Agradecendo as Reviews( e paciência) de: Jé Black, Laura, Miyu, Juliana, Alis, Makie e Tassy e aqueles que terão paciência de continuar a ler a fic.


"A criança o olhava com os olhos de um verde venenoso, os cabelos longos, brilhantes e negros caiam cacheados pelas costas, estava nua, e sua pele parecia perolada embaixo do sangue que respingara, Harry fechou a boca, e ela sorriu, pequenos dentes pontudos... e estendeu a mão."


-14-Marahaja

Seu sorriso ainda se mantinha enquanto olhava lentamente a paisagem fria da Hogsmeade... a suas costas o outro bruxo, que não o atacava porque precisava saber, se moveu fazendo o mato estalar.

-Tom... não imaginava que eu soubesse o nome? Com certeza sabia disso quando Dumbledore alardeou que havia destruído o anel...

Voldmort levantou a varinha.

-Essa reunião está encerrada.- ele disse em língua de cobra.

-Não se preocupe Tom... ainda não tenho certeza de quantas você fez... seis?- respondeu na mesma língua

O bruxo desaparatou... os olhos vermelhos enfurecidos.

Harry continuou parado, sentindo o vento e a adrenalina que circulava em suas veias... não houvera perigo, pois o encontro tinha sido planejado para não haver confronto, perderiam os poderes por seis meses se tivessem se atacado... nem podia levar acompanhantes, Mas Harry estava feliz, obtivera mais respostas que o cara de cobra podia imaginar.

Um leve som no mato fez Harry se sobressaltar, não seria nada esperto ser atocaiado por algum comensal agora que a reunião acabara e o acordo desfeito. Desaparatou.

Um texugo saiu de uma sebe próxima e olhou o morro vazio.

Mas não era um texugo comum.

Era um auror.


Tonks coçou o cabelo um tanto desgrenhado e continuou olhando os papéis.

-Certo,sabemos que Harry foi vigiado o maior tempo possível apesar de que não conseguiam acompanha-lo integralmente. Também sabemos que há um relatório acusando-o de... de ter ligação com... Voldmort e comensais da morte.

-Relatório forjado!- Rony bateu o punho na mesa.

-Sabemos que ele tinha relações com Draco e Snape.- disse Shacklebolt.- Mesmo que não concordássemos, ele sempre acabava recorrendo a eles para conseguir informações mais precisas.

-Ele pode ter sido vítima de Império?- perguntou Gina baixinho.

-Você sabe que não, ele era resistente a esse tipo de imperdoável...

-A todas você quer dizer...- Disse Fred sério.

-Não tem graça.- murmurou Jorge.

O simples fato de Fred e Jorge evitarem fazer piadas no momento mostrou claramente que a situação não era nada boa. Hermione passou a mão no rosto.

E destampou o mesmo lentamente e se levantou.

-Mione?

-Porque não perguntamos para ele?

-Do que está falando?

-Porque não perguntamos ao Harry?

-Não sei se você sabe, mas ele não está aqui no momento...- disse Fred.

Mas Hermione já tinha saído e subido as escadas...

-Onde ela vai?- perguntou Shacklebolt.

Mas Gina tinha se levantando... mão na barriga grávida.

-Ah, sim... está aqui, eu deixei aqui.- disse ela.

-CLARO!- Rony meteu a mão na testa. – O quadro!


Draco se deixara passar num torpor asustado, odiava isso.

Odiava se ver contra a parede, odiava, quando lhe fora oferecida uma chance, naquele dia, quando Potter os obrigara a fazer aquele juramento, ele se sentira assim.

Potter parecera tão asustador quanto Riddle.

E agora voltava a ser, será que ninguém percebia, só ele e Severo?

Estavam tratando com iguais, fogo com fogo... todos acabariam se queimando...

Já tinha se queimado, vivido o inferno em Azkaban.

O que mais era preciso, sabia que não adiantava tentar matá-los...

Olhou Severo sair do banheiro, parecia sério, claro, mesmos pensamentos infelizes na cabeça.

-Ele não disse mais nada?

-Não.- respondeu

Observou o bruxo suspirar de mau humor ao pegar o manto.


Chegaram na sala no momento em que Hermione levitava algumas caixas.

-Precisa de ajuda?- perguntou Rony puxando a varinha.

-Suma com esse pó maldito.- disse ela pelos dentes.

Depois de alguns momentos a imensa moldura se revelou, tinha quase um metro e meio de altura e mais de um metro de largura.

Hermione arrancou o tecido pardo que mal a cobria...

Todos encaravam uma sala da qual se via um canto e parte de uma lareira, uma poltrona do qual se via grande parte do encosto, o quadro fora pintado dois dias antes do casamento, a pedido da família Weasley com apoio de Harry, eram dois, um da noiva onde ela estava no mesmo aposento, com um belo vestido formal verde-água com o qual se casara, a guirlanda de flores no cabelo, esse estava na casa dela, ao lado de outro do seu atual marido, o par, o quadro de Harry fora levado a Grimauld quando o marido da ruiva dissera que não o queria mais em sua sala... como nem todos concordavam se ele poderia ir ou não para Hogwarts... ele foi simplesmente ficando em Grimauld.


