Angel Fall First
Autor(a): soul redimer
Entrada: www(ponto)fanfiction(ponto)net(barra)s(barra)2774356(barra)1(barra)
Tradução: Inna Puchkin Ievitich
Nota Inicial da Tradutora: A tradução/publicação da presente fic ainda está no aguardo da autorização expressa de sua autora. Porém, considerando o "desaparecimento" da autora do FFNET, resolvi adiantar a publicação da versão em português sem o seu prévio consentimento, esclarecendo ao leitor que a presente tradução poderá ser retirada do ar a qualquer momento, caso este seja o desejo de sua autora.
Enquanto a confirmação do pedido de autorização não chega, eu continuarei publicando os capítulos traduzidos. Aos apaixonados pelo shipper Sirius/Remus, espero que apreciem a história tanto quanto eu gostei de traduzi-la.
Advertências:
1. Fic pertencente ao universo slash, o que significa dizer que aborda relacionamentos homossexuais, no presente caso, 'homem-homem'.
2. Cenas de forte ou médio teor sexual (com e sem violência).
Capítulo 1
Sim, era ele, sempre atento, sempre bom aluno e companheiro dos outros... assim era Remus J. Lupin, o garoto de cabelo castanho-claro, o qual levava recolhido em um simples rabinho, o garoto de expressão séria e tranqüila, o dono de uns olhos estranhamente atraentes; poder-se-ia dizer que sua cor de olhos era dourada, talvez âmbar ou simplesmente cor café-escuro... mas, em consenso com todas as tonalidades, seus olhos eram cor... mel?... dourado ou mel?
Poder-se-ia dizer do Monitor de Gryffindor que era um garoto bastante simpático e normal, ninguém duvidaria jamais de alguma atitude ou resposta dele, contudo... ele, sim, tinha defeitos, porém ocultava-os muito bem por trás dessa carinha de bom estudante... não tinha outra forma de oculta-lo, não podia dar-se ao luxo de levantar suspeitas sobre sua condição, sobre seu segredo... O fato de ser licantropo, de arcar com uma infância cheia de dor e temor, sem o amor de sua mãe, que faleceu quando deu-lhe a luz, nem tampouco o carinho do pai, o qual foi incapaz de voltar a tratar Remus como um menino... como um filho.
Assim era Remus, um aluno a simples vista comum e corrente, com poucos amigos, mas sem más relações entre seus companheiros, um jovem que valia ouro segundo seus amigos, e que nesses momentos tinha a benção de estar profundamente apaixonado; estava a um ano com ela, Sophie... sempre bela e delicada... sempre a seu lado... Não faltava nada para ingressar em seu sexto ano e estava ansioso por vê-la, estava pensando em propor-lhe algo... Ele, que era um homem-lobo, escolhia um par para toda a vida... não podia manter relações com ninguém se não estava seguro, corria o risco de entregar seu coração à pessoa equivocada e sofrer o abandono, porém com Sophie vivera de tudo e estava convencido de que ela era a indicada, confessar-lhe-ia o que realmente era e pedir-lhe-ia que fizesse amor com ele... estava certo de que ela aceitaria, essa garota havia demonstrado ser o que ele necessitava...
Sirius Black... da honorável Mansão Black, sempre belo, sempre instruído, tinha as melhores roupas, as melhores comidas, educado em uma família de sangue puro e da aristocracia, crescera entre os olhares frios e duros castigos, era um jovem que pertencia a uma família que desprezava-o por seus ideais, suas amizades; o rechaço que não experimentava em Hogwarts o recebia sob seu próprio teto, com sua própria família... a escória dos Black, o herdeiro perdido, o inútil, o porco, o lixo... a desonra e quantas coisas mais pronunciadas pelos lábios de sua mãe, que já não recordava quando fora a última vez que ela havia-lhe dedicado uma palavra de carinho...
De cabelos negros, olhos cinzas e figura atlética, de porte elegante e sorriso encantador, que derretia a toda população feminina de seu colégio, o mesmo garoto que ocultava-se por trás de seu sorriso, fingindo indiferença... sabendo o quão triste e sozinho que se sentia...
