Capitulo 1: Zombaria.

-

-Você só pode estar brincando!

Eu olhei novamente para a mulher sentada a minha frente. Sim. Aquela legítima geleira sentada bem na minha frente. Ah sim. Há quem diga que ela é a minha chefe. Sim ela é. Mas e daí? Ela não cansa de me lembrar isso toda hora mesmo...

-Não, Evans, eu não estou brincando. E acho que você deveria ter modos comigo, por que, não sei se você se lembra...

-...mas você é minha chefe. Sim, eu me lembro perfeitamente. – Não disse que ela ia falar isso mais uma vez?

Ela sorriu satisfeita e sádica. Ta. Desculpa ai. Eu só me exaltei um pouquinho. Porém, quem não se exaltaria se ela tivesse dado aquele trabalho? Sim, qualquer um se exaltaria, se fosse do sexo feminino, e se não fosse eu, por que qualquer uma ficaria feliz. No entanto, esse nem de longe foi o meu caso. Eu me exaltei por que fiquei irritada.

-Hm... Mas, você não pode pedir pra outra pessoa, Chris?

Eu quase que imediatamente me arrependi por tê-la chamado de Chris. Ela me olhou com um olhar assassino. Confesso que quase me senti sufocada por aquele olhar.

-Hm... Não eu não posso, Evans. Esse trabalho é seu e pronto. E você devia estar agradecendo por ainda ter um. – disse ela, entre os dentes, violentamente.

Assim era a minha superior, Christine Bloom. Curta e grossa. Eu ainda não sabia direito se gostava ou a odiava. Acho que o fato de que eu a admirava me impedia de odiá-la, mas isso nem de longe significava que eu não ficava extremamente irritada com ela às vezes.

-Certo, Christine. – tentei chama-la assim. Afinal srta.Bloom, ou só Bloom ficaria muito estranho. – Eu vou fazer essa matéria. Mas saiba que eu não concordo nadinha com tudo isso.

Christine se permitiu um sorriso, e pela primeira vez eu pensei que talvez, afinal das contas, ela não fosse uma geleira-ambulante.

-Não me importa se você concorda ou não, Evans. Eu estou cag... Hm... Bem, tanto faz. Só o faça. Já estou quase conseguindo uma entrevista com os pais dele, então acho que isso vai ser interessante pra matéria, não? Bem, depois eu entro em contato com você. Pode ir.

Eu dei um aceno de cabeça e saí da salinha da Christine, voltando cabisbaixa ao meu cubículo. A Amy certamente deve ter percebido a minha tristeza, ou, até mesmo, irritação contida, pois deu um sorrisinho de satisfação. Bem. Pela atitude dela eu não preciso nem dizer que ela me odeia,não é?

Hm. È por ai. Eu não sei dizer por que. Quer dizer, ela é loira, magra, e todas essas coisas mais, como se fosse saída de uma revista de modelos. Então não é inveja. Acho que ela só não vai com a minha cara. Meu Deus. O que eu fiz pra merecer esse encosto?

- E então, Evans? – ela perguntou, e já pensei "lá vem bomba" – o que houve? Você parece... ahm... como poderia dizer? Chateada?

Eu revirei os olhos.

-Não foi nada, Amy, querida. – e eu fiz bem questão de fazer uma cara de nojo ao enfatizar o "querida".

Sentei e fiquei encarando a tela do computador, desanimada. Fui olhar meus e-mails, e tinham um bando de piadas e vídeos na caixa de entrada, mas quer saber? Não tinha importância. Eu abri um a um, mas não suportei ler nem ao menos ver até o final. Abri um documento do word para terminar um artigo que tinha que terminar, triste. Sem contar que eu não parava de suspirar toda hora, então eu podia até imaginar as pessoas olhando pra mim, intrigadas. Mas eu ao menos tinha aquele cubículo, que me protegia do resto do mundo. O tempo foi passando, lentamente.

Ao final da tarde, desliguei meu computador e fui juntando minhas coisinhas que estavam espalhadas quando a Christine me chamou.

Até imaginando o que era eu fui, a passos bem pequenininhos, o que mostrava a minha auto-estima reduzida. Dei algumas batidinhas na porta, um pouco receosa de entrar, pois não estava nem um pouco interessada no que ela tinha a dizer.

-Tinha alguma coisa pra me falar, senhora?

Christine estranhou minha formalidade, pois levantou os olhos do relatório que estava lendo para me encarar com curiosidade e franziu a testa.

-Hmm... Sim, Lily. – Eu ergui as sobrancelhas. Ela me chamara pelo primeiro nome. – Bem, eu consegui as entrevistas com os pais dele. Eu já estava tentando há algum tempo, mas como eles vão à um restaurante no centro amanhã disseram que não se incomodariam se tivessem a companhia de um jornalista agradável, e responder a algumas perguntas sobre o filho, que é o assunto favorito da maioria dos pais, não faria mal a ninguém. Eu fiz um guia de perguntas pra você, eu sei que você consegue formular perguntas boas e inteligentes sozinha, mas eu quero que você entenda: Isso é algo grande. Não é uma coluninha ou um cantinho da revista. Dessa vez você está tendo uma grande oportunidade. Não a perca, Lily. Eu confio em você, Evans.

Eu fiquei tão surpresa com tudo o que ela havia dito que não disse mais nada, novamente. Peguei uma folhinha do bloco de notas dela em que ela havia posto o 'guia' para as perguntas e me mandei, pensativa. As palavras dela ainda rodeavam meus pensamentos, e eu ouvia perfeitamente minha pulsação acelerada.

Voltei ao meu cubículo, pois tinha esquecido de imprimir uma receita que Elizabeth havia me pedido. Enquanto imprimia a bendita receita, ouvia Amy contar do seu novo namorado para alguém no telefone. Deus, será que ela não cansa? Já fazia uma semana que ela só fala nesse cara. E os dois só estavam 'juntos' há umas duas semanas. Eles nem estavam namorando, oficialmente.

Peguei a receita e fui embora, já com espasmos por ter de ouvir a Amy-nojentinha exibindo o namorado de novo. Mas eu já devia ter me acostumado. É sempre assim.

Fui embora, suspirando, antes que Amy viesse me dizer algo, ou talvez, me lembrar, como sempre faz, que eu não tenho um namorado há séculos, ou que ela nunca ouvira nada sobre minha vida amorosa, o que era um indicio de que ela era inexistente.

Cheguei em casa cansada, e Elizabeth ainda não havia chegado. Estranhei. Já fazia pouco mais de um ano que morávamos juntas, e Elizabeth sempre chegava mais cedo que eu. Suspirei, e essa deveria ser a milésima vez em que eu suspirava naquele dia, e me atirei no sofá, cansada.

Era stress demais para uma pessoa só. Aliás, por que eu? Por que não... sei lá, a Amy? Por que não John Lenon? Por que não Barney ou Bozo? Por que EU?

Por que dentre tantas pessoas que já passaram por esse mundinho vil e cruel, EU tinha que fazer uma matéria para a MALDITA revista de fofocas na qual trabalho, sobre JAMES POTTER?

Alguém lá em cima estava zombando comigo.

-

N/A: Olha só quem voltou uma (nada) útil fic. Sim, eu e minha (nada) ilustre presença estamos aqui para apresentar a vocês uma Miserável Melancolia. Espero sinceramente que tenham gostado . O capitulo é pequeno mas é só pra manter o suspense, mohoho xD

Pra me xingar, ou pra me elogiar, o lindo, apresentável, galante e amável botaozinho roxo no canto da página está aqui para isso. Reviews, PLEASE UU"