vem... talvez.

-Estamos no meio da primavera Mione! – retrucou Rony, atirado no sofá.

-Talvez até o fim do outono que vem ela já tenha terminado o enxoval... – falou Moa com cinismo.

Mione apenas a olhou pelo canto dos olhos...

Harry ficou extremamente irritado em ter que dar bofetadas na namorada para acordá-la, tão vesga quanto Neville, com Mione dizendo "Ela mereceu" sendo protegida por um Rony traíra... "Você me paga cretino! Os dois!" E Simas, Dino e Marco se fantasiaram de fadas, um de cada cor, e começaram a pular mandando com que ele beijasse Moa... extremamente patético, quase os estuporou também...

E quando ajuntou Moa e Mione o atacou pelas costas fazendo com que ganhasse rabo... deixou Rony inconsciente no chão com braços saindo dos quinze narizes e perseguiu Mione por toda a sala comunal até Bichento pular na sua cara... estuporou o gato também, mas Mione não gostou e o deixou no chão também... e fez questão de usar o ataque das lesmas nele...

-Isso foi nojento Mione... – gemeu da janela, observando algumas lesmas que caíam lááá embaixo.

-Nojento foi seu ataque ao pobre do Bichento! Ele mal saiu da ressaca e já ta com dor de cabeça! – exclamou a ex-dentuça, executando um feitiço e tirando mais um nariz e par de braços de Rony.

-Uau, que gato delicado! Parei! – acrescentou, tendo uma ânsia quando Mione lhe apontou a varinha com o gato mal humorado no colo.

Moa apenas observava alienada o que acontecia, de vez em quando voltando a ficar vesga por causo do feitiço estuporante... frágil.

Depois de mais alguns minutos e lesmas caindo da janela da torre (uh, nojento!) Rony já tinha a aparência normal de novo, exceto por uns vermelhões onde os narizes tinham estado antes...

-Ei aproveita e usa o feitiço que Remo falou... – pediu Rony, apontando para o queixo.

Harry se sentou em frente ao fogo, mas como aviso deu um mísero arroto que toda a sala ouviu.

Mione se atrapalhou com o arroto e Rony tinha tranças de três metros de cabelos vermelhos saindo do queixo...

Foi estuporado cinco vezes seguidas pelos dois por isso...

-Eu estou com dor de cabeça! – murmurou contrariado, enquanto saíam do castelo a caminho de Hogsmeade.

-Ninguém mandou fazer aquilo – sorriu Mione.

Ela estuporara (de novo) Harry três vezes só porque ele fizera gerânios saírem das orelhas dela no café da manhã.

-Mas as catinga-de-mulatas combinaram com você – sorriu.

-Se eu fosse você eu parava de provocá-la Harry... – sorriu Rony, que ainda não reparara que tinha duas sementes de castanha do Pará nos ouvidos.

Ao longe viram Hagrid com um saco recolhendo algumas lesmas perto do castelo...

Foram diretamente para o Três Vassouras, juntando-se à maioria dos outros sextanistas, falando sobre os campeonatos de quadribol (tanto o escolar quanto o internacional... a Inglaterra estava na 12ª posição), sobre o torneio de duelos, ou sobre o curso de aparatação...

-Nossa Rony, olha o que você tem nas orelhas! – exclamou Mione, de repente, tirando as castanhas das orelhas de Rony.

-Uau!

-Mrs. Mala Mione, ou, para facilitar, Mrs. M²... – sussurrou para Moa. Ela sorriu...

Estavam conversando animadamente quando sentiu algo em seu pulso apertar forte, e em seguida a paz foi cortada por gritos de pânico vindos da rua. Logo depois, ouviram passos de criaturas que pesavam algumas toneladas ribombando pelo chão, e urros que soaram estranhamente familiares. Harry levantou na mesma hora.

-Ataque.

E a porta do bar se abriu e vários alunos aos berros entraram, e dela foi possível ver a correria, a chuva gelada, o céu escuro, e os enormes monstros e vultos encapuzados cruzando a rua.

-Atenção! Mione, Rony – virou-se para os amigos, também de pé – ponham ordem aqui, façam eles me ouvirem.