O mais horrível de sua estadia em casa chegou quando descobriu algo em uma de suas discussões diárias com sua mãe, ao meter-se com seus amigos. De James não pode dizer nada, depois de tudo era um sangue-puro; pouco pode dizer de Peter, já que o garoto também era puro... porém, de Remus, o garoto mestiço... desse, sim, falou... e foi nessa ocasião, que Sirius abriu os olhos...
- Não sei por que gosta de me fazer irritar, Sirius!... Já disse a você que não irá ver esse sangue-sujo. Por que insiste em pedir permissão, menino estúpido!
- Remus é meu amigo!... E se eu quero, o vejo!... Não estou pedindo permissão... estou avisando.
- AMIGO!... Por Merlin, jovenzinho... esse não pode ser seu amigo... é um pobretão, seu pai é um fracassado há mais de anos... por que não se torna amigo de Lucius Malfoy? Esse, sim, é um bom rapaz...
- Remus é mil vezes melhor que ele... - argumentou, enfadado, o de cabelos negros.
- Não me contradiga!... Você não irá vê-lo e ponto final... Esse sangue-sujo não merece sequer ir a Hogwarts. Ainda não entendo como o Diretor permitiu que esse indigente entrasse... esse sujo, escória igual a você.
Bastou que sua mãe dissesse isso para que ele explodisse... todas aquelas palavras... não eram as palavras com as quais ele descreveria Remus... seu amigo... seu Moony... não!... Porque esse garoto era seu amigo, um dos melhores que jamais acreditou que teria; Remus era sua consciência, sua paz, era tudo aquilo que ele não era, uma boa pessoa, humilde, inteligente, doce, amável... tantas coisas que ele desejava ter... Remus era quem o escutava quando estava em um problema grave, quem o defendia das raivas passageiras de James, era ele que o consolava quando sentia-se morrer, o primeiro e único a vê-lo chorar... Remus era quem fazia com que seu verdadeiro eu saísse das sombras, para mostrar-se tal como era... era quem ele havia estado procurando...
- Não diga isso dele. - disse, prontamente sério, quase sem expressão no rosto.
- Por quê? Se é a verdade!
- Não! Você se equivoca... Remus é a pessoa mais maravilhosa que conheci. - esclareceu o jovem Black, aproximando-se de sua mãe lentamente - É um bom bruxo, excelente pessoa, confiável e leal... Remus Lupin é meu amigo... Remus é por quem me apaixonei, mãe...
A mulher abafou um grito, levando ambas as mãos à boca, seu rosto espantado e ofendido, "como um Black podia cair tão baixo?". Sirius sorria tristemente... tantos anos haviam-lhe custado para entender o que realmente sentia por seu amigo?... Tanto tempo levou ele para reconhecer que cada vez que insultavam Moony ou olhavam-no a mais da conta, ele se enfurecia... Odiava quando Snape lhe falava, detestava que Lily passasse tantas horas a seu lado, não suportava Sophie... a muito convencida... a garota perfeita... agora que pensava, desde que Remus saía com essa garota a freqüência de seus próprios encontros havia aumentado, e a tristeza havia se apoderado dele sem perceber... desde que Remus passava mais tempo com Sophie, ele perdera os privilégios de ser seu melhor amigo, jamais havia tempo para conversar, não havia tempo para jogar e brincar... todas as suas atribuições essa garota havia roubado... e ele, o muito rude, pensava que precisava de uma namorada, mas não duravam mais de dois dias... encantava-as, fazia-as apaixonar-se, jogava-as fora e, depois, adeus, 'se as vi não me recordo'... nenhuma fazia-lhe sentir essas mariposas que Remus, uma vez, confessara-lhe sentir. Um golpe em sua bochecha o fez despertar de sua reflexão.
- SUJO! - uma bofetada por parte de sua mãe - Uma merda de filho... se seu pai o visse... apaixonado por um sangue-sujo! E, ainda por cima, um homem... um delinqüente!... SAIA DAQUI! SAIA DESTA CASA! NÃO QUERO VÊ-LO!