Seus braços estavam pesados... não que estivesse cansado, não estava, nem sequer podia dizer que estava chocado ou se culpando, não estava. Olhou o corpo da mulher que tentara em vão salvar a filha, ambas agora mortas no chão.

Suas vítimas.

E não fazia diferença, isso fazia seus braços pesarem, a realização do fato que não se importava, principalmente quando passou por cima dos corpos e continuou em frente pelo lugar, deixando pra trás a expressão de horror da jovem vítima que o reconhecera.

Continuou andando, olhando um e outro artigo do lugar abrindo gavetas, empurrando gaiolas, a casa daquela contrabandista de artigos mágicos, parecia uma cruza de sótão com a loja dos gêmeos Weasley.

Sorriu com a lembrança, parou e batendo de leve a varinha no próprio queixo, virou-se para encarar o homem que descia as escadas encarando os corpos.

-Isso era necessário?- Snape disse passando por elas.

-Casualmente sim, não quero testemunhas.- respondeu e voltou sua atenção a um quadro velho.

-O ministério já sabe que você voltou...

-Eu não quero testemunhas sobre o que eu estou fazendo aqui, em particular... pelo menos não outras testemunhas...- disse ele sorrindo para o bruxo mais velho.

Snape fez um gesto de dispensa, olhando o escritório, reparando em arranhões no piso de madeira em frente a estante.

Harry apontou a varinha para o quadro duas vezes, na segunda o feitiço deu certo, o feitiço de ocultamento se devanesceu e o quadro abriu revelando um pequeno espaço como um cofre, imediatamente pegou e retirou os papéis dali.

-Finalmente... O que está fazendo Snape?- perguntou sem se virar ao escutar o som de algo sendo arrastado.

-Há uma passagem aqui... talvez mais um dos esconderijos de contrabando...

-Certo... – disse distraído remexendo os papéis sorrindo ao ver o timbre de Gringoths.

Achando um pequeno maço de pequenos pergaminhos retangulares com o Timbre do banco e o mesmo número floreado na vertical... nª00227-0... assustou-se quando após um som de porta emperrada se abrindo escutou um som que parecia um esvaziar de balão, uma batida e o grito de Snape.

Virou-se apontando a varinha, algo estava sobre o bruxo mais velho, algo...alguém que o impedia de usar a varinha.Algo que tinha longos cabelos negros.

-Potter! Estupore-a!- Rosnou Snape do chão.

Com um meneio de varinha, aquela coisa pálida havia sido jogada quase no meio do quarto escondido atrás da estante.

-Que diabos!... Ela... essa... essa coisa me mordeu!- Exclamou o bruxo apertando o braço que sangrava profusamente.

Harry ignorou, deixou Snape, enrolando um pedaço da veste no ferimento e se aproximou daquilo que estava imóvel no chão... uma criança.

Não tão imóvel... assim que pisou dentro do quarto, ela se sentou com agilidade e o encarou.

-Afasste-sse! Afasste-sse de mim!!!- ela sibilou

Harry encarou a criaturinha e sem cerimônia apurou os ouvidos, sorriu ao perceber o que ouvia... e disse:

-Porque eu devo me afasstar, querida?

A criança arregalou os olhos surpresa. Harry apenas olhou na pequena sala e percebeu uma cela, um lugar onde ela estava sendo mantida presa, no chão alguma palha e cacos do que parecia ser um enorme ovo de avestruz... ossos de pequenos animais e uma jarra de água.

-Quem é voscê?

Harry se agachou para encarar a criatura nos olhos.

-Ssou sseu pai e vim ssalvar voscê...

A criança o olhava com os olhos de um verde venenoso, os cabelos longos, brilhantes e negros caiam cacheados pelas costas, estava nua, e sua pele parecia perolada embaixo do sangue que respingara, Harry fechou a boca, e ela sorriu, pequenos dentes pontudos... e estendeu a mão.

Harry retirou seu manto e colocou em torno da pequena, delicadamente a pegou no colo, acariciando os cabelos longos e negros, saindo encarando Snape no chão.

-O que diabos está fazendo Potter?

-Você tem antídoto para veneno de Marahaja no seu estoque?

-Claro que tenho.- respondeu ele se levantando.

-Então pegue aqueles papéis e vamos embora.- Disse o rapaz se afastando.

Snape apenas fez uma careta, apanhando os papéis evitando mover demais o braço ferido


No próximo capítulo:

"-Porquê me daria ao trabalho? Estou me desfazendo... a pintura está rachando e as traças roem os cantos do linho... ele disse que tentariam nos esquecer... nem se deram ao trabalho de me pendurar em uma parede... nem existem outros quadros por perto onde eu possa me exilar.- respondeu a voz na pintura."