Foi rápido; Mione ergueu a varinha, murmurou algumas palavras bem escolhidas e um som de explosão vibrou dentro do bar. Alguns berros, e os alunos silenciaram.

-Muito bem. Pessoal da AD! – falou em voz alta, varinha visível na mão – Sétimo ano, nas janelas! Terceiranistas e quartanistas, aqui no centro! Quinto ano, perto da porta! Sexto, comigo!

Foi uma correria apertada e rápida dentro do bar, apressada pelos berros de susto quando um dementador adentrou pela janela. Harry sem hesitar berrou, varinha erguida:

-Expecto Patronum!

O cervo sempre confiável disparou, afastando na hora o dementador, ficando do lado de fora, rondando. Os alunos se arrumaram e Harry, acompanhado dos colegas ali presentes do sexto ano, saiu do bar.

Estava um verdadeiro pandemônio. O céu negro e chuvoso dificultava a visão, mas os dementadores eram visíveis por toda a rua, assim como as sombras gigantescas dos trasgos por entre as casas urrando furiosos, brandindo os bastões. Várias construções estavam danificadas.

-Harry, temos que achar os professores, temos que levar os alunos de volta ao castelo! – murmurou Mione, nervosa.

-Mande Gina arrumar o povaréu lá dentro, novatos no centro, mais velhos ao redor, todos com varinhas à mão – falou brevemente.

Foi quando a primeira onda de dementadores atacou que sentiu a eficiência da AD. Praticamente todos os seus colegas conjuraram, sendo possível ver um zoológico prateado irromper no céu.

-Espalhem-se um pouco, mas cuidem – avisou, tomando a dianteira para o meio da rua, a varinha erguida mantendo o cervo prateado, a luz mais forte de todo o povoado.

De cima pareceria um círculo oval de pontinhos luminosos. Os quintanistas, por ordens de Harry, se juntaram aos sextanistas na tarefa de manter os patronos, enquanto o sétimo ano vinha para proteção geral, afugentando as quimeras e manticoras que se aproximavam o suficiente para oferecer perigo.

Então, dentro do círculo, vieram os alunos do quarto ano, os que sabiam conjurando alguns patronos, outros lançando feitiços, e no centro, os terceiranistas, também tentando ajudar. E com os animais prateados galopando ao redor do círculo, foram se locomovendo devagar pela rua.

Mas o primeiro trasgo saiu correndo da escuridão, erguendo o bastão contra eles. Os veteranos, inexperientes, atacaram precariamente. Os feitiços ricochetearam na couraça dura do trasgo, e ele acertou uma bastonada em Rony.

Ao mesmo tempo em que o urso prateado desaparecia, Rony caiu berrando aos pés de Harry.

-Droga! – murmurou, erguendo o amigo – Ataquem juntos! Em sincronia!

Precisou desmanchar o patrono e ir até lá para dar certo. Poucos se feriram – comparando-se com o que poderia ter acontecido – pois na onda de berros vários escudos foram conjurados ante os ataques dos trasgos, provenientes dos alunos mais novos. Olhou irritado para o trasgo, sentindo que talvez devessem ter ficado dentro do bar mesmo.

-Junto comigo! Um, dois, três! ESTUPEFAÇA!

Os mais variados feitiços foram lançados, e serviu para o trasgo cair. Conjurando o patrono novamente, voltou à frente desfalcada do círculo, acelerando as passadas e derrubando duas quimeras com um feitiço causado por um gesto de mão. Estava irritado...

Foi com dificuldade que avançaram pela rua, e alguns professores – entre eles McGonnagall e Snape – se juntaram ao grupo, impondo mais ordem e facilitando as coisas. Harry ficou impressionado com a agilidade de Snape para lançar feitiços, lembrando uma aranha, mas com a rapidez de um piscar de olhos.

Mas nem os professores puderam evitar o que aconteceu.

Na encosta do morro, perto da floresta, quando já estavam na metade do caminho, um gigante – de uns seis metros – saiu correndo, um enorme porrete na mão. E antes que pudessem lançar um feitiço decente, Harry, que estava mais perto da floresta do que os outros, afastando os dementadores dali com o seu patrono, foi atingido.