- Não tem por que me mandar... - murmurou Sirius, esfregando a bochecha, com seus olhos grises obscurecidos pelo ódio - Eu já me ia...
- E não volte nunca! - rugiu, furiosa, a mulher quando a porta se abria, mostrando como seu primogênito se ia...
Sirius não fora visitar Moony, depois de sua descoberta tinha pouca vontade de vê-lo... agora estava em um compartimento do trem, esperando, juntamente com James, que os demais Marotos chegassem.
- Este ano sei que a conquisto. - dizia James entusiasmado, Sirius olhava-o incrédulo.
- Sim, decerto, com o muito que ela suporta de você... é sério, homem, renda-se, creio que até eu tenho mais possibilidades...
- Mas se ela odeia você! - bramou, de imediato, Prongs.
- Que seja... Porém, odeia mais a você do que a mim...
- Nem acredite... em breve, você verá quando ela cair rendida a meus pés...
- Sim, se é o que você diz, Prongsie. - Nesse momento, a porta do compartimento abriu-se e surgiu Peter, Padfoot suspirou desiludido.
- Que tal, companheiros? - saudou Wormtail, sentando-se ao lado de Sirius.
- Como está, Wormty? - saudou James, tirando uma caixa de Snaps explosivos.
- Tudo bem...
- Viu Moony? - perguntou Sirius, ao gordinho.
- Sim, estava com sua namorada a uns vagões atrás... disse que me adiantasse...
- Ohh... - foi a sucinta resposta do animago.
- Que tal uma partida, Sirius? - propôs James, abrindo a caixa de Snaps.
- De acordo.
A partida ia muito equilibrada, James e Sirius estavam muito animados, e Sirius havia esquecido de Remus, por um momento, inclusive estava ganhando quando ele entrou.
- Snaps explosivos!... Não! Não rapazes, quantas vezes terei que repetir!
Um garoto de cabelos dourados surgiu diante deles, arrebatando-lhes o jogo, estava muito crescido e mudado.
- Mas, Moony, eu estava ganhando! - queixou-se Sirius, fazendo biquinho.
- Eu sinto, meu querido Padfoot, mas no trem não se pode jogar...
- Não seja amargurado, Moony... - reclamou James.
- Não me chame de amargurado! - Remus ruborizou-se, o que, para Sirius, pareceu formoso - E você, o que me olha, vira-lata pulguento?... Acaso, me vê algo na cara! - reclamou a Padfoot, lançando-lhe um golpe. O animago sorriu, ao menos ainda brincava com ele.
- Agora verá, lobo raivoso! - riu, despenteando Remus.
- E o que me contam de suas férias? - perguntou o licantropo, roubando o lugar de Wormtail para sentar-se com Sirius.
- Fui de viagem a Irlanda... nada interessante... visita à avó. - informou Peter.
- Pois... eu passei as férias divinamente na França, até que esse cachorro chegou... - contou
James, apontando para Sirius.
- Muito obrigado, meu amigo. - sorriu Padfoot, com ironia.
- O que aconteceu? - perguntou Remus, interessado.
- Eu saí de casa. - informou Sirius, olhando pela janela.
- Melhor, mandaram-no ir... - soltou Prongs.
- E você, quem lhe apertou o pescoço! - reclamou Padfoot, teimoso, de seu lugar.
- E se poderia saber por quê? - voltou a intervir Remus.
- ... Hmm... não...
- Nem a mim me disse ainda...
- Oh... eu sinto, amigo... - apoiou-lhe Remus, pondo uma mão sobre seu ombro. Sirius olhou-o atentamente. Merlin, como havia mudado! Estava mais alto, seu rosto, ainda que delicado, mostrava-se muito mais varonil, todavia conservando essa beleza que raiava ao feminino, e seus olhos... eram dourados... já não eram mel...
- Sirius?... Você está bem? - perguntou-lhe, com inocência, o de cabelos castanhos.
- Si-sim... estou bem. - respondeu Sirius, desviando o olhar, para evitar enrubescer.