Nunca pensou que voaria tão alto sem ter asas nem vassoura...

Caiu com um grito, ficou alguns segundos quieto, paralisado com a dor, apenas escutando os berros aumentados. Do seu patrono nada restara além de um vapor claro no ar, e foi com dificuldade que se ergueu de novo, limpando o sangue que escorrera da boca com as costas da mão. Estava muitos metros afastado do grupo e sozinho, e o gigante corria de volta para ele, um sorriso retardado na cara, enquanto outro surgia por trás.

Ações rápidas, desviou da porretada do que vinha por trás pulando para o lado, lançou um hulfosbefes que produziu um alto som de gongo quando se chocou com o porrete do gigante que o atacara antes, correu por entre as pernas dele escapando dos golpes do outro, lançou o patrono de novo, afastando outra vez os dementadores...

Uma quimera pulou, sentiu o rasgo no braço, caiu, rolou, ergueu-se... sem parar, o patrono o acompanhando, desviou dos ataques irritados dos gigantes, atingidos pelos feitiços desorganizados daquele lado do círculo, atacou duas outras quimeras com a mão livre, finalmente juntando-se ao grupo.

-Harry, você está bem?! – gritou Mione no seu ouvido, quando ele voltou ao conjunto que com dificuldade subia o morro.

-Claro que estou bem! – murmurou irritado, apertando a varinha para fortalecer o patrono feito de forma afobada.

Alguns bruxos mais velhos surgiam também... patronos mais fortes foram ajudando a afastar os dementadores... a chuva cessou, mas os rugidos dos manticoras e quimeras, e os urros dos trasgos correndo até ali e os gigantes furiosos pareceram estarem em maior número – o que de fato acontecia.

Os dementadores haviam fugido ante a tamanho número de patronos, mas as outras criaturas atacavam mais cruelmente agora que os seres causadores de mal-estar haviam partido. Eram lançados mais escudos do que ataques, e os alunos já tinham estourado numa debandada para o castelo.

Harry se dedicou a extinguir os que o atacavam. Em quatro feitiços seus, duas quimeras morreram, e um manticora ficou agonizando no chão. Estava furioso... o ataque despertara nele uma frieza cruel que jamais pensara ter. Em feitiços poderosos, abria nacos nos corpos dos trasgos, destruía manticoras e quimeras, cegava gigantes. Era um pequeno demônio de fúria contida que atacava sem piedade os soldados de seu inimigo.

Estavam enfim nos terrenos de Hogwarts. O céu estava cinzento, quase todos os alunos já estavam no castelo, e apenas alguns poucos estavam do lado de fora, batalhando com os professores e os membros da Ordem. Entre eles, Harry, Rony, Draco e – para surpresa geral – Neville.

Era estranho, duelando, lutando, com tanta naturalidade e displicência, sentiu-se bem, como se as coisas sempre devessem ter sido assim, como se aquela fosse a ordem certa das coisas... então percebeu que realizava o desejo que tinha desde os quinze anos, lutava, na batalha, na guerra, pela vida e pelos outros, porque tinha que destruir seus inimigos... à altura dos seus inimigos, não mais indefeso mas um desafiante tão perigoso quanto os que o queriam... pelo menos era isso que refletia o orgulho que queimava no seu sangue.

Nem sabia com quem estava cooperando, Harry e mais três atacavam um trasgo particularmente furioso, ele jogou o bastão, os três desviaram, atacaram de novo, em sincronia, o trasgo caiu com as pernas amarradas, outro ataque, ele estava inconsciente...

Mas não só atacava como também às vezes levava alguns golpes, por duas vezes caiu com o ataque de tarântulas gigantes, destruiu-as pessoalmente com alguns difindarez, proezas pouco notadas naquela agitação.

Então, na distração da batalha, sons de cascos tamborilaram o ar, e centauros irromperam, aos berros e relinchos, as flechas de fogo cruzando o ar, os escudos sendo conjurados... Harry pessoalmente não se preocupou muito pelo fato de sua magia inconsciente não permitir que as flechas o atingissem, mas o que o perturbou foram os muito feitiços lançados ao mesmo tempo na sua direção. Os comensais também saíam da floresta.