Nessa noite chegaram ao castelo e fizeram tudo o que lhes correspondia; quando chegaram ao seu dormitório dispuseram-se a dormir, de manhã era o primeiro dia e deviam estar de pé cedo.
- Amanhã começa a fase de meu plano "conquistar a Evans"... - anunciou Prongs, metendo-se sob os lençóis. - De modo que, preciso dormir... o que tentarei fazer amanhã é de alto risco.
- Ohh, cale-se já, Prongs... você sabe que não funcionará! - zombou Sirius.
- Em breve, você verá o resultado. - respondeu Prongs, bocejando e despedindo-se.
Padfoot girou-se para recolher a parte superior de seu pijama, quando viu Remus com o torso completamente despido... MERLIN, como havia mudado! Suas costas rijas, sua estreita cintura, esse traseiro firme... mas o que estava pensando? Remus era seu amigo..."ainda"... pensou, com malícia. Podia ser que Remus desse-lhe uma oportunidade, se é que terminasse sua relação com Sophie; ademais sabia que Remus era bissexual, portanto não estava de todo desiludido... temia apenas por sua amizade... perdê-lo como amigo seria o mais horrível que poderia acontecer.
Com um último olhar para Remus, meteu-se em sua cama e fechou os dosséis a fim de tentar dormir. Talvez, devesse seguir os passos de Prongs e idealizar um plano para conquistar Moony, ou, quiçá, aborda-lo em algum corredor vazio e devora-lo com beijos, até que se esquecesse dessa garota... "Não seja primitivo, Padfoot", repreendeu-se mentalmente. De repente, sentiu como abriam seus dosséis e alguém sentava-se em sua cama.
- Está acordado, Padfoot? - Era Remus.
- Moony?... O que ocorre? - ergueu-se rapidamente para olhar o licantropo, o qual havia soltado o cabelo, se via tão delicioso... Acaso o estava provocando?
- Queria saber por que o botaram para fora de casa... - respondeu em voz baixa - Sei que temos estado algo distanciados há algum tempo, mas espero que não por isso deixe de confiar em mim... você sabe que é meu melhor amigo... - disse-lhe sorrindo, Sirius correspondeu o sorriso mais tranqüilo.
- Discuti com minha mãe, Moony, você sabe, o de sempre, os sangue-sujos e minha preferência por tudo o que a aborreça.
- Sei... mas vocês sempre brigavam por isso... Por que desta vez ela mandou você embora?
- ... Eu defendi você numa discussão... - confessou Sirius, desviando o olhar rapidamente para o teto, Remus baixou a vista.
- O que ela disse de mim? - perguntou, sem elevar a voz.
- ... Coisas... não tem por que sabê-las, Moony. - esquivou Sirius.
- Diga-me!... Por favor... - rogou o de cabelos castanhos, Padfoot suspirou.
- Disse que você era um sangue-sujo, um delinqüente, e que seu pai era um fracassado... - o rosto de Moony entristeceu-se envergonhado, Sirius sentiu pena. - Vamos, Moony, não me faça repeti-lo, por algo discuti com ela.
Remus olhou-o, humilhado, e tentou sorrir-lhe, mas apenas esboçou uma careta.
- Desculpe-me... - disse-lhe o licantropo. - Foi por minha culpa.
- Não... Moony, você não tem culpa de nada...
- Mas é assim como me sinto. - respondeu, desviando o olhar para um lado.
- Não diga bobagens, lobo estúpido. - provocou o animago abraçando-o, Remus respondeu-lhe o abraço, estreitando-o forte. Sirius teria permanecido assim por toda a noite, mas precisava dormir. - Fique tranqüilo, Moony, estou melhor na casa de James do que na minha.
- Isso espero. - sorriu o licantropo, enquanto levantava-se e dava boa noite.
- Até amanhã, Moony.
Nota Final da Tradutora: Como perceberam, optei por manter os nomes e apelidosoriginais. Para aqueles mais esquecidos, na tradução/adaptação brasileira de Lia Wyler, Almofadinhas corresponde a Padfoot, Aluado a Moony, Pontas a Prongs e Rabicho a Wormtail.
Grande abraço e até o próximo capítulo!
Inna