Foi rápido, conjurou um escudo, mas outras barreiras surgiram à sua frente. Rápido, dois bruxos se prostraram prontos para lutar ao seu lado.

-E aí, beleza Harry? Pronto para chutar alguns traseiros?

-Tudo ótimo Tonks... vamos nessa.

O outro bruxo apenas sorriu.

Apesar de não ser o expert dos duelos pôde reparar que não eram comensais de qualidade, mesmo levando muitos feitiços que lhe tiraram as boas condições se saiu bem com eles, e mais membros da Ordem apareceram, aos poucos foram enxotando os comensais, feitiços vindos de todas as direções intensificando a delicadeza dos reflexos do mais novo duelista ali no meio...

Um feitiço de Moody e eles finalmente bateram gargalhando alucinados em retirada. Mal tomava ar e quatro trasgo correram do outro lado da floresta, enquanto alguns manticoras e quimeras ocupavam outros membros da Ordem...

Iria ajudar a derrubar o trasgo mais próximo quando um feitiço irrompeu das árvores. Ninguém teve tempo de avisar, e poucos viram. Harry, num susto, foi arrastado pelo feitiço incomum floresta adentro.

E quando parou, estava de frente para um mascarado qualquer, ambos ofegantes. Na floresta escura e sombria, naquela situação, naquela rapidez de acontecimentos, seu sangue e coração vibravam. Estava lutando.

Num movimento rápido os dois tinham erguido as varinhas e atacado; Harry desviou do feitiço dele, ele fez ricochetear o seu. Atacaram assim de novo, e outra vez, e mais uma, até que já estavam envolvidos num duelo no qual um erro definia tudo. E foi isso que aconteceu.

O comensal estava ferido, antes de enfrentar Harry. Tinha uma pena lacerada. E foi isso que o fez errar. Um feitiço de Harry na perna e ele caiu. Dois feitiços, um deles um estuporante, e o comensal ferido jazia inconsciente no chão.

Então parou... observando o comensal que derrotara... a cicatriz queimando...

Virou-se, esquadrinhando a floresta.

-Apareça.

E do meio das árvores escuras uma enorme águia surgiu, completamente branca, com olhos avermelhados de puro ódio, uma áurea tão negra quanto sua alma circulando-a. E dos céus ela mergulhou, num ataque cruel, em direção a Harry.

Sem pensar, agindo apenas pela frieza que lhe tomara conta, ergueu a varinha contra a ave que se aproximava num ataque fatal.

-Avada Kedavra!

O raio verde tingiu o céu de luz, e se chocou contra a ave. Num choque, ela desapareceu, deixando para trás somente algumas penas negras e latejadas de ódio puro na cicatriz em forma de raio.

Demorou alguns segundos para Harry, cansado e pálido pela distância com que o feitiço explodira, se desse conta do que acontecera. Fosse o que fosse, usara uma maldição imperdoável – a pior – contra aquela criatura.

Por alguns segundos de torpor ficou parado, tentando entender porque usara aquele feitiço absurdo; mas o urro de um trasgo, por perto da orla, e os chamados de Remo, o despertaram dos devaneios, e ainda perplexo correu em direção ao castelo.

Desviou de alguns feitiços por puro reflexo; sem parar a corrida, bateu com o ombro no comensal solitário que os lançara, derrubando-o. Sem esperar, continuou, saindo da floresta, cruzando a orla. Apenas um trasgo ainda lutava, e era derrubado pelos ataques conjuntos dos membros da Ordem.

Quando o trasgo caiu, morto, o bruxo que lhe rasgara a garganta com um feitiço virou-se para Harry, ligeiramente ofegante.

-Que bom que está bem Harry. – sorriu Remo, avaliando a figura séria e esfarrapada à sua frente – Melhor voltar para o castelo agora. Arrasou.

Talvez tivesse sorrido; mas apenas confirmou com a cabeça e entrou no castelo, ainda assombrado demais por ter usado uma maldição imperdoável e não sentir nojo por isso. Agira, e não lhe soava estranho, igual a Voldemort.